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sábado, 17 de setembro de 2016

"Me Chame Apenas de Jesus”

Max Lucado
__Muitos dos nomes na Bíblia que se referem ao Senhor são imponentes e augustos: Filho de Deus, Cordeiro de Deus, Luz do Mundo, A Ressurreição e a Vida, Estrela da Manhã, Aquele que Devia Vir, Alfa e Omega.

Essas são frases que esticam os limites da linguagem humana num esforço para capturar o que é incapturável, a grandeza de Deus. E por mais que tentem elas nunca satisfazem. Ouvi-las é quase que ouvir uma banda do Exército de Salvação tocar na esquina o "Messias" de Handel por ocasião do Natal. Uma boa tentativa, mas não funciona. A mensagem é majestosa demais para o meio de comunicação.


O mesmo acontece com a linguagem. A frase "Não há palavras para expressar..." é a única que pode ser honestamente aplicada a Deus. Nenhum nome lhe faz justiça.

Mas existe um nome que recorda uma qualidade do Mestre que confundiu e compeliu aqueles que o conheceram. Ele revela um lado dele que, quando reconhecido, é suficiente para fazer com que você se prostre.

Ele não é pequeno nem grande demais. E um nome que se ajusta como o sapato se ajustou ao pé de Cinderela.


Jesus.


Nos evangelhos é o seu nome mais comum — usado quase 600 vezes. E era mesmo um nome comum. Jesus é a forma grega de Josué, Jesua e Jeosua — todos nomes familiares no Velho Testamento. Houve pelo menos cinco sumo sacerdotes conhecidos como Jesus. Os escritos do historiador Josefo se referem a cerca de vinte pessoas chamadas Jesus. O Novo Testamento fala de Jesus, o Justo[1], amigo de Paulo, e o feiticeiro de Pafos é chamado Bar-Jesus[2]. Alguns manuscritos dão Jesus como o primeiro nome de Barrabás. "A quem quereis que eu vos solte, a Jesus Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?"[3]

Qual é o ponto? Se Jesus viesse hoje, o seu nome poderia ser João, Beto ou Carlos. Se ele estivesse aqui hoje, é duvidoso que se distanciasse com um nome elevado como Reverendo Santo Divindade Angelical III. Não, quando Deus escolheu o nome que seu filho teria, ele escolheu um nome humano.[4]Preferiu um nome tão típico que aparecesse duas ou três vezes em qualquer chamada de escola.


"O Verbo se fez carne", disse João, em outras palavras.


Ele era palpável, acessível, alcançável. E, mais ainda, ele era comum. Se estivesse aqui hoje você provavelmente não o notaria quando estivesse em meio a uma multidão fazendo compras. Ele não faria as cabeças se voltarem por causa das roupas que usava ou pelas jóias com que se adornava.


"Me chame apenas de Jesus", quase se podia ouvi-lo dizer.


Ele era o tipo de pessoa que você convidaria para assistir um jogo de futebol em sua casa. Ele brincaria no chão com seus filhos, cochilaria no seu sofá, e faria churrascos em sua grelha. Ele riria das suas piadas e contaria algumas das dele. E quando você falasse, ele ouviria como se tivesse todo o tempo da eternidade.

Uma coisa é certa, você o convidaria de novo.

Vale a pena notar que os que o conheciam melhor se lembravam dele como Jesus. Os títulos, Jesus Cristo e Senhor Jesus só aparecem seis vezes. Os que andaram com ele, não se lembravam dele com um título ou designação, mas com um nome — Jesus.

Pense nas implicações. Quando Deus decidiu revelar-se à humanidade, qual o meio que usou? Um livro? Não, isso foi secundário. Uma igreja? Não. Isso foi uma conseqüência. Um código moral? Não. Limitar a revelação de Deus a uma lista fria de "faça" e "não faça" é tão trágico como olhar para um mapa rodoviário e dizer que você viu as montanhas.

Quando Deus decidiu revelar-se, ele fez isso (surpresa das surpresas) através de um corpo humano. A língua que ressuscitou os mortos era humana. A mão que tocou o leproso tinha sujeira debaixo das unhas. Os pés sobre os quais a mulher chorou eram calosos e empoeirados. E suas lágrimas... oh, não se esqueça das lágrimas... elas vieram de um coração tão quebrantado como o seu ou o meu jamais o foram.


"Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas"[5] (Heb 4:15)


As pessoas se aproximavam então dele. Puxa, como o procuravam! Elas surgiam à noite; tocavam nele quando caminhava pelas ruas; seguiam-no até o mar; convidavam-no para suas casas e colocavam seus filhos aos pés dele. Por quê? Porque ele se recusou a tornar-se uma estátua numa catedral ou um sacerdote num púlpito elevado. Ele escolheu em vez disso ser Jesus.

Não há sequer uma sugestão de alguém que temesse aproximar-se dele. Havia alguns que o ridicularizavam. Havia outros que o invejavam. Outros ainda que não o compreendiam. E outros que o reverenciavam. Mas não havia ninguém que o considerasse santo demais, divino demais, ou celestial demais para ser tocado. Não houve uma pessoa sequer que relutasse aproximar-se dele com medo de ser rejeitada.


Lembre-se disso.


Lembre-se disso da próxima vez que ficar surpreso com suas próprias falhas.

Ou da próxima vez em que acusações ácidas fizerem buracos em sua alma.

Ou da próxima vez em que olhar para uma catedral fria ou ouvir uma liturgia sem vida.

Lembre-se. É o homem que cria a distância. É Jesus quem constrói a ponte.



"Me chame apenas Jesus."



[1] Colossenses 4.11

[2] Atos 13.6

[3]Mateus 27.17 William Barclay, Jesus As They Saw Him (Grand Rapids, Mich: Wm. B. Eerdmans).
[4] Mateus 1.21
[5] Heb 4:15


mensagem de Max Lucado

sábado, 10 de setembro de 2016

A evangelização de pessoas com deficiência

Por Eliseu Antonio Gomes

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), "deficiência" é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Pessoa com deficiência é a que se encontra privada de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos.

A sociedade passa por um processo de transformação. Lança novo olhar às pessoas portadoras de deficiência. O termo "pessoa com deficiência" faz parte  do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006, e ratificada no Brasil em julho de 2008 (Fundação Dorina).

A necessidade de evangelizar a todos

Evangelizar portadores de deficiência exige amor e disposição. A triste realidade é que as igrejas dão-se por satisfeitas em atender a maioria das pessoas, quando Jesus quer que todas sejam incluídas. Ele não veio para a maioria, mas para "toda criatura", para "todo aquele que nEle crê" e para "todo aquele que invocar o nome do Senhor (Marcos 16.15; João 3.16; Romanos 10.13).

Acolher e incluir pessoas com deficiência não significa apenas criar um espaço separado para que, ali, elas aprendam a Bíblia. É mais do que isso: assim como as ovelhas ficam dentro do aprisco para serem cuidadas pelo pastor, a pessoa portadora de deficiência deverá ser ensinada junto aos demais crentes e, junto com eles, tomar parte no culto de adoração a Deus.

O amor de Deus é inclusivo. Ele não admite que ninguém fique de fora, mas "mas quer todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade" (1 Timóteo 2.4). A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.

É preciso incluir os deficientes na evangelização porque Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor de Deus, veio para todos, judeus e gentios, pobres e ricos, negros e brancos, deficientes e não deficientes, em um só corpo (João 3.16; Romanos 12.5). Em algumas ocasiões temos de ir até elas, em outras, temos de trazê-las até nós (Atos 3.1-9; Lucas 14.12).

A Bíblia em Braile

O braile é um sistema de leitura e de escrita para pessoas com deficiência visual. Foi inventado pelo francês Louis Braile em 1927.

No Brasil, a primeira Bíblia em Braile foi lançada em 30 de setembro de 2002 pela Sociedade Bíblica do Brasil. Pessoas, bibliotecas e instituições de apoio podem se cadastrar nos programas sociais da SBB e recebê-la gratuitamente.

Para evangelizar os cegos, é necessário utilizar material evangelístico em áudio e em Braile.

Libras: a linguagem brasileira de sinais

Libras é um sistema linguístico que comunica fatos, sentimentos e conceitos por meio de gestos, expressões faciais e linguagem corporal. Este método de comunicação, que possui regras gramaticais próprias, é o usado pela maioria das pessoas com deficiência auditiva no Brasil.

Para conduzir os surdos e mudos a Jesus por meio da evangelização pessoal, é necessário aprender Libras. Na igreja, os cultos podem ser facilmente traduzidos à linguagem brasileira de sinais por um obreiro treinado.

Acessibilidade aos cadeirantes

Os templos devem adequar-se às necessidades de pessoas usuárias de cadeira de rodas. É urgente a adaptação dos espaços das igrejas, com a finalidade de recepcionar bem quem esteja na condição de deficiência física. É importante haver rampas de acesso, calçadas rebaixadas, corrimões e banheiros adequados. E, durante os cultos, a disponibilização de um espaço privilegiado, para que acompanhem comodamente todo o processo litúrgico.

A condição de pessoas deficientes perante Deus

No que tange à salvação de pessoas com deficiência, ou limitações, é um erro pensar que elas não precisam ser alvo da nossa evangelização. Enganosamente, muitos veem como não condenáveis os indivíduos com deficiências, ou limitações, como se a entrada no céu lhes fosse franqueada em compensação das dificuldades enfrentadas na vida terrena. Porém, a Palavra de Deus esclarece: "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.23).

Conclusão

Os deficientes também fazem parte da Grande Comissão e precisam ser alcançados. A tarefa de trazê-los a Jesus cabe a mim e a você. Por meio de uma didática apropriada, podemos incluí-los no Plano da Salvação, ensinando-lhes a Palavra de Deus.

A inclusão de pessoas com deficiência faz parte da comunhão perfeita entre os membros do Corpo de Cristo. Ainda que em nossa comunidade haja apenas uma única pessoa que demande atenção especial, é bíblico que façamos o necessário para acolhê-la, calorosamente, e ensiná-las com esmero as Boas-Novas da Salvação.

E.A.G.

Compilações:
O Desafio da Evangelização - Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura; Claudionor Gonçalves; páginas 127, 128,129, 130; edição 2016; Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Lições Bíblicas - Professor; O Desafio da Evangelização: obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura - Professor - Claudionor de Andrade, páginas 80 e 82; 3º trimestre de 2016, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).

Dois detalhes importantes da prática da Apologia Bíblica séria.


Não defendo quem propague o ensino da "teologia da prosperidade". Mas entendo que alguns que praticam a Apologia Bíblica contra a doutrina da "teologia da prosperidade" merecem uma crítica, porque precisamos usar as Escrituras com a máxima seriedade, com 100% de comprometimento ao conhecimento bíblico, para que a defesa do Evangelho não sofra reveses.

Não quero dizer que todos os irmãos e irmãs combatentes de heresias não sejam cristãos sérios. Me perdoem se é isso que parece. Não é, se realmente parece.

O que quero observar? Alguns que se lançam na prática da Apologia, comparam a vida ministerial de Paulo com a vida de pregadores da atualidade.

 Ora, é preciso ater-se aos ensinos de Paulo e não somente em sua biografia. Por quê? O apóstolo Paulo recebeu uma missão completamente diferente de todos os demais cristãos dos séculos subsequentes:

Vejamos:

1 - Em sua geração, a prática do cristianismo era inexistente em quase todas as localidades por onde viajou, não haviam as igrejas estabelecidas, coube a ele implantá-las;

2 - Em sua geração não haviam Bíblias, ele usava apenas o Antigo Testamento e escreveu a maior parte do Novo Testamento, que está em nossas mãos hoje.

Ora, poderia continuar enumerando outros detalhes, mas esses dois devem servir para uma reflexão. Enfim, diante dessas duas observações, não vejo como argumentar com esmero contra a "teologia da prosperidade" fazendo uso unicamente da biografia de Paulo. Entendo que é necessário mais aprofundamento na exposição bíblica para refutar hereges do século 21.

Que Deus continue a abençoar todos nós!