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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sete tipos de pregadores e sete tipos de ouvintes


Primeiramente, é necessário dizer que o discernimento espiritual surge através de leitura da Bíblia e de oração.

Em segundo lugar, amparado em João 7.24, lembro que o ato de julgar tem base bíblica, porém existe cristão equivocado fazendo dos julgamentos a prioridade de sua caminhada cristã. Ficam parados procurando erros nos irmãos e irmãs em Cristo, parecem ter enorme prazer em apontar erros no próximo e ao mesmo tempo demonstram estarem esquecidos de suas próprias falhas. Deixaram de evangelizar para exercer o papel de juiz de todos.

Em Marcos 16.15 você e eu fomos convocados por Jesus para pregar o Evangelho a toda criatura. Como cristãos, essa é a sua e a minha missão principal. E não precisamos ir longe: vizinhos, colegas de escola e trabalho, pessoas na frente e atrás das filas de banco e supermercado.
 
Abaixo, uma análise sobre pregadores e ouvintes de pregações.

O movimento do re-te-té

Quem é estudioso das Escrituras Sagradas sabe que em nenhuma passagem do Novo Testemanto encontramos ensino afirmando que a presença do Espirito Santo é evocada por meio de gritos, pulos e rodopios. Em nenhuma parte da Bíblia Sagrada está escrito que o barulho é sinal da presença de Deus no ambiente de culto.

Mas, é perfeitamente aceitável a ideia que o cristão alegre expresse sua emoção por diversas maneiras - uma dessas maneiras é a expressão corporal efusiva. Penso que os excessos de expressões corporais coletivas se transformam em equívocos quando passam a ser parte incorporada à liturgia de cultos. 
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Sobre a turma do re-te-té, acredito que seja apenas um grupo de cristãos que precisa de ensinamento bíblico. Acredito que amem a Deus, estão vivendo os primeiros passos da fé, são nossos irmãos em Cristo, mas ainda não tiveram o conhecimento pleno do Evangelho. Penso que, na medida do possível, precisamos empreender discipulado para que cresçam espiritualmente.

A unção espiritual não deve ser associada com gritos, pulos e rodopios. Não existe base bíblica para crer assim.

Ajuda é tarefa do pastor

Os cristãos que escrevem livros e fazem palestras de autoajuda se mostram especializados em determinadas áreas da vida cristã. Vida familiar, jovens, missões, etc. E, há quem os critique por agir assim. Alegam que tais atividades não possuem base bíblica.  

Quanto ao enfoque da autoajuda, lembro-me de Filipenses 4.7-8 (rapare em "quanto ao mais" e "tudo"):

"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai".

É responsabilidade do pastor dirigir as ovelhas às campinas melhores, levá-las aos pastos mais verdes. 

Pregadores das Boas Novas ou comediantes?

Foi Deus quem criou seres humanos introvertidos e extrovertidos. É natural que a personalidade de algumas pessoas seja descontraída. Entre elas existem pregadores, por natureza pregam sermões alegres. Então, desde que a mensagem seja cristocêntrica, não seja com a intenção de apenas entreter platéia, não vejo problema. Mas, há quem os condene, alegando que toda pregação deve levar o pecador ao arrependimento e o consolo aos abatidos, acreditando que na tribuna de igrejas não deve haver nada que provoque risos, porque a risada seria falta de temor a Deus.

Comediantes? Bem, é necessário ao que prega saber qual é o tipo de público-alvo que sua mensagem alcançará. Não é necessário pregar mensagem para aceitar a Cristo para ouvintes que já O aceitaram. Fazer isso é totalmente sem sentido, é desperdiçar tempo. Aos que já entronizaram ao Senhor em seus corações, o pregador deve usar temas de discipulado, assuntos voltados à edificação. A exortação não precisa ser feita com a cara de quem comeu e não gostou da comida.

Alegrar-se é uma recomendação bíblica: Salmo 32.11; 97.12; Romanos 12.15; 15.10; Filipenses 2.18; 4.4; 1ª Tessalonicenses 5.16.

Grandes empreendedores ou ganhadores de almas?

Jamais o pregador deve pregar sobre conversão afirmando que converter-se é parte de um processo que as levará a conquistarem sucesso nesta vida transitória. O progresso material e profissional não é o objetivo final do cristão, é apenas consequência. Em primeiro lugar o cristão precisa querer crescer espiritualmente, porque estamos de passagem neste mundo (Mateus 6.28; 1ª Pedro 2.11).

Exitem pregadores que são acusados de pregar buscando apenas lucros financeiros. Dizem que eles não visam almas para Jesus Cristo, apenas transferir o dinheiro delas para seus próprios cofres. Os tais são rotulados de pregadores da Teologia da Prosperidade, lobos em pele de ovelhas,  mercenários.

Certa vez Jesus Cristo deixou de lado a pregação e milagres, quis assentar-se perto do gazólico para observar a conduta de ofertantes. Ele fez questão de comentar aprovando a decisão de uma mulher viúva, ela era alguém desamparada pela sociedade, mas que  resolveu entregar o valor de um dia inteiro de trabalho na Casa de Deus. Bem, como o Filho de Deus tinha apenas três anos e meio de ministério, e considerou importante parar a pregação e as curas e checar a atitude de corações que entregavam dinheiro no templo, podemos entender que a questão das ofertas é assunto importante para a Igreja e para Deus. Conferir: Marcos 12.39-42; Lucas 21.1-4.

Quanto custa seu dia de trabalho, você já entregou este valor ao Senhor no templo?

Em Gênesis 4.1-4 o assunto finanças está presente. Nesta passagem bíblica vemos que o Criador se agradou da oferta de Abel, que era pastor de ovelhas. O ofertante Abel resolveu de livre e espontânea vontade tirar do seu trabalho, que era cuidar do rebanho, o bicho mais saudável e forte, aquele que representava alta reprodução à sua criação, o que economicamente representava grande valor, para que servisse de holocausto e servisse de demonstração de fé e amor ao Senhor.

Assim sendo, não creio que quando o pregador incentiva o ato de dízimos e ofertas, lembra aos ofertantes e dizimistas as promessas bíblicas de bênçãos -  atreladas às ações de dizimar e ofertar - esteja cometendo heresia. Tais promessas existem, elas deveriam ser escondidas?

É claro que o dinheiro jamais deve ser o tema central de quem prega. E, na mesma proporcionalidade, os críticos de coletas nas igrejas precisam rever seus conceitos, examinarem-se para que não se percam através dos sentimentos de egoísmo e avareza.

O tema finanças é um dos pilares da fé cristã e não deve ser desprezado, Jesus não o desprezou. 

Marketing cristão?
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Conheci uma pessoa que vivia de vendas de materiais evangélicos na porta da igreja. Ele não era pregador, por muitos anos vendeu livros e discos de vinil escritos e gravados por outras pessoas. Chegava com seu carro apenas no final dos cultos, não participava de nenhuma reunião. O pessoal da igreja gostava de encontrar a comodidade ao sairem dos templos e retornarem para suas casas, considerava bom ter acesso aos produtos evangélicos com essa facilidade. Mas, e alma daquele vendedor? Quando o pastor tocou neste detalhe o vendedor desapareceu.

A prática de vendas é comum entre os missionários. Eles comparecem aos cultos como pregadores itinerantes e vendem conteúdo criado por eles mesmos ao final das reuniões. Ao vender livros, CDs e DVDs, fazem isso como uma maneira de sustentar o ministério cristão que possuem. Se o conteúdo do material é bom, se possível, da parte de quem compra deveria sempre haver disposição para pagar mais do que o valor oferecido. Todo cristão precisa ter o objetivo de ajudar quem está envolvido com projetos de  missões.

É sempre necessário haver bom senso da parte de quem vende e da parte de quem compra. Preços justos, sempre.

Com certeza, quem usa o púlpito olhando para as ovelhas de Cristo como potenciais clientes, não são pastores e nem pregadores cristãos, pois estão interessados na lã e gordura das ovelhas de Cristo. Perderam o foco do cristianismo, perderam o rumo de suas chamadas ministeriais.

Acusar todas as pessoas que vendem material evangélico nos arredores das igrejas de mercantilista é cometer generalização. Toda afirmação precisa ser cautelosa.

O púlpito deve ser lugar onde se prioriza a mensagem bíblica, não deve ser transformado em plataformas para longas apresentações de produtos, preços e promoções.

Compra quem quiser, não é? Se por acaso você encontra quem esteja fazendo do púlpito uma banca de comércio, a melhor estratégia para acabar com isso é não comprar nada. O melhor protesto é nunca abrir a carteira de dinheiro para pessoas que confundem o significado do verbo cultuar
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Cristãos legalistas

Alguns líderes cristãos são apegados às proibições: homens não podem deixar a barba e os cabelos crescerem; mulheres não podem cortar o cabelo, usar batom, brinco, calça comprida; jovens não devem usar tênis e nem calça jeans. Tais líderes são vistos como os inventores de pecados.

Sobre os legalistas, eu os vejo da mesma maneira que vejo a turma do re-te-té. São pessoas que precisam ser discipuladas, elas estão aprisionadas em cartilhas religiosas de “pode-e-não-pode”. Dão às regras extrabíblicas maior valor que ao próprio Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
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A cartilha pode-e-não-pode é uma fonte de divisão e emulação. Separa irmãos e provoca a sensação de que seus praticantes são pessoas mais santas do que quem não vive igual elas.

Pregador ou papagaio?

No meio cristão não é raro encontrar nas igrejas quem seja considerado imitador. Os pregadores de televisão e pregadores congressistas são alvos de muitas imitações.

Todo pregador precisa buscar sua maneira própria de se comunicar, deve levar à tribuna mensagens originadas de seus próprios momentos devocionais, deve usar temas encontrados por meio de oração e da leitura bíblica. Quando o pregador se consagra, não é considerado pregador-papagaio.

Em psicologia existe um termo específico para o fenômeno da imitação: osmose. Ela não é algo bom ou ruim. Faz parte do gênero humano em geral. Não ocorre apenas com o grupo de pastores.

Em muitas situações uns acabam muito parecidos com outros. Ao longo dos anos, o marido recebe influência da esposa e vice-versa. Os filhos recebem de seus pais. O aluno recebe de seus professores e de artistas, os empregados de seus patrões. O liderado de seu líder.

Por osmose, imita-se a maneira de falar, os trejeitos, gestual, estilo de roupas, o corte de cabelo.

De pessoa para pessoa, o grau de osmose é diferente. Os fatores que levam à osmose são variados, sendo o mais frequente a admiração.

Tanto o influenciador quanto o influenciado, em quase todos os casos de osmose, mal percebem a mudança que acontece em suas vidas. Cada caso é um caso que deve ser avaliado particularmente.

A melhor das osmoses é se parecer com Cristo e com Deus.

Conclusão
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Acredito que devemos tomar cuidado para não nos transformarmos em promotores de contenda entre irmãos (Provérbios 6.16).

E.A.G.
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Este texto está liberado para cópias, desde que citados nome do autor e link (HTML) ativo direcionado ao blog Belverede.

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