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domingo, 31 de agosto de 2014

Roger Abdelmassih e o logotipo da Nike


Em agosto de 2014, aconteceram muitos fatos impactantes no Brasil, mas um deles é curioso. E gostaria de comentar.

No início de 2009, o médico Roger Abdelmassih, considerado durante anos como um dos grandes nomes da reprodução assistida no Brasil, foi acusado por pacientes de que cometia crimes sexuais contra elas. Mulheres famosas e ricas passavam pelo seu luxuoso consultório desejosas de resolver problema de infertilidade, quando eram dopadas para dormir e violentadas sexualmente.

Investigações resultaram em detenção em agosto de 2009, ficou atrás das grades quatro meses, ganhou a liberdade quando o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, acatou o pedido de habeas corpus feito por seus advogados. 

Após novo pedido de prisão em 2011, foi declarado foragido da Justiça. Figurou no topo da lista dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo e estava entre os 160 brasileiros caçados pela Interpol. 

Havia uma promessa de 10 mil reais como recompensa para quem divulgasse alguma informação sobre o seu paradeiro. O valor oferecido não foi pago a ninguém porque não houve ajuda de informante para encontrá-lo. Sua localização aconteceu por meio das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil.

Ele foi detido pela Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia em parceria com a Polícia Federal brasileira. Enquanto foragido, vivia numa mansão com dois filhos e a esposa em Assunção, Paraguai. A captura aconteceu naquela cidade, na Rua Guido Spano, no bairro de classe média alta chamado Vila Morra, na tarde do dia 19 de agosto e deportado no mesmo dia rumo a Foz do Iguaçu, no Paraná. No dia seguinte, desembarcou no Aeroporto de Congonhas por volta de 13 horas.

Causou estranheza vê-lo usando um boné com logotipo da Nike, caminhando entre policiais. E mais estranho ainda foi perceber que a mídia não perguntou o motivo dele ressurgir em solo brasileiro assim, após a escapada das malhas da lei do Brasil. Até então, tal uso da marca era visto apenas na cabeça de atletas famosos, sempre vinculado com situações positivas e gente do bem. Estuprador é a primeira vez que eu vi.

E.A.G.

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