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sábado, 10 de dezembro de 2016

O amor como um verbo


Por Andy Stanley
Eliseu Antonio Gomes (tradução livre)

A lição que mais gera transformação no Novo Testamento, voltadas às relações interpessoais, gira em torno do uso do termo amor. Ao abordar o assunto amor, os escritores neotestamentários nos fazem saber de algo que se faz ao contrário do senso comum que fala sobre sentimento. Enquanto a maioria das pessoas se satisfaz com a simples condição de se apaixonar, os autores do Novo Testamento nos ensinam a nos comportarmos em atitudes premeditadas de amor. Dizem a nós para tratar o amor como um verbo.

Nos Evangelhos, Jesus reiterou o famoso texto do Antigo Testamento, amar o nosso próximo como a nós mesmos, que é um imperativo. Mas Cristo foi um passo além. Ele orientou seus seguidores a amar os seus inimigos (Mateus 5.44).  Claramente, não falava sobre amor como a maioria de nós conhecemos. Referia-se ao amor segundo o ponto de vista de um verbo: a decisão de tomar atitudes benignas acima dos sentimos.

A forma verbal do amor é a marca da fé cristã. Também é a marca registrada de todos os relacionamentos importantes. Grandes vínculos são construídos tendo como base as boas decisões, não são erguidos através da emoção. Apaixonar-se é fácil; requer apenas um impulso involuntário. Permanecer amando exige mais. Essencialmente, abraçar o amor como um verbo.

Por mais sensata e simpática que possa parecer a ideia de adotar o amor como um verbo, tal adoção não é comum. A cultura em que vivemos não está caracterizada por este estilo de vida, não aceita o amor como um verbo, não está acostumada a ideia de que o amor é uma premeditação em fazer o bem ao próximo.

A sociedade atual é definida pela distorção multifacetada à Regra de Ouro:

• faça aos outros o mesmo que eles fazem a você;
• faça o bem aos outros apenas se eles merecerem que seja feito;
• faça o bem aos outros com o objetivo de que façam igual a você;
• faça o bem aos outros apenas quando isso não exigir muito de você.

Assim são as regras não declaradas de muitos relacionamentos. Para eles, a teoria que deve ser posta em prática ao relacionamento sadio é "eu farei minha parte contanto que você faça a sua." Os resultados são relações frágeis construídas em acordos condicionais que deixam ambas as partes focadas no comportamento da pessoa com quem convive.

Este comportamento é um recurso para aparecer no círculo social de acordo com o mito da "pessoa aceitável" (politicamente correta). O círculo social alimenta a expectativa de que a "pessoa aceitável" tenha este modo de agir, considerado o jeito ideal de ser. Em relacionamentos em que as duas partes esperam que o comportamento do outro seja o meio de sustentar a relação, a decepção é fatal.

Com o desapontamento vem a culpa. Some a essa situação cultural a dor causada pelo conflito. Ao fazer fazer esta observação, você perceberá a razão de tanta gente, fracassadas em seus relacionamentos, concluírem que estavam enganadas quanto a "pessoa certa para casar". Elas, ao estabelecerem sua relação matrimonial, não se esforçaram para manter em nível de bem-estar o contato com a pessoa escolhida quando esta agiu não correspondendo suas expectativas ligadas ao sentimento de paixão, e quando decepcionadas passaram a buscar outro alguém para novo relacionamento.

Há uma maneira excelente de se viver, é desejar e colocar o amor como verbo.

Ninguém neste mundo será capaz de proferir uma determinação melhor do esta: "Um novo mandamento vos dou..." (João 13.34 a). Referindo-me a este texto bíblico:  o termo original em que foi traduzido ao idioma português a palavra "novo" tem o sentido de "desconhecido" e "acima da média". O que faz o mandamento de Jesus "acima da mediocridade" é a inclusão do amor como uma decisão de agir fazendo o bem. Jesus usou o vocábulo "amai", que é o verbo na forma imperativa. 

Encontramos em João 13.14, parte b, as seguintes palavras de Jesus: "Como eu vos amei, assim também vos amareis uns aos outros". Parafraseando: "façam o bem aos outros como eu faço". Imagine Cristo como conselheiro matrimonial, conversando com um casal em conflito: "Não discutam mais um com o outro, retornem ao lar de vocês e se esforcem para fazer o bem um ao outro".

O exemplo de Jesus em suas relações interpessoais mostrou uma dinâmica nova e bastante melhorada para a boa convivência de casais e para quaisquer outras modalidades de relacionamentos entre indivíduos, pois seu modelo comportamental era a expressão do amor completo. Se eu te amo do mesmo modo que você me ama, o meu amor por você é um amor condicional, forçado a monitorar suas ações de bem-querer a minha pessoa para que eu responda na mesma proporcionalidade.

Jesus jamais ordenou aos seus seguidores que fizessem o bem apenas para as pessoas que sentissem afinidade. Ele ordenou que fizéssemos o bem a todos, indistintamente. Em apenas uma só declaração, desmantelou o conceito comum dos sentimentos de paixão e da reciprocidade quanto ao ato de realizar o bem. Apresentou o firme alicerce do que viria a ser conhecido como casamento cristão e o estilo da autêntica vida cristã em comunidade.

E.A.G.

Fonte: Focus on the Family - Making Love A Verb - www . focusonthefamily . com / marriage / daily - living / making - love - a - verb

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