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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ELOÁ CRISTINA PIMENTEL - VÍTIMA DO EX-NAMORADO E DA BAGUNÇA QUE É A CONCESSÃO DE TELEVISÃO NO BRASIL


A concessão de televisão precisa ser reavaliada pelo Governo A violência na televisão brasileira ganhou novo patamar. Agora não está apenas na esfera da ficção, está nos links do jornalismo também. Desde o destemperado Cidade Alerta (Record) ao sisudo e impreciso Jornal Nacional (Rede Globo). 

O sistema brasileiro de transmissões jornalísticas, ao vivo, nunca possuiu critérios. A falta de regras inteligentes quanto às concessões de televisão, proporcionou, por uma semana inteira, a cobertura jornalística da imprensa , quase que ininterruptamente, do caso do sequestro de Eloá Cristina em Santo André - SP. 

Naquela semana triste o jovem sequestrador deu quatro ou cinco entrevistas para as mais importantes emissoras de televisão, deu tiros através da janela e ainda foi tratado como um Robin Hood tupiniquim. O Brasil assistiu tudo como se assistisse uma nova edição do Big Brother. O bandido, as sequestradas, o pelotão de jornalistas e da polícia, os vizinhos do apartamento e os apresentadores de programas eram personagens de um grande reality show transmitido simultaneamente em quase todos os canais. 

Parecia não existir nenhum senso de valorização da vida humana por parte dos profissionais da televisão e seus responsáveis. Via apenas uma guerra de audiência e disputa de repórteres quanto às novas informações, quanto aos detalhes desconhecidos daquele episódio lamentável, surgiam informações desencontradas e várias que até agora não foram confirmadas. 

É necessário haver no Brasil a regulamentação da comunicação de televisão nestes casos de transmissões ao vivo. Precisamos de normas que privilegiem as telespectadoras Eloás... Necessitamos de regras determinando ser terminantemente proibido passar informações de sequestros enquanto eles estiverem em andamento. A vida da vítima é colocada em risco por causa disso. Qualquer vida vale muito mais do que manter a sociedade informada sobre um crime em andamento. Entretanto, agora parece que toda a classe de jornalistas estão interferindo na liberdade de ação dos policiais. Não bastasse atrapalharem o bom andamento de negociação entre o sequestrador e o negociador, após o término do sequestro criaram um "tribunal público" para fazer a opinião pública ficar contra a polícia! Bela imprensa brasileira... Fosse o mesmo nos Estados Unidos, jornalista ocupando a linha telefônica, canal de comunicação da polícia com o delinquente, os tais entrevistadores estariam atrás das grades! 

Uma consequência do "Big Brother de Santo André"

Hoje, numa rua vicinal, diante da minha garagem, um casal de jovens aparentando a faixa etária de Lindembergue e Eloá, começaram a discutir em voz alta. O rapaz esbofeteou a garota, que investia contra ele o empurrando e gritando xingamentos. Juntou pessoas da vizinhança em volta e podia-se notar que o garoto e a garota se sentiam satisfeitos por chamar a atenção de todos daquele jeito.

Os cristãos e a sociedade de então 

Como cristãos temos nossa cota de responsabilidade. Como sal temos que salgar e como luz iluminar com eficiência a todos. As novelas e o "Big Brother de Santo André" têm passado a mensagem de que perdoar é passar atestado de fraqueza, quando na verdade é demonstração de possuir virtude. E a Igreja do Senhor diante disso não tem exercido a influência que deveria exercer , não ensina com a contundência necessária que a essência do amor é valorizar a vida, que uma das práticas do amor é perdoar.

Nos enredos dos folhetins da televisão, e programações em geral, em nome do amor apregoa-se aos telespectadores a idéia de que o ciúme é algo bonito e que pode ser adotado como ingrediente de um romance normal. É cultivada a idéia de que o alguém ciumento também pode ser violento, que as tragédias provocadas pelos ciúmes são loucuras de amor, atitudes louváveis. 

Dia após dia a massificação dessa filosofia errada do que seja a expressão do amor induz muitos ao erro, cria-se Lindembergues e Eloás... 

Irmãos e irmãs em Cristo, vamos brilhar em nossa sociedade, vamos ofuscar a influência dos autores de novelas e dos editores de jornalismos à la reality show, ou não? Quando a pregação do Evangelho surtirá efeito positivo nas linhas editoriais dos programas jornalísticos? Quantas Eloás serão vitimadas, ainda? 

E.A.G. 

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