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domingo, 16 de março de 2014

Igrejas construídas com palha, ou madeira, ou joias preciosas

Isaías 40.8: a erva seca e a flor cai, só a Palavra de
Deus é eterna.
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” - 2 Timóteo 2.15.

Nos dias atuais, encontramos algumas denominações evangélicas se retraindo ao invés de crescerem em seu número de membros. A tendência delas é desaparecem totalmente em mais duas décadas. O que será que acontece com elas? O fenômeno de retração segue uma lógica natural que não é difícil de ser entendida e de se explicar, biblicamente.

Na primeira carta aos crentes de Corinto, capítulo 3, o apóstolo Paulo, abordando os ministérios (entenda-se por “ministérios” a estrutura denominacional), alertou que apenas Jesus Cristo é o fundamento sobre o qual os ministros devem edificar seus ministérios. Falando sobre seu próprio trabalho ministerial, lembra a todos que ia de local em local pregando sobre o Salvador, nessas regiões em que pregava ele abria um ponto de encontro, local onde as pessoas que abraçaram a fé cristã através de sua pregação poderiam realizar reuniões e ensinarem e aprenderem sobre a doutrina de Cristo. E ali Paulo escolhia alguém para ser o pastor do grupo e depois seguia para outra região e lá começava a mesma atividade de fundador de igrejas.

Em sua analogia, o apóstolo mencionou a segurança das construções para qualificar o exercício cristão do ministro, considerou o material usado nas paredes dos abrigos construídos (dos pastores que elegeu) de acordo com a qualidade de três tipos de material usado nas paredes: feno, madeira e pedras preciosas.

A palha é extremamente perecível, não demora nem trinta dias para desfazer-se pela força dos ventos; a madeira dura um pouco mais que a palha, mas é vulnerável às intempéries, às pragas e ao fogo; as pedras preciosas (que simbolizam a doutrina de Jesus Cristo - Mateus 7.6) são resistente a todos os tipos de contrariedades. É mister lançar pérolas aos servos do Senhor (Mateus 13.45). As pedras preciosas, se forem atacadas pelo fogo derretem, mas tal qual o Filho de Deus que sofreu a morte de cruz, foi sepultado por três dias e ressuscitou em glória, podem ser retrabalhadas pelas mãos hábeis de profissionais do ramo - o fundidor, o lapidário, o cravador e o gravador, o designer - e então novamente brilhar com a mesma forma e intensidade, sem perder o seu valor.

O ser humano é comparável a erva do campo, que hoje existe e amanhã pereceu (Salmo 1; Isaías 40.8). Portanto, o dogma criado pelo homem - o que ele conceitua como verdade absoluta - é totalmente contestável a partir das Escrituras Sagradas. Só deve haver autoridade em princípios dogmáticos de uma igreja quando a origem desses princípios forem o cânon bíblico interpretado pelo próprio cânon bíblico.  

O alicerce da doutrina de um trabalho cristão, se feito sobre as ideias e interpretações estranhas ao contexto bíblico, tem começo resplandescente como as joias, mas o fim é sempre triste. Quando o líder de uma denominação é o centro dela, o prazo de validade à existência dessa denominação expira antes ou no entorno do período da geração que o líder viver. E ao final de tudo, se as almas envolvidas em seu ministério não reconheceram a Cristo como Senhor e Salvador, ai delas.

Jesus Cristo é o único caminho, única verdade e vida. O alicerce ministerial de todos os obreiros precisa ser apenas os ensinos dEle. Usos e costumes, liturgias de culto, dogmas do ministro, quando aplicadas não devem ser consideradas como substitutas do Evangelho, pois são apenas opções de "ornamentos das paredes", jamais deveriam ser os “tijolinhos” de sua construção ministerial. E, note bem, o Evangelho são as joias da Igreja, e joia alguma necessita ser ornamentada.

Tenha amor por si mesmo e pela almas, pregador. Que a doutrina de seu ministério seja a doutrina de Cristo, ensine somente o que há na Bíblia Sagrada, sem firulas e adornos próprios. 

E.A.G.

Um comentário:

Sidnei Moura disse...

Eliseu,

Excelente reflexão. Observações como essa sua são extremamente pertinentes para se compreender e entender a "estrutura" dos edifícios construídos pelos trabalhadores do Reino.

Abraço!