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Arquivo | 14 anos de postagens

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O padrão da Lei Moral

Por Eliseu Antonio Gomes

O cristianismo recebe a Bíblia como a Palavra de Deus, entende que através dos Dez Mandamentos o Senhor indicou o caminho para a vida a partir do povo hebreu, por volta de 1250 a.C.

As Escrituras informam que Deus entregou a Lei a Moisés nas duas tábuas quando o profeta estava no monte Sinai, objetivando conservar a liberdade do povo hebreu. A forma dos Dez Mandamentos é conhecida como categórica ou absoluta. Apresenta um estilo sóbrio e de estrutura assonante, paralela e poética, para facilitar a memorização e encaixar-se bem à sessão de leitura litúrgica e em grandes eventos religiosos (Deuteronônio 31.11).

A lista dos Dez Mandamentos também é conhecida como Decálogo, que em hebraico é "asseret hadevarim" e em grego "dekalogos", o termo significa as dez palavras. Ele foi elaborado em caráter divino ao povo de Deus.

Poderíamos enumerar os objetivos do Decálogo para o povo hebreu , bem como para o mundo, assim:
1. Para nunca mais haver escravidão;
2. Para a preservação da liberdade do povo;
3. Para os hebreus viverem a justiça de Deus e a comunhão com o próximo;
4. Para ser um povo organizado, tornando-se o o sinal de Deus para o mundo;
5. Para uma comunidade organizada por Deus ser a resposta divina para o clamor dos povos;
6. Para o povo ser o anúncio do próprio Deus, a amostra daquilo que Deus quer para todo o ser humano;
7. Para o povo viver a dimensão perfeita do amor a Deus e ao próximo.

Cristo não anulou a Lei, Ele a completou e a reafirmou:

Jesus disse: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir" - Mateus 5.17.

Deus do cristianimo. Jesus resumiu o Decálogo em dois mandamentos: "E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" - Marcos 12.29-31.

O Decálogo aponta ao monoteísmo. Paulo enfatizou isso ao ensinar o Evangelho, escreveu:

"Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" - 1 Coríntios 8.6.

"Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um." - Gálatas 3.20.

"Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós" - Efésios 4.6.

O Senhor Jesus é a plena manifestação do Pai. A Lei cumpriu todo o propósito em Cristo - os preceitos morais, cerimoniais e civis. A Lei Moral, a Lei Cerimonial e a Lei Civil são três partes  de uma mesma lei que o Senhor Jesus, a imagem plena de Deus, observou pia e inteiramente.  E assim sendo, os cristãos vivem debaixo da Lei do Amor, do tempo da Graça de Deus.

Diferente do Filho de Deus, no tempo em que Jesus pregava o Evangelho acompanhado dos doze discípulos, os doutores da Lei a ensinavam no templo mas não a cumpriam. Os líderes judeus memorizaram e  recitavam literalmente a letra, porém, sem obedecer suas diretrizes também matavam o "espírito" dela (Mateus 23.1-39). Assim, da manutenção à liberdade, o povo judeus voltou à escravidão, não do Egito, mas a da religião sem Deus. Com isso, compreendemos que a letra (a lei escrita) mata, mas o Evangelho, que é espírito e vida, vivifica o pecador (João 6.63; 2 Corintios 3.6).

Conclusão

A tendência humana é se esforçar para merecer a salvação, porém, nenhum esforço é necessário para salvar-se porque ela é adquirida pela fé em Jesus sem as obras da lei (Gálatas 2.16).

O Deus de Israel revelado no Antigo Testamento é o mesmo Deus do cristianismo. Entrantanto, cabe aos cristãos considerar que a antiga aliança caracterizava-se pela revelação da vontade de Deus, resumida na lei mosaica, uma relação que, com frequência, os judeus falhavam em observar (Jeremias 31.32). Paulo concluiu que a antiga aliança e as estipulações associadas à lei mosaica foram substituídas pelo ministério de Cristo e do Espírito Santo (Romanos 10.4; Gálatas 3.25).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 16, nº 61, página 37, jan/fev/mar 2015, Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Professor, Os Dez Mandamentos - Valores divinos para uma sociedade em constante mudança, Esequias Soares, 1° trimestre de 2015, páginas 11 a 17, Rio de Janeiro (CPAD). 
Os Dez Mandamentos - Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança, Esequias Soares, 1ª edição outubro de 2014, páginas 20 a 37,  Rio de Janeiro (CPAD).

domingo, 4 de janeiro de 2015

Necessidade de exposição pública? Charge


"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" - 1 Coríntios 6.12.

Provérbios 27.14 e o sono interrompido

"O que, pela manhã de madrugada, abençoa o seu amigo em alta voz, lho será imputado por maldição" - Provérbios 27.14. 

Nada melhor do que em momento de cansaço repousar e dormir aquele sono cheio, não é? Pois é, o escritor do provérbio supracitado, provavelmente, pensava nos benefícios do sono ao afirmar que interromper o descanso de quem dorme, realizando a suspenção com a declaração de uma bênção, tem o seu enunciado recebido como uma desgraça por quem é despertado.

Com certeza, é momento de fazer silêncio quando alguém estiver dormindo (Eclesiastes 3.7).

Segundo um estudo publicado na revista Sleep Medicine, atrapalhar o sono de alguém pode ser tão fisicamente prejudicial quanto não deixá-la dormir. Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, Israel, reuniram um grupo de estudantes e os observaram. Averiguaram o impacto que a interrupção do sono tem durante o dia de quem não conseguiu dormir de maneira continuada. Verificaram o humor, bem como as condições das capacidades cognitivas, e  apuraram que há uma associação direta com a dificuldade de atenção e o mau humor.

E.A.G.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Marido e esposa deve ter a senha do cônjuge em redes de relacionamento?

Encontrei no Facebook uma enquete interessante em um grupo composto de gente evangélica. A pergunta é: A esposa ou marido deve ter a senha do Facebook ou outras redes sociais, um do outro?  

A maioria das pessoas participantes disseram que não deve haver segredos. Fiz uma síntese de frases, selecionei as que considerei melhores. Vejam os argumentos:

Um perfil de Facebook para os dois

Não é correto ter segredos no casamento. É bom que entre os casados haja cumplicidade em tudo. Eu e meu marido usamos o mesmo Facebook.

Meu Facebook é o mesmo do meu marido, estamos juntos no campo virtual, então temos a mesma senha, os mesmos contatos, álbuns e vídeos em comum.

O sentimento de ciúmes é um problema grave

É preciso confiar. O ciúmes só traz destruição. Esse sentimento faz com que um dos cônjuges crie impedimentos para que o outro tenha momentos e o seu espaço pessoal sem sua presença. Reprimir a liberdade é uma das maneiras de sufocar o amor. O sufocamento estraga a relação. 

Crises de ciúmes é sinal da falta de Jesus na vida da criatura ciumenta! Se ela fosse realmente uma pessoa temente ao Senhor não se comportaria enciumada? Ele, ou ela, atenta contra a tranquilidade da pessoa com quem se casou porque não tem paz para si e nem paz para oferecer ao companheiro ou companheira de matrimônio.

O meio termo

Desde que há acordo para senhas secretas, não percebo nenhum problema em mantê-las nesta condição.

No casamento ideal nunca é preciso ter segredos um com o outro, porque entre os dois não existe nada para ser escondido. Ao mesmo tempo, cada um pode ter seu espaço próprio, se os dois souberem  respeitar a individualidade um do outro.

Quando existe confiança de verdade muita coisa se torna pequena entre os dois. E por qual motivo não existir alguns segredos? Acredito que existem fatores espirituais que jamais devem ser revelados, mas quanto aos relacionamentos virtuais não devemos esconder nada.

Algumas situações a Bíblia padroniza, outras, não. Neste assunto eu acredito que a padronização acontece por intermédio do respeito. Só o respeito faz com que qualquer conflito se amenize a até acabe dentro de um casamento. Meu conselho aos participantes dessa conversa é que se esforcem para nunca gerar a desconfinça do (a) companheiro (a) de matrimônio sobre si. Seja sempre claro (a), nunca conte meias-verdades, não deixe que ele ou ela seja sempre a última pessoa a saber algo pessoal sobre você.

Argumentos para o "não revelar senha"

Meu marido deturpa tudo, então para me proteger eu escondo a minha senha dele.

O ciumento é uma pessoa que nunca inspira confiança plena. Então é preciso saber qual é o motivo de impedir o acesso de alguém assim. Será pelo fato do marido ou esposa ter ciúmes, interpretar tudo errado e agir descontroladamente? 

Entendo que em alguns casos a recusa de deixar a senha aberta ao cônjuge é uma estratégia para se proteger de atitudes impensadas e ruins do companheiro ou companheira ciumenta.

Cada pessoa tem sua individualidade. Se existir respeito o que menos importa é essa revelação, se não confiar nem deveria ter casado. Acho que antes de saber qual é a senha, é preciso haver amor e confiança, não apenas da boca para fora, mas de verdade. Este é o problema de muitos casais. O problema é a falta de respeito e não números escondidos de entradas às redes de relacionamentos.

É necessário manter a privacidade, ultrapassar esse limite é desrespeito e prova de desconfiança quanto à fidelidade do outro.

Argumentos para o "sim" 

Se tem senha secreta é porque esconde algo vergonhoso. Não deve existir segredo, mas confiança mútua. Quem não deve não tem medo. Quando o pitbull está solto, todo mundo corre.

Sim, claro, quem não deve não teme. Revelar a senha é questão de transparência, inspiração de confiança e manifestação de respeito ao parceiro. Quem exige sigilo tem conduta suspeita. O casal deve viver em cuplicidade, do contrário dá lugar para o diabo agir com astúcia e destruir o relacionamento.

Se um dos dois evita que o outro saiba sua senha, aí tem coisa... Se não permite acesso, não se trata de manter a privacidade e sim é alguma safadeza, esconde alguma sujeira.

Não acho prudente que dentro do casamento exista segredo entre os casados, porque a Bíblia informa que são dois que Deus transformou em um. Como existirem coisas separadas assim? Não acredito que seja da vontade de Deus que um esconda qualquer coisa do outro, como também não é da vontade de Deus que marido ou mulher dê vazão ao ciume.

Você casou com uma pessoa, toma banho junto com ela, come a mesma refeição que ela, os dois dormem na mesma cama, têm filhos em comum, mas não pode revelar sua senha? Isso é um absurdo! Se uma pessoa não tem nada para esconder, não tem motivos para fazer segredo.

Sim, deve revelar a senha do perfil, e da conta bancária também. Não é só o ciúme que coloca casamentos em crise, a avareza de um para o outro também.

Jesus manda que oremos, mas também que vigiemos. Você acha que é uma bobeira tomar cuidados para não provocar o marido ou a esposa escondendo dele ou dela sua senha? Pergunte se é ou se não é bobeira para as famílias destruídas por causa disso. Feche as brechas de ação para o inimigo não agir contra você!

Produtores da confusão

Infelizmente, às vezes, o marido, ou a esposa, ao invés de produzir o clima de estabilidade matrimonial, cria situações de desconfianças contra si. A vítima do ciúme é quem alimenta a carga de ciúme que recebe, ao não permitir que o (a) companheiro (a) de aliança nupcial esteja ao seu lado em algumas áreas de sua vida social.

Conheço gente que se sente bem com a ciumeira sobre sua vida. Interpreta a manifestação do ciúme como se fosse um gesto de prova de amor. Esquece-se que a Palavra de Deus explica que o amor não é ciumento (1 Corintios 13). Então, cria situações para que o companheiro (a) jamais se sinta a única pessoa dentro do coração do (a) esposo (a), não permite que ele (a) se sinta em paz e confiante em estar vivendo um casamento estável.

Depoimentos

Sim, contei qual é minha senha, essa revelação faz meu parceiro ter mais confiança em mim, desse jeito ele tem condições de me conhecer mais. Mas eu jamais pediria para que me dissesse a senha dele, se um dia quiser me dizer qual é eu amaria saber!

A senha deveria ser contada, mas depende de como um e outro é, vai da confiança mútua, No começo do meu relacionamento tinhamos acesso a tudo: celular, e-mail, orkut... Passou o tempo e passou a confiança. Mas quando casamos voltamos a ter acesso às particularidades um do outro, é assim que conseguimos ser felizes a dois.

Aqui na minha casa o meu Facebook está aberto para meu marido me acompanhar, intimamente em meu perfil, no momento que ele quiser. O Watsapp também, porque usamos juntos.

Duas pessoas casadas são um só corpo perante Deus.  Ambos são uma carne só. Então, sou eu quem manda no Facebook do meu marido. Mas ele também sabe a minha senha e tem acesso a tudo que é meu. Eu tenho a senha do meu esposo e ele tem a minha.

Eu e minha esposa temos os nossos espaços, um respeita o outro, mas nossas senhas são portas abertas, até as senhas de contas bancárias. Nos relacionamos muito bem sempre pedindo licença para entrar na área do outro quando sentimos vontade, graças a Deus!

Minha esposa sempre teve minha senha, nunca tive problema com isso, pelo contrário, sempre vivemos super bem, graças a Deus.

Meu esposo e eu temos as senhas dos nossos perfis, não vejo nenhum motivo para ser diferente, porque compartilhamos até as despesas individuais. Não temos o que esconder. Acreditamos que deixar tudo às claras é tapar as brechas para o diabo não entrar e não usar os segredos contra nós.

Há algum tempo atrás, uma irmã em Cristo que eu considerava minha amiga, trocávamos postagens sobre a fé e coisas da Bíblia há uns três anos, tinha relação de amizade apenas pela conexão da internet, se despediu de mim. Ela me contou que a pessoa com quem havia se casado recentemente não queria que ela continuasse a se relacionar na internet com usuários que fossem homens. Lamentei comigo mesmo e não deixei que soubesse do meu lamento. Ela excluiu a conta virtual, nunca mais soube notícias dela. Acho isso o cúmulo do absurdo, mas entendi sua decisão de querer preservar a paz em seu novo lar. Com certeza, ela quis contornar o problema do ciúmes para manter o seu casamento sem brigas.

Conheço o caso de um irmão em Cristo que perseguia a companheira vasculhando seu perfil de Facebook, usava a senha dela sem sua permissão ("perseguia", não persegue mais porque a relação ACABOU). Ele buscava algumas informações e depois ia atrás de alguns colegas de serviço da companheira, criava muitas situações inconvenientes em seus círculo profissional. A cabeça dele era bastante imaginativa. O sentimento de ciúmes desequilibrava-o demais! Ah... quase um ano depois de terminado esse casamento conturbado, ela está sozinha mas ele, que era ciumento, já está se relacionando com outra mulher.

Finalizando

Falar sobre o matrimônio dos vizinhos é fácil, mas se a situação é dentro de nossas casas a cena não é nem um pouco amena. Não existe fórmula humana para o relacionamento conjugal bem-sucedido. Esposo e esposa devem conversar e entrar em acordo sobre como proceder, quando a situação não tem uma regra bíblica. Se houver disposição para amar de ambos os lados, haverá um consenso em como agir em todas as situações. 

O casamento ideal e normal é o que Deus planejou para nós. Defeitos todos nós temos, ninguém é perfeito nessa vida. O que o casal deve fazer é conviver um com o outro respeitosamente, e se esforçando para a cada dia errar menos. 

É preciso que exista a clareza de limites das duas partes, dizer até onde ele ou ela pode ir e agir, sendo que este limite não pode ser exagerado, acabando com a liberdade e violentando a personalidade do companheiro ou companheira. A pessoa tímida deve respeitar o jeito expansivo da pessoa com que se casou... E a pessoa extrovertida procurar entender o desejo do marido ou esposa retraída.  

É importante considerar que muita gente não tem uma chance mínima de conhecer o que é o estado ideal da vida de casado porque é apegado e defeitos péssimos. É individualista e não pensa em mudança de comportamento. 

É preciso dosar bem tudo para que haja convivência feliz das duas partes. Diz 1 Pedro 4.8 que o amor cobre uma multidão de pecados (entenda-se erros). Que amemos segundo a Bíblia ensina, perdoando a nossa companhia de casamento em suas falhas e nos esforçarmos para não falharmos com ela.

E.A.G.