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Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 31 de janeiro de 2015

Não tomarás o nome do Senhor em vão

No Antigo Testamento, o nome não era empregado para simplesmente distinguir as pessoas. Eles eram colocados pelos pais com o objetivo de revelar alguma característica física ou do caráter da pessoa. Tomemos como exemplo o caso de Esaú e Jacó. Esaú significa cabeludo e Jacó suplantador (Gênesis 25.24-26).

Deus revelou Seu nome a Moisés: "E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. [...] O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração" - Êxodo 3:14-15.

O nome de Deus, EU SOU O QUE SOU, além de ser revelador é uma frase sugestiva ao Ser que é o Criador. Não se trata "simplesmente ser" no sentido filosófico da palavra, mas de um Ser vivo e em atividade permanente de santidade. A revelação do nome, não é apenas uma verdade teológica, mas é um apelo à resposta de fé; "Sede santos porque eu sou santo" - 1 Pedro 1.16.

As revelações da identidade de Deus nos faz saber que Ele é santo e deve ser reverenciado pelo homem como Ele é. Na Bíblia, os nomes de Deus não são apenas uma identificação pessoal, mas são inerentes à sua natureza e revelam suas obras e atributos, apontam ao poder e a glória do Deus Todo-Poderoso.

Será que o terceiro mandamento se refere a apenas controlar a nossa língua para não misturarmos o nome em expressões banais?

Faraó fazia tudo em nome de seu deus. Muitos eram os deuses do Egito: deuses Rá, Osiris, Amon, Serápis, etc. O rei se declarava o dono da terra, das suas colheitas, e em nome desses falsos deuses ele se via o dono do povo egipciano. Havia guerras, atrocidades em nome dessas supostas divindades. A religião idólatra encombria às maldades, perversidades, mentiras, escravidão. Tudo era legitimado pelos nomes dos falsos deuses cultuados. O povo israelita não deveria imitar Faraó.

Quando acontece de se tomar o nome de Deus em vão?

• Ao fazer falsas promessas, ou juramentos, usando seu nome (Levíticos 19. 12; Mateus 5.33-37);
• Ao amaldiçoar a Deus (Êxodo 20.7);
• Ao mentir em nome de Deus;
• Ao usar o nome de Deus em conversas tolas, misturado com palavrões.

Além disso, não devemos tomar o nome de Deus em vão através de atos impensados. O Criador não está interessado que o Seu nome seja usado para legitimar interesses humanos, mas que seja usado para que se realize Sua vontade, perpetuadas em ações de amor, justiça e misericordia.

De maneira sistemática, líderes judaicos usaram o nome do Senhor em vão ao colocar sobre o povo uma carga insuportável que nem eles mesmos conseguiam carregar. Nos dias atuais, em nome de uma identidade denominacional, alguns líderes evangélicos ousam exigir do povo cristão práticas de usos e costumes que não fazem parte da doutrina do Evangelho do Senhor. E dessa forma eles banalizam o nome de Jesus, misturando a Palavra de Deus com palavras frívolas criadas por homens.

Deus se apresenta ao seu povo mediante vários nomes, que revelam seus atributos. Portanto, o cristão deve interessar-se em saber qual é a vontade de Deus para sua vida, agir conforme a vontade divina e jamais tentar legitimar o pecado usando o nome do Senhor em vão. Então, "segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, páginas 32 e 38 , jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD).
Êxodo, Introdução e Comentário, R. Allan Cole, página 67, reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).
Os Dez Mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança, Esequias Soares, 1ª edição outubro de 2014, página 50, Rio de Janeiro (CPAD). 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O cristão evangélico na academia de ginástica

Ao observar o que acontece nos grandes centros urbanos do Brasil, percebemos que existe exagero quanto aos cuidados com a imagem da estrutura física. Pessoas passam horas se exercitando numa espécie de culto ao próprio corpo. Não é papel exclusivo do povo brasileiro praticar exercício físico com a finalidade de melhorar a estética, ao redor do mundo toda cultura valoriza a imagem pessoal, ainda que de maneiras distintas.

O cristão evangélico pode frequentar academia de ginástica? Alguns perguntam se a pessoa cristã pode ser frequentadora desses lugares. Ao crente maduro na fé, essa pergunta é desnecessária e considerada desgastante.  Mas, de tempos em tempos tal interrogação sempre vem à tona, é realizada com interesse sincero por crentes novos convertidos.

Não podemos desmerecer ninguém, nem os que são favoráveis ao uso da academia e nem aqueles que são contra. Seja qual for sua opinião sobre o assunto, deve possuir respaldo bíblico.

Ter uma bela aparência, estar bem cuidado e saudável é uma situação ótima, todavia, o que mais importa não é se estamos gordo ou magro, fransino ou musculoso, pois o que há de maior valor é o que mantemos em nosso coração (Salmo 119.11; Mateus 15.11).

Crentes contrários  

Indivíduos com a mente fechada, sendo homem ou mulher, dizem que é pecado frequentar a academia, usam o texto bíblico de 1 Timóteo 4.7-8: "Exercita-te a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir." 

Com este argumento, afirmam que o frequentador de academia seria alguém com os pés já no inferno, pois  frequentá-la seria uma espécie de supervalorização da imagem, alimentação da vaidade. Mas se esquecem que as Escrituras nos informam que tudo (repito: tudo) é vaidade. Está  escrito em Eclesiastes 1.2: "Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade." Ou seja, tanto a opção de recusa quanto a de frequentar a academia ambas são escolhas vaidosas.

Exercício da piedade e exercício físico

"O exercício corporal para pouco se aproveita." Pouco" não é o mesmo que nada, e não é reprovação. O texto bíblico compara o exercício da piedade com o exercício físico. Logicamente a atividade física vale menos. Contudo não há censura em nenhum lugar da Bíblia quanto aos cuidados com o corpo.

Piedade, em grego é "eusebeia", tem a conotação de reverência e respeito a Deus tanto em palavras quanto em ações. Portanto, a atitude mais relevante na vida do cristão é o cuidado com as coisas espirituais e não a dedicação em cuidar de sua parte física.

Crentes favoráveis

Os cristãos que não se deixam prender ao núcleo mais conservador da religião cristã afirmam que não é pecado frequentar uma academia. Usando o texto de 1 Coríntios 3.17, argumentam que o corpo humano é o templo do Espírito Santo e que o cristão deve conservá-lo em boa forma, sempre da melhor maneira possível.

Eles dizem: "Quem quiser ir, que vá, pois tem mais é que se cuidar: ir ao spa para realizar reeducação alimentar; praticar natação, exercitar-se em hidroginástica, etc. Mas quem não quiser que não vá. Porém, qualquer que seja a  decisão que seja feita com moderação."

Saúde

Não podemos julgar um pelos outros. Cada qual sabe o que está enfrentando em questões de saúde.

Precisamos cuidar do corpo. Conheço algumas pessoas que passaram a frequentar academias por orientação médica, com a finalidade de mudar a postura e livrarem-se de dores na região da coluna. Situação assim merece ser bem aproveitada. Quem não frequenta deveria pelo menos caminhar três vezes por semana. Jesus e seus discípulos faziam exercícios todos os dias ao caminharem levando a mensagem das Boas Novas de salvação pelos vales e montanhas de Israel.

O hábito de frequentar academia é bom. O cuidado com o corpo por motivos de saúde não é coisa do mundo pós-moderno, é possível constatar vários indícios de atividades físicas regulares nas sociedades antigas.

Pode ou não pode?

O cristão pode tudo, porque todas as coisas são lícitas. Mas o cristão precisa priorizar o que edifica e não se deixar dominar por nada, evitar ser pedra de tropeço na vida do próximo pelo seu modo de viver. Ver: Romanos 14.22-23; 1 Coríntios 6,12; 10,23.

Conclusão

Quem pensa ser necessário alimentar a vaidade ao extremo, deve vigiar, pois pode cair no engano do Maligno.

Considero gente fora da realidade quem segue exageradamente uma moda, porque mais cedo ou mais tarde será abandonado por ela, pois todas as modas são temporais. Provavelmente, daqui uns anos essas pessoas, modeladas em máquinas de academia de ginástica, terão vergonha de mostrar suas imagens em fotos e vídeos, considerarão no futuro o registro do estilo de vida que levam agora imagens que devem esconder e esquecer.

Sinceramente, não considero corpos modelados em malhações de academias os mais bonitos. Mas respeito quem se sinta melhor torneando as linhas de seu corpo.

E.A.G.

Artigo publicado a partir de uma participação em debate sobre o assunto no grupo Assembleia de Deus Tradicional em 30 de janeiro de 2015 - https://www.facebook.com/groups/adtradicional/

Idolatria evangélica



Está escrito na primeira carta de João, capítulo 5 e versículo 21: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos...".

Então, abre-se espaço às perguntas:

1. É possivel que exista idolatria no meio evangélico? 

É lamentável dizer que existem muitos evangélicos idólatras,  é o que mais existe. Por idolatria, entenda-se tudo e todos que ocupam no coração da pessoa o lugar que pertence a Deus.

Basta ir num show gospel para constatar que algumas pessoas no meio cristão demonstram uma espécie de afeto que beira à histeria. Parecem adorar a criatura ao invés de adorarem ao Criador.

2. Quais seriam essas idolatrias?

A idolatria é um sentimento arraigado nas profundezas do coração. É importante deixar claro que existe muita confusão neste assunto. Muitas pessoas confundem o fato de honrar com idolatrar, admirar com idolatrar. É possível prestar honra e admiração sem praticar idolatria, é muito.dificil olhar para alguém e dizer se presta honra, admiração ou idolatria no primeiro lance de observação.

A idolatria do evangélico não é a idolatria que usa como objeto as esculturas da igreja romana. O que é? Em muitos casos é o dinheiro - a avareza é idolatria -, o carro zero km, o orgulho pela denominação evangélica que frequenta,  o marido ou a esposa, os filhos, a residência...

Há quem prefira agradar mais ao gosto do cônjuge e filhos do que cumprir a vontade de Deus, Há quem prefira romper laços de afeto com pessoas por causa de dinheiro e coisas, ignorando ao mandamento de amar o próximo como a si mesmo.

Entre as maiores idolatrias acredito que esteja o Poder Político, Pregadores e Cantores famosos, ministérios e/ou denominação, profetas (ou profeteiros). Idolatra-se gente como se fossem semi deuses, troca-se o sacrifício de Jesus por amuletos, água "ungida" roupas e afins.

Aparentemente outros ainda adoram anjos.

3. O que fazer para combatê-la?

"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" - 2 Timóteo 3.16-17.

Através do conhecimento das Escrituras Sagradas e a aplicação de seu ensino é possível  livrar-se da idolatria.

E.A.G.

Artigo publicado a partir de uma participação em debate sobre o assunto no grupo Assembleia de Deus Tradicional em 30 de janeiro de 2015 - https://www.facebook.com/groups/adtradicional/