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terça-feira, 19 de abril de 2016

Os benefícios da justificação


Lições Bíblicas - Adultos (CPAD). Maravilhosa Graça: o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Comentarista: José Gonçalves.
Por Eliseu Antonio Gomes

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram" - Romanos 5.12.

Lembro-me de uma história que li há algum tempo, que serve para ilustrar o que está exposto em Romanos 5.12. Conta-se que um velho lenhador trabalhava em uma fazenda. Seu trabalho era de rachar toras de madeira para uso da fazenda. Certo dia, enquanto passeava pela fazenda, o proprietário escutou o velho lenhador se lastimar da sorte. Ele dizia: "Adão, Adão, você me paga". Vendo as lamúrias do velho lenhador, o fazendeiro se aproximou e perguntou a razão que o estava levando a se lamentar. Ele então disse ao patrão que Adão era o responsável por aquela situação, pois, se não tivesse pecado, ele não estaria ali. Imediatamente o fazendeiro mandou-o abandonar o seu machado e se dirigir para a casa da fazenda.

Chegando ali, o fazendeiro disse: "A partir desse momento você não precisará mais rachar lenha. Você terá novas atribuições. Seu trabalho agora é ficar na varanda da casa fazendo o serviço de vigilância com o direito de beber limonada na hora que quiser!" O velho lenhador foi às lágrimas. Quando ainda se refazia de suas emoções, o fazendeiro concluiu: Mas o senhor não pode abrir aquela caixa fechada que está em cima do peitoril da casa". O velho lenhador balançou a cabeça afirmativamente. Pensando com seus botões, ele achou suas novas atribuições um presente de Deus.

Os dias passaram e o velho lenhador se regozijava de sua nova situação. Não estava mais trabalhando de sol a sol, mas na sombra da casa da fazenda. Passaram-se duas semanas e ele continuava firme em seu propósito de obedecer ao seu patrão e não tocar na caixa secreta que estava no peitoral da casa. Na terceira semana, veio-lhe a curiosidade de saber o que estava dentro da caixa. Por que ele não poderia tocá-la? Resolveu então tocar levemente na caixa. Foi o suficiente para observar por uma abertura que havia algo dentro da caixa - um pequeno pedaço de papel. Todos os seus instintos vibraram! O que poderia estar escritor nele? Passou então a racionalizar: Por que ele não poderia abrir a caixa e ler o papel? O que havia de mal nisso? Na quarta semana, o velho lenhador não resistiu à tentação e abriu a caixa! Quando retirou o papel, o seu conteúdo dizia: "Velho lenhador, a culpa não foi só de Adão. Volte já para o campo para rachar lenha".

O homem em Adão

A culpa não foi só de Adão. Em parte, a confusão de interpretação de Romanos 5.12 é motivada em torno da expressão grega "eph'hoi pantes hemarton", que aparece no final do versículo. As versões bíblicas não são unânimes na tradução dessa passagem. As controvérsias começaram quando Agostinho (354-430 d.C.), bispo de Hipona, que não era versado em grego bíblico, seguiu a versão latina "in quo", traduzindo erradamente a preposição grega "eph'hoi" (porque) com o sentido de "em quem". Então, a sentença grega "porquanto todos pecaram", no texto de Agostinho ganhou o sentido apenas de "em quem todos pecaram". O equívoco do bispo de Hipona conduziu muitos a acreditarem que os homens estavam maculados pelo pecado de Adão, que o pecado original foi transmitido de geração em geração, e que por isso não mereciam ser salvos.

Agostinho entendia que "nós estávamos em Adão" quando Adão caiu, portanto, o pecado de Adão também é nosso. Esta argumentação de Agostinho é considerada comprometida quando se sabe que a exegese feita por ele partiu de uma tradução equivocada.

Devemos perguntar o que significa "todos os homens pecaram". Não quer dizer, evidentemente, a condenação de uns para o inferno e outros não; nem tampouco a supressão do livre-arbítrio humano. Há vários indicadores nas Escrituras de que as pessoas não são moralmente responsáveis antes de certo ponto, o que às vezes chamamos de "idade de responsabilidade" (Mateus 18.3; 19.14; 2 Samuel 12.23; Isaías 7.15; Jonas 4.11). É evidente que, antes de determinado momento, na vida de todos os seres humanos, não existe a responsabilidade moral, pois não há consciência do certo e do errado.

Uma exegese mais fiel de Romanos 5.12 confirma  o conceito da corrupção do pecado e a consequente natureza pecaminosa humana, todavia, não é extremada como Agostinho ensinou. O apóstolo Paulo introduz no assunto um decisivo  elemento de liberdade e de responsabilidade, afirmando que a influência de um sobre todos é condicionado pela adesão destes. Portanto, o destino humano é requerido, escolhido.

A ideia de culpar a todos os seres humanos pelo pecado de um ser humano deve ser rejeitada. No versículo 12 de Romanos, de fato, à causalidade de Adão o apóstolo acrescenta a decisão negativa de todos os homens, junta a unidade-universalidade: "por um só homem entrou o pecado no mundo'... ',porquanto todos pecaram". A humanidade se fez solidária com o seu cabeça ao desobedecer ao Criador. Todos pecaram e a cada um é cobrado o seu próprio erro.

O homem em Cristo

Justificação: o ato divino pelo qual o ser humano que crê em Deus passa do estado do pecado ao estado de graça, torna-se digno de receber a vida eterna. Somente pela fé em Cristo e graça do Senhor o homem pode ser justo para com Deus (Jó 4.17; 9.2; 25.4; Habacuque 2.4; Atos 13.39; Romanos 3.24; Tito 3.5-7).

Ora, pode uma doutrina como a da justificação pela fé ter um benefício prático na vida do crente? Há alguma consequência concreta quando o crente ganha consciência de que foi justificado por Deus por intermédio da graça divina mediante a fé em Jesus?

Os teólogos se encantam com a passagem de Romanos 5.11-21 e debatem exatamente sobre como a morte foi transmitida a todos os homens através do pecado de Adão e a vida eterna por intermédio do sacrifício perfeito de Cristo na cruz. Essa questão para Paulo é de ordem prática. A nossa herança racial de Adão é de pecado, morte, alienação. Agora, no entanto, pertencemos a Cristo, o fundador de uma nova raça. Nossa herança nEle é de justiça e vida, através da justificação.

Muitas pessoas sofridas, cheias de condenação na alma e na consciência, chegam às comunidades evangélicas e a fé nesta verdade bíblica (da justificação) rompe e destrói as amarras daqueles que se sentem acuados pelo Acusador. A nova realidade de vida de uma pessoa justificada por Deus permite-lhe conhecer uma das mais ricas e consoladoras doutrinas sobre a condição do ser humano agora justificado por Cristo: a paz com Deus; acesso à graça através da fé; a esperança da glória; alegria durante as tribulações, o derramamento do amor divino no interior do coração; e, o amor de Deus demonstrado a nós através da morte de Cristo (Romanos 5.1-21).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 38, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas Professor. Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos, José Gonçalves, página 30, 2º trimestre de 2016, Rio de Janeiro (CPAD)
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Páginas 47 a 52; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD).
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer, página 314, 30ª impressão 2012, Rio de Janeiro (CPAD). 

sábado, 16 de abril de 2016

Operadoras de internet brasileiras querem lucrar mais acabando com o uso de internet ilimitada


Sou contra a tentativa das operadoras de internet brasileiras colocar limites no uso da banda larga, porque será uma forma de explorar o usuário brasileiro financeiramente, muito além do que já está explorado. 

Caso ocorra o fim do uso ilimitado, o internauta será obrigado a pagar mais para ter direito de assistir filmes, vídeos, etc.

Eu assinei a petição da AVAAZ, sugiro que você também se manifeste, assinando contra, afinal, esta mudança não tem a intenção de abaixar preços, apenas encarecê-los. Siga o link, preencha os dados requisitados e compartilhe a página de petição com seus contato: https://secure.avaaz.org/po/petition/Vivo_GVT_OI_NET_Claro_Anatel_Ministerio_Publico_Federal_Contra_o_Limite_na_Franquia_de_Dados_na_Banda_Larga_Fixa/?akKujeb

E.A.G.

Devemos adorar a Deus no sábado ou no domingo?


Calendário. Sábado ou Domingo? Doutrina adventista. Devemos adorar a Deus no Sábado ou no Domingo?

Em 12 de janeiro de 2012 eu publiquei o artigo Os cristãos não precisam guardar o sábado.

Hoje, por volta das 2 horas, recebi uma crítica sobre o artigo. Segue os conteúdos do crítico e a minha resposta.

Eis a crítica:

"Eu não entendo vocês, eu não sou adventista sabe. Eu estudo as escrituras sagradas. Deus abençoou um dia, este é o sábado, podem ver no capítulo 2 de Gênesis. Depois, quando você vai para Apocalipse 12.17, ele menciona os ensinamentos em Cristo e os mandamentos de Deus.
Eu acho que no protestantismo deveria ter algum mas completo não deveria estar faltando. Se a linha protestante quer seguir mandamentos católicos tudo bem. Agora falar que o sábado não precisa ser guardado, sabemos qualquer interessado em estudar sabe que o único dia que Deus abençoou foi o sábado. Amados não se deixem ser enganados. Saibam que o verdadeiro caminho para com Deus é o estreito. Os mandamentos são os dez. Jesus disse que não veio abolir a Lei nem os profetas. A lei moral já está implantada em seu coração. Os fariseus na época não tinham amor, sensibilidade aos seus. Jesus veio acabar com o homem carnal pois eles só se baseavam em juízos aos outros e eram hipócritas de si mesmos. Pois quem mexe ou acaba com a LEI de Deus é o Anticristo."

Eis a resposta:

Olá, Anônimo.

Embora você se descreva como uma pessoa não-adventista, defende a doutrina deste movimento com bastante guarra.

Antes de ir ao assunto, sem qualquer espécie de ironia, quero dizer que respeito você e todas as pessoas que amam a Deus e desejam servi-lo de todo o coração. Que o capítulo 14 de Romanos seja usado como balanço moderador nas relações de cada um de nós.

Você citou Gênesis. Repare, o texto é um texto narrativo, não é um texto normativo. Não existe uma norma, há uma informação da ação do Criador: “E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera" (capítulo 2 e versículos 2 e 3).

Depois, você cita Apocalipse 12.17: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Nesta passagem, não há qualquer referência para o dia de sábado; mas os adventistas interpretam considerando que exista (?).

O que eu penso sobre adoração no sábado ou domingo?

Resumidamente, repetirei o que escrevi no artigo: “Se a salvação do cristão dependesse da decisão de guardar determinado dia, Deus certamente teria dito isso com total clareza. Em certo momento, os apóstolos se reuniram com a intenção específica de debater e deliberar sobre os cristãos e a Lei de Moisés. O trecho de Atos 15.5-11, 24-29 foi a ocasião que Deus teve para comunicar claramente sua vontade à Igreja...”. E não há menção sobre o sábado nesta passagem de Atos e em nenhuma outra passagem do Novo Testamento.

Enfim, é preciso que o ser humano reserve um dia da semana para dedicar-se ao Senhor. Esta dedicação deve ser manifestada em atos de amor ao Criador. E amar a Deus significa amar o próximo também. Então, se dedicamos o sábado ou o domingo, que neste dia escolhido façamos o bem com maior afinco que nos demais dias da semana: aos entes da família; aos vizinhos; aos que se comportam como nossos inimigos...  Que este dia escolhido sirva para realizar reconciliações. E além de tudo isso, que possamos ir ao culto para louvar a Deus.

E.A.G.