Carlos Apolinário é pastor da Assembleia de Deus e líder do partido Democratas na Câmara Municipal de São Paulo.
"O vereador Carlos Apolinário (DEM) apresentou ontem um projeto de lei para vetar a realização da 14.ª Parada Gay de São Paulo na Avenida Paulista, marcada neste ano para o dia 6 de junho. A iniciativa já conta com o apoio antecipado das principais lideranças da Câmara Municipal.
Em duas semanas, é a segunda vez que Apolinário, do mesmo partido do prefeito Gilberto Kassab (DEM), afronta o Executivo. O projeto foi apresentado um dia após Kassab confirmar a parada deste ano na principal avenida da cidade. Membro da Assembleia de Deus e dono de rádio evangélica, Apolinário conseguiu há duas semanas, ao articular a derrubada de um veto do prefeito, reduzir as normas de fiscalização da lei do silêncio.
"Se a Marcha Para Jesus e a festa do Dia 1.º de Maio já ocorrem no Campo de Marte (localizado na zona norte da capital), a parada também pode ocorrer no mesmo local, sem prejuízo à rede hoteleira da cidade", argumenta Carlos Apolinário.
O vereador aposta novamente na insatisfação dos colegas do PR, PV, PTB, PP e PMDB, que formam o centrão, para conseguir barrar o evento GLS na Paulista e emplacar mais uma lei que agrada a seu reduto eleitoral.
O projeto que pode vetar a parada deve entrar em tramitação na Casa como prioridade a partir de amanhã. "No ano passado, tivemos mais de 30 pessoas feridas no evento, bombas. Três milhões de pessoas numa avenida cheia de leitos hospitalares não é de bom senso", afirma Apolinário.
A Prefeitura informa que a realização da Parada Gay cumpre as exigências previstas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público Estadual. Kassab nomeou uma comissão para "tomar as medidas pertinentes" em relação ao evento. Nos próximos dias, o prefeito deve articular a base governista para que o projeto seja vetado.
Benefícios para SP. A parada, ao lado da Fórmula 1 e do carnaval, é um dos eventos que mais dão retorno financeiro à cidade. Neste ano, a expectativa é de uma movimentação de R$ 190 milhões para o comércio e à rede hoteleira.
O diretor da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato, diz que o turismo paulistano perde se a parada não for realizada na Paulista. "O problema não é a Paulista. O problema central é a intolerância de um vereador que demonstra preconceito com quem não é de sua religião", critica. Associações GLS procuradas ontem pela reportagem não quiseram comentar o projeto.
A força do centrão. No mês passado, Kassab chegou a manifestar a vereadores da base governista (PSDB) e da oposição (PT) que gostaria de ver o centrão fora da Presidência do Legislativo a partir de 2011 - Antonio Carlos Rodrigues (PR) está no quarto mandato consecutivo.
Fonte: Creio via Família Debaixo da Graça
2 comentários:
Me surpreende muito um homem experiente e vivido, sendo evangélico, fazer parte de um partido que é o braço político da igreja católica e tem na sua cúpula apena membros da Opus Dei e da Maçonaria.
Nonato
Eu não vejo como algo anormal o Vereador e Pr. Carlos Apolinário estar no partido em que está. O que conta para nós é como ele tem se conduzido sua carreira política neste partido.
A sua cobrança é exagerada. Para mim causou estranheza seu comentário.
Censurá-lo por estar num partido enxercendo a função de vereador, apenas porque neste partido existem outros vereadores que não são evangélicos... Não considero sua atitude legal.
Sendo assim, teríamos que fazer a mesma cobrança para toda a cristandade. Teríamos que cobrar de todos os cristãos quem são os seus colegas de trabalho onde exercem suas profissões. Deveráiamos censurar quem estiver trabalhando com maçons, espíritas, católicos...
Todos os evangélicos trabalham apenas em empresas cujos patrões e colegas são evangélicos? Não.
Não é este o raciocínio cristão que devemos empreender. Não é?
A santidade não tem a ver com localização geográfica e nem separação física. Santidade tem a ver com conduta. É estar entre mentirosos e não mentir, estar entre adúlteros e não adulterar, estar entre corruptos e não se corromper.
Abraço.
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