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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Eleições 2012 - eleitores evangélicos segundo turno

Votar certo é votar de acordo com a consciência. E a consciência cristã não se compatibiliza com projetos anticristãos.

Negligência?

Devemos aproveitar a liberdade de escolher governantes. 

Não há respaldo bíblico para letargia. Apesar de Deus conceder sua graça e misericórdia, não é correto cruzar os braços e esperar que Ele nos socorra. O cristão evangélico tem em suas mãos o direito democrático de votar, escolher os seus governantes, não deve ser negligente e deixar de ir urnas. 

O voto é a ferramenta útil do cidadão, através do voto o cidadão tem condições de projetar o bem-estar no amanhã. O momento da urna é um momento de poder do eleitor, deve ser usado com a consciência é um momento bênção de Deus em nossas vidas, que não devemos desperdiçar com atitude irresponsável.

O cristão e a sociedade

Jesus declarou que estamos no mundo mas não somos do mundo.

Os evangélicos são cidadãos do céu e da Terra. Faz parte da sociedade, e na condição humana ele vota. Ao votar, seu corpo está em conexão com a matéria em derredor, mas seu espírito deve estar conectado com o Espírito Santo, sua alma deve proceder de acordo com a vontade de Deus.

Como o cristão deve envolver-se na política? Somos seres sociais, e devemos agir na sociedade de maneira proativa. Nada mais natural do que esforçar-se para fazer parte do processo eleitoral e conduzir os rumos da cidade, estado e país, cuidando para que o gesto político seja inteligente.

A separação da Igreja e do Estado

A Laicidade não é a supremacia do ateísmo. O Estado Laico acolhe todas as religiões pacificamente, não as elimina! A Laicidade apenas sistematiza as regras da nação para suas leis sejam imparciais no quesito religião, para que as religiões coexistam sem se sobrepor às outras pela força das leis.

A absoluta separação da Igreja e do Estado não é física. A condição de Estado Laico não quer dizer que não seja possível que o cristão exerça seu papel como um representante do povo nas esferas do Executivo e do Legislativo. É legítimo que o eleitor tenha seus representantes e que espere que exerça sua representatividade usando todos os recursos democráticos disponíveis em seu favor.

A demonização da política

Ao olhar para as Escrituras, encontramos pessoas que temiam a Deus e faziam política. No episódio em que o corpo de Jesus foi supultado, a narrativa aponta a atuação de um Senador, que agiu politicamente seguindo a vontade de Deus. "Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus" - Marcos 15.43.

Há quem diga que o crente politizado é o santo misturado com o profano.

Um preconceituoso adágio popular diz que o cristão que se envolve em política acende uma vela para Deus e outra para o diabo. Não convém pensar que o cristão na política seja um apóstata da fé.

Se o cristão entra para o meio político e depois ele é flagrado em atos ilícitos, o problema está no caráter dele e não no lugar em que está. Alguém certa vez disse que a política não corrompe, ela revela pessoas corruptíveis.

O político pedindo votos no templo

É lament[ável que existam pessoas preconceituosas acusando lideranças evangélicas e candidatos, que se encontram, como se fosse ato intencional de venda e compra de favores políticos. É possível que exista isso em muitos lugares, mas generalizar é cometer injustiça.

O pastor, assim como qualquer outro cidadão, tem a liberdade de usar o seu direito de dar sugestões de voto. Por sua vez, o liderado é livre para votar em quem ele julgar merecedor.

Preconceituosos alegam que os políticos corrompem pastores, e que os pastores têm debaixo dos seus pés os membros da igreja, são capazes de dirigir a vida deles, fazer com que todos votem em quem eles quiserem. Acredito que quem acredita nisso seja muito ingênuo. Não é possível negociar votos como se negocia um carro, não há condições do “toma-lá-dá-cá”. E quando há tal tipo de corrupção entre líder e candidato, a parte com menos inteligência é a do candidato corruptor.

É perfeitamente legal e viável a relação do líder evangélico com candidatos políticos, É uma relação íntegra, que não prejudica a transparência do Evangelho genuíno, se as partes são honestas. O encontro para que a liderança apresente alguém que é de sua confiança é uma atitude que está dentro da lei eleitoral, basta que ambos respeitem as regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral para essa ocasião.

Se o candidato respeita a reunião de culto, então não vejo nada errado. O eleitor vota se quiser, e o candidato escuta a mensagem do pastor. Pedir votos está muito longe de ser uma atitude de corromper a Igreja de Cristo. Na minha opinião, o dirigente do culto deve cuidar em separar o momento da liturgia, não misturar o tempo de culto com o momento dedicado ao candidato, por questão de reverência ao Deus que cultuamos.

Recado aos que desejam distanciamento do processo político

Aos que têm o sentimento de aversão, eu gostaria de lembrar que as informações que nós recebemos sobre os candidatos evangélicos em quem votamos, e se elegeram, chegam a nós por meio das mídias seculares. E nem sempre entre os jornalistas não cristãos o profissionalismo é maduro, às vezes acima do dever da profissão, que é informar com imparcialidade, existe o preconceito ou interesses inconfessáveis. E aquilo que tem aura de notícia não corresponde com a realidade.

Ao ler uma nota acusatória contra irmãos em Cristo, o mínimo que devemos fazer por ele é lhe conceder o benefício da dúvida, dar-lhes a presunção da inocência. E esperar que o acusador prove a sua acusação. Agir dessa maneira é agir segundo as leis que regem o Brasil e também embasados na Lei de Cristo, que é exercer o amor.

Conclusão - O voto consciente, fé e amor

Não é correto votar influenciado pela peça publicitária que aparece na TV e nem por causa das promessas do candidato. A pessoa privilegiada pelo recebimento do voto deve ser escolhida através do resultado de informações que o eleitor colhe sobre o passado dela em fontes que não ligadas ao seu partido político.

Conscientize-se antes de digitar o número do candidato. Apesar de leigo em política, é dever de todo cidadão, incluso os evangélicos, informar-se sobre o quadro político de sua cidade, estado e nação. Com opinião embasada, o voto é um tiro certo contra políticos ineficazes.

Votar com responsabilidade e conscientemente é o mesmo que dar provas de amor a quem mais nos ama. Sim, porque todas as nossas atitudes provocam consequências. O voto certo é um bem que fazemos a quem amamos, molda positivamente o nosso futuro e o futuro das pessoas que gostam da gente e de quem gostamos.

E.A.G

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