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Arquivo | 14 anos de postagens

quinta-feira, 19 de março de 2015

Não cobiçarás

Por Eliseu Antonio Gomes

"Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás" - Romanos 7.7.

"Não cobiçarás..." - Êxodo 20.17. O verbo cobiçar expressa a ideia de encontrar prazer em alguma situação ou coisa. No versículo em apreço, a raiz primitiva em hebraico significa sentir predileção, deleitar-se em beleza, desejar intensamente, querer coisas valiosas, amar de maneira apaixonada. É inerente ao ser humano ter desejos e vontades, não existe erro algum nesta característica. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição imprópria, como desejar a esposa, a casa, entes de outras pessoas.

O Salmo 39.11 assinala o desejo ou anseio excessivo. As palavras "beleza" (ARC), "precioso" (ARA), "valioso" (NVI) e "mais amamos" (NTLH) são extraídas do vocábulo hebraico que tem o sentido de algo ou alguém cobiçado e conquistado. Assim o salmista declara que o ser humano é vaidade e que aquele que comete o pecado da cobiça fora dos parâmetros determinados no Decálogo é castigado por Deus.

O Talmude, livro sagrado do judeus, identifica o coração e o olho como agentes de pecado. Considera que quando uma pessoa permite que a mente se encha de pensamentos contrários à vontade do Senhor, se expõe deliberadamente à tentação.

E viu a mulher que... (Gênesis 2.6).  Neste texto bíblico vemos que Deus permite que o proibido exerça a sua atração total sobre o ser humano. Assim como Eva foi conduzida pela serpente, Adão foi conduzido por Eva, ao invés de exortá-la a obedecer ao Criador. Os atos simples de tomar o fruto proibido nas mãos e comê-lo teve resultado penoso ao casal. Após homem e mulher provarem o sabor, descobriram que a declaração da serpente era mentirosa, conheceram o afastamento do Criador, a pobreza e a morte.  

A narrativa da queda de Adão e Eva é o primeiro exemplo bíblico do processo do pecado, do estágio da cobiça que rapidamente se transforma em ato de desobediência, pois Eva deu ouvidos a uma criatura em lugar do Criador, seguiu suas impressões pessoais contra as instruções recebidas e estabeleceu para sua meta a autorealização. O desejo veemente de conseguir alguma coisa é a raiz do qual surge o pecado contra si mesmo e contra o próximo, tanto no pensamento quanto na prática. 

Esta visão prospectiva de enriquecimento material, estético e mental, parecia incrementar a própria vida. Mas o prumo da vida do homem é espiritual, a saber, a Palavra de Deus e a resposta da fé (Deuteronômio 8.3, Habacuque 2.4); rompê-lo é morrer espiritualmente.

A beleza é uma porta para a entrada da cobiça.  A Palavra de Deus oferece orientações claras com a finalidade de oferecer escape aos que temem ao Senhor. Explica que por causa de uma mulher prostituta o homem passa a mendigar uma porção de pão, age tal qual um suicida pois caminha como um animal em direção ao matadouro sem tentar livrar-se da morte iminente.

No capítulo 6 de Provérbios encontramos advertência ao homem a não cobiçar a formosura da mulher do próximo. A pessoa que entrar numa relação adúltera e escolher a insensatez em vez da sabedoria piedosa certamente sofrerá as consequências dessa escolha, o preço da desobediência é altíssimo, até sua alma será destruída (Provérbios 6. 25, 29, 32; 7.1-27).

Bate-Seba, a cordeirinha roubada (2 Samuel 11. 1-27). Quando o rei Davi em vez de liderar seu exército em batalha resolveu desfrutar do conforto de seu palácio cometeu o pecado da cobiça, desejando a mulher do próximo.

Após descansar durante o calor do dia, Davi saiu para aproveitar a brisa do calor da noite em seu terraço. Aparentemente, o palácio era mais alto que as outras construções em volta, permitindo uma vista privilegiada dos pátios e terraços de outras construções em Jerusalém. Nestas condições, os olhos de Davi encontraram a bela esposa do heteu Urias em sua intimidade. Ele viu Bate-Seba no momento em que tomava banho na privacidade de seu lar e seu coração a cobiçou. Então, ordenou que a trouxessem diante de sua presença e adulterou com ela. Neste encontro adúltero ela ficou grávida. Davi quis esconder seu pecado e trouxe o marido de Bate-Seba da guerra para sua casa, para que houvesse conjunção carnal entre o casal e todos pensassem que a criança fruto de cobiça lasciva seria o filho do marido de Bate-Seba. Mas como Urias não aceitou voltar para seu lar e os braços da mulher à batalha emitindo ordem expressa que ficasse em um ponto arriscado. Urias morreu guerreando.

A luxuria de Davi causou a morte de um leal comandante do seu exército e a tristeza de Bate-Seba pelo estado de viuvez e perda de um filho (2 Samuel 11.26; 12.24).

É importante frisar que na parábola do profeta Natã, Bate-Seba é descrita como vítima, é comparada a uma cordeirinha roubada (2 Samuel 12.3-4). Apesar de nenhum texto bíblico informar que tenha resistido aos avanços do rei, também não diz que ela tentou seduzi-lo. Portanto, não é correto descrevê-la como uma mulher sensualmente provocativa, que usou sua beleza física para morar no palácio, tal interpretação de texto não possui fundamentos bíblicos.

A vinha de Nabote (1 Reis 21.1-19). O rei Acabe poderia ter a terra que desejasse, porém tomado pela cobiça desejou a bela plantação de videiras do jizreelita Nabote, que se recusou a vendê-la ou trocá-la porque era herança de seus pais, e entristeceu-se a ponto de não querer comer. Deu plena liberdade para que sua esposa, Jezabel, cometesse abuso de poder, mentisse, usasse métodos degradantes para que dessa forma se apoderasse do que era de seu próximo.

Jezabel havia aprendido o suficiente da lei judaica, era conhecedora que nenhum homem deveria ser condenado à morte sem duas ou três testemunhas de seu crime  então usou o conhecimento da prescrição da lei para transgredi-la, ao chamar duas testemunhas falsas para dizer que Nabote havia blasfemado contra Deus e o rei, visando a morte de um homem inocente por apedrejamento (Deureronômio 17.6). Nabote morreu. Quando Acabe estava para se apossar da vinha, recebeu o recado do profeta Elias anunciando que sua casa seria exterminada e cães lamberiam seu sangue e devorariam Jezabel. A profecia se cumpriu (1 Reis 22.38; 2 Reis 9.34-37).

Conclusão

A cobiça é o resultado da maldade humana. Os Dez Mandamentos preservam os cristãos de todas as espécies de cobiça e todos os outros pecados existentes (Provérbios 6. 24, 25, 26, 29).

O mundo continua a oferecer coisas que façam o ser humano agir contra as determinações do Senhor (1 João 2.16). O Diabo tem sido eficiente na vida de muitos crentes ao ter sucesso na estratégia de fazer crer que a Palavra de Deus não é significante nos dias atuais, vende a falsa ideia do mal como se fosse uma coisa que está além do bem; da sabedoria, como sofisticação; e, de grandeza, como ambição. É capaz de fazer de tudo para levar o cristão a desfrutar de um pouco de prazer mundano, mas, na sequência do pecado vem a cobrança caríssima.

Nunca devemos confiar unicamente em nossa consciência para ser salvo da condenação pela prática do pecado. O interesse da carne em pecar encobre a doce e calma voz da consciência. A função da Lei de Deus é apontar a sujeira que possa estar oculta na alma humana. É imprescindível que se exponha a Lei espiritual, porque somente quando o crente vê suas falhas à luz da santidade de Deus e da Lei é que ele terá a sua consciência despertada e aceitará a direção do Evangelho de Cristo.

Jamais caia na armadilha de pensar que a Lei de Deus não tem mais importância. Além de ser a tutora que nos leva até Cristo, ela também nos oferece o conhecimento que nos guiará por toda a vida. Não é edificante desprezar os ensinamentos bíblicos (Gálatas 3.24).

E.A.G.

Compilações
A Bíblia da Mulher páginas 530, 531, 605, 1008. edição 2009, Barueri  (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia de Estudo Palavras Chaves, página 1642 , edição 2011, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia Evangelismo em Ação, Ray Comfort (organização), página 580, edição 2005, São Paulo-SP (Editora Vida). 
Gênesis, Introdução e Comentário, Derek Kidner, página 64, reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).
Lições Bíblicas - Professor, Os Dez Mandamentos - Valores divinos para uma sociedade em constante mudança, Esequias Soares, 1° trimestre de 2015, página 85, Rio de Janeiro (CPAD). 

domingo, 15 de março de 2015

Manifestações contra o governo Dilma em 15 de março de 2015







José Antonio Dias Toffoli já trabalhou como subordinado do réu, condenado, do Mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele foi subchefe da área de assuntos jurídicos da Casa Civil quando Dirceu era o ministro. Como advogado, em 2012, Toffoli defendeu Dirceu no escândalo do Mensalão. Agora a população brasileira observa apreensiva seus passos como Ministro do Supremo Tribunal Federal. A proximidade dele com o Partido dos Trabalhadores é uma situação delicada, e espera-se que como magistrado analise e delibere no julgamento do Petrolão com total imparcialidade. Se agir de maneira ruim, sua conduta demolirá a confiança do Brasil na instituição STF.

Os protestantes em São Paulo lembraram a transferência do ministro Toffoli para a 2ª turma do STF, onde serão julgados os eventuais réus do Petrolão. Não esqueceram que ele foi advogado do PT e de José Dirceu.

E.A.G.

sábado, 14 de março de 2015

Não darás falso testemunho

Por Eliseu Antonio Gomes

Numa sociedade simples, vivendo no deserto, Moisés apresentou o Decálogo, que entre as dez determinações divinas havia a proibição ao falso testemunho. A justiça deveria ser preservada por considerações das circunstâncias sociais e econômicas. Então, o nono mandamento surgiu para vetar a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo, nos tribunais e no dia a dia.

Tanto no Antigo Testamento quanto na Nova Aliança esses três pecados são considerados partes do estilo de vida do ímpio, que motivado por intriga, inveja ou suborno usa a língua com maldade e com falta da verdade.

A mentira

Não devemos mentir contra ninguém. A Bíblia declara que a mentira é pecado e que o Diabo é o pai da mentira. Entre as pessoas mundanas, é aceitável a busca pelo interesse pessoal usando despudoradamente a mentira. Inventa-se o dolo contra alguém e este alguém que se vire com as explicações necessárias para restabelecer a verdade.

A verdade corresponde aos fatos e permanece em oposição à falsidade. A verdade é o conhecimento da realidade que o ser humano constata e relata. Deus é a Verdade e deseja que os nossos relacionamentos sejam pautados na verdade.

Deus se importa com o que sai da boca de seus servos e deseja que haja somente a verdade nos lábios do seu povo. O crente deve escolher sempre andar pela e na verdade em quaisquer lugares. Na família, na escola, no trabalho, nas amizades.

O mexerico

Entre os israelitas, as pessoas que espalhassem tagarelice maldosa estavam sujeitas à condenação da legislação mosaica.  "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor" - Levítico 19.16.

Atualmente, com o advento das redes sociais, um comentário maldoso e mentiroso pode produzir danos irreparáveis muito rapidamente devido ao número de pessoas que terão acesso a ele.

Quem é de Jesus tem compromissos relacionados com a verdade. A verdade de quem é, do que faz e do que fala. Portanto, jamais deve emprestar a sua língua para levantar falso testemunho e espalhar ondas de boatos contra o próximo.

O falso testemunho

A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo, pode destruir lares, arruinar carreira profissional, e até induzir a vítima ao suicídio. É um atentato contra o Criador e contra a criatura. é capaz de destruir o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir (Salmo 109.2; Provérbios 6.16-19).

Quando os judeus caminhavam pelo deserto rumo à Canaã, quase todos os crimes tinham como resultado as penas capitais. A pessoa que testemunhasse com falsidade sabia que se não fosse descoberta em seu erro teria que ser executora do próximo contra quem mentiu, e por ser culpada de sangue inocente, a lei determinava que aquele que cometeu tal delito, o falso testemunho, deveria pagar com a própria vida (Deuteronômio 17.7).

A violação do nono mandamento é um pecado grave na lei divina e crime na lei dos homens - calúnia e difamação - mas muitos não se dão conta disso. De acordo com o código penal brasileiro, o crime de falso testemunho consiste em fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial, policial ou administrativo. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou outra vantagem a testemunha, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, ainda que a oferta não seja aceita.

Conclusão

"Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" -  João 18.37.

O propósito do nono mandamento é erradicar a imputação falsa que ofenda a reputação e a honra do próximo, coibir difamadores e caluniadores. Jesus Cristo ratificou o nono mandamento e o apóstolo Paulo reafirmou que emitir falso testemunho é uma ação de pecado, portanto está claro que é dever do cristão permanecer longe da mentira, calúnia, falsidade e mexericos (Mateus 19.18; Romanos 13.9; 2 Corintios 12.20).

Deus deseja que venhamos a amar a respeitar o próximo, jamais usar subterfúgios maldosos contra o nosso semelhante. O cristão verdadeiro não se ajunta com fofoqueiros e mentirosos. Sabe que no Dia do Juízo teremos que dar conta ao nosso Senhor de toda palavra ociosa proferida pela nossa boca (Mateus 12.36).

E.A.G.

Compilação:
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 41, jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD). 
Êxodo, Introdução e Comentário, R. Allan Cole, páginas 154, 155, reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova);
Lições Bíblicas - Professor, Os Dez Mandamentos - Valores divinos para uma sociedade em constante mudança, Esequias Soares, 1° trimestre de 2015, páginas 76 a 82, Rio de Janeiro (CPAD). 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Chamados para viver em paz e ser agradecidos

"Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos" - Colossenses 3.15 (NVI).