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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Abraão - Obediência irrestrita

Abraão, obediência irrestrita - Celio Roberto - Jornal Nosso Setor, ano 14, nº 129, maio 2016.
Por Célio Roberto

Toda pessoa precisa decidir, em algum momento de sua vida, se quer confiar em Deus ou não. Até o momento da decisão, sua fé será o ponto de partida, conforto e encorajamento. Mas Deus com certeza testará nossa conduta, e o teste de Deus pode conter exigências aparentemente absurdas. A provação forçará a pessoa ou a seguir o raciocínio humano e abandonar a orientação divina, ou abandonar o raciocínio humano e seguir a orientação de Deus. Falo de um Deus e do teste que não tolera concessões. A pessoa tem que optar entre seu caminho e o caminho de Deus. Entre segui-Lo ou abandoná-Lo. Vemos isso também nas palavras do meigo Salvador quando disse: "Quem não é comigo é contra mim; quem comigo não ajunta espalha (Mateus 12.30). Com Deus não existe meio termo, ou se está com Ele ou contra Ele.

Chamado para obedecer

Quero citar o exemplo de Abrão, mais tarde chamado de Abraão pelo próprio Senhor, que enfrentou muitas provas, e na maioria das vezes exigia uma decisão radical. Quando tinha 75 anos, Deus pediu-lhe que saísse de sua casa, que deixasse para trás a casa de seu pai, sua terra e seus amigos e vizinhos. Deus ordenou-lhe que abandonasse o conforto de UR e viajasse sem roteiro definido para a terra que lhe mostraria (Gênesis 12.1). Com a ordem, veio também à promessa de muitos descendentes e a oportunidade de ser bênção para todo o mundo por meio dessa descendência que resultou no Salvador, a saber - Cristo Jesus. Sem a mínima hesitação, Abraão obedeceu. Deus conduziu Abraão e sua esposa para a terra à qual os havia chamado, porém pareceu tardar em cumprir a segunda promessa. Sara não podia gerar filhos quando mais jovem, pois era estéril. Agora tinha mais um obstáculo para o casal, a idade avançada. Quando Isaque milagrosamente nasceu, Abraão estava com cem anos de idade, e sua esposa, Sara, com noventa.

Crendo no impossível

Muitos anos se passaram, e Deus fez mais um pedido ao seu servo. Dessa vez, no entanto, conduziu Abraão ao inimaginável - sacrificar o próprio filho, Isaque, sobre um altar. À primeira vista, tal ordem parece proceder de um Deus desequilibrado e totalmente maluco. Mesmo assim, o velho e já cansado Abraão, obedeceu. Por quê? Porque ele cria que, oferecendo o filho sobre o altar, Deus de alguma forma ressuscitaria o menino (Hebreus 11.19). Deus já havia permitido que Sara gerasse Isaque em idade avançada. Abraão tinha em mente que, se Deus era capaz de produzir vida nova em corpos velhos como os de Abraão e Sara, podia também devolver de alguma maneira a vida de Isaque. Abraão tinha certeza que "(...) mas para Deus todas as coisas são possíveis" (Mateus 19.26).

Abraão, homem de fé

Sabemos que Abraão não chegou a cravar a faca no peito do filho. Em vez disso, Deus providenciou um cordeiro para o sacrifício (Gênesis 22.13). Por que então o Senhor disse a Abraão para construir um altar, amarrasse o menino e o colocasse sobre o mesmo? Para testar a fé de seu servo? Queria Deus saber se Abraão confiaria nEle quando a pessoa que mais amava estava envolvida? Não! Claro que não! Como o Senhor Deus sabe de todas as coisas, penso que Ele queria mostrar para o mundo todo como é ser obediente de maneira irrestrita, ou seja, sem limites. Como é de nosso conhecimento, Abraão passou no teste de obediência. De fato, sua confiança em Deus, levou o apóstolo Paulo, outro homem de fé e também obediente, a chamá-lo de homem de fé (Gálatas 3.9).

Aprendendo a ouvir a voz de Deus

Admirar a fé do patriarca Abraão é um coisa. Imitá-la é algo bem diferente. Seguir seus passos significa ouvir a orientação de Deus. Na mente de Abraão, estava claro o que Deus queria que ele fizesse. As pessoas de hoje, mais precisamente nós cristãos, inclusive nossos líderes, precisam aprender a ouvir a orientação de Deus na leitura diária da Bíblia e na oração.

Quanto ao aspecto moral, a instrução de Deus é geralmente muito clara. Ele nos diz o que devemos fazer. Para começar devemos amá-Lo, amar o próximo e honrar os pais. Perceber a orientação divina em outras áreas nem sempre é fácil e pode exigir muita oração e sensibilidade. Mas a pessoa que busca a orientação divina irá exercitar-se na disciplina necessária para sintonizar-se com a vontade de Deus.

Conclusão

Uma vez convictos da direção de Deus, não tenhamos dúvidas que enfrentaremos muitos testes. Como Abraão, devemos imediatamente seguir as orientações do Senhor. Quando Deus ordenou a Abraão que deixasse seus parentes e sua terra, onde vivia, ele deixou (Gênesis 22.2, 3). Qual o segredo do patriarca? O segredo era sua convicção de que o propósito de Deus para sua vida fosse qual fosse, seria sempre melhor que qualquer plano que ele , Abraão, pudesse conceber.

Nossas ações, mais que nossas palavras, revelam o que cremos a respeito de Deus. Abraão demonstrou sua fé em Deus por meio de suas ações. E nós? Estamos dispostos a fazer o mesmo? Será que nossa fé, nossa fidelidade, nossa convicção e nosso amor a Deus são capazes de nos fazer obedecê-Lo em qualquer de seus pedidos? Ou passar por testes que a mente humana jamais pensou?

Fonte: Jornal Nosso Setor, ano 14, nº 129, página 7, maio 2016 

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