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terça-feira, 14 de junho de 2022

A bondade de Deus em nos atender

INTRODUÇÃO

Nossa vida além de estar fincada num relacionamento pessoal com Deus prevê uma vida comunitária. Sendo assim, Jesus evidencia no Sermão do Monte que o cristão deve estar atento quanto ao relacionamento com o próximo.

Nesta questão, observamos a importância da reflexão e atitudes ponderadas sobre como desmistificar, identificar e tratar um falso profeta é de extrema importância.

I - A BONDADE DE DEUS

1. Definição de bondade.

No Antigo Testamento, a bondade atribuída a Deus é descrita através do vocábulo hebraico "hesed", que geralmente está traduzido ao idioma português com os seguintes termos: amor, benignidade, beneficência, bondade, compassivo, misericórdia, obras de misericórdia [Êxodo 34.6; 2 Crônicas 32.32; 35.26; Salmos 33.5; 52.1; 107.8,15,21,31; 144.2; Provérbios 20.6; Oseias 6.4].

O termo hebraico "bom" ["tov"] tem o sentido de "agradável", "alegre". Significa aquilo que significa satisfação moral e estética. "Tov" está traduzida na Septuaginta pela palavra "agathos", que é o sentido de bom como qualidade moral e física e também a palavra "kalos", que significa "digno", "honroso", "admirável".

2. A bondade de Deus no aspecto bíblico.

Deus é bom porque Ele é moralmente perfeito e gloriosamente generoso. O reconhecimento da bondade de Deus é o fundamento de todo o pensamento bíblico sobre a bondade moral.

• As obras de Deus são boas [Salmos 104.24-31];

• Os mandamentos de Deus são bons [Salmos 119.39; Romanos 7.12];

• Os dons de Deus são bons [Salmos 4.6; 145.9a; Jeremias 32.4; Tiago 1.17].

No Antigo Testamento, a bondade de Deus é frequentemente invocada como tema de louvor e argumento em oração [2 Crônicas 30.18; Salmos 86.5]. Sua bondade transparece no bem que Ele faz [Salmos 119.68], na atividade beneficente de seu Espírito [Neemias 9.20; Salmos 143.10], e, ao posicionar-se em favor de necessitados e fiéis ao seu pacto [Salmos 25.8; 73.1; Lamentações 3.25; Naum 1.7].

3. A bondade de Deus no aspecto teológico.

"Bom", nas Escrituras, não é alguma palavra abstrata, nem é algum ideal humano; "bom" significa aquilo que Deus é [Salmos 100.5] e aquilo que Ele faz, cria, ordena e outorga, e, também, tudo o que Ele aprova. Quando a Criação foi finalizada, "viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" [Gênesis 1.31]. 

As reiteradas exortações dos salmistas para que se preste louvor e ações de graças a Deus, baseiam-se no fato que o Senhor é bom e sua misericórdia é infinita: Salmos 106.1; 107.1; 118.1; 136.1; e também 1 Crônicas 16.34; 2 Crônicas 5.13; 7.3].

De conformidade com o aspecto de Deus, o ser humano é bom e as coisas são boas, somente até ao ponto em que se conformam com a vontade de Deus. Não existe espaço para ambiguidade nesta questão bíblica [Romanos 14.14; 1 Timóteo 4.4].

II. HÁ DOIS CAMINHOS PARA ESCOLHER

1. A porta e o caminho no aspecto bíblico.

Ao pecar, a humanidade passou a viver longe da presença de Deus, que é santo. O pecador segue a procurar um caminho que o leve à satisfação pessoal, sem se dar conta que deseja preencher o vazio de sua alma porque necessita de solução para conflitos espirituais. Nada completa o vazio deixado pela falta de Deus. Sem reconhecer que a resposta para seu vazio está em Jesus, o pecador afasta-se mais de Deus, vai atrás de prazeres momentâneos, filosofias que do nada levam ao lugar nenhum e em religiões que não professam o Filho de Deus como o único caminho que conduz o pecador arrependido ao Reino de Deus [João 14.6].   

Toda alma tem diante de si uma escolha inevitável [Mateus 7.13-14]. É interessante como Jesus usa uma comparação sobre dois possíveis destinos de vida, em que se podem adotar dois caminhos com o objetivo de adentrar em duas portas. A ilustração demonstra uma grande verdade teológica e prática, o justo e o ímpio percorrem destinos diferentes na vida com pressuposições de comportamentos distintos. O justo escolhe viver de acordo com as diretrizes de Jesus, sabendo que além de se apresentar como o caminho para o Bom Deus, também se revela como a porta da nossa salvação [João 10.9].

Somos crentes em um Deus que possui entre seus atributos a bondade. Ele é um Pai amoroso que concede aos seus filhos tudo o que é essencial para a sua subsistência [Mateus 7.7-11]. Ao buscar o Senhor em oração, somos atendidos e orientados a entrar pela porta estreita e estar vigilantes a respeito de obreiros maus, descritos por  Cristo como falsos profetas, que estão introduzidos no meio cristão.

2. O que as duas portas e os dois caminhos ilustram para nós.

Jesus nos ensina por meio das analogias do caminho largo e porta espaçosa e do caminho estreito e porta apertada um tipo de comportamento e de posicionamento de vida.  Uma pessoa que confessa sua fé em Jesus e adota a cultura cristã como pressuposto de sua vida, deve andar atenta para não se desviar do caminho que conduz à salvação e ter em mente as consequências de seguir pelo caminho da perdição [Filipenses 3.13-14].

São apenas dois caminhos. Eles dividem o justo do injusto. Este é um princípio válido para todo ser humano: é necessário escolher que tipo de destino se quer adotar como objetivo de vida, um que leva à salvação e outro à perdição. As duas portas são onde terminam os caminhos e representam o nosso foco do percurso. A porta larga é fácil de ser encontrada e permite ser atravessada com todo tipo de bagagem. A porta estreita requer esforço para ser encontrada; ela é fácil de ser perdida e detém limitações em sua travessia.

3. A escolha entre os dois caminhos.

Em Deuteronômio 11.26, observamos que no contexto da Antiga Aliança, uma bênção é resultado da obediência, enquanto a maldição é a consequência da desobediência, e cabe ao crente escolher obedecer e viver ou desobedecer e arcar com à carga da punição. 

Durante o ministério terreno de Jesus, alguns acreditavam que apenas um pequeno número de pessoas seria salvo. Outros, pensavam que , por serem descendentes de Abraão, todos os judeus seriam salvos. Diante da pergunta teórica "são poucos os que serão salvos?", Jesus não respondeu com números ou informações, preferiu fazer uma advertência: "Esforcem-se por entrar pela porta estreita! Pois eu afirmo a vocês que muitos procurarão entrar, mas não conseguirão" [Lucas 13.23-24].

Todo cristão convive muitas vezes com contradições interiores no decorrer da caminhada cristã, passa por aflições, tropeça, não está blindado ao ato de pecar. O que diferencia a pessoa que escolhe seguir pelo caminho estreito são as marcas do arrependimento e da confissão [1 João 1.1-8]. Por guardar a Palavra de Deus em seu coração, não faz do pecado o seu estilo de vida [Salmos 119.11].

III. A MENTIRA DOS FALSOS PROFETAS

1. Cuidado com as falsas aparências.

Cada vez mais a sociedade brasileira passa a ter mais evangélicos. Constatamos que diversas igrejas foram fundadas e apresentam grandes líderes carismáticos que apresentam as regras de fé e comportamento dos seus seguidores. Como crescimento destas lideranças tem crescido também o número de pessoas aproveitadoras dessas grandes massas. 

Ao leitor no Novo Testamento, é interessante notar os capítulos de número 3 da primeira e segunda carta do apóstolo Paulo ao jovem líder Timóteo. Em ambas ele se refere às escolhas em como viver neste mundo. Enquanto na primeira epístola o apóstolo declara que aquele que deseja o episcopado, almeja uma tarefa honrosa, na segunda, faz menção aos perigos dos últimos dias, porque existirão pessoas amantes de si mesmas e do dinheiro, gente arrogante, orgulhosa, escarnecedora de Deus, desobediente aos pais, ingrata, profana, sem afeto natural, irreconciliável, caluniadora, descontrolada, cruel, avessa ao que é bom, traidora, escrava dos prazeres efêmeros e inimigas de Deus, e apesar de todas essas características elas serão capazes de ostentar aparência religiosa. Note bem, o perfil apresentado na segunda pertence aos que rejeitaram a doutrina de Cristo, escolheram seguir pelo caminho largo que conduz à perdição eterna. Jesus nos orienta a ter cautela em relação a elas e Paulo orienta a permanecer distante.

A Palavra de Deus é pura e serve ao crente como proteção [Provérbios 30.5]. O caminho de Cristo é caminho que demanda praticar a Palavra de Deus [Lucas 11.28]. Há comunidades cristãs que pretendem "alargar" o caminho estreito, tornando-o mais confortável, ou até mesmo acrescentando fardos à caminhada que não são para serem carregados. Os falsos profetas distorcem o sentido das Escrituras, ao agirem assim são considerados pelo Autor da mensagem como mentirosos, os mentirosos não terão não lugar no Céu [Provérbios 30.6; Apocalipse 22.15]. 

2. Como detectar os falsos profetas.

No reino vegetal existem algumas plantas que apesar de pertencerem à mesma linha e gênero são de espécies diferentes. Podem se desenvolver no mesmo ambiente, ter a mesma estrutura vegetal, folhagem parecida, mas mesmo assim serem de diferentes espécies. Porém, quando surge a floração e a frutificação, a identificação botânica torna-se mais evidente. A partir dos frutos, é possível identificar a árvore e prever após esta observação os comportamentos dela. É exatamente essa figura que Jesus usa com relação ao descobrimento dos falsos profetas: por meio do fruto se conhece a pessoa genuinamente cristã [Mateus 7.16; Lucas 6.44].

O má conduta de falsos cristãos e falsos obreiros tem suscitado uma pergunta entre os crentes sinceros: Qual deve ser o comportamento das pessoas que seguem a Cristo seriamente? Jesus demonstra questões relevantes sobre estes "falsos profetas". No Sermão do Monte, Cristo destaca este importante assunto e mais adiante apresentou a parábola O Joio e o Trigo [Mateus 13.24-30; 36-43]. O joio é uma erva ruim que cresce nas plantações de trigo, é quase indistinguível do trigo, a diferença entre ela e o trigo só é notada quando aparecem os frutos. Enquanto o joio pode ser tóxico ao ser consumido, o trigo é fonte de alimentação através da confecção do pão. Ao cristão, não é dada a liberdade de retirar a erva daninha da plantação, pois a retirada precipitada prejudica o resultado do colheita. 

No Antigo Testamento, os profetas eram porta-vozes da mensagem que Deus lhes dava para anunciar [Jeremias 27.4; Amós 3.7]. No Novo Testamento, o profeta falava baseado na revelação do Antigo Testamento e no testemunho dos apóstolos, edificando e fortalecendo a comunidade cristã [Atos 13.1; 1 Coríntios 12.28-29; 1 Timóteo 4.14]. João Batista e Jesus foram chamados de profetas [Lucas 1.76; João 9.17]. Haviam falsos profetas que mentiam, dizendo que as mensagens que proferiam tinha origem em Deus [Deuteronômio 18.20-22; Atos 13.6-12; 1 João 4.1].

Qual o conceito de falso profeta na atualidade? Pastores com crescimento financeiro ilícito, políticos cristãos corruptores e corruptos, famosos apenas nominalmente crentes, são pessoas que servem perfeitamente para a mídia. O mau exemplo que elas produzem na sociedade é recebido como uma mensagem cuja origem não é a vontade de Deus, elas são vistas por neófitos e descrentes e causam prejuízos ao Ide de Cristo, que nos ordena pregar e ensinar o Evangelho [Mateus 28.19-20; Marcos 16.15]. 

3. Uma análise criteriosa.

Fique atento, pois Jesus é enfático: só há duas posturas a serem tomadas. Ao congregar, preste atenção na pregação do pastor, analise se ele incentiva o mesmo estilo de vida que Cristo ensina em suas 24 abordagens apresentadas no Sermão do Monte, contidas nos capítulos 5 a 7 de Mateus. Caso não haja paridade entre o que ouve através da liderança na igreja a qual pertence, não há dúvida que você está sendo iludido por falsas profecias. O caminho estreito requer a prática da doutrina de Cristo.

A doutrina de Jesus causa arrependimento à pessoa e à igreja, gera frutos espirituais verdadeiros. As orações, as falas e ações de um crente autêntico devem invocar o nome do Senhor e render glórias a Deus e jamais aos homens. Muitas vezes é preciso distância e paciência para identificar o falso profeta, suas ações apontam para eles próprios. Eles se autodefinem com incumbências espirituais, alegam ter garantias diretas enviadas por Deus. Por mais convincente que o falso profeta seja, ele é flagrado em sua falsidade pelo fruto gerado através de seus discursos e atos, pois seu fruto não é da mesma espécie que o fruto daqueles que vivem em conformidade com a doutrina de Cristo. "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" [Gálatas 5.22,23].

CONCLUSÃO

Sendo a bondade um dos atributos comunicáveis de Deus ao ser humano, se espera que o salvo em Cristo apresente esse mesmo atributo em seu caráter e ande pelo caminho estreito em direção ao Céu. E ao identificar os falsos profetas, vemos que eles seguem pelo caminho espaçoso que leva à perdição e induzem outros a andarem com eles ao mesmo destino final. Por este motivo, Cristo nos adverte a tomar cuidado com os falsos profetas e as suas profecias. 

E.A.G.

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