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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Um pensar teológico sobre a corrupção do pecado

Por Gesiel Pereira
Artigo postado em Belverede com adaptação e resumo.

Para se pensar no pecado é preciso aceitar que o pecado é existencial e revelado nas Escrituras. Para isso, a Bíblia tem que ser a nossa maior fonte, bem como, a única e infalível regra de fé. Não basta apenas uma visão religiosa das Escrituras, mas uma visão teológica, exegética e bíblica. Dentro de tantas visões irônicas sobre o pecado, seja aceitando parcialmente, ou negando absolutamente a existência deste, seja do aspecto religioso, como muitas religiões pagãs, que nos seus rituais praticam atos pecaminosos condenados pelas Escrituras, seja no aspecto teológico, onde pós-modernistas têm negado os primeiros capítulos de Gênesis como literais, negando assim, o pecado original, a corrupção e a culpa do pecado.

A corrupção do pecado

Juntamente com a entrada do pecado na esfera humana apareceu a corrupção pelo efeito do pecado. primeiramente, a corrupção revelou a nudez de Adão e Eva, levando-os a sentir vergonha um do outro.

Segundo Louis Berkhof: "Corrupção original. A corrupção original inclui duas coisas, a saber: a ausência da justiça original e a presença do mal positivo. Deve-se notar: a corrupção original não é apenas uma moléstia, como a descrevem alguns dos "pais" gregos e os arminianos, mas, sim, pecado, no sentido original da palavra.

Não podemos deixar de notar que, de Adão até os quinhentos anos de vida de Noé, segundo as genealogias, passaram -se aproximadamente quinze séculos, os quais foram suficientes para Deus se arrepender de ter feito o homem. Em Gálatas 6.11-12 aparece três vezes o termo corrupção. O termo violência, que aparece nos versículos 11 e 13, sendo a base desse estado de corrupção  da humanidade, não se refere aos atos de assassinato e discórdias, mas a totalidade da depravação espiritual, moral, social e aparentemente natural.

A Teologia do Antigo e Novo Testamento relacionada à corrupção

A teologia mosaica revela que nem mesmo o concerto sinaítico conseguiu remover a condição corrupta do homem, mesmo tendo a nação de Israel a condição de ser "um povo santo" e "um reino sacerdotal" (Êxodo 19.6). Demora não séculos, mas apenas alguns meses para revelar a corrupção no meio do arraial (Êxodo 32.7).

A teologia do saltério, com seu período histórico de quase mil anos, narra uma corrupção generalizada da raça humana. O Salmo 14, cuja autoria é de Davi, desenvolve dentro de uma temática, não apenas da humanidade em estado de corrupção, mas em homens que amam essa condição de depravação, e a proclamam, como pregadores eloquentes da maldade. Segundo um grande pensador cristão, é impossível conceber a ideia de que Deus não exista, pois sempre será possível conceber a ideia de que Deus existe. Parece-me que Davi também concordava com isso, e chama toda aquela geração corrupta de "néscios".

A teologia dos profetas no seu quesito "corrupção" é a  é a teologia do Antigo Testamento mais organizada e fundamentada, com uma apologia totalmente denunciadora da situação corrupta da nação de Israel, bem como das nações gentílicas.

1. Denunciavam a corrupção espiritual de Israel;
2. Denunciavam a corrupção sacerdotal relacionada ao culto e aos rituais;
3. Denunciavam a corrupção dos reis de Israel e Judá;
4. Denunciavam a corrupção social, familiar, e a infidelidade conjugal.

A corrupção do pecado também é assunto abordado dentro da teologia paulina. Nos escritos do apóstolo, temos argumentos muito fortes a esse respeito:

1. A condição corrupta da humanidade: Romanos 1.18-32;
2. A entrada da corrupção na humanidade e também a oportunidade para sair do estado de corrupção: Romanos 5.12-21;
3. A destruição total da corrupção pela manifestação divina: Romanos 8.18-23; 1 Coríntios 15.24-26; 2 Tessalonicenses 1. 6-10.

A corrupção do pecado, sua agência pecaminosa e a imanência de Deus

Compreendemos que o pecado entrou na esfera terrena pela desobediência, e a desobediência foi em o primeiro casal comer do fruto da árvore que estava no meio do Jardim. Com o surgimento do primeiro pecado, automaticamente surgiu o estado  de corrupção no homem, levando-o a uma vida contínua de pecado. Para afastar cada vez mais o homem de Deus, a corrupção como agência de pecado, oferece para a humanidade caída a variedade de pecados: na esfera espiritual, moral, social, sexual, pessoal, conjugal ou familiar. O propósito maior da corrupção, como agência do pecado, é impedir que o homem compreenda a imanência de Deus.


De tantos pontos que se poderia comentar sobre a corrupção como agência do pecado, que tenta afastar o homem de Deus, é sempre necessário falar da imanência de Deus em relação com a sua criação. A corrupção conseguiu cegar o homem quanto a esse relacionamento com o Criador, e assim é uma abominação e uma afronta ao  Deus Eterno, ao Senhor que se comunica com sua criação.

Por que as pessoas matam, roubam, mentem ou defraudam? Por excluírem de seu entendimento, que o nosso Deus é um Deus comunicável.

Isaías não compreendia a imanência de Deus, e quando ele o viu pensou que iria morrer. Mas o Senhor não queria matá-lo. Deus queria mostrar-lhe que era um Deus imanente. Assim, ele teve a sua vida mudada, posteriormente deixa escrito: "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57.15). Sim, o nosso Deus é um Deus transcendente, porém, também, é um Deus imanente e a corrupção como uma agência do pecado tem tentado privar a humanidade dessa bênção inaudita, desde Caim até os dias de hoje.

O fim do pecado e da corrupção

Concluo este comentário dizendo que, assim como a corrupção e o pecado tiveram início nos céus e se manifestaram na esfera terrena, não por vontade divina, mas por permissão, assim também o pecado e a corrupção começaram a ser banidos na eternidade pela vontade de Deus, pelo sacrifício de Jesus Cristo que venceu o pecado e a corrupção, e da mesma maneira dá condição para vencer a todos aqueles que nEle estão.

A Palavra de Deus é bem clara: Deus é Deus de eternidade a eternidade. O pecado e a corrupção começaram na eternidade, mas não encontrarão lugar na eternidade vindoura (Apocalipse 21..1-4, 27).
__________

O autor da matéria é evangelista, congrega no templo-sede da Assembleia de Deus em Capinzal (SC); coordenador teológico da Faculdade FAEST; graduado em Teologia; e especialista em Hebraico e Grego.

Fonte: Mensageiro da Paz, nº 1555, dezembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Marcos - o Evangelho do servo

O Evangelho de Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus, que se identifica como o Filho do Homem e Servo Sofredor. A pergunta "Quem é este?" (4.41), paira de forma direta ou subentendida do início ao final desta biografia do Mestre.

Diferentemente das cartas de Paulo, o Evangelho de Marcos não identifica seu autor e  seus destinatários. De acordo com as evidências, foi o primeiro Evangelho a ser escrito. Segundo a tradição da Igreja, João Marcos o escreveu de Roma, usando Pedro como sua fonte primária de informação.

A mãe de Marcos abrigou uma comunidade cristã em sua casa em Jerusalém (Atos 12.12); ele ministrou em companhia de seu tio Barnabé (Atos 12.25; 15.37, 39), de Paulo (Colossenses 4.10; 2 Timóteo 4.11; Filemon 24), e posteriormente de Pedro (1 Pedro 5.13).

Autoria e data

A tradição cristã que afirma ter sido Marcos o autor deste Evangelho é tão forte que pouco se pode fazer além de confirmá-la. Papias, Clemente de Alexandria, Jerônimo, Irineu e Orígenes, entre outros, reconheceram Marcos como o autor do Evangelho que leva seu nome.

A maioria dos eruditos acredita que Mateus e Lucas escreveram dez a vinte anos depois. E basearam seus evangelhos em Marcos. De fato, Mateus reproduz  90 por cento do conteúdo de Marcos. Admitindo-se a hipótese de que o Evangelho de Marcos era conhecido e foi usado como fonte de Mateus e Lucas, é provável que esse Evangelho tenha sido escrito antes do ano 70 d.C. há afirmações que apontam  uma data por volta do ano 60 d.C.

Destinatários

Marcos dá evidências de que escreveu para os gentios. Vejamos:

• ele dá explicações a respeito de expressões aramaicas (5.41; 7.34; 14.36; 15.34);
• explica sobre a tradição dos fariseus (7.3-4);
• usa palavras latinas que não são encontradas  nos demais Evangelhos: executor (6.27); quadrante (12.42);
• não inclui a genealogia de Jesus, pois não faria sentido para leitores gentílicos;
• há apenas 63 citações e/ ou alusões ao Antigo Testamento, comparadas  com cerca de 128 em Mateus e entre 90 e 100 em Lucas. Tais menções soariam de difícil compreensão aos leitores gentílicos.

Tema central

A obra  trata de uma extensa abordagem do significado da morte, e ressurreição de Jesus para os crentes. 

Os personagens principais em Marcos são Jesus e seus discípulos, que são chamados, ensinados, treinados e enviados em missão. O discipulado é o tema central. Comparado com os outros evangelhos canônicos, Marcos aborda as dificuldades do discipulado de forma realista, sincera e cheia de esperança, quando relata que os discípulos eram lentos para aprender e compreender o verdadeiro significado do ministério e da missão de Jesus.

Marcos se distingue por fatores como:

• ênfase cobre as dificuldades do discipulado
• estilo narrativo dinâmico de aventura ("imediatamente", ou, a forma alternativa "logo, logo após" aparecem 35 vezes);
• conflitos e confrontos aparecem desde cedo e continuam até o clímax, na crucificação;
• um terço dos versículos relatam milagres;
• uso de linguagem forte ("viu os céus rasgarem-se"; "o Espírito o impeliu, literalmente, o empurrou para o deserto (1.10, 12);
• abordagem sobre a humanidade de Jesus: 1,41; 3,5; 4,38; 6,6; 11,12; 14.33. 

 Propósito

Inicialmente, circulavam narrativas orais sobre Jesus. Eram narrativas isoladas formando, em grande parte, pequenos blocos. Algumas, como a narrativa da paixão, eram mais longas. Marcos, sem dúvida, escreveu tendo em vista as necessidades de sua própria igreja familiar. Ele escreveu com finalidades pastorais, tendo a finalidade de preservar a história da vida de Jesus após a morte da primeira geração de cristãos, por exemplo, Pedro.

Estrutura de Marcos

1. Introdução (1.1-13)
2. A autoridade de Jesus é revelada (1.14 - 3.6)
3. A autoridade de Jesus é rejeitada (3.7 - 6.5)
4. Formando uma nova comunidade (6.6 - 8.21)
5. Equipando a nova comunidade (8.22 - 10.52)
6. Julgamento de Jerusalém (11.1 - 13.37)
7. Julgamento de Jesus: paixão, ressurreição e ascensão (14.1 - 16.20).

Marcos, como os demais Evangelhos e todo o restante do Novo Testamento, são úteis como ferramental ao discipulado e na formação missionária da Igreja. Quando Marcos escreve 1.14-15, está descrevendo a missão de Jesus e definindo aos discípulos a missão da Igreja que o segue. Nos seus milagres, Jesus ensina que a missão é integral, curando e salvando a pessoa toda. Jesus curava em resposta à necessidade humana, e assim mostra que a missão evangelística é social, desafiando e transformando sistemas opressores.


Fonte: 
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 940, 941, edição 2014, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil); 
Toda a Bíblia em um ano: Mateus a Filipenses, volume 3, Darci Dusilek, páginas 17-19, 9ª edição, 2013, Rio de Janeiro (Horizontal Editora). 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Hebreus 9.27: aos homens está ordenado morrer uma vez e após isso deparar-se com o juízo

DIA DE FINADOS. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
De certo ponto de vista, a morte é a mais natural das coisas, mas também é considerada a mais antinatural de todas.

Pelo lado natural, a morte é uma grande passagem, faz parte do processo biológico, inevitável para corpos constituídos como os nossos, portanto, todos precisam se preparar para que seja bem realizada.

O pecado leva à morte

A Bíblia fala sobre a morte como resultado do pecado. O homem desobedeceu a Deus comendo da árvore da qual Deus lhe havia ordenado: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2,17).

E neste mesmo dia Adão foi julgado pelo reto juízo de Deus. Desde então a sentença que ele havia recebido aviso caiu sobre ele. No momento em que provou do fruto, morreu. Sua alma morreu, foi separada de Deus, separação essa que lhe tirou a vida espiritual, a comunhão com o Criador. Ao mesmo tempo seu corpo tornou-se corruptível e mortal, de sorte que a morte também se apossou dele. Estando já morto no espírito, morto para Deus, morto no pecado, o homem precipitou-se e precipitou sua descendência na morte eterna, na destruição do corpo e da alma, ao lago de fogo que nunca se apaga.

O castigo

A alma de quem morre em desobediência é levada a Deus, o seu juiz, para ser designada ao seu estado de castigada eternamente. Está determinado que todo o ser humano passará pelo julgamento após morrer, não há modo de escapar do juízo divino.

O apóstolo Paulo nos ensina que "por um homem entrou o pecado ao mundo, e pelo pecado a morte", e, "o salário do pecado é a morte" (Romanos 5.12; 6.23). Todavia, quando examinamos a questão mais detidamente, constatamos que Adão não morreu fisicamente no momento em que desobedeceu a Deus comendo o fruto. E no quinto e sexto capítulo de sua carta aos romanos, o apóstolo contrasta a morte que ocorreu por meio do pecado de Adão com a vida que Cristo trouxe  aos homens. A inferência que de tudo isso podemos tirar é que os ímpios morrem duas vezes, a morte que é o resultado do pecado é mais do que a decadência e a dissolução final do corpo.

Entretanto justamente com isso precisamos considerar a outra linha de pensamento, de textos bíblicos que ligam o pecado com a morte. Tais textos não qualificam essa morte. Não compreenderíamos só por esses versículos que algo diferente do significado usual tenha sido ligado à palavra. Talvez devamos entender que a mortalidade foi o resultado do pecado de Adão, e que sua penalidade inclui tanto o aspecto físico como o espiritual. Porém, não sabemos bastante acerca da condição de Adão, antes da queda, para afirmar qualquer coisa a respeito de sua morte ou imortalidade física. Se o seu corpo era semelhante ao nosso, mortal, a sentença do Criador referiu-se apenas ao seu aspecto espiritual e morreria fisicamente mesmo que não houvesse a desobediência. Se não o era, passou a ser mortal na condição física após cometer o pecado. A verdade é que ão temos meios de saber qual era a sua condição.

Duas interpretações equivocadas

Hebreus 9.27 deixa clara a incoerência da doutrina da reencarnação. Ela não passa de uma aspiração dos pecadores cuja consciência está pesada. Além do Espiritismo, várias religiões importantes do mundo pregam a crença de que, se seus adeptos não agirem corretamente nesta vida, terão muitas oportunidades de  de acertar em vidas futuras. Isso leva as pessoas a desprezar a fé em Jesus e sua obra redentora na cruz por elas. Uma das maiores mentiras de Satanás é justamente convencer as pessoas não precisam confiar em Jesus.

Alguns céticos afirmam que Hebreus 9.27 ensina que todas as pessoas devem morrer e por isso conflita com 1 Tessalonicenses 4.16-17, que se referem a santos vivos sendo levados diretamente para o céu, e Hebreus 11.5, que fala que Enoque não viu a morte. Mas Hebreus 9.27 não diz que todos, sem exceção, passaram ou passarão pela morte. Realmente, a morte é a maneira comum pela qual se passa desta vida para a existência futura. Todavia, se o Senhor desejar levar pessoas desta vida terrena diretamente para o céu, certamente é sua prerrogativa fazer isso, , pois Ele "está nos céus e faz tudo o que lhe apraz" (Salmo 115.3).

Conclusão

Aos que desconhecem as promessas de Deus aos seus servos, o fato de encontrar a morte é algo terrível, porque além de desfazer o laço vital, tendo todas as relações aqui cortadas, também significa entrar em outro mundo, que para eles é um mistério.

Deus determinou que Jesus viesse ao mundo, e Ele veio e se ofereceu para suportar o pecado de muitos, de todos os que crerem em seu nome. Cristo veio em forma de corpo pecador, mas a sua segunda vinda será sem nenhum encargo sobre Ele, tendo realizado isso antes em sua expiação na cruz.

A possessão da vida eterna não cancela a morte física. Morrer representa uma condição de conforto aos que receberam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, mas é uma questão de terror aos ímpios que deixam esta vida na prática de seus pecados, pois não podem retornar para consertar suas atitudes erradas. Por erro, entenda-se desobedecer o mandamento de amar a Deus acima de todas as pessoas e coisas e ao próximo como a si mesmo.

Em 1 Corintios 15.45, lemos: "O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante." Aqui claramente se contrasta Adão e Cristo, e até o próprio nome de Adão é dado a Cristo. Neste capítulo, o apóstolo estava contrastando a morte e seus males que vieram através de Adão com a vida e suas respectivas bênção que vieram através de Cristo. Harmonizando-se com isso, lemos no versículo 22: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo".  Enfim, Cristo é o representante pelo qual se comunica a bênção da vida, enquanto que Adão comunicou a morte à sua posteridade.

E.A.G.

Compilações em:
Bíblia Apologética de Estudo, páginas 1242, edição 2000, Jundiaí - SP (ICP - Instituto Cristão de Pesquisa).
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, página 1951, edição 2010, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia Evangelismo em Ação, Ray Comfort (organização), página 1262, edição 2005, São Paulo-SP (Editora Vida).
Bíblia de Estudo Matthew Henry, página 2029, edição 2015, Rio de Janeiro (Editora Central Gospel).
Manual Prático de Teologia, páginas 220, 221,, 2ª reimpressão maio de 2008, Rio de Janeiro (Editora Central Gospel).
O Novo Dicionário da Bíblia, páginas 1072, 1073, 4ª edição 1981, São Paulo (Edições Vida Nova).

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Isaque, o sorriso de uma promessa

Isaque não nasceu pelo poder da provisão comum, mas sim segundo o poder de uma promessa especial. Seu nascimento é a confirmação da promessa feita por Deus a Abraão, onde a descendência prometida viria do útero de uma mulher estéril, de sua esposa Sara.

Isaque entrou para a História Sagrada como o filho da promessa, pois chegara à tenda de Abraão, quando este já tinha 100 anos de idade, e Sara, 90. Ele nasceu do ventre amortecido de sua mãe e do corpo envelhecido de seu pai. Seu nascimento levou os pais a rirem daquela espera que, ignorando os limites da biologia, evidenciou a intervenção do Autor da vida.

Quanto à velhice de Abraão e Sara, não nos esqueçamos de que, naquele tempo, as pessoas ainda eram longevas. Lendo o capítulo 11 de Gênesis, verifica-se que, a partir de Sem, que viveu 500 anos, a longevidade humana vai gradativamente caindo (Gênesis 11,11). No final do capítulo (veja 11.32), a idade dos antepassados próximos de Abraão já não ia além dos 200 anos. Apesar disso, o aspecto de um homem de 100 anos e de uma mulher com 90, naquela época, não era nem senil e nem decrépito.

Isaque, ao completar oito dias de vida, foi o primeiro bebê da linhagem hebreia a receber a circuncisão de acordo com o pacto que o Senhor estabelecera com Abraão. Circuncidado, foi inserido liturgicamente na família da promessa  (Gênesis 17.10-12).

À primeira vista, Isaque parece retraído e acanhado. Ao contrário do pai, Abraão, e do filho Jacó, sua vida não é marcada por grandes acontecimentos. Mas, mesmo sendo homem de pouquíssimas e reservadas palavras, deixou-nos um eloquente testemunho de fé e devoção a Deus. Na esfera da fé, nem sempre as palavras dizem muito; as ações, porém, revelam a ação divina em cada passo do nosso percurso rumo à Sião.

Embora a história de Isaque e de Jacó fossem narradas simultaneamente, pois o relato de Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19 - 35.29), as promessas de Deus a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como também para Jacó (28.13-15).

Isaque bem que poderia haver tomado uma das jovens cananeias como esposa. Entretanto, ele não se enganava iludia com elas. Idólatras e lascivas, davam-se aos pecados mais obscenos. Muitas delas, enclausuradas em templos pagãos, entregavam-se à prostituição ritual e em quase nada distinguia das prostitutas que circulavam em Jericó. Tranquilo, seletivo e espiritual, Isaque aprendera a confiar em Deus, que tudo provê, então, viu seu pai, Abraão, encarregar seu mais antigo servo de buscar-lhe uma esposa entre uma das moças de sua família na Mesopotâmia. Assim sendo, Rebeca foi encontrada. Uma autêntica serva de Deus: jovem virgem, bela, formosa, gentil, cheia de espiritualidade e disposição ao trabalho (Gênesis 24.1-7).

Sobre o enlace matrimonial de Isaque, podemos notar três coisas relativas a Abraão:

• o cuidado que ele tomava com seu filho, a fim de que esse se casasse, e casasse bem;
• o piedoso cuidado de Abraão com seu filho era para que ele não se casasse com uma filha de Canaã, mas com alguém de sua parentela - ele observou que os cananeus se degradavam em grande iniquidade;
• providenciou para que Isaque não fosse sozinho até sua parentela, nem com o propósito de escolher uma esposa, a fim de que não fosse tentado a ficar ali.

Apaixonados e românticos, a felicidade de Isaque e Rebeca não era completa, pois igualmente como aconteceu com Sara, ela era estéril. Ao invés de arranjar um herdeiro de um ventre escravo, como haviam feito seus pais, Isaque "orou insistentemente por sua mulher" (25.21). A oração foi atendida, o Senhor abriu a madre da mulher de Isaque, Rebeca. Ele tinha 60 anos quando seus filhos nasceram, então, depois que se casou, permaneceu 20 anos sem ter filhos (25.20, 26). E Rebeca não concebeu apenas uma vida, mas duas nações. trouxe à luz os gêmeos Esaú e Jacó (25.21,24-25). 

No capítulo 26, Isaque repetiu o fracasso de seu pai, Abraão, mentindo sobre sua esposa (26.6, 7), pois ao invés de afirmar ser Rebeca a sua esposa, ele disse a Abimeleque que ela era a sua irmã. Entretanto, Deus interviu na história para proteger a descendência do seu povo e garantir o cumprimento da promessa feita a Abraão, o seu amigo (Gênesis 26.11, 12).

Isaque era o "bem" mais precioso de Abraão. Foi com esse "bem" que Deus provou a fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente obediente a seu pai, e não questionou o fato de ser a "oferta" para o sacrifício apresentado por seu pai a Deus.

O convívio com Abraão, seu pai, ensinou Isaque a se relacionar com Deus. Sabendo quem é Deus e o quão importante é viver uma vida que o honre, Isaque foi "forjado aos pés de Abraão", pois ele daria prosseguimento à promessa: conquistar a terra de Canaã. Isaque andejou por Canaã e ali armou suas tendas, criou Esaú e Jacó, multiplicou os haveres da família e também, ali, ergueu altares ao Senhor.

Perceba que, até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase nômade do povo de Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não possuía raízes. Viver é o grande desafio diário. Entrava numa terra, se estabelecia nela e, logo depois, saía, começando o mesmo ciclo em outro lugar. Mas, através de Isaque esta realidade começa a ser quebrada.

Deus abençoou de tal forma Isaque, que ele veio a tornar-se mais poderoso que os reis cananeus. O profeta Isaías, no capítulo 65 e versículo 13, escreveu sobre Isaque que, enquanto outros colhiam da terra com escassez, ele colhia com fartura. Era temido, inclusive, por Abimeleque, soberano de Gerar. Aos olhos dos gentios, ali estava um homem que sabia como desfrutar dos favores divinos. O final de sua vida é descrito não com discursos de condolências, mas com palavras que descrevem o recolhimentos dos justos e íntegros (Gênesis 35.28-29).

Isaque é o filho da promessa. É o filho da mãe livre e não da escrava. Com essa imagem, o apóstolo Paulo fundamentou a doutrina da Graça de Deus. "Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. (...) Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque" - Gálatas 4.26-28.

Conclusão

O cumprimento da promessa de Deus nas concepções e nascimentos de Isaque, Jacó e Esaú, nos mostra que Deus visita seus servos em suas carências. O Senhor é sempre pontual. Suas promessas não se cumprem no tempo determinado por nós, elas se cumprem no tempo determinado por Deus, e este é o melhor momento. Os verdadeiros cristãos, pelas virtudes das promessas de Deus, são capacitados a fazer o que está acima do poder da natureza humana, pois eles compartilham da natureza divina (2 Pedro 1.4).

Ensinador Cristão, ano 16, nª 64, página 42, outubro - dezembro de 2015 (CPAD).
O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre o Livro de Gênesis, Claudionor de Andrade, páginas 120-130, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Ator Tonico Pereira mostra indignação contra atuação dos deputados federais em transmissão ao vivo da Rede Globo

Ontem a Rede Globo apresentou a premiação Melhores de 2015 no Domingão do Faustão. Após a entrega de troféus, o apresentador enfileirou os artistas globais e, em clima antecipado de reveillon, fez uma pergunta coletiva: "o que você espera para 2016?". 

O ator Tonico Pereira, quando perguntado, foi categórico:

- Eu quero uma Câmara dos Deputados que, fundamentalmente, represente o povo brasileiro, porque a culpa não está só no Executivo, não. Temos uma quadrilha lá".

Outros colegas de profissão também demonstraram revolta contra a classe política do Brasil. A atriz Cássia Kiss, muito indignada, falou sobre o seu desejo para o próximo ano. Desabafou:

-  Ah, eu vou ser muito política. Eu quero muito que o governo raciocine qual é a função dele. Para quê ele existe? Para trazer educação. Nós pagamos o governo. O presidente é quase o nosso empregado".

Fernanda Torres também quis protestar ao falar sobre a esperança que tem para 2016, deu sua estocada na questão da análise do processo de cassação do deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):

- Espero que a Comissão de Ética não adie nova votação para 2017.

Corajosos, ou se esqueceram das benesses da Lei Rouanet. Sim, porque este governo deve ser corrupto e corruptor, provavelmente faça do incentivo à cultura um filtro, que se abre para alguns artistas e é fechado para muitos, funciona condicionado, favorável apenas a quem 'faz vista grossa às barbáries que ocorrem nas esferas dos poderes Executivo e Legislativo.

E.A.G.