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quinta-feira, 25 de julho de 2019

O que significa "Tome a sua cruz e siga-me"? As interpretações erradas sobre este texto bíblico


"Então Jesus disse aos seus discípulos: 'Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me' " - Mateus 16.24.

O que Jesus quis dizer ao falar "tome a sua cruz e siga-me? Qual é a cruz que o crente deve carregar para obedecer a ordem do Mestre?

O problema de alguns é fazer interpretação equivocada do significado do termo "cruz". O texto em Mateus 16.24 a 28, e os corretados encontrados em Marcos 8.34 a 9.1 e Lucas 9.23 a 27, estão claros ao leitor. A recomendação de Cristo é no sentido de deixar interesses humanos em segundo plano e ter disposição plena de entregar-se de corpo, alma e espírito ao Senhor. Mas, ao invés disso, os tais não examinam a si mesmos, não abandonam a prática de pecados, e colocam atenção no próximo e fazem queixas deste próximo.

CHAVÃO

Chavão é o aumentativo de chave. Relacionado à comunicação, é a descrição de frases de efeito, frases que pessoas incorporam em textos e conversas, mas que não são de sua autoria e estão no âmbito do conhecimento geral. Por causa do uso repetitivo, dirigido a quem já os conhece, o uso de chavões tem como consequência causar impressão negativa aos que o usam.

JARGÃO

O substantivo "jargão" significa linguajar viciado, conota expressões de palavras e frases cujo conteúdo ao invés de esclarecer, pode confundir quem a lê ou escuta. Deveria transmitir informação, porém faz o contrário, corrompe a comunicação esclarecedora. Em muitas situações, indica o uso de gíria, é sinônimo de modo vulgar de falar. O jargão aparece propositalmente ou por incapacidade de travar conversação à contento, por escrito, ou em discursos e diálogos quando o emissor tem dificuldade para manifestar opinião e expor temas comuns ou atípicos, da ordem pessoal ou pública. O jargão toma proporções críticas quando dirigido a indivíduo fora de área profissional ou de determinado grupo social restrito.

Ao cristão convém se comunicar de maneira a se fazer plenamente entendido, seja na informalidade da vida cotidiana ou como expositor de conteúdo bíblico na tribuna de uma igreja, no evangelismo ou durante ministração aos enfermos. É importante evitar o jargão, pois a mensagem do crente não deve carregar o duplo sentido. A falta de compreensão desencaminha o interlocutor. A incompreensão no falar não corresponde à característica de ser a luz entre as trevas. Ao se expressar, que haja excelência na fala.

Ao falar, o crente consciente reflete sobre o conteúdo das Escrituras, para que todo aquele que o ouve se veja motivado à reflexão sobre a vontade do Senhor. "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus lhe dá, para que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!" - 1 Pedro 4.11.

CHAVÃO E JARGÃO INCONVENIENTES COM O PALAVRA "CRUZ"

Está no consenso da sociedade a frase “fulano é a cruz que eu carrego”; mas o crente não pode ser guiado pelo linguajar do mundo, precisa se deixar levar pelas orientações da Palavra de Deus. Este dito popular é chavão e jargão. E tais chavões e jargões precisam ser evitados, pois são equivalentes às palavras frívolas e torpes, que as Escrituras nos orientam a não expressá-las (Mateus 13.36; Efésios 5.4).

Quem ainda não ouviu "minha esposa é minha cruz"? 

A Palavra do Senhor nos mostra que Deus é quem criou o casamento, o matrimônio é uma bênção e não um fardo difícil de ser carregado.

• Provérbios 5.18: "Seja bendito o seu manancial, e alegre-se com a mulher da sua mocidade".

• Eclesiastes 9.9: "Aproveite a vida com a mulher que você ama, todos os dias dessa vida fugaz que Deus lhe deu debaixo do sol, porque esta é a parte que lhe cabe nesta vida pelo trabalho com que você se afadigou debaixo do sol". 

Quem ainda não ouvir a frase "esse filho é a cruz que eu tenho que carregar"?

As Escrituras informam que os filhos não são cruzes. O primeiro mandamento que Deus deu a Adão e Eva foi: “Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra” (Gênesis. 1.28).

Os filhos, biológicos ou recebidos por adoção, não são maldições na vida do casal. Ao contrário disso, são bênçãos (Salmos 128.1-6). Filhos são galardões que o Criador dá aos casais. Galardão é sinônimo de “prêmio”, portanto, pais são pessoas premiadas pelo Criador.  (Salmos 127.3-5).

COMO PROCEDER ENTRE FAMILIARES CAUSADORES DE INTRANQUILIDADE? 

É claro, não fugimos da realidade quanto ao fato de existir muita gente problemática neste mundo, marido e esposa que geram tristeza e filhos que, ao invés de produzir nos pais alegria e orgulho, tiram o sono e envergonham aqueles que os colocaram nesse mundo. Mesmo que a situação em família esteja composta de momentos turbulentos, ainda assim não existe um só texto bíblico que descreva gente problemática como uma cruz a ser carregada pelo cristão. O que fazer, então?

O marido e a esposa. 

É preciso determinação para que haja felicidade no casamento. Um dos fatores mais importantes para que isso ocorra é cuidar para que a confiança entre os dois jamais se desfaça. Nada melhor para isso do que ser sempre alguém cheia de bondade e viver sendo fiel a Deus e também com a pessoa que escolheu para ser a companhia de enlace conjugal (Salmos 18.25).

Quando um matrimônio é realizado, a intenção dos nubentes é que tudo seja perfeito. Mas, apesar de haver afeto entre marido e mulher, ao passar dos anos pode acontecer conflitos entre as duas personalidades, que o apóstolo Paulo descreve como angústia na carne (1 Coríntios 7.28). Para manter a qualidade do relacionamento ao longo da vida, o casal necessita possuir interesse pelo bem-estar do seu cônjuge (Filipenses 2.3-4); tratar o outro como pessoa de alta estima, sem esquecer que Deus deseja que seus servos ajam com brandura e evitem brigas (2 Timóteo 2.24).

A tática infalível para dissolver problemas de relacionamentos consta na Bíblia Sagrada: "Acima de tudo, porém, tenham muito amor uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão de pecados" - 1 Pedro 4.8.

Pais e filhos.

Ao abordar a questão do relacionamento complicado, o apóstolo Pedro escreveu o seguinte: "Peço igualmente aos jovens: estejam sujeitos aos que são mais velhos. Que todos se revistam de humildade no trato de uns com os outros, porque 'Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes' Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, os exalte. Lancem sobre ele todas as suas ansiedades, porque ele cuida de vocês"  (1 Pedro 5.5-6).

É preciso exercitar o amor e a fé, com relação aos familiares de difícil relacionamento. A oração em favor deles precisa ser revestida com “a fé que traz à existência as coisas que não são”, é necessário buscar a Deus com perseverança e a confiança de que o Senhor é o galardoador daqueles que o buscam. Deus quer salvar vidas, e está atento aos intercessores.

OS SIGNIFICADOS DAS CRUZES DE CRISTO E DOS CRISTÃOS

Pela perspectiva histórica, a cruz é o instrumento de tortura e morte usado durante o tempo do Império Romano. A crucificação era aplicada como método de executar pena de morte a indivíduos que estavam condenados pelas autoridades. Segundo conta a Igreja Ortodoxa Oriental, a cruz era confeccionada com três tipos de madeira: pinho. cedro e cipreste.

Literalmente, Jesus Cristo carregou a cruz romana, seus pés e mãos foram fixados nela com pregos e Ele morreu em consequência dessa barbaridade na qual foi submetido. Teologicamente, a cruz vazia é um dos símbolos mais significantes do cristianismo, remete à crucificação do Filho Unigênito do Pai celeste como o Cordeiro de Deus que veio resgatar os pecadores arrependidos de seus pecados. Através da morte e da ressurreição de Jesus, todo aquele que crê pode obter o perdão, a salvação e a vida eterna. A ressurreição é a garantia de que todos os cristãos mortos serão ressuscitados no Arrebatamento da Igreja.

Os relatos de João, Lucas, Marcos e Mateus dizem que os soldados romanos teceram uma coroa de espinhos e colocaram na cabeça de Cristo, com o objetivo de zombar de sua declaração que era uma autoridade divina e para causar-lhe dor. Desde o sacrifício do Senhor no Calvário, tal estrutura causadora de mortes se transformou em figura emblemática para cristãos e não cristãos. Ela simboliza o sofrimento de Jesus por nós e a nossa redenção porque Jesus aceitou padecer nela em nosso lugar.

Qual é a cruz que o cristão tem que carregar?

Jesus manda os cristãos carregarem uma cruz, mas esta cruz não é de madeira, ela tem sentido figurado, significa escolher obedecer a Deus e desprezar os desejos da nossa natureza humana, quando estes desejos representam desprezar as recomendações do Senhor, que estão registradas na Bíblia Sagrada. Carregar esta cruz é o mesmo que decidir por conta própria ser pessoa mansa e humilde de coração, significa trocar as obras da carne pelo caminhar no Espírito (Gálatas 5.19-23).

Certa vez um pastor, falando sobre momentos de conflitos entre pessoas, disse-me que se a raiva dominar o coração, a única atitude correta a ser feita é adiar decisões e declarações, esperar que a situação volte a ser tranquila para reagir. Em conversa com outro pastor, ele comentou comigo que a reação correta do cristão diante das adversidades que o surpreende é mais importante que as suas ações, também corretas, em tempos de bonança.

CONCLUSÃO

A mentalidade de pessoas que ainda não se entregaram a Cristo raciocina errada,  conclui que carregar essa cruz que Cristo pede que levemos, é uma situação difícil. Estão enganadas. Quando decidimos servir ao Senhor, o Senhor vem ao nosso encontro e troca o peso que está sobre nós por uma leveza indescritível (Mateus 11.28-31). Então, aquele que era escravo de acessos de raiva, é transformado em alguém capaz de dominar os ataques de nervos; o sujeito que era dominado pelo costume de mentir, passa a sentir prazer apenas com o uso da verdade e vence o péssimo hábito; aquela que se relacionava amorosamente com o marido alheio, apruma seus apetites sexuais e ora a Deus para que possa experimentar um romance que dignifique a sua história.

Em João 8.36, está escrito que Cristo liberta os pecadores!

E.A.G.

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