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sábado, 1 de junho de 2019

Adoção: um ato de amor


A adoção é um ato de amor que pode salvar vidas. No Brasil há cadastrados mais de 6 mil crianças e adolescentes aptos para serem adotados. Em contrapartida existem 35.226 pretendentes a pais adotivos igualmente cadastrados (isso mesmo, cerca de 5 pretendentes para cada criança ou adolescente necessitado).

Os números de crianças em situação de abandono já poderiam estar zerados, mas adoção não é uma questão de matemática. Entendemos que há muitas variáveis nesse processo, tais como crianças especiais, ou com irmãos que precisam ser adotados juntos, entre outros. A adoção não é apenas uma questão de amor, mas é principalmente um compromisso cheio de responsabilidades.

A Bíblia apresenta histórias que ilustram alguns tipos de adoção. Vejamos:


a) Adoção parental

A Bíblia mostra alguns exemplos desse tipo de adoção. Um caso bem conhecido é o de Moisés, que foi adotado pela filha de Faraó (Êxodo 1.22; 2.5-6). Tal ato lhe poupou a vida e (como passou a ser membro da realeza egípcia) isso lhe deu oportunidade de aprender ciências, política, sobre liderança e principalmente a ler e escrever. Habilidade esta que permitiu que, no futuro, Deus usasse para escrever 5 livros que hoje estão em nossa Bíblia.

Há também a história da orfã Hadassa, criada por seu primo Mardoqueu, que lhe encaminhou de tal forma que a tornou rainha de um império que escravizava o povo hebreu (Ester 2.5, 7).

E a mais decisiva de todas: a adoção de Jesus por José (Mateus 1.19-21). Jesus "precisava" ser reconhecido como filho de José, pois haviam profecias que anunciavam o Messias como um descendente de Davi (Mateus 1.1, 16). Além disso, todo o cuidado, educação, proteção e sustento que José promoveu a Jesus, preservou a vida do Salvador ao longo dos anos de vulnerabilidade da infância e adolescência (Mateus 2.13-14). Jesus foi um filho adotivo!


b) Apadrinhamento material

Algumas adoções são um comprometimento de proteção e sustento. Esse foi o caso do adulto, enfermo e órfão Mefibosete. Ele foi adotado por Davi porque era filho do seu grande amigo Jônatas. Davi o tirou da miséria, o hospedou, lhe devolveu terras e garantiu a preservação de sua vida (2 Samuel 9.6-9).


c) Adoção espiritual

Ocorre quando alguém assume a responsabilidade de ensinar, ajudar e fortalecer outra pessoa que necessita de apoio e auxílio na fé. Podemos citar o nome de Saulo e Barnabé. Saulo era um perseguidor da Igreja, e sua conversão era questionada por muitos. Ele foi enviado pelos irmãos da comunidade para sua terra natal. Foi Barnabé quem o buscou, quem acreditou no potencial dele e quem iniciou Paulo no ministério (Atos 11.25).

Barnabé era um homem dedicado a gerar filhos na fé, da mesma forma que ele orientou Paulo, ele também acolheu e ensinou João Marcos. E perseverou em cuidar dele, mesmo quando o próprio Paulo não o apoiou (Atos 15.37-39). O resultado nós sabemos, este jovem se tornou o autor do Evangelho de Marcos e o Apóstolo dos Gentios reconheceu o seu valor futuramente (2 Timóteo 4.11).

Entretanto, a história mais incrível de adoção que há na Bíblia é a nossa. Nós fomos adotados por Deus. Em Cristo recebemos o direito de sermos chamados filhos de Deus (João 1.12). Deus nos adotou mesmo conhecendo os nossos defeitos, nossos pecados e nosso caráter. Ele nos tornou seus filhos, transformando-nos também em herdeiros simplesmente porque nos amou (Romanos 8.17; Efésios 1.4,-5; Gálatas 4.6-7).


d) Adoção é um desafio atual

Em nosso país, qualquer pessoa adulta pode adotar, seja solteira, casada ou viúva, desde que tenha condições de proporcionar uma vida digna para a criança. Claro que existe um processo burocrático e outras avaliações que visam garantir a segurança do adotado. Mas não é impossível!

Todos os que desejam amar a alguém assumindo a paternidade ou a maternidade de alguma criança ou adolescente em situação de abandono podem procurar a Vara da Infância e da Juventude de seu município.

Outra forma de praticar é procurar alguma família, criança ou adolescente que precise de ajuda financeira, oportunidade de estudo, que necessite de abrigo ou mesmo de apoio emocional e oferecer apoio pessoal. Há pessoas e famílias que praticam esse tipo de "apadrinhamento".

Todo cristão pode praticar a adoção, especialmente a espiritual. Discipulado é outro nome para adoção espiritual. Assumir a paternidade espiritual de alguém novo na fé é um desafio para todos. Abra seu coração para este tema e veja em qual dessas três opções e Espírito Santo te desafia.
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Fonte: Mensageiro da Paz, ano 89, número 1608, maio de 2019, página 6, coluna Em Tempo, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

Flavianne Vaz, autora deste artigo, é historiadora, possui formação teológica pela FTSA e trabalha no Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (Cemp/CPAD).

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