I - O MUNDO DE PAULO NO IMPERIO ROMANO
1. Entendendo a origem de Paulo.
Paulo, nome romano, também citado no Novo Testamento pelo nome judeu Saulo, foi denominado "apóstolo dos gentios" (Gálatas 2.9), em razão de ter estendido o Evangelho aos não-judeus e por ter conscientizado os cristãos sobre ser desnecessário praticar a circuncisão. A partir de Atos 13.13 as páginas bíblicas o identificam apenas com o nome romano.
O apóstolo nasceu e foi criado em Tarso, a principal cidade da Cilicia, uma província romana localizada na Àsia Menor (Atos 9.11,30; 11.25; 21.39; 22.3). Tarso tinha fama pelo fato de ser um centro de educação sob o governo dos primeiros imperadores romanos, rivalizando a sua Universidade com as de Atenas e Alexandria. O império romano conferiu a qualidade de cidadão romano para muitos habitantes de Tarso, sendo Paulo também alcançado por esta distinção (Atos 22.25-28). Atualmente, é uma pequena aldeia em pobreza extrema.
2. A geografia do mundo de Paulo.
O apóstolo era filho de um fariseu, seus pais não estão identificados nas Escrituras, como judeu pertencia à tribo de Benjamin, e cresceu como um fariseu zeloso da Lei (Atos 26.5), tinha um irmã que vivia em Jerusalém e numa situação adversa recebeu ajuda de um sobrinho (Atos 23.6,16).
3. Paulo, chamado para os gentios.
De início, Paulo era um perseguidor de judeus convertidos ao cristianismo. No entanto, na estrada para Damasco, teve uma visão que lhe causou imediata cegueira. Já em casa, foi visitado pelo profeta Ananias que, a mando de Jesus, curou-o da cegueira. Logo depois, foi batizado e começou a pregar o Evangelho aos judeus de Damasco, até ser expulso por eles. De Damasco, foi para Jerusalém encontrar-se com os apóstolos, retornou a Tarso e de lá começou sua peregrinação com Barnabé, tendo como primeiro ponto missionário Antioquia.
Paulo dedicou-se corpo, alma e espírito ao ministério que Jesus lhe confiou, pregando em vários países, escrevendo cartas inspiradas pelo Espírito Santo com o objetivo de edificar os cristãos (Atos 20.24). O Novo Testamento reúne um total de 21 cartas, sendo que 13 são lavras do punho do apóstolo, que preso em Roma, foi degolado por ordem do imperador Nero.
Ao ser encontrado por Jesus no caminho de Damasco, o Senhor falou a Paulo em hebraico, e, além de dizer "Saulo, Saulo, por que me persegues?", ainda disse "Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões" (Atos 26.14), isso se inclui devido a resistência feroz do povo judeu ao cristianismo. O que levou o apóstolo a conscientizar-se que o exercício do apostolado encontraria resistência e requereria de sua parte paciência e perseverança, com a finalidade de fazer com que as almas abrissem os olhos e se convertessem (Lucas 24.31; Atos 26.18).
O ser enviado é a tônica apostólica. Devemos notar que "apóstolo" não é um título de "status", mas uma referência ao ministério de Paulo, ou seja, uma chamado de Deus sempre caracterizado no Novo Testamento por uma postura de serviço. A palavra significa "enviado", "embaixador", e podia ser aplicada a um representante do governo ou da pessoa que o enviou. Todo missionário é chamado e enviado. O ser enviado é a tônica apostólica. O Evangelho de Cristo é a sua mensagem. Missionários fazem muitas coisas, mas, a ênfase da mensagem apostólica esclarece aquilo que Deus fez na pessoa de Jesus Cristo, contam as Boas Novas do plano da salvação, contam as Boas Novas do plano da salvação.
Em todas as suas cartas, Paulo desenvolve as suas posturas e conselhos, explícita ou implicitamente, através da sua leitura das Escrituras. Ao escrever para a Igreja em Corinto, demonstra ter consciência de que fora chamado (kletos) para ser enviado aos gentios. A consideração missionária sobre a sua trajetória de viagens destoa da visão contemporânea de "apóstolos".
No relato de sua conversão perante o rei Agripa, registrado em Atos 26.16-18, primeiro Paulo enfatiza a esperança da promessa de Deus, fazendo referência aos ensinos de Moisés e aos profetas a respeito do sofrimento de Cristo (Atos 26.22; Lucas 24.26-27; 44-47). A esperança citada por Paulo abrange a ressurreição de Jesus, e jamais o abandonou, levando-o a preferir a morte do que negar sua fé no Salvador (Atos 23.6; 24.15; 26.8). O ser enviado é a tônica apostólica.
Paulo menciona em 2 Coríntios 1.8 que ele e seus amigos chagaram a perder a esperança pela vida. Esta ocasião referia-se a uma perseguição que ele e seus companheiros enfrentaram em Éfeso, conforme relata Lucas em Atos 19, e que quase o levou à morte. O plural "nós", segundo o Pastor Elienai Cabral, tinha um caráter particular, referindo-se a si mesmo. "Tribulação", neste texto da segunda carta aos crentes de Corinto, pode também referir à alguma doença grave de que Paulo tenha sido cometido. "O desespero da vida" pode ser um modo de afirmar que houve pressão física e psicológica, ao ponto de considerar que "até a vida desesperançamos."
II - O MUNDO CULTURAL DE PAULO
1. A língua mundial daqueles dias era o grego.
Em 331 a.C., o general grego Alexandre, o Grande, conquistou a Pérsia e passou a governar o mundo antigo. O grego "comum" se tornou o idioma que a maioria das pessoas entendia. O alfabeto grego tem 24 letras e foi o primeiro alfabeto a incluir vogais.
Os seguidores de Jesus que escreveram o Novo Testamento desejaram transmitir as Boas Novas ao mundo todo, daí traduzirem para o grego aquilo que Jesus havia dito em aramaico, mantendo o aramaico apenas em alguns trechos.
Jesus usou as palavras aramaicas "Talita cumi!", quando se dirigiu à filha de Jairo. Os autores dos Evangelhos acrescentaram a tradução para o grego que, em nossa língua é "Menina, eu te mando, levanta-te (Marcos 5.41).
As frases e os livros eram escritos da esquerda para a direita. Em Apocalipse 1.8, encontramos: "Eu sou o Alfa e o Ômega", a primeira e a última letra do alfabeto grego. É possível que a evidência arqueológica mais antiga do Novo Testamento, descoberta até hoje seja um fragmento de papiro com 6 X 9 centímetros que contém algumas linhas do Evangelho de João. Escrito em grego, é datado de 130 d.C. e conhecido como o Fragmento de John Rylands ou Papiro 52.
2. O mundo cultural do apóstolo Paulo.
Os desdobramentos político e geográfico do império romano durante os anos do ministério do apóstolo Paulo, impactou favoravelmente a difusão da obra missionária empreendida por ele. Por meio da "pax romana", um ambiente de relativa paz no império, de suas malhas viárias e seus meios de transportes, o apóstolo teve uma boa oportunidade para realizar diversas viagens missionárias.
3. A influência da filosofia grega.
Sobre a cultura grega, o grego koiné mostrou-se relevante na difusão dos escritos apostólicos, além da a filosofia grega abrir oportunidades para novos pensamentos e ideias. Esse fenômeno linguístico e cultural trouxe grandes oportunidades para o ministério do apóstolo no mundo gentílico.
III - O MUNDO RELIGIOSO DE PAULO
1. Paulo se identifica como judeu.
Paulo foi um obreiro exemplar na religião judaica, na cultura grega e no Império Romano.
2. Paulo foi criado dentro da fé judaica.
O apóstolo Paulo era perito no ensinamento da religião judaica, que influenciava determinadas áreas do império por meio das sinagogas. A moral judaica como fruto da Lei de Moisés trouxe grande contribuição ao ministério do apóstolo. Esse contexto ajudou na comunicação do Evangelho pelo ministério do apóstolo.
3. O mundo: palco da mensagem de Paulo ao povo gentílico.
Paulo foi o maior missionário da história da igreja. Suas estratégias evangelísticas são exemplos a serem seguidas. Estudar o conteúdo da sua mensagem e a relevância de seus modos de agir é um desafio para a igreja contemporânea. Alguns planejamentos merecem ressalto:
3.1. Paulo sempre acreditou no poder da verdade para converter os corações. Ele pregou com lágrimas, mas sem perder o foco e o raciocínio. Por onde passou, apresentou as Escrituras e persuadiu as pessoas a crerem em Cristo. Na dependência do Espírito, usou todos os raciocínios lógicos e racionais; rejeitou a sabedoria humana, porém, fez uso da sabedoria divina.
3.2. Paulo sempre plantou igrejas em cidades estratégicas. Fiel a Deus e relevante como pregador das Boas Novas, Paulo lia constantemente as Escrituras e conhecia a cultura. Jamais mudou a mensagem, sempre buscou os melhores métodos para alcançar os melhores resultados. Por isso, procurou sempre plantar igrejas em lugares geográfica, econômica e religiosamente importantes, pois sabia que as igrejas nessas cidades se tornariam multiplicadoras na evangelização mundial.
3.3. Paulo sempre usou os lares como lugares estratégicos para a evangelização e o ensino. Os lares são embaixadas de Deus na terra, agência de evangelização e escola de discipulado. Com habilidade e ousadia, aproveitou o ambiente residencial das famílias para testemunhar a judeus e gregos a importância do arrependimento e da fé em Cristo Jesus.
3.4. Paulo sempre desenvolveu seu ministério cristão em lugares seculares para alcançar as pessoas não religiosas. Ia ao encontro dos pecadores onde eles estavam. Era excelente orador em ruas e praças. Precisamos estar conscientes do que existe no mundo atual que seja útil para a propagação do Evangelho. O exemplo do apóstolo indica que o líder cristão precisa querer sentir cheiro de gente descrente, ir aos espaços neutros como hospitais, hotéis, escolas, fazer uso das tecnologias das comunicações com o objetivo de converter as almas ao senhorio do Salvador.
3.5. Paulo sempre buscou as sinagogas para alcançar os religiosos. Ele sabia que no ambiente religioso encontraria pessoas tementes a Deus reunidas para orar e estudar a Lei. Seu propósito era argumentar com elas, a partir do Antigo Testamento, que o Jesus histórico é o Messias, o Salvador do mundo. Nos dias atuais, diversas seitas proliferam no mundo, e é necessário que exista disposição no coração dos cristãos para abrir os olhos dessa gente enganada pelos ardis satânicos.
CONCLUSÃO
Muitos concordam que depois de Jesus Cristo, Paulo foi é o líder mais importante da Igreja. Pela inspiração do Espírito Santo, ele sistematizou e ensinou a fé cristã para os gentios. Por tudo, a vida de Paulo tem muito a dizer para a nossa prática da vida cristã.
Compilações:
Bíblia com Enciclopédia Bíblica Ilustrada., edição 2011, Barueri, São Paulo - SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Bíblia Missionária de Estudo, edição 2014, Barueri, São Paulo - SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Minidicionário Bíblico. David Conrado Sabag. (Difusão Cultural do Livro).
Pequeno Dicionário Bíblico S.E. McNair. edição 2016. Bangu. Rio de Janeiro - RJ. (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Nota: Temos o propósito de atualizar esta página como forma de contribuir com subsídios à Escola Bíblica Dominical. Contamos com sua presença virtual aqui. vvvvvvvvv
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