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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Igreja, uma agência evangelizadora

EBD - Terceiro trimestre de 2016 - CPAD - O Desafio da evangelização: Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas Novas a toda criatura. Comentarista: Claudionor de Andrade. Lição 3: Igreja, uma agência evangelizadora.
Por Eliseu Antonio Gomes 

A Teologia Sistemática classifica a Igreja de Cristo com dois conceitos que se encontram nas Escrituras: igreja invisível e igreja visível. 

A igreja visível está identificada com aquele grupo de pessoas que se reúnem em nome de Jesus em várias partes do globo terrestre. É a igreja geográfica, étnica, forjada num tempo, numa história e numa cultura. É a igreja que celebra a Cristo em várias partes do planeta (Atos 2.1; 13.1-2).

Em relação à igreja invisível, as Escrituras Sagradas se referem a ela como a Igreja, Corpo de Cristo, formada por milhões de pessoas de todos os tempos e lugares. Essa igreja é atemporal e sem limites geográficos. Nela, estão presentes crentes do passado, do presente e do futuro. A Bíblia chama essa igreja  de o Corpo Místico de Cristo; nome dado à Igreja Universal que Jesus fundou, onde Ele se fez o "cabeça" da Igreja, a "pedra da esquina".

A Igreja Invisível é a geração eleita, sacerdócio real e povo adquirido por Deus, para que exista, basta duas pessoas congregarem-se sob a invocação de Cristo, para que Ele se manifeste entre ambas e, por intermédio delas, aja abençoando. A reunião de duas ou três pessoas, invocando o nome do Senhor, perfazem um número suficiente para que se tenha uma comunidade proclamadora do Evangelho (Mateus 18.20; 1 Pedro 2.9; Mateus 18.20).

A definição da palavra igreja

A Igreja já foi definida como uma assembleia dos que foram chamados para fora. Nessa definição, vemos que a etimilogia do termo grego ekklésia é bastante emblemática. Temos duas palavras distintas nesse vocábulo. Ek: "de"; "para fora". Kaleõ: significa "ser chamado"; "ser convocado".

A Ekklésia grega era uma assembleia de cidadãos intimados para fora de suas casas, a fim de tratar de algum assunto de interesse público. Tendo em vista a natureza da "igreja" grega, aprouve ao Senhor Jesus usar o mesmo termo para nomear a universal assembleia de homens e mulheres provenientes de todas as nações da terra.

Jesus poderia ter dito "Sobre esta pedra fundarei a minha sinagoga". Caso tivesse dito, limitaria a atuação de seus discípulos, pois os judeus, numa localidade gentílica, não seriam chamados para fora, para anunciar Deus e Cristo a todos os povos, mas convocados para dentro da nação de Israel e dentro de congregações israelitas adorariam a Jeová sem a obrigação de compartilhar sua fé com os gentios.

A Igreja de Cristo é superior à assembleia grega e mais sublime que a sinagoga judaica. Ela, por ser a Igreja e pertencer a Cristo, jamais deixará de ser um organismo, ao passo que estas nunca transcenderão os limites de organização.

É importante frisar que a Igreja Primitiva evangelizava sem se descuidar das necessidades dos pobres e necessitados. Se por uma lado, dava-lhes o pão do céu, por outro, não lhes negava o pão saído do forno, para sustentar o corpo físico.

Filipe, o evangelista (Atos 9.6-7)

Há cerca de 2 mil anos, um anjo mobilizou Filipe a sair de onde estava, ao encontro de um etíope, alguém que desejava pelo conhecimento do Deus vivo. Mesmo tendo em mãos o livro do profeta Isaías, aquele homem não conseguia compreendê-lo. Quão glorioso é o fruto que resultou da disponibilidade de Filipe em sair da sua zona de conforto rumo ao necessitado. Sem mencionar os demais frutos que possivelmente  o etíope deve ter ganho para Cristo, passando a lição que aprendeu adiante.

Assim como o etíope, existem muitas almas esperando por um cristão disposto a compartilhar o conhecimento do Plano da Salvação. Os servos do Senhor são compelidos a expandir as paredes da igreja, ir onde estão os perdidos. Jesus morreu por todos e deseja que todos saibam que poderão ser salvos por intermédio do seu sacrifício na cruz (Isaías 53.1-12; Mateus 9.12-13).

A Igreja Primitiva em Antioquia (Atos 13.1-2)

Não sabemos quem fundou a igreja em Antioquia. Mas temos a informação bíblica que aqueles obreiros anônimos souberam como edificá-la na Palavra de Deus e no poder do Espírito Santo, e que tinham visão missionária bíblica.

Os discípulos de Cristo que fixaram residência em Antioquia não demoraram a realizar missões. Eles evangelizaram gregos, bárbaros e romanos, e a partir daquele momento a Igreja de Cristo, dirigida pelo Espírito Santo, começou a universalizar-se, até chegar a nós, os crentes do século 21. Dentre membros daquela igreja, saíram os primeiros missionários transculturais do Cristianismo e aquela igreja passou a ser conhecida como a igreja missionária, um modelo para todas as igrejas que se comprometem a enviar missionários, sustentá-los no campo e assistir aos que retornam da obra.

A proclamação

Se a igreja evangeliza e faz missões, é verdadeira.

Ora, se a natureza da Igreja de Cristo é a proclamação do Evangelho, ela deve peregrinar de proclamação em proclamação até que o Senhor venha, pois subsiste pela proclamação e pelo ensino da doutrina dos profetas e dos apóstolos.

A Igreja de Cristo se faz conhecida pelo evangelho que proclama, pela doutrina que ensina e pelo discipulado que emprega na formação de novos crentes. Alguém afirmou, certa vez, que a Igreja não é um clube de iates, mas uma frota de pesqueiros. De maneira sutil e delicada, esclareceu que a principal tarefa da Igreja é a evangelização; deixou patente que a Igreja, por sua natureza e vocação, é a agência por excelência de evangelismo e missões. É assim descrita porque Cristo estabeleceu-a e deu a ela a suprema missão de anunciar o Evangelho a toda criatura.

A primeira grande verdade proclamada sobre Jesus, no Novo Testamento, é que Ele é o Filho do Deus vivo (Mateus 16.16). Caso não o apresentamos como Filho de Deus, poderemos até apresentar uma bela peça de oratória, mas jamais a autêntica pregação evangélica. Se não pregarmos um Cristo que não procede de Deus, jamais convenceremos o mundo do pecado, da justiça e do juízo. E por este motivo, o Senhor ordena que os convertidos sejam batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28.19).

Em segundo lugar, ao realizar a proclamação evangelística, é necessário apresentar ao pecador Jesus Cristo como Aquele que morreu como Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus, o Crucificado de Deus que veio tirar o pecado do mundo.

Em terceiro lugar, proclamar a Cristo como o Ressurreto de Deus. Se proclamamos a morte sem anunciar a ressurreição, nossa evangelização será incompleta. O pecador precisa ouvir que Jesus não ficou preso à cruz, nem detido no sepulcro, mas que, após três dias, ressurgiu com poder e glória. Que cada pecador saiba que Jesus morreu e ressuscitou e agora ainda está vivo, intervindo no mundo e governando a Igreja, por meio do Espírito Santo.

A quarta etapa da proclamação evangelística, é apregoar o Cristo Vivo, tal qual fez o apóstolo Pedro na Declaração de Cesareia (Mateus 16.16). É necessário fazer o pecador saber que Jesus está no controle do universo, da História e da nossa vida. Deus não se esconde em sua transcendência, antes, revela-se amorosamente; em suma imanência o Pai intervém na história do universo por meio do Filho. Ao proclamar que Jesus, além de morrer e ressuscitar, acha-se no governo de todas as coisas, nós afirmamos ao pecador que Ele não é mais um entre os fundadores de religiões e seitas, nós o entronizamos como o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Apocalipse 19.16).

O quinto passo ao anunciar o Evangelho ao pecador, é fazê-lo entender que Cristo é o Deus pessoal. Quando o profeta Isaías escreveu a mensagem sobre a concepção virginal de Maria, deixou claro que o Filho, assim como o Pai, seria um Deus pessoal. Emanuel: Deus conosco (Isaías 7.14; Mateus 1.23). Assim sendo, proclamemos que Jesus quer, além de ser o Rei dos reis e Senhor dos senhores, firmar um relacionamento pessoal íntimo com o ser humano. Precisamos dizer ao pecador que Jesus é o Deus comigo, Deus contigo, que a presença dEle permeia o corpo, a alma e o espírito de toda pessoa que o recebe como Senhor e Salvador.

Conclusão

A evangelização é a missão prioritária da Igreja, mas, infelizmente, muitos cristãos não dão a devida importância à ordenação de Cristo (Mateus 28.19-20), pois estão preocupados em erguer grandes templos. É importante  ressaltar que não há nada de errado eme erguer um templo confortável, bonito e espaçoso, afinal, evangelizando almas o número de membros aumenta e as almas convertidas congregarão nele. O erro reside em utilizar todos os recursos e energia na construção e abandonar a pregação do Evangelho.

Não há tempo a perder, sabemos que Jesus virá e precisamos evangelizar hoje. Os discípulos de Cristo sempre serão chamados para fora, com a finalidade de proclamar o Evangelho. Toda vez que faz isso, age como luz no mundo e sal da terra, ilumina as trevas com a exposição da verdade e preserva os tecidos sociais mais comprometidos, esclarecendo a vontade de Deus.

A Igreja de Cristo está devidamente aparelhada pelo Espírito de Deus, para ensinar a verdadeira doutrina. Nosso testemunho, portanto, não deve ficar emparedado, nem aprisionado pela burocracia eclesiástica. Se somos Igreja, agiremos como Igreja. Sairemos a evangelizar e a fazer discípulos até a fronteira final deste globo, anunciando que Jesus salva, batiza com o Espírito Santo e cura os males do corpo.

E.A.G.

Compilações
Ensinador Cristão, páginas 22, 37; ano 17, nº 67, julho-setembro de 2016, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Lições Bíblicas - O Desafio da Evangelização: obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura - Professor - Claudionor de Andrade, páginas 20 a 24; 3º trimestre de 2016, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
O Desafio da Evangelização - Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura; Claudionor Gonçalves; páginas 29 a 37; 1ª edição 2016; Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).

2 comentários:

Verônica Menezes disse...

Muito bom esse estudo dado pelo sr, que Deus o abençoe e revele ao seu coração para que sejam transmitidos para nós o genuíno Evangelho de Jesus Cristo. Amém.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Verônica.

Ao criar e manter o Belverede ao longo desses nove anos de atividade, quase que diária, a ideia é a transmissão do conhecimento do Evangelho de Cristo.

Ore por mim, e por todos os blogueiros e blogueiras que fazem o mesmo.

Deus continue a abençoar você também.