Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Em defesa do neopentecostalismo - argumentação e contra-argumentação

Rachel Winter é jornalista e escritora de literatura cristã, edita o Blog Mensageiras da Ressurreição. É blogueira desde agosto de 2010, e eu sou leitor de seu blog. Em 18 de janeiro de 2015 ela escreveu o artigo Em Defesa do Neopentecostalismo, que considerei muito interessante porque não havia visto iniciativa assim na Blogosfera Evangélica até então. Eu fiz meu comentário a respeito do tema esposto por ela. Abaixo, a minha contra-argumentação, que não significa estar totalmente contra seus posicionamentos. 
___________

Prezada irmã Rachel.

Sou uma pessoa que se nega a lançar críticas sem o conhecimento da causa. Eu quero ver primeiro, ter minhas impressões próprias, recuso-me a seguir , de olhos fechados, o pensamento do outro quando o outro manifesta suas opiniões, seja um selo de aprovação ou reprovação.

Assim, sendo eu uma pessoa que nasceu no berço da Assembleia de Deus na cidade de São Paulo, conheci a Igreja Deus é Amor, a Igreja da Graça e a Igreja Universal, que são alvos de muitas críticas. Não posso comentar sobre outras neopentecostais porque não as observei.

Barganhas...

A grande crítica às neos é conhecida como Heresia da Barganha. Esta crítica atinge o costume de oferecer oração apenas aos crentes que entregarem uma quantia pré-determina em oferta. Eu vi isto acontecer pessoalmente, o dirigente do culto se propôs a orar apenas pelos doentes que pudessem ofertar antes da oração o valor de cem reais. E como ficaram os outros enfermos sem dinheiro? Foram despedidos com os seus males. Isso é uma crueldade sem escrúpulos que Jesus e os apóstolos jamais praticaram.

Eu vejo com preocupação a atitude dessas lideranças neopentecostais em distribuir aos membros apetrechos, como panfletos, cruzes, sal, copos de água, óleo, etc, associado a uma oração em busca de alguma espécie de bênção. Muitos membros se apegam a essas coisinhas, não conseguem orar em nome de Jesus sem que não tenham algum tipo de objeto nas mãos. Entendo que as ovelhas de Cristo deveriam ser preparadas para não depender dessas coisas ao orar ao Senhor, pois o ensinamento bíblico é que usemos apenas a fé e o nome de Jesus, e nada mais. 

Como cristão que preza pela clareza dos fatos, quero dizer que existem muitos depoimentos de milagres de curas nas igrejas pentecostais, sem nunca ser usado o recurso do copo de água, sal, panfleto , e imposição de entrega de ofertas com valor estipulado.

Os líderes neopentecostais citam como argumento, para a orientação de usar objetos, o episódio de Jesus e a lama nos olhos do cego, a cura através da sombra de Pedro e a cura de Naamã nas águas de um rio. Mas eles não cogitam que essas passagens não aconteceram associadas aos pedidos de ofertas, não cogitam que são passagens bíblicas de modalidade narrativa e não normativa. 

O fato de as narrações bíblicas sobre milagres vinculado em alguma espécie de elemento não estarem expostas como normas, nos faz entender que não se deveria fazer da situação do uso de elementos associados às orações um ritual litúrgico. Mas, infelizmente, o recurso é habitual, o costume se transformou em espinha dorsal das neos para arrecadação do financiamento de seus projetos ministeriais. O pastor distribui diversos objetos aos membros que aceitam contribuir com determinado valor em oferta, ensinando que a bênção poderá ser alcançada através daquela aquisição e da disposição em ofertar. E ora especificamente pelos participantes do que se convencionou chamar de “corrente” ou “campanha”.

Digo que não se deveria fazer de “correntes” ou “campanhas” partes litúrgicas de um culto mesmo sabendo que existe em algumas partes da Bíblia situações inusitadas usadas por Deus para alcançar seus propósitos de abençoar pessoas. Por que, não? Porque nenhuma cura na Bíblia foi realizada estipulando uma condicional padronizada. Aliás, Jesus e os profetas jamais repetiram fórmulas para realizações de milagres. Também digo que não deveria ser assim porque a prática induz a ovelha a deixar de ser adoradora para ser uma solicitante disso, aquilo e acolá. Deus busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade!

Entendo que não existe esforço por parte de líderes de igrejas neopentecostais para oferecer aos membros ensino teológico aprofundado. Parece ser assim, não digo categoricamente que é. Eles parecem não desejar o crescimento espiritual das ovelhas, aparentemente não desejam fazê-las crescer em Cristo e se tornarem maduras espiritualmente.  Vi algumas pessoas neopentecostais com desejo de aprofundarem-se no conhecimento bíblico trocarem as neos por igrejas pentecostais e depois refutarem veementemente a prática da barganha.

É importante esclarecer que as igrejas neopentecostais afirmam que solicitam dinheiro para a manutençãao de programas de televisão com vista a evangelizar, usam este argumento de maneira maciça para promover a arrecadação. Porém, o mais recente apontamento do senso do IBGE acusou que a igreja que mais cresceu no Brasil nos últimos dez anos anteriores à pesquisa foi a pentecostal Assembleia de Deus. 

Equívoco dos pentescostais

Observando argumentações de críticos pentecostais, concordo com você que existe muita superficialidade ao se fazer a crítica. Em determinada ocasião, tive a oportunidade de refutar um renomado escritor e conferencistas assembleiano, conhecido dentro e fora do Brasil. Este crítico dizia que a prática da “unção do riso”, o “reteté“/ “sapatinho de fogo”, vinha das neos. Mostrei-lhe que o fundador da Assembleia de Deus, Gunnar Vingren era praticante desse costume, lá pelos idos de 1913, apresentando-lhe sua biografia. Ele criticava a Igreja da Graça e a Universal sem saber que na IURD e na IIGD não existe espaço para manifestações de “aleluias” e “glórias” em voz alta, que existe maior reverência de membros nas neos durante as ministrações da Palavra de Deus, que não se admite nas neos conversas entre membros e idas e vindas ao banheiro durante as pregações.

Mas, penso saber o que induziu o renomando escritor pentecostal a concluir equivocadamente sobre a origem da unção do riso, reteté/sapatinho de fogo. Existe um vídeo no YouTube, em que Kenneth Hagin, considerado o grande influenciador das igrejas neopentecostais brasileiras, aparece rindo muito, e diversos membros que estão no mesmo ambiente sendo incentivados por ele a rirem também, num ambiente que parece ser reunião de culto. Daí deduzir que aquilo seria uma invenção de Hagin, esquecendo-se do relato no livro biográfico de Gunnar Vingren.

A maior parte dos pentecostais tendem a ensinar que Deus não se interessa em abençoar aos crentes na parte material. Alguns até acreditam que seja pecado pensar em ser abençoado na esfera material. Nem se quer entendem que o Reino de Deus começa a fazer parte da vida do crente quando este crente aceita a Cristo como Senhor, o seu Rei dos reis. Parece que uma parte dos pentecostais desconhecem as etimologias das palavras paz, salvação e bênção nos idiomas do Antigo e Novo Testamento. Eles ignoram que a Bíblia fala em prosperidade no campo espiritual e material. E, não se sabe se propositalmente ou não, confundem o que a Bíblia diz sobre prosperidade com essa suposta doutrina classificada como Teologia da Prosperidade.

Concluindo.

Eu quero fazer parte de uma igreja perfeita, tenho esse desejo sabendo que não existe uma igreja perfeita aqui na terra, a perfeição só será atingida quando Jesus arrebatar os crentes desse mundo para adorarem a Deus eternamente lá no céu. Aqui, somos todos, homens e mulheres, crentes falhos, e precisamos aprender a nos tolerar e não exigir do outro a perfeição que não temos.

Porém, sendo gente falível, é lógico que não devemos aceitar todo tipo de falha, pois a raiz dos problemas nunca é a ação mas a intenção. Aquele que erra de maneira repetida e intencionalmente, deve ser avaliado e reprovado por nós, pois para isso Jesus Cristo nos deu pelo seu Espírito o dom de discernimento de espíritos (1 Coríntios 12.7-11). Quem age fraudulentamente, conforme escreveu em seu texto citando Mateus 12.3, é reconhecido por tudo que produz de ruim. Isso se aplica aos neopentecostais, aos pentecostais, aos crentes reformados e a qualquer outro crente que se identifique por outra rotulação.

Refutemos os hereges, tomando o cuidado para não cometer a heresia de confundir o que seja realmente heresia. Nem tudo que é estranho ao nosso modo de cultuar a Deus é pecado, então, antes de opinar, tenhamos a paciência de procurar o posicionamento bíblico a respeito daquilo que consideramos estranho.

E.A.G.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O Carnaval, os impostos e a inflação - charge

O Carnaval, os impostos e a inflação
Parece que não tem jeito, virada de ano é quase sempre igual: o governo dá pão e circo e alguns se esquecem do caos em que o Brasil está afundando.

O IPVA, material escolar, a fatura do cartão de crédito estourado no Natal são cifras assustadoras que aparecem no primeiro mês do Ano-Novo para estrangular o indivíduo. Todos sabem disso, mas a situação ainda pode ser muito pior. Acho que todos os brasileiros percebem que neste mês de janeiro os preços começaram a subir, quase tudo está mais caro. Isso é preocupante, porque o salário do trabalhador não subiu e então as contas não fecharão na mesma medida de janeiro de 2014. Muitos brasileiros começarão 2015 com as finanças no vermelho.

E.A.G

Não farás imagens de esculturas

Por Eliseu Antonio Gomes

"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas" - Atos 17.24-25.

Na introdução do primeiro mandamento Deus se apresenta. O segundo mandamento é muito semelhante ao primeiro, os dois são de categoria espiritual e declaram a existência de um Deus vivo e ativo que deve ser adorado.

Os patriarcas de Gênesis e os isrelitas do deserto conheciam pouco sobre os atributos de Deus, o Criador se relevou aos seres humanos de maneira gradual ao longo dos séculos. Hoje, nós sabemos que Ele é um espírito e um ser invisível (João 4.24; Colossenses 1.15; 1 Timóteo 1.17).

Na época em que Deus escreveu o Decálogo, o Egito era um dos maiores centros de idolatria do mundo. Quando, na condição de escravos, os judeus viveram entre imagens de esculturas e obeliscos por muitos anos. Na região em que os judeus se encontravam após escaparem da escravidão egípcia, as sociedades de então praticavam religiões extremamente pagãs, da modalidade politeísta. Assim sendo havia o risco dos judeus inclinarem-se à idolatria, então Deus mandou a nação israelita não reproduzir nenhuma imagem de escultura em culto, o objetivo da proibição era evitar que eles atribuíssem às falsas divindades a sua poderosa ação de libertação.

"Não te encurvarás a elas e nem a elas servirás" (Êxodo 20.5; Deuteronômio 5.9). 

A idolatria se caracteriza por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da pessoa.

Temos que ter discernimento para não proibir o que a Bíblia não proíbe. O segundo mandamento refere-se a imagens com fíns cúlticos. Deus proíbe a adoração aos ídolos e o culto a qualquer imagem de escultura ou de pintura como o objeto de adoração. O contexto é religioso e remete à proibição de fazer imagens de escultura ou quaisquer figuras e se prostrar diante delas para as adorar. Portanto, desenvolver a arte de escultura para fins meramente culturais, apreciar o talento de artistas em galerias de artes, criar e manter acervos pessoais de fotografias, ou se deixar fotografar e possuir objetos decorativos em casa estão fora deste contexto. Confira: Êxodo 35.30-35.

Sentir a necessidade de outro intermediário, além de Jesus, para chegar-se a Deus é ter coração idólatra.

Deus trouxe as Boas Novas de salvação ao mundo através de Jesus, seu Filho abriu as portas do céu para todos que creem nEle como Salvador e o seguem como Senhor. Esta fé em Cristo não tem espaço para crendices.

A Bíblia apresenta Jesus Cristo como o único intermediário entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5-6). Para tomar posse das bênçãos que Deus nos preparou, não é necessário o uso de "galho de arruda", de "sal grosso", ou qualquer outro objeto, e nem de representações de figuras de "santo" ou "anjo".

Cultuar a Deus com a mediação de imagens é colocá-lo no mesmo nível das falsas divindades, é cometer uma atitude de afronta ao verdadeiro Deus. O Criador não se deixa reproduzir em meras elaborações humanas, nunca se apresenta aos homens através de imagens inanimadas, concretas.  É preciso vigiar, jamais esquecer que o sacrifício do Calvário nos dá livre acesso ao Trono da Graça, nos dá a condição de sem intermediários e artifícios nos aproximarmos de Deus, apresentar a Ele toda a nossa ansiedade sabendo que nos ouve e em nossa ansiedade cuida perfeitamente de nós (1 Pedro 5.7).

O amor ao materialismo em lugar do amor a Deus é idolatria

Deus não é um Papai Noel do século 21. Não convém servir ao Senhor com interesses de conquistas meramente materiais, como o carro novo, a conquista da casa espaçosa, o emprego melhor remunerado, a recuperação da saúde plena. "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" - 1 Coríntios 15.19. Portanto, o crente não deve buscá-lo por causa do que Ele pode dar, mas pelo que Ele é, pois quando buscamos o Reino e sua justiça em primeiro lugar, servindo-o com todo o coração, temos a promessa divina que o restante necessário nos é acrescentado (Mateus 6.31-33).

Deus não compartilha amor e adoração com nenhuma divindade criada pelos homens, não aceita coração dividido, quer exclusividade. Que o nosso cuidado não seja apenas com os ídolos esculpidos em metal, pedra ou madeira, retratados pelos traços de um pincel, mas também aos ídolos em forma de pessoas e coisas que possam entrar em nosso coração, como o amor do mundo, isto é, a concupiscência da carne,  a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Nada e ninguém deve ser mais importante para nós do que Deus (1 João 2.16).

Conclusão

No discurso de Moisés em Deuteronômio, na revelação do Sinai nenhuma imagem, forma, representação foi vista pelos israelitas. eles ouviram a voz de Deus vindo do meio do fogo, mas nenhuma representação de figura foi mostrada, apenas e tão-somente a Palavra (Deuteronômio 4.16, 23, 25). Guardemos a Palavra de Deus no coração par iluminar nossos passos na caminhada de fé, para que não pequemos (Salmo 119.11, 105).

E..A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 38 , jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD)
Os Dez Mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança, Esequias Soares, 1ª edição outubro de 2014, páginas 39-48, Rio de Janeiro (CPAD).

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Meu barquinho - Nani Azevedo ao vivo


Fonte: Assembleia de Deus - Pirituba

Quando Deus manda retroceder

"Fala aos filhos de Israel que retrocedam" - Êxodo 14.2.

Um mandado como este é meio difícil de aceitar, voltar atrás, recuar, passar novamente por um caminho que você já percorreu anteriormente é complicado.

O povo de Israel tinha acabado de sair do Egito, sentia muita felicidade por escapar do domínio de faraó e do peso da escravidão. Os israelitas estavam sentindo a presença de Deus durante o dia através da nuvem e a noite na coluna de fogo.

E inesperadamente: "Retroceda!"

Imagine você nessa situação, será que obedeceria a essa ordem sem reclamar, sem murmurar? Talvez pensasse: sofrimento outra vez, tristeza e dor, nem pensar.

E assim acontece muitas vezes conosco, o Senhor nos manda retroceder, voltar para trás, para que Ele possa usar alguma estratégia, para nos dar um livramento maior ainda, assim como fez com aquela geração de Israel, que pensaram que iriam morrer no deserto. Mas a Palavra de Deus foi impactante para eles:

"Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver" - Êxodo 14.13.

Que os nossos olhos espirituais permaneçam abertos, para que tenhamos capacidade de perceber o momento certo de retroceder e a hora certa de avançar. Que usemos a paciência - uma das nove características do fruto de Espírito - para permanecermos quietos, esperando o aviso para seguir adiante. 

Devemos aprender com alguns exemplos da Bíblia:

1. Jacó precisou retornar para a casa de seus pais (Gênesis 31.13);
2. Lázaro, morto já há quatro dias, voltou a vida (João 11.43);
3. Natã, como profeta, aconselhou a Davi fazer tudo o que estivesse em seu coração, mas Deus o fez voltar atrás em suas palavras (2 Samuel 7);

Assim sendo, se, segundo a orientação das Escrituras Sagradas, é necessário que você retroceda em alguma área de sua vida, não questione, sossegue o seu coração e obedeça, em momento oportuno, se for realmente preciso receberá a sinalização para avançar.

E.A.G.