Por Eliseu Antonio Gomes
Não temos dúvida, a condição financeira de uma pessoa cristã não é o selo de aprovação divina (se rico ou milionário e feliz) e nem é de reprovação/castigo (se for pobre, ou estar empobrecendo e ser infeliz).
Não temos dúvida, a condição financeira de uma pessoa cristã não é o selo de aprovação divina (se rico ou milionário e feliz) e nem é de reprovação/castigo (se for pobre, ou estar empobrecendo e ser infeliz).
O argumento de que a condição de ser crente espiritual gera o estado para se viver bem financeiramente não tem nenhum suporte bíblico. Por outro lado, considero estranho encontrar cristãos cultivando a ideia de que o selo de boa espiritualidade de alguém é passar por agruras-mil neste mundo.
Na semana retrasada, presenciei uma pessoa ao microfone em uma igreja apresentando a tese, muito comum no meio pentecostal, que os crentes em situação de má-sorte, vida atribulada, são os que alegram a Deus. Será que ela interpreta João 16.33 (o aviso "no mundo tereis aflições") como um rogo de praga de Cristo sobre os cristãos? A tal pessoa com microfone em punho, em tom efusivo, pediu que os crentes em aflições glorificassem a Deus! Será que esse pessoal pensa que o Pai celestial é sádico e a vontade dEle é que sejamos filhos masoquistas?
Convenhamos, o cristão tem o sobreaviso da Palavra de Deus: poderá sofrer por amor a Cristo, sim, é muito provável que aconteça a perseguição religiosa. Mas, a tal ideia de que todo tipo de sofrimento acontece apenas porque somos cristãos não é bíblica, é humana, é terrena. E diabólica!
Sabemos, segundo textos bíblicos, que muitos sofrem porque plantaram motivos para sofrer. Nem todo sofrimento ocorre pelo fato de ser um cristão fiel. Exemplos:
• A pobreza e a fome podem existir na vida de alguns cristãos porque eles não se aplicaram como deveriam aos estudos e ao trabalho (Provérbios 19.15; Eclesiastes 10.18; 2 Tessalonicenses 3.10);
• A esposa cristã que não usa a sabedoria em sua vida corre o risco de provocar a destruição das estruturas de seu casamento e de sua família (Provérbios 14.1; 1 Pedro 3.1);
• A frieza da esposa para com o marido cristão pode ter como culpado o próprio marido que não sabe respeitá-la em público e/ou na intimidade (1 Pedro 3.7);
• Crises de relacionamentos conjugais ocorrem no ambiente de lares cristãos porque marido e esposas não cultivam boa vontade um com o outro (1 Coríntios 7.3; Hebreus 13.4);
• As coisas boas podem acontecer com muita dificuldade, ou jamais acontecer, na vida de pessoas cristãs, porque elas são filhos e filhas que não respeitam seus pais. Inclusive, podem perder a vida mais cedo por faltar com a honra aos seus progenitores (Efésios 6.2-3);
• A rebeldia de filhos dentro do lar pode existir por causa dos pais cristãos que os irrita com autoritarismo e/ou ausência (Efésios 6.4);
• O crente cristão pode perder seu emprego porque não é bom funcionário (Efésios 6.5-7);
• A doença pode surgir na vida de crentes porque eles não cuidaram bem de seus corpos, no que tange à alimentação, intempéries, exagero ou falta de atividades físicas; relacionamentos sociais impróprios (1 Coríntios 3.16-17).
E do modo contrário, muitos cristãos são prósperos e experimentam felicidade neste mundo porque a qualidade de ceifa que recebem é o resultado de suas semeaduras em conformidade com orientações do Senhor para suas vidas. É exatamente este o ensino que os apóstolos Pedro e Paulo deixaram registrado, com muita clareza, em suas cartas. Para quem quiser consultar os textos bíblicos em que me baseio, eis as referências: Romanos 13.1-4; 1 Pedro 2.19-21; 3.10-11; Gálatas 6.7-8.
E.A.G.
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