Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

domingo, 21 de outubro de 2018

A reciprocidade nossa de cada dia


Assim como o controle do tempo não está em nossas mãos, não controlamos o amor que os outros têm por nós. O cônjuge, os familiares, os vizinhos, os colegas de estudos e trabalho que gostam da gente, têm uma determinada intensidade do bem-querer dedicada a nós, mas nem sempre expressam tal apreço com exuberância, não correspondem satisfatoriamente nossa expectativa.

Ninguém pode obrigar a ser amado como considera ser o jeito correto que merece ser amado. Não podemos exigir de alguém que, simplesmente, demonstre para nós - e aos que estão em nossa volta - o sentimento de alta estima que possui para conosco. Não há método justo que faça com que um ser humano sinta amor por outro ser humano sem que haja nesta relação a vontade própria de amar e se expressar sobre o que está sentindo.

O comportamento habitual nas relações interpessoais, embora existam raras e valiosas exceções, é o seguinte: para ser uma pessoa realmente querida, é necessário querer oferecer o amor ao próximo através de atitudes coerentes com nossas palavras e até com o nosso silêncio. As relações de amizade e de amor romântico não são sustentadas apenas com declarações de afetividade. Sendo assim, usemos cada momento para compartilhar o amor a todas as pessoas que estão ao nosso alcance por meio de ações claras, gestos compreensíveis  Na mesma medida do nosso compartilhamento de afeto, quase sempre receberemos a mesma proporção de dedicação de volta.

Tudo o que há no mundo transmite alguma informação. O silêncio, as expressões corporais das pessoas, o relógio, o livro, as experiências da velha rotina e a surpresa que acelera nossa batida cardíaca. Mas no final, somos nós que decidimos o que faremos com a mensagem recebida e a que enviaremos a cada dia aos nossos achegados de perto ou de longe. Somos nós que resolvemos esconder ou publicar o tamanho da sensibilidade e calor humano aos que nos retribuem a bem-querência. Nós é que decidimos ocultar ou revelar a amabilidade aos que vivem às turras e trancos e barrancos. Que as pessoas saibam que as amamos. Declaremos nosso amor, amando.

Analisemos tudo, aproveitemos somente o que realmente é aproveitável. Diuturnamente.

E.A.G.

Nenhum comentário: