Por George R. Foster
A brincadeira é velha mas nunca deixa de ter suspense. Ganhamos um presente numa caixa grande, embrulhada em papel vistoso. Quando a abrimos, porém, descobrimos que dentro dela há outra caixa, que depois de aberta também contém outra caixa menor e assim por diante. Nossa expectativa vai só aumentando à medida que o tamanho das caixas diminui. E quando chegamos à última caixa, ficamos certos de que o presente, embora pequeno, deve ser algo de grande valor. Contudo, se ao abri-la constatarmos que também está vazia, temos uma enorme decepção.
O Natal pode ser assim
Geralmente cultivamos um grande senso de expectativa em torno do Natal, mas no fim encontramos pouca satisfação naquilo que compõe a festa natalina: as músicas, a decoração típica, a ceia e as ias às compras. E quando tudo termina, nos sentimos tão vazios quanto nosso bolso. Desmontamos a "árvore", guardamos os enfeites e recolocamos a casa em ordem. Fazemos o propósito de daí por diante comer menos, praticar um pouco de exercício e realizar uma comemoração diferente no ano que vem. Então quando a vida volta à sua rotina, nos entregamos aos afazeres e nos esquecemos de perguntar...
Afinal, qual o sentido disso tudo?
O Natal é a festa da família. É a época em que familiares se reúnem. E tem muito a ver também com tradição. Todos observamos alguns rituais, praticamos rotineiras; seguimos um ritmo, um tipo qualquer de comemoração.
Outro aspecto do Natal é presentear ou trocar presentes. Há ainda os pratos típicos da festa, que por vezes comemos com uma pitada de remorso ao lembrar daqueles que passam fome. E o que vamos fazer com os presentes de que não precisávamos e talvez nem quiséssemos? É claro que não desejamos ofender ninguém! Afinal, eles tinham mesmo de nos dar alguma coisa!
Por favor, não me entendam mal. Não sou daqueles que abominam o Natal. Gosto dessa época do ano, com suas luzinhas coloridas, os belos cânticos, a comida, e - o que é melhor - a presença dos familiares e amigos. Sinto um nó na garganta quando vejo as crianças abrindo seus presentes, ou as ouço cantar "Noite Feliz".
Ademais também não me esqueço de Jesus. Leio a história do seu nascimento, grato pela generosidade de Deus que nos deu essa dádiva tão valiosa: seu Filho Jesus. Sempre me encanto com o mistério da encarnação divina. Ainda fico extasiado com o fato de que o Deus eterno se tornou homem, embora por um curto período de tempo. Vejo a manjedoura mas logo em seguida a cruz, com sua importância para a redenção humana. É, Cristo está presente em meu Natal. Contudo, passadas as festas, me pergunto: Será que tudo isso era da vontade dEle?
Ainda há tempo para planejar algo diferente
Então o que devo esperar? O que devo far? Para começar, ter a convicção de que a "caixa" do Natal não está vazia. Quando chego á última, dentro dela há, sim, algo de grande valor. É Jesus. Depois que o recebemos no coração e deixamos que cresça, não encontramos no mundo uma caixa capaz de contê-lo.
É o reino de Deus
Ele cresce em nosso interior até ocupar todo o nosso ser. Expande-se exteriormente até que todos os reinos deste mundo passem a ser do Senhor e do seu Cristo. E se quisermos que Ele conquiste mais espaço neste mundo, precisamos deixar que tenha mais controle em nossa vida.
Assim como o primeiro Natal ocorreu num lugar humilde, os elementos que mais lhe conferem significado hoje também podem parecer simples e sem importância. Pode ser um telefonema para um missionário num país distante. Distribuir roupas., alimentos, brinquedos para os pobres. Convidar para a nossa ceia um parente que vive sozinho. Tomar a decisão em família de abrir mão de alguns presentes para dar algo aos necessitados.
O Natal só tem sentido se decidirmos o modo como vamos celebrá-lo, se pensarmos nos valores do reino de Deus; se demonstrarmos, de forma prática, que Cristo veio ao mundo para nós e para todos.
Feliz Natal para você e para aqueles cuja felicidade talvez dependa de você.
Fonte: Mensagem da Cruz, ano 30, nº 111, página 19, janeiro - fevereiro 1997, Venda Nova/MG (Editora Betânia).
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