Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Hulda, a mulher que estava no lugar certo



Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A profetisa Hulda (cujo nome em hebraico quer dizer "doninha"), era sábia e prudente. Foi uma mulher que aprouve a Deus usar de modo intensamente significante, entretanto passageiro, para chamar a atenção dos israelitas a respeito dos pecados que vinham cometendo.

A circunstância de Hulda ter sido escolhida pelo Senhor, como sua porta-voz, faz transparecer para nós que, embora Israel fosse uma sociedade patriarcal, Deus também usava as mulheres em função de destaque considerável. Isto mostra que o Senhor usa as mulheres tanto quanto usa homens, no ministério da sua palavra, desde que se consagrem a Ele.

I - QUEM FOI HULDA

1. Hulda.

Hulda foi esposa de Salum, seu marido trabalhava como roupeiro da corte do monarca, uma profissão que o tornava um homem importante naquela sociedade. Viveu na cidade baixa de Jerusalém como uma reconhecida profetisa. Foi escolhida pelo Senhor para trazer uma mensagem de arrependimento em um tempo de apostasia. Aquela época era um momento dramático da história do reino de Judá (639-609 a.C.). O texto bíblico dá a entender que ela reconhecia o seu lugar como profetisa, e só colocou-se em ação no momento em que foi solicitada a agir.

Além de Hulda, a Bíblia registra apenas mais duas profetisas em toda a narrativa do Antigo Testamento: Miriã, irmã de Moisés (Êxodo 15.20), e Débora, que além de profetizar era juíza (Juízes 4.4).

2. Atividade que exerceu.

Podemos afirmar que Hulda era uma senhora de profunda comunhão com Deus em seu ofício incomum ofício de transmissora das mensagens do Senhor.. Se os soberanos ímpios, como Manassés e Amon, não conheceram sua função profética, ela viu Deus trabalhar de maneira evidente para atender suas orações ao levantar o menino Josias com o propósito de promover mudanças de grande impacto no reino de Judá.

Usada por Deus, a serva do Senhor entrou em ação ousada e corajosa quando o rei Josias tomou conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que fora perdido na Casa do Senhor ou escondido em algum lugar secreto, provavelmente por algum sacerdote zeloso, que procurou preservá-lo no tempo da apostasia do monarca Manassés.

Avaliamos melhor a atuação de Hulda em Judá bem como o seu testemunho eloquente de mulher de Deus, cada vez que observamos, ainda que de maneira resumida, o pano de fundo histórico que ela vivia. O povo vivia um estilo de vida muito longe de cumprir a vontade do Senhor e não poderia ser abençoado por culpa da sua fraca condição espiritual.

Hulda aparece nas páginas da Bíblia como a profetisa que não se cala, quando é o momento correto de falar. Ela não possuía outra conduta a tomar, senão confrontar a Judá sobre as consequências de seus pecados. Entregou o comunicado que Deus havia determinado que falasse, expressou apavorante profecia contra a nação com a finalidade de que se arrependesse e se voltasse para Deus.

Devido a desobediência de Judá, a mensagem era uma repreensão severa, falava de maldição, não de bênção. Deus faria cumprir sua vontade exatamente como avisou ao monarca, por intermédio de sua serva.

O desempenho de Hulda é considerado por uma parcela de leitores da Bíblia como de uma pessoa coadjuvante. Caso realmente tenha tido ação secundária, porém, o que mais importa é a qualidade vital de seu trabalho e não a extensão de atenção substancial, da parte dos seres humanos, ao seu ministério.

II. HULDA VÊ O TEMPO DO AVIVAMENTO

1. Josias promove verdadeiro avivamento.

Numa época difícil Josias (em hebraico "o Senhor sustenta") assentou-se no trono de Judá, o povo estava vivendo em grande apostasia, buscava os ídolos com entusiasmo, porque o reinado longo de seus perversos antecessores, o avô Manassés e o pai Amon, quase apagaram a ideia da existência do Deus vivo em seus pensamentos. Seu avô reinara por 55 anos; perseguiu as pessoas piedosas e reprimiu a verdadeira religião em Judá. Seu pai governou por 2 anos e deu continuidade às práticas malignas de Manassés; seu reinado foi interrompido por intrigas na corte que culminou com seu assassinato (2 Reis 21. 19-26; 2 Crônicas 33.21-25).

Sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate (2 Reis 22.1).

Josias começou a reinar com oito anos de idade. Desde então iniciou sua busca ao Deus de Davi. De acordo com 2 Reis, buscou com toda a dedicação, ele era igual a Davi, no sentido de que "fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi', ' não se apartou dele nem para a direita e nem para a esquerda" (2 Reis 22.2). Assim como Davi, Josias recolocou a Arca da Aliança no Templo, além disso, determinou que os músicos, descendentes de Asafe, voltassem ao Templo, "segundo o mandato de Davi" (2 Crônicas 35.3, 15).

A busca de Deus por parte do jovem rei era a evidência da obra do Espírito Santo em sua vida.

Quatro anos mais tarde, em 632 a.C., começou a livrar sistematicamente Judá da perniciosa religião falsa. Erradicou o paganismo, em todas as suas formas sincréticas, iniciando por por Jerusalém e Judá, e estendeu suas reformas até o território do reino do Norte. Em 628 a.C., estava com vinte e seis quando acabou com a profanação da terra e a purificou, destruiu os lugares altos, os postes-ídolos (imagens de Aserá), as imagens de escultura e de fundição. Os túmulos dos sacerdotes idólatras foram  profanados e seus ossos, queimados sobre os altares pagãos (2 Crônicas 34.3-7; 1 Reis 13.2). mandou fazer reparos no Templo que, pelo descuido de monarcas e sacerdotes anteriores, havia de deteriorado carecendo de caprichosa reforma.

Enquanto o Templo estava sendo restaurado, o sumo sacerdote Hilquias, achou o livro da Lei, escrito por Moisés, e o levou ao rei e o leu para ele. Quando Josias ouviu a leitura do livro, sabia que a nação estava completamente alheia aos princípios e propósitos dos mandamentos de Deus e as consequências para isso eram irreparáveis. Sabendo sobre as maldições que cairiam sobre seu povo, sentiu-se condenado pelo conteúdo das Escrituras.

A descoberta do livro da Lei - que fora dada "pelas mãos de Moisés" - injetou no coração de Josias grande impulso para promover reformas profundas, as mais profundas que Judá conheceu. O livro descoberto era o Pentateuco, os cinco livros da Bíblia Sagrada.

Os autores de Reis e Crônicas não especificam muito bem a natureza do livro da Lei. Parece provável que se tratava de todo o livro de Deuteronômio, devido às especificações do lugar central de adoração, a destruição dos lugares altos, celebração da Páscoa, maldições resultantes da desobediência e a cerimônia da renovação da aliança (Deuteronômio 12; 16; 27 e 28; 2 Crônica 30-32; 2 Reis 23.2).

Com esta descoberta, e a ciência do monarca sobre o que estava escrito, surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus e todo o pais experimentou uma renovação espiritual. 

Então, Josias mandou a Hilquias e aos demais assessores consultar ao Senhor para saber sobre tamanha desgraça, causada pela desobediência de Judá. Imediatamente, enviou oficiais para inquirirem de Deus quanto ao seu significado. O grupo designado procurou a serva do Senhor para interpretar o texto sagrado e saber se o Senhor tinha uma mensagem ao rei e para a nação, dizendo o que fazer.

A resposta de Hulda ao monarca resume a situação de miséria espiritual do povo: idolatria vergonhosa, a ponto de deixarem de adorar ao Deus de seus pais, que os tirou do cativeiro egípcio e os levou pelo deserto abrasador em segurança até Canaã; o povo inclinava-se perante ídolos ou deuses feitos pelas nãos dos homens, provocando a ira do Senhor. A sentença de Deus através de Hulda era o prenúncio do cativeiro de Judá anos mais tarde (2 Crônicas 34.23-25).

De pronto, o Josias tomou as medidas urgentes e necessárias para levar o povo ao arrependimento. Ele próprio fez concerto com Deus de obedecê-lo em seu reinado. Depois levou o povo a fazer o converto com Deus. E, de forma mais concreta, mandou retirar as abominações que o povo adotara em Judá e Jerusalém.

Ao receber a consulta do monarca, em plena crise de Judá e Jerusalém, Hulda foi usada por Deus para profetizar com relação a dois eventos

A Palavra do Senhor, proferida através do ministério de Hulda foi de advertência e condenação, e trouxe ao rei a certeza de que a nação sofreria os juízos divinos. Consistia de dois eventos principais:
a. Previu a destruição de Judá por causa da idolatria (2 Reis 22.14-17). A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das práticas idólatras, exatamente como previa o livro da Lei.
b. Previu restauração e prosperidade, no reinado de Josias (2 Reis 22.14-20). A paz durante a vida de Josias, que não viveria para ver a destruição e a desolação resultante da ira de Deus, pois "o seu coração se enterneceu" e ele se arrependeu e voltou-se para o Senhor (2 Reis 22.14-24; 2 Crônicas 34.22-28).
Deus mostrou à Hulda que Josias não seguiu os maus caminhos de seus antepassados, mas humilhou-se diante do Senhor reconhecendo a calamidade espiritual de seu povo ao tomar conhecimento do que estava escrito no livro da Lei.
Então, ela fez saber a Josias que tinha visto o seu coração sincero perante seu Deus, disse aos mensageiros do monarca que Deus viu como Josias se humilhou, ao ouvir a leitura do livro da Lei, e o juízo divino que viria sobre Judá. E, assim. É prometido que o julgamento não aconteceria em seu tempo. Ela anunciou um tempo de restauração e prosperidade para  Judá, que se daria no reinado de Josias (2 Reis 22.18-20), Disse também que Deus daria ao rei livramento e ele desceria ao sepulcro em paz (2 Crônicas 34.26-28).
Josias responde a essa palavra de graça ao redobrar seus esforços em direção ao Senhor.
A profetisa não revelou somente o juízo de Deus contra a rebeldia e o pecado,  mas também anunciou a paz para Josias, porque Deus sabe separar aquele que é bom no meio dos maus; sabe ver o justo no meio da injustiça; reconhece o caráter de homens que não se corrompem no meio da multidão dos corrompidos.

Josias reinou 31 anos, entre 640 a 609 a.C. (2 Reis 22 e 23; 2 Crônicas 34 e 35). Seu reinado finalizou subitamente quando estava com a idade de 39 anos. Ao pensar ser necessário atacar o faraó Neco em Megido, quando este marchava para Carquemis com o intento de ajudar o então decadente Império Assírio. Ali Josias morreu (2 Crônicas 35.20-24). Ele foi o último dos monarcas justos de Judá.

Reflita sobre a razão de Hulda haver profetizado um futuro de paz a Josias e a razão de ele morrer em uma guerra: Hulda profetizou falsamente?

2. Aboliu a idolatria.

Encontrado e lido, o efeito da leitura do livro foi imediato na mente do rei, do sacerdote e dos principais de Judá. Ao se deparar com a lei, se humilhou diante do Senhor, rasgando seus vestidos, numa demonstração pública de que sua intenção era buscar o perdão e auxílios divinos, com o objetivo de tirar a nação da indiferença e da iniquidade.

As mudanças numa nação ou numa igreja só têm efeito se começarem pela liderança (2 Crônicas 34.29, 30). Josias foi sábio e corajoso. Primeiramente, ele próprio fez concerto com Deus para obedecer a sua palavra (2 Crônicas 34.31). Ele entendeu que precisava dar o exemplo de liderança e, antes de propor um concerto do povo com Deus, assumiu o compromisso diante de Deus e do povo de pautar seu reino pelos mandamentos do Senhor (2 Crônicas 34.29-31).

As abominações eram os ídolos perante quem seus pais ficavam curvados, afrontando a santidade de Deus, e também as práticas abomináveis que provocaram a ira do Senhor sobre Israel e Judá, como oferecer sacrifícios humanos aos demônios, incluindo crianças inocentes.

3. Resgatou a Lei do Senhor.

Josias usou da sua autoridade respaldada na palavra do Senhor para obrigar o povo a oferecer o verdadeiro culto ao Senhor. Mandou reparar a Casa do Senhor, que tinha sido desprezada pelos seus antecessores. Depois das reformas necessárias, cumpriu o que Deus determinara. Nesse mesmo ano, conclama seu povo povo para novamente celebrar a Páscoa do Senhor em Jerusalém, com cerimônia sem igual desde o tempo de Samuel. (2 Reis 22..14-20; 2 Crônicas 34.8-1; 35.1-19).

III. HULDA É USADA POR DEUS

1. A dura mensagem de Deus.

O Senhor amava seu povo, por isso iria discipliná-lo. Deus usou Hulda para mostrar ao povo que iria derramar terrível juízo sobre a desobediência do povo. A intenção de Deus em trazer desastre sobre Judá como punição é confirmada pela serva do Senhor. Só havia uma saída capaz de fazer com que Judá escapasse do juízo iminente, o arrependimento sincero.

Segundo o livro de Deuteronômio 28, havia uma profecia proferida por Moisés sobre o povo de Israel que determinava a exaltação ou a humilhação da nação. Quando esta profecia foi proferida o povo de Israel estava próximo de entrar na terra prometida. O conteúdo do texto é claro: o sucesso da nação na nova terra estava condicionado à obediência do povo aos mandamentos de Deus (Deuteronômio 28.1-14; 29.16)
a. A Lei estava perdida dentro do próprio Templo.
b. Sua repercussão levou ao arrependimento do povo.

2. Hulda profetisa para o rei Josias.

É interessante e difícil explicar porque aquele grupo de conselheiros desconsiderou servos de Deus como Sofonias, Jeremias e Habacuque, uma vez que eram contemporâneos de Josias e já atuavam como mensageiros do Senhor. Numa época onde o santo ofício profético era exercido majoritariamente por homens, vistos como referências no ministério profético de caráter nacional,

Hulda era exceção. Talvez, os oficiais foram até ela por ser esposa  de Salum, que exercia profissão de roupeiro convivendo na corte bem próximo ao monarca. Presumivelmente, havia se estabelecido como profetisa do Senhor e era bastante reconhecida porta-voz de Deus em sua geração, era vista como confiável por todos. A sua inspiração profética é justificativa suficiente para os servos do monarca a terem procurado. Seja qual for o motivo de haver sido lembrada, sabemos que o Senhor usou esta mulher com uma mensagem contundente, que revelava o triste cativeiro de Judá, que ocorreria em 586 a.C. (2 Reis 22.14-20; 2 Crônicas 34.23).

Quanto a Jeremias, ao lado dos profetas Sofonias e Habacuque, ajudou ao rei no seu esforço de reconciliar o povo com Deus.  

3. O efeito da profecia sobre Judá e Jerusalém.

Josias percebeu a necessidade de não guardar a nova mensagem do Senhor só para si e reuniu o povo, para ouvir também à Palavra de Deus. Seguindo o estilo de Moisés, "o rei se pôs no seu lugar e fez aliança ante o SENHOR para o seguirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos,  e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma" (2 Crônicas 34.31.). Aquele que verdadeiramente abriu seu coração à mensagem divina, naturalmente o abrirá para compartilhá-la (Atos 4.20).

CONCLUSÃO

A descoberta do livro dá testemunho da atitude providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Mostra a importância das Escrituras na vida pessoal e nacional (2 Reis 22.8-20).

A narrativa em 2 Crônicas 34.15 destaca a importância da Bíblia - o Livro dos livros. É necessário que cada cristão encontre este livro todos os dias e medite sobre seu conteúdo dia e noite.

É certo que a condenação cairá com a mesma força sobre o mundo impenitente dos nossos dia, tal qual houve o juízo divino sobre os israelitas em Judá, após o governo de Josias (Apocalipse 14; e 15.7-8; e 16.1-21; e  18. Um dia este mundo será completamente destruído pelos juízos divinos (Apocalipse 19.11-21; 20.11-15). Entretanto, como houve para Josias e para a nação dos seus dias um período de graça e misericórdia, assim também podemos crer que estamos vivendo em tempo de graça, que logo, logo, acabará, e então, chegará o momento em que o grande juiz universal, que hoje intercede por nós diante do Deus Todo Poderoso, se levantará do seu trono e dirá: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra (Apocalipse 22.11-12).

E.A.G.

Subsídios
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, pagina 521, edição 2016, Várzea Paulista - SP (Casa Publicadora Paulista).
Ensinador Cristão, ano 18, nº 70, abril a junho de 2017, página 40, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Lições Bíblicas. O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro; Elinaldo Renovato, 2 trimestre de 2017, páginas 59 a 65, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro, Elinaldo Renovato, páginas 93 a 97, 99, 100, 1ª edição 2017, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada - a história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 385 e 386, 19ª reimpressão, São Paulo, 2005 (Editora Vida).

A gaiola de pássaros vista pelo colecionador de aves a partir do ângulo de dentro

Se o colecionador de aves tivesse a sua realidade invertida, seria mais ou menos como nesta ilustração, cujo autor é desconhecido e muitíssimo criativo.


"Socorro, ajudem-me! Tirem-me daqui! Se está cantando é porque está feliz!".

A carta ao líder da igreja em Éfeso, o inverno e o albatroz



Amanhã, chegaremos aos dias gelados de junho.

Na foto, a figura do Albatroz. Ainda é bem viva em minha mente a lembrança de um documentário que pude assistir quando ainda era criança sobre esta ave.

O Albatroz, maior entre todos os pássaros ainda existentes na natureza, é famoso por seu jeito atrapalhado de se locomover quando está em terra e por seus movimentos belos ao voar. Quando conquista seu par romântico, tanto a fêmea quanto o macho, estabelece um relacionamento monogâmico até o final da vida. É caçador, come crustáceos, moluscos, peixes, mas não rejeita comê-los se os encontrar mortos recentemente. Fazem ninhos em ilhas distantes dos continentes. Gosta de viver em colônias com os da sua espécie e não se incomoda em compartilhar o espaço da feitura de ninhos com aves de espécies diferentes.

No meio desta semana, deixando de lado o documentário antigo, assisti uma pessoa falar sobre a previsão do tempo para os próximos dias da atmosfera da cidade de São Paulo. A meteorologista afirmou que uma grande onda de ventos invadirá o céu da capital paulista e farão a temperatura baixar muito. Então, pensei naquelas pessoas que detestam o clima frio e sofrem porque sua saúde é sensível à friagem. Pensei nas criancinhas cujos pais não têm agasalho e calçados suficiente para mantê-las aquecidas.

Ao ouvir sobre o ar gélido, minha mente vagueou mais, fez com que eu me lembrasse do livro Apocalipse, relesse o capítulo 2, versículos 1 ao 7. Por quê? Aquele texto descreve os corações dos crentes frios da igreja em Éfeso, pessoas aparentemente imperturbáveis quando diante de situações perturbadoras. Nesta passagem bíblica, endereçada ao líder da igreja grega, somos informados o seguinte:

Primeiro: Jesus conhece as nossas obras, o tamanho da paciência que dentro de nós. Ele conhece, detalhadamente, qual é o grau de tolerância que exercemos para com as pessoas más. Ele sabe quando observamos e colocamos à prova aqueles que dizem ser o que não são, examina o íntimo de nossos pensamentos sobre essa gente dissimulada.

Em segundo lugar: Cristo é testemunha ocular do quanto sofremos e persistimos trabalhando em favor da expansão do conhecimento de seu nome. Nome que tem plena autoridade para curar enfermos e expulsar demônios. Ele sabe se, como crentes, agimos com disposição ideal ou se deixamos de priorizar o amor a Deus em nossas conversas e atitudes. Se errarmos quanto a isso, quer que mudemos o comportamento equivocado, e lembra que haverá o Dia de Acertos de Contas.

Ah... o Senhor sabe se nós odiamos aqueles que criaram, vivem e ensinam ao povo doutrinas estranhas ao Evangelho – ele odeia essa gente também.

Terceiro: Jesus recomenda aos que o ouvem que prestem atenção na mensagem do Espírito dada ás igrejas. O Espírito promete, aos que vencerem os problemas expostos acima, que dará a eles o fruto da Árvore da Vida, que está plantada no meio do Paraíso de Deus. Com certeza, este fruto é muito saboroso e bastante nutritivo!

Conclusão:

Mesmo que sejamos desajeitados como os albatrozes em nossa caminhada cristã, peçamos graças ao Senhor e nos esforcemos para alçar o voo da fé. Que possamos viver aninhados e aquecidos com nossos irmãos em Cristo, fiéis ao Pai celeste e com a pessoa que escolhemos para viver aconchego matrimonial. Viver sem desprezar as pessoas estranhas que se aproximam de nós, desejosas de fazer parte da irmandade que louva a Deus. E que a nossa comida espiritual seja comporta somente de porções diárias da Palavra de Deus, pois as Escrituras Sagradas são eternamente vivas e eficazes para nos manter fortes e saudáveis, seja em épocas de intenso calor ou frio.

E.A.G.