Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 14 de junho de 2014

Aba Pai

Alguns cristãos ao orar, sentem-se constrangidos pela linguagem corporal da oração. Devemos nos ajoelhar? Fechar os olhos? Usar uma abordagem formal ou casual? Qual o estilo apropriado de oração? A própria Bíblia inclui uma grande variedade de estilos. Pedro ajoelhava-se. Jeremias ficava em pé. Neemias sentava-se. Abraão prostrava-se em terra e Elias colocava o rosto entre os joelhos. Maria orava em forma de poesia e Paulo inseria cantos em suas orações.

O exemplo de Cristo

Jesus sabia que estava próximo da morte física. A morte não o horrorizada, talvez o motivo e o modo o incomodassem - morrer como um bandido, uma pessoa rejeitada por todos (Isaías 53; Romanos 8.15;  Gálatas 4.6). Então, depois de Jesus curar os incuráveis, perdoar os imperdoáveis, angustiado, curva-se no chão do jardim do Getsemâni e fala com Deus.

"E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres" - Marcos 14.36.

O texto original de Marcos 14.36 traz a palavra aramaica Abba e a palavra grega Páter. "Ambas significam "pai". Os vocábulos são encontrados três vezes no Novo Testamento um ao lado  do outro. Além do texto supracitado, está em Romanos 8.15, quando Paulo faz menção para nos dizer que o Espírito nos torna filhos de Deus e nos enche de fervor para nos dirigirmos a Deus chamando-o como Abba Pai; e, em Gálatas 4.6, o apóstolo afirma que o Espírito de Cristo exclama Abba Pai no coração dos cristãos.

Para compreender o termo "pai" na Bíblia, devemos estar dispostos a explorar a cultura hebraica, diferente da nossa. "Abba", palavra aramaica, o idioma original de Jesus, era usada no círculo mais íntimo dos judeus, era a expressão carinhosa como as famílias judias na Palestina, na época de Cristo, se referiam a pessoa do pai, especialmente pronunciada pelas crianças pequenas quando queriam dizer "papai", ou, "meu querido pai". A expressão revela relacionamento respeitoso, amigo, fraterno, laço afetuoso de pai para filho e de filho para pai. 

Cristo usou o termo "abba" em suas orações e ensinou os seus discípulos a considerarem o Deus Altíssimo e Todo Poderoso como "nosso pai querido" ou "papai" numa clara alusão à  forma amorosa e sincera como Deus convive com seus filhos. Ao empregar o termo Abba Pai, Jesus surpreendeu os seus ouvintes. Os judeus daqueles dias jamais sonhariam em empregá-la em referência a Deus, visto que a religiosidade que praticavam os afastava de presença do Senhor, não se sentiam bem ao empregar uma forma de tratamento tão pessoal.

Durante a maior parte da história e na maioria das culturas do mundo, os pais têm sido a figura principal nas famílias. Nas sociedades patriarcais da Antiguidade, a figura do pai é dotada de duas características particulares. Por um lado, as regras de pai como chefe da família e da pessoa a quem mais o respeito é devido, tendo a autoridade absoluta sobre a sua família. E do outro lado, tem a responsabilidade de proteger, apoiar e ajudar os outros membros. Ambas estas características estão presentes quando uma divindade é descrita ou tratada como pai.

Percebe-se que,  ao declarar este tipo de relacionamento tão próximo com o Pai celeste,  Jesus jamais duvidou que Deus o amasse, mesmo experimentando extrema aflição.

A oração persistente e alerta é o único meio de vencer as tentações (1 Pedro 5.8). A oração mede com precisão a temperatura de nosso relacionamento com Senhor. Ele ouve, se interessa por quem se aproxima dEle orando com fé. A oração é o momento em que o espírito humano se entrelaça com o Espírito do Pai Eterno.

Bíblia de Estudo Vida, página 1571, edição 1998, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia Sagrada King James - edição de estudo 400 anos; segunda edição julho 2013; páginas 1455, 1691, 1775; São Paulo (Sociedade Bíblica Íbero-Americana; Abba Press).
Oração - Ela faz alguma diferença?, Phillip Yancey, paginas 238, 239,  São Paulo (Editora Vida)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

O presbítero, bispo ou ancião

Por Eliseu Antonio Gomes

Presbítero: o vocábulo era usado primeiramente para indicar um membro do Sinédrio israelita. Em sentido figurado, membro do conselho celestial. A palavra presbítero (em grego "presbyteros") tem o significado de "mais velho". Corresponde a "episkopos", (supervisor, bispo); "didaskolos" (professor); "poimen", (pastor). Logo, a função é pastoral.

O substantivo "presbitério" vem do grego "presbyterion", que significa um conselho formado por anciãos da igreja cristã. O termo designa o conjunto de presbíteros, que administram uma igreja local. Por conseguinte, a igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e espaço, constituída por seres humanos diferentes uns dos outros.

Biblicamente, presbítero é um título de dignidade, cuja função não é inferior em importância à atividade do evangelista e do pastor.

Os termos presbítero, bispo ou ancião, são equivalentes, na organização eclesiástica neotestamentária, não estão entre os dons de Deus em Efésios 4.11. É um encargo no sentido a que Paulo se refere como "diversidades de ministérios" (1 Corintios 12.5). Nos deixa conscientes que os cargos ministeriais não são sinônimos de grandeza espiritual (1 Pedro 5.5).

No princípio da Igreja, os apóstolos não podiam ficar radicados em um só cidade, então, providenciaram que houvesse em cada núcleo cristão, que haviam formado, liderança regional composta por crentes experientes. de mais idade, que demonstravam condição para apascentar os crentes novos convertidos. O presbitério era incumbido de cuidar da igreja local, atendendo a necessidade de auxiliar os pastores-titulares, designados por Deus para apascentar e cuidar da Igreja do Senhor (Jó 32.7).

Os presbíteros são necessários para o bom crescimento da igreja. Os cuidados pastorais com as ovelhas requer muita graça e capacidade, concedidas por Deus. O apóstolo Pedro exorta aos presbíteros quanto ao dever primordial de sua missão: "Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós..." - 1 Pedro 5.2a.

No Novo Testamento, sempre que há menção ao presbítero a referência é feita no plural ("bispos"; "presbíteros"; "anciãos"), dá a entender que tal ministério não agia isoladamente, mas como um grupo de ministros ou líderes (Atos 11.30; 15.2, 4, 6; 20.17; Tiago 5.14; 1 Pedro 5.1). A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor-titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério.

Os presbíteros, ou bispos, era o pastor local fazendo parte de um grupo de obreiros, responsáveis pelo cuidado das novas igrejas em decorrência do esforço evangelístico, pessoas em condições de liderar o rebanho do Senhor Jesus (Tito 1.5-7). Eles formavam um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local, ao lado do pastor-líder do rebanho.

Nas igrejas do primeiro século, o termo presbítero era empregado somente aos encarregados da administração e governo das comunidades cristãs individuais. Ao passar do tempo, a atividade do presbítero se manteve, mas também se caracterizou aliada ao ministério do ensino da Palavra.

Aprouve ao Senhor levantar obreiros para zelar da igreja local, homens honrados, de boa índole e idôneos (Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4). Assim como os pastores, o presbítero deve ter a consciência que não é dono do rebanho, apenas cuida de ovelhas que pertencem ao Senhor Jesus. Têm o dever de alimentar o cristão com a sã doutrina, que é o alimento puro, saudável e nutritivo para a sua vida espiritual, moral, familiar, como cidadão do céu e da terra.

O compromisso de todo homem de Deus chamado para ser presbítero é ensinar e governar com equidade e serenidade. Os líderes cristão não têm o direito de usar autoritarismo para dirigir a igreja, deve cuidar dela dando vez ao serviço voluntário, que acontece através do poder do Espírito de Deus (Zacarias 4.6).

E.A.G.

Compilações: 
Dons Espirituais e Ministeriais, Elinaldo Renovato, páginas 128-138, edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas-professor, Elinaldo Renovato, 2º trimestre de 2014, páginas 78, Rio de Janeiro (CPAD).