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terça-feira, 15 de maio de 2018

O destino final da alma

Ao estudarmos sobre o nosso futuro no porvir, o destino final da nossa alma, precisamos ter em mente que existem certas verdades bíblicas notáveis neste assunto tão fora do comum.


1. Supostas contradições bíblicas

As passagens Eclesiastes 9.3-6; Lucas 16.26-27; Apocalipse 6.10 não estão em choque.

O primeiro texto diz que os mortos nada sabem, mas nos dois últimos nos é revelado que eles estão conscientes em tudo. Como entender isso? É que no primeiro texto Salomão trata simplesmente do que é material, abrange apenas o que se acha debaixo do sol. Nesta condição, os mortos deixaram de fazer parte das informações da rotina cotidiana entre os vivos. Porém, quanto ao seu estado além-túmulo, os mortos estão conscientes de tudo, pedem, rogam, cantam e sentem os horrores e também gozam de descanso por ordem do Senhor, dependendo se salvos ou perdidos.

Crítica ao livro A Divina Revelação do Inferno
Hank Hanegraaff - Existe evidência de vida após a morte?
O Inferno é somente uma metáfora para a sepultura?


2 A definição da alma

Que é realmente a alma? De acordo com o Pequeno Dicionário Bíblico S. E. McNair (publicado pela CPAD), alma é "o consciente foco da personalidade humana." No idioma hebraico, usado no Antigo Testamento, e no grego do Novo Testamento, há várias palavras traduzidas por alma, estas também são vertidas ao português como vento, espírito, vida e coração. A descrição vista no verbete conclui explicando que "exceto nas cartas paulinas, há pouca discriminação entre alma e espírito".

A alma é a personalidade distinta de cada indivíduo, inclusive depois de falecer. Alma não é fôlego ou sopro, tais definições se consistem em figura de linguagem, feitas com a intenção de esclarecer a questão incorpórea, impalpável e invisível da alma (Jó 34.14; Isaías 42.5). Porém, para muitos, baseados em textos bíblicos isolados, alma é apenas um sopro, vida física ou outras vezes apenas espírito. Entretanto, um estudo esmerado da Palavra de Deus, revelará que "alma", é uma entidade distinta e espiritual da própria ser humano.

O homem foi feito alma vivente diferente de todas as demais criaturas. Portanto, alma e espírito são partes não físicas do homem. Por ocasião da morte o espírito deixa o corpo (Tiago 2.26), mas, pode voltar a ele, segundo a vontade do Criador (1 Reis 17.21, 22; Atos 20.10).

Nunca devemos confundir alma no sentido animal, que é vida física, e alma no sentido espiritual, que é a personalidade indestrutível do indivíduo (Gênesis 1.20; Eclesiastes 3.21). Quando Jesus disse: "Agora a minha alma está angustiada...", se referia a seu ser espiritual, sua personalidade completa diante do Pai (João 12.27). 

A alma diferencia uma criatura da outra, também estabelece a individualidade com responsabilidades morais independentes (Êxodo 1.5; Romanos 13.1). A alma faz, também, distinção entre nós e os seres inferiores e até entre os anjos.


3. A questão da consciência da alma após a morte do corpo 

Por ocasião do óbito, muitos acham que a alma dorme no pó da terra; outros acham que a alma está no "purgatório", expurgando seus pecados. Outros acham que ela permanece por algum tempo entre os vivos, perturbando uns e outros. Tudo isso não passa de suposições.

Quem morre está consciente de tudo, somente não possui condições para realizar atividade debaixo do sol. A parábola O Rico e Lázaro, relatada por Cristo, elucida a situação futura da alma humana e é um obstáculo contra todas as falsas doutrinas que exploram o tema "tormento que nunca acabará". O que Jesus ensina é claro, categórico, conclusivo. Nota-se que Lázaro não perdeu a sua personalidade, nem tampouco o rico, este também reconheceu Abraão (Lucas 16.23).

Moisés morreu e seu corpo desceu à sepultura, no entanto, com as mesmas personalidades depois da morte, reapareceu diante do Senhor na transfiguração conversando distintamente acompanhado do profeta Elias (Deuteronômio 34; 5, 6; Mateus 17.3; Marcos 9.3).

Os que defendem a inconsciência da alma após a morte, devem notar aqui, que Abraão, Lázaro e o rico, todos estão bem conscientes, conversando, lembrando, pedindo, gozando e sofrendo... 

De modo algum a Palavra de Deus esboça a doutrina da inconsciência da alma depois da morte. Vamos, pois, citar outros textos neste sentido. Desde os dias dos patriarcas a crença da alma ingressar no outro mundo após a morte do corpo, é bem clara.
a. Os mortos iam para junto dos seus entes queridos (Gênesis 25.8; 35.29; 49.33). Podemos notar que os pais dos patriarcas tinham plena existência após a morte. O Senhor Jesus confirma isso, com toda a certeza, dizendo: "Ele não é Deus de mortos, mas de vivos..." (Mateus 22.32; Lucas 20.38). Portanto, aos olhos de Deus todos os que já morreram continuam existindo.
b. Vejamos o que Ezequiel (32.17-32) viu no chamado "roll das nações ímpias no Sheol". Mesmo depois da morte, no Sheol, os egípcios são os mesmos egípcios, e os assírios, continuam assirios etc. Todos com as mesmas características.

Notemos os seguintes pontos, sobre a existência da mesma personalidade dos ímpios após eles morrerem:
• A existência de características morais, como generais, guerreiros etc; 
• A iniquidade que cometeram na terra; e que pelas mesmas sofrerão no além-túmulo. Isso é ensinado tanto no Antigo como no Novo Testamento, que a existência futura, seja de júbilo ou de sofrimento, é eterna (Mateus 25.46; Marcos 9.48). E que, na mesma extensão, os justos e os injustos, estarão conscientes diante do juízo (2 Coríntios 3.10; Apocalipse 20.12).
Meditemos em Apocalipse 7.9-10: Notemos que aqui se está falando sobre todos os crentes que morreram como vítimas no período da Grande Tribulação, e não dos mártires do passado, como alguns entendem. Todos cantavam um cântico expressivo de salvação. Este extenso ajuntamento representa os muitos, possivelmente milhões de pessoas salvas naquele período escatológico. Aquela gente teve vestes sujas pelo pecado lavadas pelo sangue do Cordeiro e cada uma delas foi comprada pelo Cordeiro e presenteada com vestidos de roupas brancas (Apocalipse 7.9-12). Cheia de alegria, entoaram louvor.

Como pode alguém cantar inconsciente e saber de pormenores como os mencionados por eles no texto? Alguns até estão pedindo vingança para seus algozes (Apocalipse 6.10).


4. Abordagem sobre os destinos díspares do rico e Lázaro (Lucas 16.19-31).

Observemos novamente os detalhes contidos na parábola O Rico e Lázaro.

Em vida, o rico dispunha de todos os prazeres, mas não condoía de seus semelhantes. Mendigo e coberto de chagas, Lázaro era um entre muitos miseráveis que sofriam muito.

Ambos encontraram um fim existencial neste mundo. Certamente o rico, recebeu as melhores pombas e solenidades religiosas em seu funeral, houve muitos discursos fúnebres, muita prece, e foi bem sepultado. Lázaro, o pobre, por sofrer daquelas feridas imundas, possivelmente tenha sido levado numa carroça velha para o vale de Hinom e ali incinerado, sem que a despedida contasse com número expressivo de pessoas presentes chorando por ele partir.

Porém, no outro lado, na eternidade, a cena é diferente. Após a morte, o homem pobre, por ser pessoa reverente ao Senhor, foi levado pelos anjos ao paraíso, ao lugar de alegria espiritual conhecido como seio de Abraão, o pai dos que creem em Cristo como Salvador (Gálatas 3.7). Lá, em companhia do patriarca seu sofrimento teve fim. Por sua vez, o rico, foi levado ao Hades, pois durante a sua existência terrena foi pessoa egoísta, desonesta e fraudulenta. Ali passou a ser atormentado, ininterruptamente, pelas chamas e acusado pelos próprios pecadores.

Segundo a Palavra de Deus, existem somente dois caminhos para a eternidade, e dois destinos diferentes: Céu e Inferno (Provérbios 15.24). Jesus é o Caminho, certo e seguro para o Céu (João 14.6). Então Satanás é o condutor ou caminho para o Inferno (1 Timóteo 5.15; Mateus 25.41).

Toda pessoa tem de parar o que faz e pensar sobre os dois caminhos (Deuteronômio 30.15, 19). Devemos decidir o futuro da nossa alma por toda a eternidade. Para ir para o Céu, é preciso buscar a Jesus e tê-lo como nosso Senhor e Salvador. E, para ser levado ao Inferno, não é necessário se preocupar com a realidade existente após a morrer, nem se quer acreditar que o castigo eterno existe.


5. A questão da consciência da alma nos livros Ezequiel e Apocalipse

Devemos notar que tantos os mártires na glória quanto os ímpios no lago de fogo ardente estão plenamente conscientes. Confira: Apocalipse 7.9 e 14.10-11.

A visão veterotestamentária: No Antigo Testamento o termo usado muitas vezes dizer que um indivíduo havia morrido, era:
• "foi recolhido ao seu povo";
• "foi pelo caminho de toda a terra"
• "foi para seus pais".
 A visão neotestamentária: No Novo Testamento encontramos as seguintes expressões para anunciar que um indivíduo havia morrido:
• Dormir no Senhor (1 Tessalonicenses 4.16);
• Dormir em Cristo (1 Coríntios 15.58);
• Partir para estar com Cristo (Filipenses 1.23);
• Ser recebido por Cristo (Atos 7.60); e
• Apresentar-se diante de sua glória,sem defeito e em grande gozo (Judas 24).
Por essas e muitas outras passagens, podemos notar que os que dormem em Cristo já estão parcialmente experimentando a felicidade espiritual. E que os ímpios falecidos estão sofrendo, muito embora provisoriamente. Morrem e vão ao Sheol ou Hades, Mas, porém, um dia sairão de lá, serão levados ao Inferno em caráter definitivo, conforme diz Apocalipse 20.13-15 (veja também Salmo 9.17).


6. Todos serão julgados (Apocalipse 20.11-15)

A Palavra de Deus quando se refere ao mortal, tem em vista o corpo e não a alma. Por exemplo, em Ezequiel 18.20 quando diz: "A alma que pecar, esta morrerá", naturalmente isso se refere ao juízo de Deus sobre um pecador, com a morte física; passando a sua alma a sofrer os danos da segunda morte (Apocalipse 20.6).

Há os que negam o juízo, dizendo: "Deus é bom e justo e não lançara ninguém no inferno". Sim, tudo isso é verdade, mas é o próprio homem quem se lança com suas próprias mãos, recusando o caminho provido por Deus e a sua dádiva, desobedecendo a Palavra de Deus (Mateus 25.41, 46; Apocalipse 20.15).

O julgamento de Deus é perfeito, diferente do humano, jamais se baseia em suposições, provém da verdade. A salvação jamais será alcançada por aqueles que confiam apenas em suas posições socioeconômicas e lugares destacados; a salvação está reservada aos que confiam exclusivamente em Cristo à sua salvação.

Deus tem destinado um dia para julgar o mundo por meio de Cristo (Atos 17.31). O juízo eterno é inevitável aos que seguem o caminho de Caim (Judas 11). As pessoas que se esquivam da comunhão com o Senhor, não terão meios de esquivarem-se do julgamento final. Se hoje passamos pelo julgamento espiritual, devemos aproveitar a chance para ser corrigido em tempo, e agradecer ao Senhor porque, se somos corrigidos em tempo, poderemos escapar da condenação eterna que o mundo experimentará (1 Coríntios 11.32).

Conclusão

Há uma alerta de Paulo sobre a eternidade que devemos considerar neste artigo. Em Romanos 2.1-16, temos a exortação do apóstolo em relação a ação e consequência. Muitos judeus acreditaram que o privilégio de terem nascido como descendentes diretos de Abraão lhe asseguraram a entrada no Céu (Mateus 3.8-9). Acreditaram que mereciam a paciência, a longanimidade as riquezas de Deus, ignorando que a benignidade do Senhor conduz ao arrependimento. Mas como eles tinham o coração endurecido, recusavam-se a arrependerem-se, acumulavam para eles a ira divina, pois colhemos o que semeados, Deus recompensa a cada um conforme a sua obra.

As Escrituras mostram que não podemos brincar com o rumo de nossa alma, pois, após a morte, o destino final não poderá ser alterado. Só há salvação para os que dão ouvidos à Palavra de Deus, arrependendo-se de suas transgressões e entregando-se ao Senhor Jesus, o Salvador (Atos 4.12).

E.A.G.

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