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terça-feira, 27 de maio de 2014

O ministério de pastor

Por Eliseu Antonio Gomes

O apóstolo Paulo afirmou: "Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja" - 1 Timóteo 3.1. Episcopado é a função pastoral.

No original do Novo Testamento, o vocábulo pastor é "poimen", que significa boiadeiro, pastor de ovelhas, alguém que cuida com carinho, alimenta, protege um rebanho. Nas páginas neotestamentárias, a palavra é aplicada com referência a Cristo (João 10.11,14, 16; Hebreus 13.20; 1 Pedro 2.25). Também, como referência a um pastor cristão a cujo carinho e liderança outras pessoas são confiadas por Jesus Cristo (Efésios 4.11).

Entre os cinco dons ministeriais, talvez o dom de pastor é o mais difícil de ser exercitado e também o mais desejado por aqueles que almejam exercer o ministério com fidelidade. O pastor necessita ser extremamente dedicado e ao mesmo tempo ter graça e unção de Deus para ser um obreiro considerado apto ao ministério cristão.

Sem dúvida, para alcançar o patamar de excelência pastoral, é indispensável que a pessoa esteja disposta a aprender os métodos de comunicação de Jesus, imitar a Jesus e ser o exemplo entre os fiéis.

A pregação de Jesus e as teorias modernas do cérebro

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" - 2 Timóteo 2.15.

Uma pergunta importante que os pregadores precisam conhecer a resposta: Qual era o método de Jesus Cristo para atingir o público-alvo ao pregar?

Nos últimos anos houve grandes avanços na pesquisa do cérebro, os quais levaram a uma multiplicidade de teorias sobre o modo de funcionamento desse órgão.

São duas as linguagens de que os terapeutas precisam para chegar à pessoa como um todo: a linguagem do hemisfério esquerdo e a do direito.

Formas de linguagem relativas ao hemisfério esquerdo são todas aquelas que operam com o exercício do raciocínio, análises. As argumentações lógicas e objetivas, demonstrações, deduções e pensamento consequente, inferências.

O iluminismo, o racionalismo, o progresso da técnica e a matemática, o historismo, a desmistificação, o pensamento sóbrio, a "razão" e a "lógica" conduziram, nos últimos séculos, a uma ênfase demasiada sobre as realizações do hemisfério esquerdo do cérebro. Teorias e arcabouços doutrinários recorrem, em grande medida, ao universo de linguagem do hemisfério esquerdo.

O lado direito do cérebro está fixado mais intensamente em elementos ilustrativos e descritos, na captação de sentimentos e sensações, bem como no enfoque de contemplação mais integral. Pensamento analítico, sequências claras, conclusões finais e estruturações temporais e lógicas são alheias ao modo de pensar do hemisfério direito. São familiares ao hemisfério direito as coisas verbais, ilógicas, plásticas. Seu ponto forte é a compreensão integral, que entra menos nos detalhes, porque conhece a pluralidade. Formas de linguagem relativas ao hemisfério direito constroem uma ponte para o que vários psicólogos chamam de subconsciente.

Quando analisamos as formas de linguagem referentes ao hemisfério direito, encontramos paralelos muito interessantes com a pregação de Jesus: parábolas, figuras de linguagem, jogos de palavras, adensamentos, afirmações paradoxas, tudo isto faz "vibrar" o lado direito do cérebro. Poucas vezes Jesus expressou formulações teológicas abstratas - que seriam dirigidas predominantemente ao lado esquerdo do cérebro. Nessa sua maneira Jesus não apenas se comunicava com eficácia, Ele também comunicava algo qualitativamente diferente do que poderiam fazê-lo grossos compêndios teológicos. [1]

Humildade: necessidade pastoral

O dicionário Michaelis descreve o substantivo feminino "humildade" como uma virtude pela qual manifestamos o sentimento de fraqueza, modéstia, pobreza. Diz que é demonstração de respeito, de submissão. É inferioridade.

Sem dúvida, Jesus Cristo é o modelo de ser humano portador de perfeita humildade. Em seu exemplo, vemos que era humilde porque tinha autoconhecimento. Por conhecer-se bem, não quis ser mais ou menos importante do que realmente era. Sem duvidar, Ele declarou que era o Filho de Deus e recitou os textos do Antigo Testamento que se referiam a Ele, tal qual quem se apresenta entregando um cartão de visitas. [2] 

Para uma pessoa exercer o pastorado com eficiência, deve conhecer-se muito bem. Jesus Cristo apontou para os traços da estrutura do homem, para que este examine-se e esteja apto a servi-lo de maneira correta:

Fraqueza humana. "Sem mim nada podeis fazer" (João 15.5). Assim como os ramos se não estiverem ligados à videira morrem, o ser humano separado de Jesus Cristo não é capaz de manter-se, espiritualmente, vivo sozinho. 
Carência humana. "Simples como uma pomba" (Mateus 16.15). Este texto remete à necessidade de agir com compostura, decência, desambição. Porém, também, para a condição de ser uma pessoa inofensiva, não dada a ofender e praticar maldades. Haja vista que o pombo é a ave que simboliza o Espírito Santo (Mateus 3.16)! 
Pobreza da natureza humana. Em Mateus 5.3, Jesus Cristo enalteceu a pobreza de espírito, afirmando que os pobres de espírito são bem-aventurados. É preciso entender que neste caso "espírito" tem a conotação de intenção. Cabe ao pastor estar sempre intencionado a agir com um objetivo só: realizar, única e exclusivamente, o propósito de Deus. Não existe no ser humano nenhum valor agregado que o faça capaz de edificar a alma para alcançar a vida eterna por esforço próprio. É preciso aceitar e viver segundo a pobreza de espírito, isto é, aceitar o sacrifício vicário de Cristo como meio de salvação. Cabe ao pastor, e a todo cristão, pregar e praticar esta realidade.
Inferioridade humana. Jesus é Deus. Todos os fundadores de religiões morreram, seus restos mortais jazem em túmulos ou já se deterioraram inteiramente. O pastor evangélico deve reconhecer ser inferior a Cristo e reduzir-se a sua insignificância como reles pó, usar o ministério para anunciar a Palavra de Deus, que é eterna e prepara o espírito humano à eternidade com Deus. Afinal, só Jesus é a porta, o caminho, a verdade e a vida (João 13.4; 14.6), o Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas (João 10.11, 14), e o Sumo Pastor das ovelhas, a quem o pastor deve usar como modelo de servo de Deus  (Hebreus 13.20; 1 Pedro 5.4).   [3]

Delegação de autoridade

"Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" - 2 Timóteo 2.1-2.

Deus trabalha com os homens como quem trabalha com as árvores. Ele planta para o futuro. Ele nunca sacrifica o futuro de um homem por um mero prazer ou alívio passageiro. Um jovem encontrou um homem já de bastante idade plantando um pé de nogueira num campo, na Suiça, e, ficando surpreso, disse: - "O senhor não sabe que este pé só dará frutos daqui a sessenta ou setenta anos?" - "Sei", foi a resposta, "mas estou colhendo o fruto de muitas árvores que homens de bom-senso plantaram a setenta e mais anos para mim". Os discípulos de Jesus adquiriram tal confiança nEle que deixaram tudo para segui-lo; mas Ele mesmo disse a Pedro: "O que Eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois" (João 13.7). Com o plano todo diante de nós, entendemos muitas coisas bem melhor, e muitas coisas que não entendemos agora, os nossos descendentes entenderão. [4]

Se o pastor pretende construir um ministério significativo para o reino de Deus, o primeiro passo é reunir um grupo e distribuir tarefas. A chave para alcançar os objetivos é estabelecer acordos, como fez o Filho de Deus ao chamar para perto de Si os discípulos que quisessem estar com Ele voluntariamente, para treiná-los à Obra e depois enviá-los a pregar por todo o mundo. Infelizmente, muitos pastores acreditam que podem realizar tudo sozinhos, consideram que é manifestação de fraqueza aceitar auxílio. [2]

O traço mais importante de um pastor é não ser um homem individualista. O ministério de uma pessoa com esse tipo de comportamento não chegará muito longe. A verdade é que boas intenções, nobres ideias, não levam a lugar algum, a menos que o líder forme uma equipe e  consiga envolvê-la em seu planejamento pastoral. Ao criar uma equipe, tal qual Jesus e os discípulos, fará com que a Palavra de Deus seja transmitida em maior proporção em sua geração e às gerações futuras.

Requisitos que o pastor deve apresentar

A pessoa que possui chamado para pastorear precisa possuir características de verdadeiro pastor, pois sua função é servir de guia ao rebanho de Cristo:

• Deve ter irrepreensibilidade moral, não escandalizar ou envergonhar a igreja;
• Ter vida conjugal exemplar, praticando a monogamia (Efésios 5.25);
• Vigilante. Sempre atento, zelando pelo seu bem-estar, de sua família e de todas as famílias da igreja local (1 Timóteo 4.12, 16; 1 Pedro 5.3, 7);
• Honesto (Mateus 5.37; 1 Pedro 1.15; Tiago 2.12);
• Hospitaleiro. O termo vem de hospital, e tem o sentido de acolher aos necessitados, providenciar repouso aos cansados; socorro aos enfermos e comida aos famintos (Deuteronômio 16.19; Malaquias 2.9; Lucas 10.34-35; 1 Timóteo 2.11; e Tiago 2.9).
• Não propenso às bebidas embriagantes.
• Mantenedor da boa ordem, não espancador. Aqui vale dizer da violência verbal, não apenas da violência física, pois quem possui língua descontrolada pratica a religião em vão, o poder da palavra mal empregada é descrito como agente capaz de incendiar um grande bosque, destruir o curso natural das coisas, e seu fogo destruidor é aceso no próprio inferno (Tiago 1.26; 3.5-7);
• Moderado. Uma pessoa gentil, emocionalmente controlada, fácil de se gostar (Tiago 3.17).
• Não contencioso. O Salmo 133 nos adverte que Deus ordena que haja bênção apenas aonde existe a comunhão entre os irmãos.
• Não avarento;
• Que governe bem a sua casa. Ser capaz de educar os filhos exemplarmente, tornando-os exemplos para as crianças da igreja. Esta capacitação ao pastoreio vem do alto, para Deus tudo é possível! (1 Timóteo 3.4; Tito 1.6);
• Experiente. O antônimo deste vocábulo na tradução Almeida Revista e Corrigida é "neófito". Para pastorear, é preciso que haja a experiência de vida para que possa oferecer lições úteis e aplicáveis segundo a sabedoria de Deus.
• Tenha condição de dar bom testemunho aos descrentes. O pastor deve ser o cidadão que proclama a mensagem de Cristo por palavras e atos, jamais ser contradizente em seu discurso através de sua conduta. Antes, durante e após  falar sobre paz, agir como o pacificador; antes, durante e após pregar sobre evangelismo, ser um propagador das boas novas e ganhador de almas.

A responsabilidade do pastor na igreja local e no lar

As duas principais instituições criadas por Deus é a família e a Igreja de Cristo.

O pastor deve ter claro em sua mente que Cristo é o Cabeça da Igreja, e de maneira alguma, quem pastoreia deve assenhorar-se da comunidade cristã como se todos os membros fossem seus subordinados. (João 21.15-17; Efésios 1.22; Tito 2.7-8).

Quando Jesus percorria pregando as boas novas do reino de Deus em sinagogas, aldeias, curava enfermos e se compadecia das multidões, olhava para cada ser humano como ovelhas cansadas e sem pastor (Mateus 9.35-36). Ao subir ao céu, Ele instituiu o singular ministério de pastor, com o objetivo de que existam pessoas habilitadas a apascentar, nutrir, cuidar de seu rebanho.

A igreja local é formada por famílias e o pastor deve agir como o pai, irmão e filho amoroso desta família. Instruindo Timóteo em seu pastorado, Paulo recomendou que ele ensinasse aos mais velhos como se fossem seus pais e aos mais novos como se fossem seus irmãos (1 Timóteo 5.1-2). O pastor deve estar preparado para apresentar a postura adequada para todas as situações. Sempre saber lidar com todas as espécies de problemas dentro da comunidade cristã, tal qual problemas dentro da estrutura de um lar: providenciando socorro aos problemas financeiros, a disciplina em amor aos neófitos em rebeldia, etc.

O pastor deve ser a figura mais presente no cotidiano da igreja local, ao apascentar os cordeirinhos com a Palavra de Deus, o rebanho cresce e atinge a plena maturidade espiritual. O pastor deve estar sempre disposto a ministrar ao membro doente em sua casa ou no hospital; realizar os casamentos e ajudar na manutenção do matrimônio em tempos de crises e perdas de entes queridos; o pastor deve ser o garçom em prontidão a servir o alimento espiritual de acordo com a dieta celestial balanceada e equilibrada no tempo certo.

Conclusão

Deus deu pastores para a Igreja de Cristo, e não a Igreja de Cristo aos pastores. O pastor que é verdadeiramente vocacionado, exerce seu pastorado sem jamais esquecer-se que não cuida de ovelhas que são suas, mas de ovelhas que Cristo lhe confiou os cuidados. Através das sete cartas no livro de Apocalipse, notamos que o Senhor observa como cada pastor se comporta e um dia cada pastor, de todos as regiões do planeta e épocas distintas, terão que prestar contas sobre a qualidade de trato que dispensou a cada uma das pequeninas ovelhas do Senhor.

Consultas:
1. Conquistando como o Mestre, Dr. Gerhard Scheibel, páginas 85 e 86, edição 2000, Curitiba (Editora Evangélica Esperança).
2. Jesus, o maior líder que já existiu, Laurie Beth Jones, páginas 21 e 35, edição 2006, Rio de Janeiro (Sextante).
3. Dons Espirituais e Ministeriais, Elinaldo Renovato, página 107, 111 e 112, edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
4. Os amigos de Jesus, E. Percy Ellis, página 161, edição 1996, Rio de Janeiro (CPAD).

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Quando a vitória não vale nada!

Por Silmar Coelho

"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" - Marcos 8.36.

Competição é crucial no mundo de hoje. O problema surge quando a disputa passa do limite, deixa de ser saudável e começa a prejudicar um colega, a família, a organização e a própria saúde. Decepai Malhotra, professor de Harvard, estuda o assunto e diz o seguinte: "O desejo de ganhar a qualquer custo tornou-se normal".

Há, hoje, uma sede de vitória sem medida. Tomados pela gana de vencer, muitos adotam estratégias duvidosas, antiéticas e desonestas. 

Esse estado de coisas pode acontecer até mesmo entre os casados. Por isso, devemos ter muito cuidado. Afinal, vencer a qualquer custo, ainda que leve o concorrente à derrota, acaba destruindo tanto o vencido quanto o vencedor. O desejo descontrolado de sucesso desperta toda sorte de comportamento. Promessas não são cumpridas. Amizades são destruídas. A desconfiança cresce no ambiente de trabalho e familiar. A saúde fica comprometida. Em alguns casos, leva até ao suicídio.

O rei Davi nunca desejou a vitória a qualquer custo. Quando teve a oportunidade de matar Saul, que o perseguia sem piedade, qual foi a sua atitude? Vejamos: "Disse Abisai a Davi: Deus te entregou, hoje, nas tuas mãos o teu inimigo; deixa-me, agora, encravá-lo com a lança, ao chão, de um só golpe? Não será preciso segundo! Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mate, pois quem há que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?" (1 Samuel 26.8, 9).

Melhor do que competir de maneira excessiva, fazendo que a competição descambe para a deslealdade, é ter a consciência limpa. Aquele que assume um papel destrutivo destrói a si mesmo (Marcos 8.36).

"Ai do ímpio! Mal lhe irá, porque a recompensa das suas mãos se lhe dará" (Isaías 3.11). 

No casamento, a luta pela vitória ou o desejo de sempre ter a razão causa males ainda maiores. Quando o casal briga, não há vencedores, somente vencidos. Não vale a pena vencer à custa do amor e respeito dos filhos ou do cônjuge. 

Se a nossa vitória não for honesta, não vale nada! A nossa felicidade não pode ser construída sobre o alicerce da infelicidade dos outros. final, disse Jesus: "Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á; qualquer que a perder salvá-la-á" (Lucas 17.33).

Sejamos vitoriosos, mas de forma justa e honesta, contando sempre com a ajuda do Senhor. Aí, sim, a nossa vitória valerá a pena!

Fonte: Renovação da Fé, ano 15, nº 58, páginas 30 e 31, abril-junho de 2014, (Igreja Metodista Renovada).

A conduta cristã segundo Filipenses 4.8


Viva sem fingir; ame sem exigir nada em troca; escute sem atacar o opinante opositor; fale sem ofender ninguém. Esta é a filosofia de quem caminha neste mundo em observância aos ensinamentos bíblicos. Se nos comportamentos diferente, temos um Advogado em prontidão para pleitear a nossa causa: Jesus Cristo (1 Timóteo 2.5; 1 João 1.9).

domingo, 25 de maio de 2014

Regeneração - O Novo Nascimento



Por Rev. G. Hamstra

"Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" - João 3.3.

Há muitos reinos nesta terra, mas há somente um reino de Deus. Em nosso texto, o reino de Deus deve ser entendido como o reino de Deus em contraste com o reino de Satã. O contraste é impressionante. O reino de Deus é o reino da retidão, da alegria e da paz. O reino de Satã é o reino da escuridão, do pecado e da desesperança.

Esta distinção interessa a todos, porque ou pertencemos ao reino de Deus e estamos no mais abençoado relacionamento com nosso Criador, ou pertencemos ao reino de Satã e estamos alienados de nosso Criador e, por causa do pecado e da descrença, Sua ira e aborrecimento ainda permanecem sobre nós.

Nas palavras de nosso texto, o Senhor Jesus Cristo fala sobre uma única maneira pela qual alguém pode se tornar um cidadão daquele glorioso reino de luz e liberdade. A bondade do Senhor é grande, tanto que nos deu o precioso conhecimento da única maneira eficaz de entrar em Seu reino, que é através da regeneração ou do novo nascimento.

Esta verdade pode ser conhecida, mas poucos realmente entendem seu significado e percebem a importância de terem-na no coração. Vamos considerar esta grande verdade enquanto formulamos e respondemos algumas questões básicas.

A necessidade do novo nascimento

Primeiramente, por quê é necessária uma mudança tão grande e radical para entrar no reino de Deus?

A necessidade desta mudança significativa aponta para  terrível condição do homem natural. Muitos negligenciam o sério caráter deste ponto e se refugiam numa mudança menos  radical, feita pelo homem. Porém - que infelicidade! - ela não ocorrerá! Precisamos ter uma visão verdadeira e realista da profunda necessidade do homem.

Em Gênesis 1 aprendemos que o homem foi criado à imagem de Deus, de forma que era dotado de conhecimento, retidão e santidade. Em Gênesis 3, lemos como o homem perdeu o que possuía e usufruía no Jardim do Éden. Ele não está mais num estado de amizade e comunhão com seu Criador. Na Queda, o homem perdeu essa característica abençoada.

De acordo com a Palavra de Deus, o coração do homem, agora, é enganoso sobre todas as coisas e desesperadamente corrupto. A mente carnal é inimiga de Deus. Isto é verdade a respeito de todos os membros da raça decaída de Adão, a menos que, pelo novo nascimento, ele ou ela entrem na luz do reino de Deus.

O pecado é tão radical em seu caráter que o coração inteiro é corrupto e se rebela contra Deus! Nunca o homem será capaz de alterar esta situação. Mais uma vez, aqui está o testemunho da Escritura: Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal?" (Jeremias 13.23). É impossível para o homem corrigir e purificar seu próprio coração pecador. É absolutamente necessário perceber esta verdade humilhante.

Para que o homem veja e entre no reino de Deus, o próprio Deus precisa intervir sobrenaturalmente na situação humana. Somente Ele é capaz de realizar essa tão necessária mudança. Esta é a grande verdade que Cristo estabelece em nosso texto: o que é impossível ao homem, é possível para Deus. Jamais poderemos apreciar demasiadamente esta verdade tão importante. Ela é indispensável para a salvação. 

A natureza do novo nascimento

A segunda questão que devemos levantar e tentar responder é: qual é a natureza desta mudança significativa? É ser nascido do alto. Este novo nascimento tem sua origem no céu. Ser nascido do alto é ser nascido de Deus. A linguagem figurativa, aqui, ilustra a natureza do novo nascimento. Quando nasce um bebê, ele é totalmente passivo no processo do nascimento. Assim é a regeneração. Nem mesmo a menor parte é obra do homem. É exclusiva e totalmente obra de Deus. É exclusiva e totalmente de Deus. Toda a glória pertence a Ele.

Cristo interpreta no contexto: é "nascer da água e do Espírito". A água refere-se à grande obra de limpeza do coração, a lavagem da regeneração. "E do Espírito" - esta regeneração é a do Espírito Santo.

Esta obra graciosa de Deus é muito mais excelente que qualquer empreendimento humano. É a maravilha do evangelho, que Deus desceu à mais baixa depravação das iniquidades humanas com a graça da purificação. Deus Espírito Santo cria um coração limpo e renova um espírito reto.

O Senhor executa uma obra radical e total nos corações dos que são objeto de Sua graça. Não é uma parte do coração humano que é renovado, é o coração inteiro que fica envolvido nesse propósito de renovação. Há uma transformação completa. Se um homem é nascido de Deus, ele é uma nova criatura. Esta obra de purificação é obra da eficaz graça de Deus.

O autor do novo nascimento

Em terceiro lugar, deve-se perguntar: Quem é esta grande e abençoada Pessoa que renova e purifica o coração?

O Autor desta obra é o próprio Deus e, mais especialmente, Deus Espírito Santo. Somente Ele renova o coração humano de acordo com Sua soberana boa vontade. Depois que Cristo adquiriu a redenção, o Espírito de graça e de súplicas foi derramado. É este o Espírito que renova o coração.

Somente Ele é qualificado para realizar esta grande obra. Não há coração tão endurecido que o Espírito Santo não possa quebrar, nenhum tão orgulhoso que Ele não possa humilhar, nenhum tão iníquo que Ele não possa tornar santo. O Espírito Santo demonstra grande beleza na natureza, mas tão maior é a maravilha de Sua extraordinária graça quando Ele renova e santifica um coração depravado.

Que o Senhor abra os olhos de muitos para que percebam esta grande verdade que testifica tanto a necessidade do homem como o grande poder de Deus de supri-la!

O efeito do novo nascimento

Quarto: Qual é o efeito ou resultado do novo nascimento?

É este: um coração renovado pela graça de Deus, habitado, controlado e dirigido pelo mesmo Espírito que o renovou. O pecador, pela natureza morto em pecados e ofensas, ressuscitou em Cristo Jesus. Tornou-se pobre de espírito, lamenta pelo pecado e tem fome e sede de justiça. Uma vez ele pertenceu ao reino de Satã mas, pela graça, tornou-se um cidadão do reino de Deus. Agora, ele se alegra no clemente amor de Deus. Seu coração clama pelo Deus vivo, por Sua graça em Cristo. Ele anda nos caminhos de Deus e ama Seus mandamentos.

Conclusão

A entrada no reino de Deus se dá exclusivamente pelo novo nascimento. Quão apropriada, então, em conclusão, é a pergunta: Já experimentamos esta graça regeneradora de Deus?

Se, pela graça, já experimentamos esse abençoado poder purificador, podemos nos regozijar com temor e tremor naquEle que Se lembrou de nós em nossa condição mais baixa e nos alçou com as cordas de Seu amor, transportando-nos do reino de trevas para o reino de Sua maravilhosa luz. Vivamos, então, para Sua glória e louvor!

Porém, se você nunca percebeu a necessidade e valor desta mudança salvadora, quão necessário é, então, refletir seriamente sobre seu destino eterno e não adiar este assunto tão importante! Sem este nascimento do alto não pode haver comunhão e amizade com seu Criador nesta vida aqui, e isto é muito pior, nenhuma comunhão com Ele na eternidade. Sem o novo nascimento, uma eternidade de aflição será sua herança.

Nosso papel é passivo na regeneração, mas não devemos ser passivos ou descuidados e indiferentes sobre uma eternidade de bênção ou de aflição! Não devemos descansar até que, pela graça, saibamos que Deus realizou esta grande obra de purificação em nossos corações.

Fonte:
Informativo SBTB, outubro-dezembro de 2013, www.biblias.com.br.
https://frcna.org/ | https://frcna.org/psalter/item/8625-/8625- 

G Hamstra é Vice Presidente da Trinitarian Bible Society. Foi ordenado ao pastorado em 2 de janeiro de 1963, na igreja Bloor Street East Presbyterian em Toronto. Em 11 agosto de 1972, entrou para a Igreja Reformada Livre (FRC) onde deu continuidade a carreira pastoral, sendo empossado como pastor da congregação Dundas. Em 25 de outubro de 1977, assumiu  uma chamada para a Christelijke Gereformeerde Kerk em Alphen aan de Rijn, Holanda. Em 4 de agosto de 1981, aceitou convite da congregação de Elburg. Em 25 de janeiro de 1985, assumiu  a congregação New Jersey, território norte-americano e, em 23 de outubro de 1992, retornou à congregação de Toronto, Canadá.

sábado, 24 de maio de 2014

Psicóloga Marisa Lobo tem direito de exercer profissão cassado por ser evangélica

“Ninguém pode ser cassado sem denuncia de paciente, mas eu posso porque sou cristã."

“Mesmo admitindo no relatório que eu não curei gay, ou ofereci tratamento, mesmo o relator afirmando que não foram encontradas provas de tal ato, ainda assim, me cassaram por eu dizer na mídia que conheço ex gay.”

Marisa Lobo, psicóloga e pré-candidata a deputada federal pelo Partido Social Cristão, em entrevista ao portal Gospel Prime.

O Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná, na sexta-feira de 16 de maio, cassou o registro profissional de Marisa Lobo, que revelou estar disposta a recorrer da decisão da entidade.

E.A.G