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sábado, 18 de maio de 2013

Os roubadores da vingança do Senhor

Ontem pela manhã, me deparei com um desabafo de uma pessoa evangélica que sentia injustiçada e ao entardecer conversei com outras a respeito. Refleti sobre injustiça e vingança. Ponderei sobre a vingança do Senhor e os roubadores dela. Compartilho essa reflexão aqui.

"Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e ele te livrará" - Provérbios 20.22.

"Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" - Romanos 12.19-21.

“Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo” – Hebreus 10.30.

Se a minha memória não falha, nunca ouvi, detalhadamente, sermão realizado em igreja com abordagem afirmando que existem frequentadores de templos evangélicos que são roubadoras da vingança de Deus.

Estamos rodeados de evangélicos que pensam ser aceitável ao Espírito executar a justiça divina no lugar de Deus, sendo que o Senhor não permite tal ação. Tiago alertou aos leitores de sua carta e consequentemente a todos nós, focando precisamente os crentes que acreditam ter licença para agirem como vingadoras, inclusive pensando serem possuidores da eficácia divina ao vingar-se. O apóstolo declarou: “Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (1.20).

O ser humano é pecador, falho. Não há uma só pessoa na face da terra que não peque, erre. Por este motivo, Cristo afirmou que não devemos julgar o próximo usando os critérios desse mundo falível e sujo. Ele apenas permite que haja julgamento se for usado como regra de avaliação a Palavra de Deus, que é pura, limpa (Provérbios 30.5; Hebreus 4.12).

Confira:

1º - Jesus disse: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” – João 7.24.

2º - E orou a Deus em nosso favor assim: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” – João 17.17.

Examinando as Escrituras, entendemos que só é possível julgar com justiça quando fazemos uso da verdade, e isso é válido tanto no âmbito físico quanto espiritual. Espiritualmente, manifestamos a verdade ao pronunciar o conteúdo das Escrituras Sagradas de maneira contextualizada e com objetivo de citá-la de maneira imparcial (Provérbios 12.17; Tiago 3.17).

Temos o exemplo do diabo, a nunca ser seguido. Nos episódios das tentações de Eva e de Jesus Cristo, ele se apresentou como pregador da Palavra de Deus. Mas sua explanação era realizada com parcialidade e objetivo de indução ao erro. Assim, manifestava a mentira e a injustiça (Gênesis 3.1-7; Lucas 4).

Sejamos prudentes. Não basta fazer a coisa certa, é preciso que também seja feito com o objetivo correto. Deus observa as intenções de todos nós, ou seja, nosso coração (1 Samuel 16.7; Provérbios 21.2).

Façamos como Davi, ele usou a paciência e esperou no Senhor e recebeu a atenção dEle e obteve plena vitória sobre quem desejava seu mal (Salmo 23.5; 40.1). O Evangelho orienta a responder o mal com o bem. O amor, a paciência e a mansidão são ações que pertencem ao fruto do Espírito e devemos praticá-los sempre em todas as circunstâncias (Mateus 5.38-39; Gálatas 5.16-23).

Quando o Senhor exercer sua justiça contra os maus, não façamos festa por causa da infelicidade deles, porque sentir alegria com a tristeza alheia é atitude repudiada por Deus. Está escrito: "Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que, vendo-o o SENHOR, seja isso mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira” - Provérbios 24.17-18.

Nós cristãos devemos rejeitar o sentimento de vingança e amar aqueles que se comportam como nossos inimigos, porque o verdadeiro inimigo do cristão é apenas aquele ser que se apresentou diante da esposa de Adão como uma serpente, e diante de Jesus no deserto como se fosse o dono deste mundo (Efésios 6.12). O diabo é mentiroso, sua mentira visa colocar irmãos contra irmãos e toda a raça humana contra Deus (Provérbios 6.19; Zacarias 3.1-7; João 13.2; 1 João 3.8).

Enfim, a recomendação apostólica para todos os cristãos é envolver-se nas seguintes retórica e prática: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" - 2 Timóteo 2.15.

 E.A.G.

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