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Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 13 de junho de 2015

A morte de Jesus



Por Eliseu Antonio Gomes


A morte de Jesus na cruz não foi um acidente. Deus já havia planejado desde o Éden. O Mestre sabia que para esse fim veio ao mundo. Por isso, quando foi levado preso, não resistiu. Jesus sofreu na cruz, como um homem e como Deus, sentiu profundamente a agonia da dor física, psicológica e espiritual. É impossível dimensionar o que o Salvador enfrentou por amor a nós (Isaías 53.4-5). Mesmo diante de tanta dor, Ele declarou o seu perdão às pessoas que participaram de sua morte (Lucas 23.24).

O real significado da crucificação do Senhor Jesus. "Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si." - Isaías 53.11.

Jesus obedeceu claramente à vontade de Deus (João 6.38; Hebreus 10.7, 9), Ele não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade. Não entregou apenas o corpo, mas também a sua própria alma em favor dos pecadores.

Momentos que antecederam a crucificação de Jesus. "E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação." - Lucas 22.39, 40, 42, 45-46. 
 
Lucas registra a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, relato que é bem curto, condensa a história resumindo que era costume dEle pernoitar ali orando e nos dá uma amostra das orações de Jesus.

A iniciativa de opor-se a Jesus é tomada pelos principais sacerdotes e os escribas. Em todos os Evangelhos, os fariseus era oponentes principais de Jesus e no decurso de todo o seu ministério, mas o partido sumo-sacerdotal assumiu a liderança nisto no fim. Eram eles que detinham o poder político. Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus, apontando-o aos algozes com a saudação do beijo na face. Lucas 22.2-6, 47.

O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa. "Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação" - João 11.47, 48.

A crucificação de Jesus ocorreu por medo dos líderes religiosos, que estavam mais ansiosos quanto a si mesmos  do que genuinamente preocupados com o povo. Eles temiam que Jesus incitasse uma rebelião que resultaria em severas represálias dos romanos. Os romanos com certeza destruiriam o templo - "e tirar-nos-ão o nosso lugar" - e aniquilariam a nação, deportando o povo. Se isso acontecesse, os líderes religiosos perderiam o poder e o prestígio.

O motivo da crucificação de Jesus na esfera política. "Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer)" - João 18:29-32.

Esse é o cerne da mensagem divina, é: Jesus entregou-se em sacrifício como oferta pelos pecados de toda a humanidade. O pecado tem a força de um assassino e sua demanda não pode ser aplacada por nenhum esforço humano. Não existe redenção sem a punição do pecado cometido (Romanos 3.25; 1 João 2.2; 4.10).

Se aos judeus tivesse sido permitido efetuar a pena de morte, Jesus teria sido apedrejado. As execuções segundo a lei judaica era por apedrejamento; os romanos usavam a crucificação.

Jesus deveria ser crucificado:
a. Para que fosse, literalmente, levantado (João 3.14); 
b. Para que nenhum osso de seu corpo fosse quebrado (Salmo 34.20; João 19.36); 
c. Para colocar a responsabilidade de sua morte tanto sobre judeus quando gentios (Atos 4.27).

A associação dos poderes político e religioso estruturado contra Cristo e o Evangelho, é enfrentado nos dias atuais pela Igreja do Senhor em diversos países, inclusive no Brasil.

O método terrível de execução para os condenados à morte. "Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam." - Lucas 23:20-23. 

Em todos os Evangelhos, a exigência da crucificação de Jesus aparece somente depois de Pilatos ter o propósito de soltá-lo como o prisioneiro favorecido na festa da Páscoa. Por mais de três vezes Pilatos protestou a inocência do Filho de Deus, não cessou imediatamente suas tentativas de libertá-lo, mas a multidão rejeitou sua abordagem todas as vezes e exigiu uma crucificação. A turba insistente gritou e deu a impressão de que um motim começava a formar-se. Deve ter sido óbvio para Pilatos que a situação estava se tornando cada vez pior, então, os gritos ganharam a contenda.

Conclusão

A cruz nos tirou de Adão e nos colocou em Cristo. Isto faz toda a diferença. Em Adão éramos condenados (Romanos 5.16-21); desobedientes (Romanos 5.19); dominados pelo pecado (Romanos 5,21). Todavia, em Cristo nós somos justificados (Romanos 5.16); obedientes (Romanos 5.19), dominados pela graça (Romanos 5.20), dominados pela vida (Romanos 5.21). Portanto, em Cristo nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4); abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Efésios 1.3-13); fomos feitos herança (Efésios 1.11); selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13).


E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Vida, páginas 1667. edição 1998, São Paulo (Editora Vida);
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 703, 704, edição 2014, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil);
Ensinador Cristão, ano 16, nº 62, página 33, abril-junho de 2015 (CPAD); 
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, página 83, Rio de Janeiro (CPAD); 
Lucas, Introdução e Comentário, Leon L. Morris, página 285, 303, 304, reimpressão 2011, São Paulo, (Vida Nova).
Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito, José Gonçalves, página 142, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD).  

Guerra de refrigerantes: prefiro suco natural


Guerra de refrigerantes: entre Pepsi e Coca Cola a melhor escolha é o suco natural.

E.A.G.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Amós 5.4 e o auxílio do alto

O capítulo 5 do livro de Amós nos ensina que o socorro eficaz é realizado por Deus. Se não houver auxílio do alto amparando a ajuda humana, por mais bem intencionadas que sejam as intenções de amigos e desconhecidas almas caridosas, elas não alcançarão todos os objetivos aos quais se destinam. 

Lembre-se da virada de cativeiro na vida de Jó. Após todas as aflições que viveu, após orar por seus parentes e amigos, foi Deus quem usou seus amigos e parentes para lhe socorrer, fazendo com que ele voltasse a ser uma pessoa duas vezes mais feliz do que era no início da narrativa do livro (Jó 42.10-12).

E.A.G.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A última ceia


Arte: A Última Ceia, quadro de Pavel Popov.

Por Eliseu Antonio Gomes

O ambiente da última Ceia do Senhor, é digno de muitas notas. Quem estava assentado à mesa? Judas Iscariotes, o traidor; os discípulos que logo após aquela reunião disputavam sobre quem seria o maior entre eles; estava Pedro, que negou Jesus três vezes; no final, todos os discípulos abandonariam o Mestre, exceto o apóstolo João.

O real propósito da Páscoa para os judeus. Êxodo 12.1-28. A maioria das nações celebram o seu dia da independência. Cada nação celebra a seu modo, mas estas celebrações têm uma grande diferença do Dia da Independência de Israel, ou, Dia da Libertação, também chamado de Páscoa. Ocasião anual e que os judeus comemoram a libertação do Egito, de acordo com as instruções citadas em Êxodo 12.1-28.

As normas estabelecidas para a celebração talvez fossem mais um teste da completa confiança de Israel em Deus. Preocupações com a pressa, com o preparo para a viagem, com a solidariedade grupal e com o reconhecimento da graça de Deus para com Israel foram os principais motivos dessas restrições. Talvez, naquela ocasião os israelitas não compreenderam os motivos das limitações da Páscoa. Mais tarde Deus responderia às perguntas dos israelitas: Êxodo 12.26; 13.3, 14; Deuteronômio 4.9.

A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na terra. Lucas 22.7-13. Muitos séculos mais tarde, após a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, a noite da Páscoa teria um significado muito mais amplo. Durante uma celebração da festa da Páscoa, enquanto milhares de judeus levavam seus cordeiros escolhidos para Jerusalém, Jesus era escolhido como Cordeiro Pascal para toda a humanidade (1 Coríntios 5.7).

Instruções sobre a ceia do Senhor. 1 Coríntios 11.17-34. As palavras "vendo eu sangue, passarei por cima de vós" (Êxodo 12.13) vieram a comunicar um sentido completamente novo após o sacrifício vicário de Cristo. Atualmente, ainda que os judeus celebrem a Páscoa, a maioria dos cristãos não o faz. Em lugar disso, a cerimônia tem sido incorporada a uma nova ordenança, a Ceia do Senhor, na qual Jesus Cristo representa o Cordeiro Pascal e deve ser realizada para anunciar a morte do Senhor até que Ele venha (versículo 26).

Quem pode participar da Santa Ceia do Senhor? O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja e quem dela tem permissão para tomar parte está esclarecido nas palavras do apóstolo Paulo, escritas no capítulo 11 da primeira carta aos crentes de Corinto e, consequentemente, a todos nós. Devemos observar:

a. A quem em última instância oferecemos o culto;
b. Que o crescimento espiritual dos cristãos está vinculado às suas ações cúlticas;
c. Que a Ceia é comunitária e os seus integrantes devem ser considerados e respeitados;
d. Que a fundamentação da prática e do significado da Ceia do Senhor está nas palavras do próprio Senhor Jesus, sendo que não é afetada pela cultura ou por comportamentos sociais;
e. Que há seriedade no ato da Ceia e que ela deve ser encarada como um autoexame, e não apenas como uma celebração comunitária;
f. Que há implicações e consequências espirituais quando há desobediência.

O significado da celebração da Ceia e os seus elementos. Lucas 22.14.20. A Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos libertar da escravidão do pecado. Antes da morte e ressurreição de Jesus, a festa judaica da Páscoa celebrava o fato de Deus ter libertado o seu povo do cativeiro egípcio.

Jesus usou o pão e o cálice para simbolizar seu corpo e seu sangue (Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; Lucas 22.17.20).

O cordeiro sacrificial da Páscoa aplacou o anjo da morte; o pão da Ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação do pecado. O vinho da Páscoa simbolizava o sangue do cordeiro nas portas, o vinho da ceia simboliza o sangue de Cristo dado por nós, a sua morte que nos garante a vida eterna. A Páscoa representava a antiga aliança de Deus com o seu povo; a ceia do Senhor nos lembra da sua nova aliança.

Conclusão

Na última Ceia, Cristo estabeleceu um dos fundamentos principais da fé cristã, ao partilhar o pão e o vinho dando ação de graças durante uma reunião à mesa, exemplo no qual todos os fiéis ao longo dos tempos são ensinados a fazer o mesmo, participando também do Corpo e do Sangue de Cristo. Sem esta comunhão entre os irmãos não é possível haver a verdadeira vida cristã;  não existe a conexão entre o homem e Deus

Mesmo que grande parte do conteúdo da cerimônia da Páscoa haja mudado, uma coisa permanece: a Ceia do Senhor comemora um tempo de dor e de derramamento de sangue do Salvador que venceu a morte, um tempo de liberdade e de resgate da humanidade através da perfeita e eficaz intermediação do Senhor na cruz do Calvário.

E.A.G.

Bíblia Devocional de Estudo, página 101, 1ª edição, Niterói (Fecomex)
Bíblia de Estudo Vida, páginas 99, 1570, 1635. edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 1017, 1183, edição 2014, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil).
Ensinador Cristão, ano 16, nº 62, página 41, abril-junho de 2015 (CPAD),