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sábado, 29 de junho de 2013

Filipenses - a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja: livro

Por Eliseu Antonio Gomes

Ao escrever carta aos cristãos filipenses o apóstolo Paulo tinha o objetivo de dar um fundamento sólido para sua exortação ao amor fraternal e à humildade. No capítulo 5, versículos 1 ao 5, solicita aos cristãos que vivam com o mesmo sentimento que Jesus Cristo viveu. Em seguida, cita um hino primitivo (2.6-11), possivelmente de origem aramaica, cuja letra apresenta a deidade de Jesus, que é própria imagem e glória de Deus, e sua missão de servo.

Jesus sendo Deus, aceitou humildemente se fazer figura humana, se esvaziar da sua glória natural. Tornou-se semelhante aos homens, realmente homem (João 1.1, 18; 17.5, 24; Colossenses 1.15, 19; 2.9).

O louvor contido na passagem bíblica mostra que Jesus não renunciou os atributos divinos da onisciência e onipresença quando esteve na terra, mas ao deixar de usar a natureza divina e sujeitar-se para viver apenas em condição igual aos homens, Deus o proclamou Senhor (Kyrios, no grego), a quem todo joelho nos céus e na terra terão que se curvar.

Leitmotiv é um termo alemão para descrever um fator desencadeante, a associação de um fato com a consequência. O Pr. César Moisés Carvalho, ao escrever o prefácio do livro Filipenses - A Humildade de Cristo, cuja autoria é de Elienai Cabral, usa essa palavra para mencionar o capítulo 2 da Carta de Paulo aos Filipenses, especificamente os versículos 6 ao 11. César Moisés reflete sobre o conjunto de fatores: a letra do louvor, o sermão de Paulo aos destinatários da epístola, crentes na Igreja Primitiva e em instância remota aos crentes do século 21, que somos nós.

Ele afirma que o conteúdo da mensagem, segundo ele apresentada despretensiosamente e pouco notada pelos leitores da Bíblia Sagrada, é uma grande reflexão antropológica, um dos grandes motivos da redação da carta. Em suma, o Criador trouxe o homem à existência para servi-lo, tal qual Jesus Cristo que em forma humana aceitou ser servo e submeteu-se até a morte na cruz. César Moisés comenta que "a humilhação não o foi ter se tornado servo, ou seja, humano, mas a morte ignominiosa de cruz".

E em outro parágrafo, citando o livro Edificando Um Mundo em Ruínas, (CPAD), escreve: "Na esteira dessa mesma linha de raciocínio, lembro-me de ter lido, há muitos anos, a diferença entre sucesso e bênção. O conhecido 'contrabandista de Deus', Irmão André, fundador da Missão Portas Abertas, afirma que 'o sucesso nem sempre é uma bênção e as bênçãos nem sempre são um sucesso'. Ele explica que o 'sucesso é geralmente o que você pode medir com os olhos e com a mente; bênção é algo que acontece no Reino de Deus'. Como exemplo. Irmão André cita o sacrifício do Meigo Nazareno dizendo que quando 'Jesus Cristo morreu na cruz isso não parecia um sucesso, mas aos olhos de Deus foi'. Tal modo de ver as coisas só demonstra  que a cosmovisão divina é diametralmente oposta à nossa e que, consequentemente, os padrões mundanos de que cada vez mais lançamos mão (...) para aferir o que seja bênção devem ser substituídos".

Na psicanálise, o termo "leitmotiv" é empregado pelo terapeuta para emitir prognósticos e diagnósticos ao estado do paciente que empreende algumas coisas e elas dão errado e inconscientemente passa a crer que tudo que fizer não será bem sucedido, que seria melhor nem ter levantado da cama pela manhã. Trata-se da percepção humana, sem o ângulo espiritual da nossa existência.

E.A.G.

Filipenses - A Humildade de Cristo como exemplo para a Igreja, Elienai Cabral, páginas 5, 6, 7; 1ª edição 2013, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia Sheed,  edição 2011, página 1666, São Paulo-SP, (Edições Vida Nova).

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