Circula na Internet um texto de autoria David Ryser, traduzido por João A. Souza Filho. É o seguinte:
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“Alguns anos atrás lecionei numa escola de ministérios. Meus alunos tinham sede de Deus, e eu fazia de tudo para que eles amassem o Senhor Jesus e se tornassem um canal de um avivamento na igreja.
Encontrei uma citação atribuída a Sam Pascoe; um resumo da história da igreja. Mais ou menos assim:
O cristianismo começou na Palestina como uma comunhão. Quando chegou à Grécia virou filosofia. Na Itália, tornou-se uma instituição. Na Europa tornou-se uma cultura, e ao chegar à América virou um empreendimento.
Alguns dos alunos tinham 18 ou 19 anos de idade, e eu queria que eles entendessem a última frase, por isso enfatizei: “Um empreendimento. Isto é, um negócio”.
Depois de um silêncio prolongado, Marta, uma das alunas perguntou:
- Um negócio? Mas, não deveria ser um corpo?
Não consegui ver até onde esta linha de raciocínio chegaria, e apenas respondi:
- Sim.
E ela acrescentou:
- Mas, quando um corpo se torna negócio, não se torna uma prostituta?
A sala silenciou. Ninguém se mexia ou falava. Todos receavam fazer qualquer barulho porque a presença de Deus inundou a sala de aula. Estávamos pisando em terra santa.
Pensei comigo mesmo:
- Nunca imaginei dessa maneira!
Mas, não falei coisa alguma. Deus tomou conta da sala de aula.”
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Entendo reflexão, entendo a indignação de cristãos que se dizem crentes bereanos, mas se eu concordasse em 100% com essa crítica, então teríamos que juntos declarar que o sacrifício de Jesus Cristo na cruz falhou, o diabo venceu, Deus é um derrotado.
Por quê? Porque as Escrituras dizem que estamos numa luta espiritual, o inimigo jaz neste mundo, a Igreja vive no mundo sem fazer parte dela... Existe joio, e ainda existe trigo. Existem ovelhas e bodes. Sempre existirão trigo e ovelhas! Sempre existirão joio e bodes!
Se tudo é como o cenário frio e negativo ilustrado por Sam Pascoe e corroborado por David Ryser , então não haverá arrebatamento da Igreja, não haverá as Bodas do Cordeiro. Todos nós deveremos ser reconhecidos como joio e bodes.
Eu não concordo com a ideia de que a Igreja do Senhor se tornou um negócio.
A minha contra-argumentação quanto a isso está concebida muito de conhecer o texto acima.
Sempre que encontro críticas deste tipo, logo me lembro do profeta Elias, na passagem de 1º Reis capítulo 19. Ele enfrentou os quatrocentos profetas de Baal, depois se viu perseguido pelo rei Acabe e pela rainha Jezabel. E estando nessa situação deixou-se enganar por seu coração. Começou a pensar que era o único "santinho" do planeta.
Então se sentiu à vontade para queixar-se com Deus em oração:
- Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem."
Deus de imediato tomou medidas extremas contra esse sentimento de superioridade de Elias:
- Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.
E disse mais:
- E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu.
Elias era profeta, e Deus mostrou que mesmo assim ele não recebia todas as revelações:
- Deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.
Em suma, cuidemos do nosso coração, porque por mais que nos consagremos e se sintamos bem espiritualmente, nossos olhos não veem tudo o que Deus faz ao redor do mundo, o nosso senso de justiça e retidão pode nos enganar.
E.A.G.
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