No livro de Eclesiastes está escrito que tudo tem seu tempo determinado e que há tempo para todo propósito debaixo do céu. Inclusive o tempo de falar e tempo de ficar calado. Também há outras formas de silêncio na Bíblia que merecem uma boa análise. Então vamos ver isso de mais perto.
O Salmo 115:17 diz que os mortos não louvam ao Senhor nem os que descem ao silêncio.
No Evangelho, em Mateus capítulo 26, também está escrito que Jesus guardava silêncio diante do sumo sacerdote judeu no dia do julgamento. O líder religioso perguntava, mas Jesus continuava mudo, talvez, admirado com a ignorância dele, tão fora de sintonia com Deus. Até que o sumo sacerdote fez uma pergunta mortal: Conjuro-te perante o Deus vivo que nos diga se tu és o Cristo, o filho de Deus.
Então Jesus abandonou o silêncio e produziu a prova oral que o condenou à morte. "Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu."
Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: "Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!" Para um Judeu, Deus é único e não tem filho.
No Centro da Cidade de São Paulo as pessoas também fazem silêncio diante dos grupos de viciados da Cracolândia, dos loucos da Praça da República e dos moradores de rua da Praça da Sé. É o silêncio da desigualdade e da impotência. Se o próprio viciado não procura por ajuda, ele não pode ser forçado nem ajudado. O silencio das autoridades da Cidade diante de uma liberdade de escolha que leva à autodestruição.
Em Lucas 15, um pai amoroso também não disse uma palavra quando o filho mais novo pediu a herança e se foi embora de casa. Nada do que o pai dissesse teria valor. Foi o silêncio do amor e da sabedoria. Aquele pai aguardou em silêncio até o dia que avistou o filho retornando para casa. Então começou a falar sem parar: Trazei-me depressa a melhor roupa, ponde-lhe um anel na mão, sandálias nos pés, trazei-me o bezerro cevado e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha se perdido e foi achado!"
No Evangelho segundo São João, um grupo de fariseus levou uma mulher adúltera diante de Jesus. Eles queriam ver sangue; acusavam a mulher, e Jesus permanecia em silencio. Eles continuaram acusando enquanto Jesus escrevia na areia. Ele não disse uma palavra. Mas, quando os homens calaram-se Jesus disse: "Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." Ele guardou silêncio diante da hipocrisia, quando esta se calou, ouviu uma crítica certeira. E foi em silêncio que os acusadores foram embora. Um silêncio de vergonha. Em Apocalipse 8, por quase meia hora se fez silêncio no céu. O silêncio da expectativa.
Existe também o silêncio dos covardes, que no tempo de falar preferem ficar calados. Há ainda o silêncio de um coração contrito cujas palavras e gemidos já se esgotaram em oração. E há o silêncio da dor, da opressão, onde a língua permanece muda, enquanto as lágrimas falam escorrendo pela face.
Para cada tempo e ocasião existe uma forma de silêncio, eu guardei a melhor para o final. Se você ainda não aceitou Jesus Cristo como Senhor da sua vida, ou está distanciado dele como o filho pródigo, não fique em silêncio diante da oportunidade quando você ouvir a voz de Deus falando a sua alma.
cruzue@gmail.com
Imagem: http://blackandwhiteflowerspictures.weebly.com/white-lotus-flowers-beautiful-images.html
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