Nos últimos anos, o jovem padre Juarez de Castro, ganhou certo destaque na mídia ao fazer participações como convidado de programas vespertinos dirigidos ao público feminino, produzidos em canais de televisão de São Paulo, apresentados por Claudete Troiano e Catia Fonseca.
Recentemente, o sacerdote ganhou o posto de apresentador. Trata-se de um programa patrocinado por uma única empresa, que é uma grande rede de farmácias.
O patrocinador é Sidnei Oliveira, dono da Ultrafarma, um religioso fervoroso, figura conhecida na telinha devido aos espaços que compra para fazer propaganda do seu negócio, espaços onde faz questão de aparecer. Oliveira mistura a fé com os remédios, que são vendidos com entrega em domicílio (devo reconhecer que é uma ótima facilidade oferecida aos doentes).
Bem, nesta manhã, eu lancei mão do controle remoto para ligar a tevê assim que acordei. Enquanto uma parte da minha família estava sonolenta e a outra já estava esperta, se preparando para ir à igreja, eu permaneci defronte ao televisor assistindo e participando de um culto evangélico ao vivo. Depois que o culto acabou, zapeeei o aparelho e encontrei por acaso o padre Juarez em outro canal. O padre é alguém que chama minha atenção por possuir bastante carisma.
Após Bento XVI abrir o assunto sobre padres pedófilos e se posicionar contra eles com firmeza, podemos constatar que há liberdade interna para as lideranças da Igreja Católica tocar na ferida que a macula tanto. O padre Juarez estava falando de escândalos nas igrejas. Eu me interessei, pois era a primeira vez que me deparava com uma situação assim.
De maneira didática, o sacerdote fazia uso de lousa e giz. Escreveu “escândalo”. E explicou: “essa palavra significa fazer cair, fazer tropeçar. Existe escândalo no meio político, no meio dos esportes, no meio da igreja”. E frisou: “não só da católica, da evangélica também”. E continuou: “Jesus disse que é melhor para as pessoas que fazem outros caírem colocar um pedra amarrada no pescoço e se jogar no mar do que viver escandalizando”.
Segundo o sacerdote católico, repassando informações originadas da Santa Sé, informou que a Igreja Católica considera a pedofilia uma doença e um crime, e que o padre pedófilo deve ser tratado como todos os doentes e também responder judicialmente por suas atrocidades.
Segundo o padre Juarez, a proporção de padres pedófilos é igual ao número de pastores envolvidos com pedofilia. A porcentagem seria 0,003. Segundo a explicação dele, na Igreja Católica os casos são em números maiores porque o número de padres no mundo é maior que o número de pastores evangélicos.
Achei interessante ouvir ele dizer que padres não se tornam pedófilos, mas que alguns pedófilos se tornam padres. É algo a ser pensado... Já ouvi especialistas em segurança dizendo que os pedófilos sempre procuram situações de relacionamentos onde as vítimas estão. São professores, por exemplo...
Eu não sou adepto da filosofia ecumênica como o padre parece ser. Mas, gostei de ouvi-lo dizer que a mídia sobrevive com a repercussão de escândalos, e que tanto os cristãos católicos quanto os evangélicos, precisam se manter firmes na fé diante de tantos escândalos repercutidos. Ele incentivou a todos a defender suas igrejas contra quem venha querer ridicularizar a religião por causa dos casos de pedofilia.
Não nego que existam pastores pedófilos, mas na minha vida, desde a mais remota das minhas lembranças, não tenho o registro do escândalo de pedofia entre pastores. No meio em que vivo, conheci apenas um caso de escândalo sexual envolvendo um pastor.
O escandaloso que eu conheci se esqueceu que era pastor e homem casado e se comportou como um galanteador, cobiçou uma irmã casada com um dos obreiros da congregação, mulher belíssima, mas fracassou na tentativa de conquistá-la. Depois disso, perdeu a confiança de todos os membros da igreja e foi rejeitado pela hierarquia eclesiástica, perdeu o direito de pastorear. Soube que ele morreu só, a esposa o abandonou, a causa mortis foi câncer no esôfago.
Na igreja Católica, até os dias de hoje não é bem assim... Tive acesso em uma história dos idos de 1980. Não confirmo o relato como uma verdade incostestável, não tenho condições de confirmar a fonte. Na ocasião, tudo passou de ouvido à ouvido como burburinho de amigos e vizinhos. É o seguinte: o caso é de um garoto que era coroinha e sofreu abusos sexuais por parte do padre. Este garoto conviveu comigo na fase escolar do ginásio. A família dele fez reclamações até numa delegacia. A conclusão é triste: a vítima foi tratada como um revoltadinho baderneiro e o padre até hoje está livre e faz missas, apenas mudou de paróquia, e na época nem chegou a prestar esclarecimentos para a polícia.Para terminar o programa, diante de uma imagem, o padre orou. Não eram palavras repetidas, decoradas. E dirigiu-se ao Senhor, pediu em favor dos cristãos católicos e evangélicos. Depois, usando um playback de um CD que ele gravou, terminou o pragrama cantando uma música de Roberto Carlos.
E.A.G.
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