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Arquivo | 14 anos de postagens

domingo, 19 de novembro de 2017

O preço da graça da Deus


Por Eliseu Antonio Gomes
Transcrição

De que modo uma pessoa é salva? É por benemerência dela? É pelas façanhas que ela produz? É pela penitência que ela pratica? Açoitando o corpo, indo viver dentro do convento, fazendo sacrifício numa vida de ascetismo? Não é nada disso, pois a salvação é um presente de Deus, é uma dádiva; a salvação chega até nós por meio da graça divina, é um favor do Senhor que não merecemos.

Por mais religiosa que a pessoa seja, ela nunca alcançará a salvação por mérito próprio. Mesmo que possua boas intenções é reprovada ao passar pelo exame justo do Senhor. Então, Deus em seu imenso amor nos oferece a maravilhosa graça, para que não pereçamos.

Graça é aquilo que não somos dignos de ganhar e necessitamos, não merecemos a salvação e, no entanto, precisamos dela. A graça é um favor imerecido que Deus oferece aos homens. Ninguém será salvo por mérito próprio, porque o modelo de vida para ser salvo é viver sem pecar. O homem não é perfeito, mesmo que se esforce para cumprir a Lei de Deus, tropeça em diversos pontos e é culpado da Lei em sua íntegra. O ser humano é incapaz de ser perfeito quanto às obras, pois tropeça em suas obras, falha quando fala e falha ao pensar.

O termo "graça" traz a ideia errada de coisa gratuita, o que leva a pensar que é coisa insignificante e sem valor. Mas, mesmo oferecida ao ser humana sem a cobrança de preço algum, ela custou muito caro para Deus e para Jesus Cristo. Como o ser humano é incapaz de salvar a si mesmo, por Deus não deixar passar desapercebida à quebra da sua lei e à violação da sua justiça, enviou o seu Filho único, que jamais pecou, para morrer no lugar de todos os pecadores. Deus lançou sobre Jesus os nossos pecados, e Jesus levou os nossos pecados até a cruz e lá na cruz Jesus rasgou o escrito das nossas dívidas e as pagou – morrendo em lugar de toda a humanidade pecadora. E assim Jesus pôde bradar: “está consumado”, isto é, a dívida está paga. Desta maneira, o ser humano alcança a graça, que não foi gratuita para Deus e nem para Cristo, custou um preço muito caro , custou o derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Pense nisso.

E.A.G.

Nota:
Postagem publicada originalmente em meu perfil no Facebook, em 22 de outubro de 2017 às 03h37. O conteúdo é resultado de uma transcrição - realizada de maneira livre, não palavra por palavra - de uma breve preleção do Pastor Hernandes Dias Lopes, apresentada no programa de televisão Verdade e Vida, produção da Igreja Presbiteriana do Brasil, veiculado numa manhã de sábado do mês de outubro do corrente ano. Link: goo.gl/KtERqD

Imagem: Lu Benone - https:// www. facebook. com/ lubonome

sábado, 18 de novembro de 2017

A utilidade da Escritura Sagrada

Por Eliseu Antonio Gomes

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" - 2 Timóteo 3.16-17.

A Bíblia Sagrada é uma biblioteca em nossas mãos. Porém, é mais do que uma seleção de sessenta e seis obras antológicas agrupadas em um só livro. É uma coletânea de escritos contendo história, poesia, parábolas, códigos de lei, provérbios e dizeres, hinos, cartas e profecias. Seu conteúdo influenciou a arte, a política, as leis e escritores ao redor do mundo, muito mais do que qualquer outra literatura publicada em todos os tempos. Ela trata das grandes questões fundamentais da vida: responde sobre a razão de estarmos aqui; o que devemos fazer e priorizar. As pessoas que escreveram a Bíblia  transmitiram mensagens de Deus, inspiradas pelo Espírito Santo.

Seu sistema de capítulos e divisões de versículos não existiam no original, foram introduzidos nos séculos 13 e 16, respectivamente; servem de auxílio para encontrar com facilidade todos os trechos escritos.

A Escritura é produto da mente do Criador. Através dela Deus fala conosco, pois ela foi inteiramente dada por inspiração de Deus. Ela é proveitosa para doutrinar, para reprovar, para corrigir todos os erros em julgamento e em prática, e para instruir em justiça.

O mesmo Espírito que assopra o raciocínio sobre nós, assopra a revelação entre nós. A Escritura nos serve para inumeráveis usos aproveitáveis. Ela nos ensina quanto ao que é verdadeiro, reprova-nos no que estamos falhando, dirige-nos naquilo que é bom. É uma revelação divina da qual podemos depender como uma verdade infalível; é uma regra perfeita de fé e prática.

Ensino (Salmos 119.98-101). 

Como qualquer outra pessoa, o cristão cumpre suas obrigações de cidadão neste mundo. Ao exercer suas atividades, todo aquele que de fato ama a Palavra de Deus carrega a Bíblia Sagrada consigo, se não em suas mãos, na cabeça e no coração, pois sabe que ela o torna sábio. 

O observador da Palavra sofre tentações, porém é capaz de desviar-se de todo caminho mau para manter-se fiel às orientações do Senhor. Ele prefere interagir com a Palavra de Deus como sua diretriz, pois a recebe como alimento ricamente nutritivo e delicioso ao paladar. Por meio das instruções das Escrituras, no decorrer de sua vida adquiri conhecimento para discernir entre o autêntico e o falsificado, o bem e o mal, e torna-se capaz de aconselhar aos que estão confundidos.

Nosso amor pela Palavra de Deus deve ser inenarrável, devemos amar não apenas os textos que contém promessas, mas também apreciar profundamente a Lei de Cristo e se comprazer em meditar em todo o conteúdo bíblico, pois ela resplandece como as lâmpadas, é a luz para os nossos olhos, no sentido de nos favorecer em nosso procedimento à escolha geral da nossa trajetória e na escolha particular de nossas atitudes. 

Repreensão (João 15.1-2). 

O gracioso dom de Cristo à Igreja é o ministério da paz e reconciliação com Deus. Vivendo em Cristo, honramos a Deus praticando o bem e somos capacitados a fazer veemente oposição ao fingimento e à mentira.

Jesus é a videira verdadeira e os cristãos são os ramos. Assim como de uma vinha esperamos uvas, do cristão Deus espera ações compatíveis com o cristianismo. Os cristãos são como os ramos de uma árvore em que Cristo é o tronco. Os ramos não podem dar frutos se não estiverem conectados ao tronco. Estar separados implica em sermos inúteis, pelo que seremos descartados. Estar juntos a Cristo significa produzir frutos. Frutifiquemos, que a nossa conduta seja composta com temperamento equilibrado e boa disposição em discurso e prática. Ao dar fruto, o crente glorifica a Deus e demonstra ser um autêntico cristão.

Até os ramos mais frutíferos precisam de poda, porque até a melhor pessoa nasce no estado deslocado e desajustado pelo pecado, tem conceitos, paixões e temperamentos que precisam ser removidos, com a finalidade de se tornarem mais fecundos.

Correção (Efésios  4.11-13).

Jesus enviou os doze discípulos para evangelizar, mas confirmou o ministério de cada um deles apenas quando derramou o Espírito Santo de maneira extraordinária sobre eles (Mateus 10.1-5).

Cristo deu dons ministeriais à Igreja - que é o seu Corpo místico - para que a liderança, através da difusão e prática das Escrituras Sagradas proporcione o aperfeiçoamento e edificação dos crentes, e estes estejam preparados para se transformarem em cidadãos do céu. Os dons conferem força e maturidade ao crente, evitando que seja confundido; além disso, provocam o crescimento da igreja como um só organismo. Se a liderança estiver dotada de dons, a mensagem da Bíblia será ministrada com eficácia no que tange ao aperfeiçoamento da produtividade espiritual da congregação.

Educação na justiça (1 Timóteo 4.6).

Todos os cristãos têm necessidade de crescer e aperfeiçoar no conhecimento de Cristo e sua doutrina; alimentar-se das palavras de fé. A melhor maneira de os cristãos crescerem em conhecimento e fé é lendo a Bíblia e trazendo a leitura à lembrança. Através da consciência avivada quanto ao que o Senhor espera de cada um de nós, adquirimos condição de refutar os ensinamentos que conflitam com a vontade do Senhor, eliminar hábitos que não são produtivos.

Advertência (Hebreus 4.12, 13).

A Palavra de Deus é de grande ajuda, fortalece a nossa fé, dá ânimo para sermos diligentes e em nossa diligência alcançamos descanso.

1. Ela é viva e ativa, fortalece o coração, é confortante e cura a alma ferida.
2.  É eficaz, convence, converte, consola, estimula e poderosamente destrói fortalezas para ressuscitar os mortos, fazer o surdo ouvir, o cego enxergar, o mudo falar e o aleijado caminhar (2 Coríntios 10.4-5). Desfaz o reino de Satanás e estabelece o reino de Cristo.
3. É espada de dois gumes, penetra onde nenhuma outra espada consegue entrar e pode dissecar mais profundamente. Corta dos dois lados; é a espada do Espírito. É cortante tanto para quem a maneja quanto ao que está diante dela (Efésios 6.17). Sai da boca de Cristo (Apocalipse 1.16).
4. Provoca a divisão da alma e do espírito. Ela faz com que a alma orgulhosa se torne humilde, e a perversa obediente ao Senhor. Ninguém é capaz de se esconder de Deus, o Criador, e inspirador da Escritura por meio do Espírito Santo. Não há quem possa se ocultar de Cristo, o Verbo divino que sonda os rins e o coração (João 1.14; Apocalipse 2.23). Teremos de responder a Jesus , que determinará o destino eterno de toda a humanidade
5. Figurativamente, alcança juntas e medulas, isto é, as partes mais íntimas do ser humano, transforma os pensamentos e o coração, corta os desejos desenfreados da carne e da mente, fazendo morrer a força aguda que induz ao pecado.
Conclusão.

Existem diversas traduções modernas da Bíblia. É importante lê-la de maneira sistemática e devocional.

Na Escritura Sagrada não existe falhas, erros e nem mentira alguma, seu conteúdo nos guia pelo caminho da verdade. Qualquer outro escrito torna-se obsoleto e expira com o passar do tempo, mas a Palavra de Deus não muda porque é duradoura e fonte segura de todo conhecimento útil (Salmos 119.140; Lucas 21.33; 2 Pedro 1.19).

E.A.G.
    
Compilação:
A Bíblia de Maneira Simples, Nick Page, páginas 4 e 5, 1ª edição 2014, Barueri/SP (SBB).
Bíblia de Estudo Mattew Henry, páginas 917, 1678, 1679, 2020; edição 2014; Rio de Janeiro/RJ (Central Gospel).
Bíblia do Pescador, Luis Àngel Díaz-Pabón; páginas 658, 1104, 1349; 1ª edição 2014; Rio de Janeiro-RJ (CPAD).

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O nome de Deus

TEOLOGIA. O tetragrama que carrega o nome de Deus. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes.


Quando Deus se revelou a Moisés, apresentou a identificação EU SOU (Êxodo 3.1-6, 14). Hebraístas declaram que a sonoridade seria “iodevave”.

As transcrições do nome de Deus que encontramos nas traduções da Bíblia Sagrada, vertida ao idioma português, usam as formas latinas. E, o nome de Deus na época do Antigo Testamento não era pronunciado pelos judeus; escrevia-se o tetragrama YHWH. Os tradutores convencionaram trocar as quatro letras por SENHOR (em maiúsculas) onde os judeus têm ADONAI (que é "o Senhor" em hebraico).

A cura realizada pelo Abba Pai
A Ciência confirma a Bíblia Sagrada
Escrever Deus usando consoante d em forma minúscula. Irreverência? ...
Inspiração divina e autoridade da Bíblia
Não tomarás o nome de Deus em vão
E.A.G.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Salvação e Livre-Arbítrio

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O principal plano de Deus foi salvar a humanidade, porém, em concordância com sua sabedoria, deu o livre-arbítrio ao homem.

I. A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA

1. A eleição de Israel.

Qualquer estudo sobre a eleição deve começar por Jesus. Toda conclusão teológica que não fizer referência à doutrina de Cristo seja posta como ação suspeita, pois em Jesus encontramos o amor de Deus.

A eleição de Israel foi ímpar e pontual. Deus tinha o objetivo de enviar o Salvador ao mundo através da nação hebreia. Cristo reflete o Deus que elege. sem fazer acepção de pessoas. Por este motivo o apóstolo Paulo vinculou o amor à eleição ou predestinação.
a. "Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor  nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade" - Efésios 1.4-5.
b. "Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, revistam-se de profunda compaixão, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência" - Colossenses 3.12; 
c. "Sabemos, irmãos amados por Deus, que ele os escolheu" - 1 Tessalonicenses 1.4;
d. "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" - .2 Tessalonicenses 2.13.
O Deus que elege é o Deus que ama o mundo inteiro de maneira tal, com um amor indescritível. Por isso não é aceitável a afirmação que Ele escolhe alguns para a salvação eterna e envia outros para a perdição sem-fim.

2. A eleição para a salvação.

A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores para a salvação em Cristo e torna-os santos. Essa eleição é proclamada através da pregação do Evangelho, e Deus deseja que todos sejam salvos e respondam afirmativamente ao chamado para a salvação. Romanos 8.29-30; João 1.11; Atos 13.46; 1 Corintios 1.9; Atos 2.37; 1 Timóteo 2.4; 2 Pedro 3.9.

A eleição é segundo a presciência de Deus.

É necessário nascer outra vez

3. A presciência divina.

A presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão e interferir na história humana (Atos 22.14; Romanos 9.23; Neemias 9.21; Salmos 3.5; 9.4; Hebreus 1.3).

Estamos sob os cuidados e a presciência de Deus, mas também desfrutamos paradoxalmente da liberdade do livre-arbítrio dado por Ele, situação que aumenta a responsabilidade humana em obedecer aos seus mandamentos (Hebreus 10.38; Apocalipse 3.20).

II. ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO

1. Breve histórico de Jacó Armínio (Jakob Hermanzoon)

Armínio, teólogo e reformador, nasceu na Holanda em 1560, foi pastor em uma igreja em Amsterdã, recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Suma mais enfática defesa é o livre-arbítrio humano. Por este posicionamento, enfrentou oposição, falsas acusações por parte dos calvinistas, porém manteve-se sempre manteve postura não combativa, embora firme em suas convicções. Armínio morreu no auge da controvérsia teológica na Holanda, em 1609.

Não trouxe nenhuma novidade à teologia cristã no sentido doutrinário. Para embasar seu parecer, usou em seu método os pais da Igreja, escritos medievais e muitos outros protestantes que lhe antecederam. Assim, refutou duramente algumas doutrinas de linha calvinista, com o objetivo de enfatizar o caráter bondoso, amoroso e justo de Deus.

Nomes arrolados ao lado de Armínio:
Melanchton, líder luterano;
Erasmo, reformador católico;
Balthasar Hubmaier líder anabatista do século XVI;
Menno Simons, líder anabatista contemporâneo de Hubmaster.
Segundo a doutrina arminiana, não apenas a cruz de Cristo é necessária para solicitar e obter a salvação, a fé no sacrifício realizado por Cristo na cruz também é necessária para obter a redenção. Deus elegeu e destinou todos para a salvação (João 3.14-16; 1 Pedro 2.9).

A principal característica do arminianismo é o livre-arbítrio. Os pontos básicos desta doutrina, são:
a. A predestinação depende da maneira de o pecador corresponder ao chamado da salvação. Assim, a salvação está fundamentada na presciência divina; não é um ato que segue única e exclusivamente a vontade de Deus;
b. Cristo morreu, indistintamente, por toda a humanidade, porém somente serão salvos os que crerem;
c. Como o ser humano não tem a capacidade de crer, necessita do auxílio da graça divina;
d. Apesar de não ter fim, a graça pode ser resistida;
e. Nem todos os que aceitaram a Cristo perseverarão.
Antes de existirem tradicionais-históricos, pentecostais e outros, já haviam milhares de cristãos fiéis ao Senhor. . Isso significa que a história da Igreja não teve seu início com uma pessoa ou uma só denominação. Por isso não se justifica guerras teológicas, brigas denominacionais e rompimentos de amizades. A Palavra de Deus não existe para trazer contendas e rivalidades. A diferença teológica não deve servir de motivação para erguer muros de inimizades entre irmãos. Não convém debater sobre o assunto em foco, oremos e nos esforcemos para que não haja ânimos exaltados por causa de linhas doutrinárias diferentes. Antes de Armínio e Calvino, tenhamos em alta consideração Jesus, que é o nosso Salvador. Vivamos nossa fé em Cristo fazendo uso do amor cristão uns pelos outros.

2. O livre-arbítrio.

O Criador fez o homem livre e independente, inteligente e permite que cada indivíduo escolha entre o bem e o mal. Deus quer que todo ser humano, livre e espontaneamente, o ame de todo o coração e mente. Então, em sua bondade, deu para seus filhos a possibilidade de escolha. Ele proveu a salvação para todos, mas nem todos atendem ao seu convite. Assim, Deus cortou Israel por escolha de Israel e enxertou pessoas de outras nações, que creram em Cristo como Salvador e o receberam como Senhor, em seu lugar e foram esses salvos que se tornaram o Israel de Deus (Mateus 21.43; Romanos 11.17-24).

Deus é soberano, amoroso e quer salvar a todos, mas isso não anula o direito de escolha do ser humano. Na Bíblia temos tanto a predestinação divina como a livre escolha humana, em relação à salvação, porém não uma predestinação em que uns são destinados à vida eterna e outros à perdição eterna. O que coube a Deus realizar no plano perfeito da salvação, está feito; mas a parte do ser humano, que é crer e aceitar o sacrifício de Jesus, o homem precisa fazer.

Aqueles que crerem serão salvos; os que não crerem, porém, serão condenados. Alguns, ao ouvirem o Evangelho, se endurecem ainda mais em seus pecados e perdem a oportunidade de salvação (Marcos 16.16; João 1.11; Atos 17.32).

3. O livre-arbítrio na Bíblia.

De acordo com sua soberania, Deus concedeu o livre-arbítrio ao homem. O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos possuem de fazer escolhas e tomar decisões  que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação.

A ênfase inconsequente à livre vontade do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.

III. ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO

1. A eleição divina.

Eleição é a escolha que Deus faz para com grupos e indivíduos com finalidade específica determinada por Ele - no caso do presente assunto abordado, a salvação. Mas a eleição é condicionada à vontade humana. Essa vontade não prejudica em nada a vontade de Deus, pois prevê tudo antecipadamente.

Uma das palavras hebraicas para eleição é "yãdha". Este termo expressa sentido de amorosidade, carrega a ideia de que Deus escolhe porque seus afetos o levam a escolher as pessoas para a salvação.

No texto bíblico capitulado em Romanos 8.29, encontramos o vocábulo grego "proginõskõ", cujo significado remete à eleição amorosa, ao fato de que Deus amou a todos previamente.

2. Escolha humana e fatalismo.

"Portanto, assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os seres humanos para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos para a justificação que dá vida" - Romanos 5.18.

A graça divina é estendida a todos os seres humanos, abre a cada indivíduo a oportunidade de crer no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus. Por fatalismo, entenda-se acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade e dos quais não é possível evitar.

3. A possibilidade da escolha humana.

Uma das informações admiráveis da Palavra de Deus é a que nos faz saber que embora Deus seja o Altíssimo, o Soberano Senhor dos senhores, Ele criou os seres humanos livres, dando-lhes a possibilidade de relacionar-se de maneira espontânea e livre, amando-o de todo o coração.

 Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3.16..

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" - João 6.37.

" Porque: 'Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo' ” - Romanos 10.13.

CONCLUSÃO

O Evangelho é uma dádiva maravilhosamente indescritível entregada a todas as pessoas, independente de merecimentos pessoais. Deus, em sua infinta misericórdia, nos chama para vivê-lo, diariamente: "Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei" - Mateus 11.28. Os que aceitam o convite estão predestinados a "serem conforme a imagem de seu filho Jesus (Romanos 8.29).

E.A.G.

As citações bíblicas expostas por extenso são extraídas da Nova Almeida Atualizada (NAA), tradução publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Compilação:
A Obra da Salvação. Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida; Claiton Ivan Pommerening; páginas 85 a 89; 2ª impressão 2017; Bangu/RJ (CPAD);
Ensinador Cristão; ano 18; número 72; página 40; 4º trimestre de 2017; Bangu/RJ (CPAD);
Lições Bíblicas / Professor. A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida; Claiton Ivan Pommerening; 4º trimestre de 2017; páginas 54 a 60; Bangu/RJ (CPAD).