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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A queda do império balilônico

Por Eliseu Antonio Gomes

No relato do capítulo 5 do livro de Daniel aprendemos que ninguém zomba de Deus e encontra impunidade. Tal registro bíblico mostra que os grandes impérios mundias e seus representantes estão sujeitos ao Deus dos exilados de Judá, que se havia dado a conhecer fora da terra prometida assim como dentro dela. Aprendemos que Deus é soberano e sua soberania jamais poderá ser questionada por seres mortais, sejam eles governantes ou governados, reis ou súditos.

Os fatos futuros, presentes e passados são todos conhecidos do Criador, que é onipotente, onipresente e onisciente. Cerca de 150 anos antes, Isaías (14.3-5; 47.1, 5) profetizou a queda do Império Babilônico; Jeremias (50.2; 51; 53; 58) também anunciou antecipadamente as invasões de Jerusalém e Judá, como também a destruição da Babilônia.

Belzasar: o rei imoral, arrogante e cruel

Sem nenhuma explicação ou indicação de data, a narrativa do capítulo salta do reino de Nabucodonosor para o fim do império babilônico, a noite em que Belsazar, último governante da Babilônia, caiu nas mãos dos medos e persas.

Apesar de documentos babilônicos o mencionarem, pouco se sabe além da narrativa encontrada neste livro É sabido que Nabucodonosor foi o mais importante dos reis da Babilônia, Seus feitos arquitetônicos construindo cidades e palácios e sua ousadia política, além de demonstrar uma inteligência espetacular apresentam sua história. Ao morrer em 562 a.C., Evil Menodaque o sucedeu no trono e dois anos depois foi assassinado por Neriglissar, seu cunhado, porém, quem se assentou no trono real foi Nabonido, genro de Nabucodonosor, o qual gerou Belzasar. Belzasar reinou com muita crueldade, total falta de clemência com seus súditos e muita devassidão. 

O banquete sacrílego

O banquete de Belzasar foi pura bravata. Nebonido, seu pai havia abandonado a capital e existia o rumor de que rei Ciro se aproximava para tomar o poder. Era o último ruído agonizante de um rei apavorado que fazia cena para esconder seus temores,

"O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus senhores, e bebeu vinho na presença dos mil' (...) 'e beberam neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas" - Daniel 5.1, 3. E por ocasião do banquete sob a influência do vinho, "deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra" (versículo 4)

Todos os utensílios sagrados que seu avô, Nabucodonosor, havia roubado do templo em Jerusalém e trazido para a Babilônia eram consagrados ao altar (Números 4.7). Lá no templo estava a Lei, outorgada a Israel, ou seja, Os Dez Mandamentos, que têm validade para o mundo todo. O rei Belzasar profanou esses utensílios sagrados e usou-os para colocar neles  elementos de seu paganismo cometendo abominação ao Senhor ao realizar sua festa promíscua.

Belzasar procedeu levianamente em relação ao pecado ao beber usando os utensílios santos e oferecê-los para que outros bebessem também, pois conhecia as consequências das transgressões do Nabucodonosor, sabia do grande livramento de Daniel e seus amigos na fornalha ardente. Conscientemente, quis afastar da Babilônia a influência do Deus de Israel. Então, enquanto Bezasar vivia seus momentos festivos, Deus agia através do rei Ciro da Pérsia, que tomava as províncias e cercava com seus exércitos a capital babilônica. A festa foi interrompida quando, "apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro" (versículos 5 e 6). Os termos escritos Menen, Tequel e Parsim (Ufarsim na Almeida Revista e Corrigida) eram perfeitamente compreensível para quem conhecia o hebraico. Possivelmente, Belzasar conhecesse o idioma e sua dificuldade era entender o que a mensagem estava dizendo para ele. É interessante observar que o candeeiro do próprio palácio real jogava luz sobre o que era escrito na caiadura da parede.

Na angústia e pânico, Belzasar procurou a ajuda de sábios e encantadores, mas todos eles, reunidos numa força-tarefa, não puderam socorrê-lo. O profeta Daniel foi chamado para esclarecer a mensagem. Nos versículos 25 ao 28 encontramos a explicação do profeta Daniel para Belzasar: "Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM. Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas".

A humanidade de hoje pressente e percebe que há uma "escrita na parede" reprovando sua vida em pecado e procura ajuda, quase sempre no lugar errado. Talvez, haja gente humilde e gente importante, pobre e rico, lendo este artigo e tenha buscado orientação em mapa astrológico e descobriram que não há resposta sincera em prognósticos da Astrologia. Existe apenas uma fonte verdadeira que responde corretamente ao ser humano as perguntas de ordem pessoal e que a alma pode se guiar: Jesus Cristo.

Tal escritura divina está nas paredes dos corações dos homens espalhados em todos os povos, e é um mistério que não conseguem decifrar porque não dão liberdade ao clamor do Espírito Santo.

Conclusão

Através da Bíblia, temos discernimento que nosso mundo se encontra em profunda imoralidade, tolerada e estimulada por líderanças políticas e religiosas que zombam de Deus e tentam afastar a influência da Palavra de Deus da vida do povo, sabemos que este espírito babilônico, anticristão, rebelde e orgulhoso, permeia os corações ao longo da história mundial, e só deixará de agir quando se cumprir a profecia de Apocalipse 17-18, ao enfrentar e ser derrotado pelo Senhor dos senhores e Rei dos reis.

Tal qual Belzasar, todas as pessoas serão julgadas pelo padrão de justiça divina, devidamente exposta na sua Palavra, a Bíblia, se não se arrependerem de seus pecados serão condenadas. Vivemos na última hora, e cada vida humana sem Jesus Cristo é achada em falta diante de Deus. De nada vale as normas de medidas criadas pelo homem, porque o caráter moral e espiritual do ser humano não se ajusta por conta própria à justiça do Senhor, que é santo.

É interessante notar que na parede de Belzasar estivesse escrito duas vezes MENE, MENE (contado, contado). Quando Deus conta uma vez já é o suficiente, mas Ele repete a contagem por misericórdia, para dar ênfase na sentença que poderá ser motivo de arrependimento do homem, o seu perdão e livramento da condenação eterna.

E.A.G.

Compilações:
As profecias de Daniel - Perspectivas de futuro, Norbert Lieth, páginas 97, 99-102, edição 2014, porto Alegre  (Actual Edições)
Daniel - introdução e comentário, Joyce G. Baldwin, páginas 125, 126, 131 edição 1983, reimpressão 2008, São Paulo (Vida Nova).
Integridade Moral e Espiritual - O legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje, Elienai Cabral, página 78, edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).

Um comentário:

Mateus Emilio Mazzochi disse...

Paz do Senhor irmão Eliseu, infelizmente estamos vivendo uma era que nem mesmo lendo a "mensagem na parede" as pessoas param para pensar o que significam. Simplesmente ignoram a existência e oniciência de Deus, e vão vivendo como se não houvesse um a"amanhã", uma vida após a vida. Deus tenha misericórdia de nós.