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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Isaías 46.10 dá base aos calvinistas para refutar o livre-arbítrio?


“Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" – Isaías 46.10.

Esta epígrafe não vai contra a soberania de Deus, como alguns demonstram entender. Aliás, o versículo endossa exatamente o contrário. É o que procuraremos mostrar mais abaixo, pontuando dentro do capítulo 46 do livro de Isaías.

Antes, é preciso deixar claro que levamos em alta consideração o fato de o Criador ser soberano, que a todos nós como criaturas Ele dispensa aos seres humanos duas situações. Estamos debaixo da vontade e da permissão dEle. Dentro da soberania divina, Deus.

Sob a vontade divina, não temos condições de deixar de responder pelas consequências de nossas escolhas. Ao fazer uso do livre-arbítrio são geradas consequências espirituais. É a lei da semeadura, colhemos o que plantamos! O resultado final de tudo é o céu ou o inferno. Estes dois destinos é a estipulação da vontade absoluta de Deus para toda a humanidade, não há como ir para outro lugar diferente destes, ou é um ou é outro.

Sob a permissão divina, nós vivemos fazendo escolhas dentro da condição de liberdade concedida por Ele. Somos livres para escolher fazer o bem ou o mal, e Deus sabe o que escolheremos amanhã, daqui um ano... Ele nos deixa seguir a direção que queremos ir. Essa situação não significa que Ele determinou que assim acontecesse conosco (não é a vontade absoluta dEle, é a nossa vontade em ação).

Entendemos que o livre-arbítrio não toca na autoridade do Criador, pois a liberdade de escolha que todo ser humano tem foi criada liberalmente por Ele. Deus quis nos dar o direito de escolhas. A liberdade de iniciativas que temos é a vontade dEle para nós!

Se o ser humano opta por não fazer o bem, a não adorar a Deus, e rouba, assalta, mata, estupra, mente, dissimula, trai, e comete outros pecados, faz tudo isso debaixo da permissão divina. A soberania dEle continua intacta, porque Ele concedeu liberdade de escolhas para todos. Mas, que fique claro que a vontade dEle não é que pequemos, quer que O amemos acima de tudo e todos e ao semelhante como a nós mesmos.

Nos treze versículos do capítulo 46, do livro de Isaías, duas vezes há um pedido de Deus ao homem: ouve-me! (versos 3 e 12) Isto denota que o ser humano tem liberdade para não ouvi-lo. O capítulo 46 trata do caso de judeus que ESCOLHERAM fazer ídolos ao invés de adorar ao Senhor, e Ele apela para que se convertam desse grande erro. Caso passem a ouvir, serão abençoados.

E.A.G.

2 comentários:

Hilton disse...

Paz seja contigo,Irmão Eliseu

Só para reforçar: o ensino bíblico sobre liberdade humana x soberania divina é bem ilustrado por duas máximas:

1 - Quem é de Deus ouve a Palavra de Deus.

2 - "... se vós permanecerdes na minha palavra e minha palavra permanecer em vós verdadeiramente sereis meus discípulos".

Quem rejeita o faz por não ser do rebanho e não o contrário. A característica distintiva entre ovelhas e bodes, trigo e joio, é a obediência à Palavra.

Muitos em Israel rejeitaram a Aliança mas uns poucos outros permaneceram fiéis. Observo que muitas vezes a Escritura parece dirigir-se a dois rebanhos. Quando Josué exortou o povo a fazer uma escolha o verdadeiro Israel o seguiu em sua decisão de servir a Deus.

Jesus afirmou também ser dEle a iniciativa de escolher os discípulos e também que ninguém se chegaria a Ele se o Pai não lhe enviasse.

Não creio ser o Reino de Deus um clube em que entramos por iniciativa própria, na base de "aceitar ou não a Cristo". Imagino que em sua casa só entra quem você convida ou autoriza. Imagine nas mansões celestiais.

Quanto à liberdade de escolha voltemos às ilustrações do reino vegetal. O que define o tipo de árvore é o fruto gerado. O escritor de Hebreus assim coloca: De vós amados,esperamos coisas melhores,coisas pertinentes à salvação(Hb 6.9). Imagine se um não-salvo tem os frutos do Espírito Santo! Certamente que não.
Concluindo, agimos de acordo com nossa natureza. Salvos têm os frutos da salvação; os não-salvos simplesmente agem conforme a natureza decaída humana. Como é um tema há muito polêmico, entenderei se o irmãos não publicar este comentário. Aguardo sua réplica em jh.canuto@uol.com.br.Deus te abençoe.

Eliseu Antonio Gomes disse...

José Hilton.

Obrigado por sua participação neste tópico.

Abraço.