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quarta-feira, 21 de maio de 2014

O ministério de evangelista

Por Eliseu Antonio Gomes

Jesus Cristo declarou aos seus seguidores: "Vós sois a luz do mundo" - Mateus 5.14.

Paulo, abordando o testemunho de fé que devemos transmitir, declarou que exalamos o bom cheiro de Cristo: "E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida" -  2 Coríntios 2:14-16 a.

No idioma grego, o termo evangelista é "ziw", palavra que significa proeminência e brilho, remete figurativamente ao mês de Ijar (ou Maio), que é o mês das flores. A raiz aramaica tem o sentido de esplendor, resplendor e satisfação. Assim sendo, podemos afirmar com certeza que o autêntico evangelista é todo aquele que reluz a luz de Jesus na escuridão e possui em si o perfume celestial sobressaindo no ambiente fétido do pecado.

Embora o Senhor nosso Deus separe uns para evangelista e os dê a sua Igreja, o privilégio de anunciar o Evangelho ao mundo é de todo aquele que se considera um verdadeiro discípulo de Jesus. Todo cristão deve iluminar e exalar o aroma divino, através da tarefa de evangelização apresentar a graça e o amor de Deus aos que vivem em trevas e impregnado pelo odor da morte. Evangelizar é agir como quem dá de comer a criancinhas que passam necessidade, demonstrar amor pelos famintos a ponto de se sensibilizar e levar-lhes alimento.

A distribuição do dom de evangelista nos faz entender o quanto o Senhor leva a sério a nobre tarefa do evangelismo. Assim como a multiforme graça divina nos revela que Deus cuida de nós por todos ângulos de nossas vidas, capacitando vidas a abençoar vidas por intermédio dos cinco dons ministeriais, registrados em Efésios 4.11.

Entre uma denominação evangélica e outra, existe diferença estrutural quanto à hierarquia de liderança. Via de regra, a pessoa com o ministério pastoral se estabelece no topo da tabela, enquanto profetas, evangelistas, mestres e apóstolos (missionários) mais abaixo.

Os dons ministeriais diferem uns dos outros, mas todos são úteis ao Reino de Deus: o apóstolo é capaz de fundar congregações, o local de culto; o mestre racionaliza todas as situações segundo o parecer bíblico, enquanto o pastor apega-se aos detalhes da alma humana; o profeta fala da parte de Deus a todos em circunstâncias específicas. Enquanto quatro dons ministeriais funcionam para a edificação espiritual, o dom de evangelista visa o crescimento numérico, seu objetivo é ampliar os limites da pregação além do aprisco das ovelhas.

A característica ministerial de quem lidera exerce grande influência sobre os liderados, o líder formata o coração e o foco da entidade sob sua responsabilidade. Desse modo, a igreja que tiver como líder uma pessoa dotada a ser evangelista, será mais forte no papel de propagação da Palavra de Deus centralizada na cruz de Cristo e ganhará pessoas para o Reino de Deus e será menos propensa a aplicar ações de discipulado. Por outro lado, se o líder for alguém que exerça o ministério de mestre, haverá maior aplicação, por parte de quem fizer parte da organização, ao ensino.

O ideal é que haja intercâmbio entre os membros do Corpo de Cristo, que haja estreito relacionamento entre os irmãos, com objetivo de empreender esforço para "preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz", pois "há um corpo e um Espírito", fomos "chamados numa só esperança" (Efésios 4.1-6).

A missão do evangelista é anunciar o ministério da reconciliação de Deus com o mundo, porque foi para isso que o Senhor enviou o Filho: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação" - 2 Corintios 5.19.

Os evangelistas sentem dor na própria alma ao ver pessoas gastarem tempo naquilo que não traz a felicidade verdadeira. Choram em favor das vidas que ainda não conhecem o Salvador, angustiam-se pelas pessoas perdidas em pecados, oprimidas por enfermidades, cativas por possessões malignas. E, além de entregar-lhes o recado das Boas Novas de salvação, intercedem em oração por elas e são usadas sobrenaturalmente por intermédios de dons de curas e operações de maravilhas, conforme o exemplo de Filipe (Atos 2.14-41; 8.6-17; 21.8).

Evangelismo pode ser chamado de exercício de amor. Uma das mais importantes características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas que existe o plano da salvação, viabilizado pelo sacrifício vicário de Jesus. O que importa é anunciar isso, sem se importar com o número de ouvintes ou recompensas financeiras e status.

E.A.G.

Consultas:
Bíblia de Estudo Pentecostal, página 1815, impressão 1996, Flórida / USA (CPAD).
Bíblia Evangelismo em Ação, Ray Comfort, página 1199, edição 2005, São Paulo (Editora Vida).
Ensinador Cristão, nº 58, abril-junho de 2014, página 40, Rio de Janeiro (CPAD).

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O livro de Números, o quarto livro da Bíblia Sagrada


Números parece ser um título tão empolgante quanto Catálogo Telefônico ou Dicionário. Poderia ser chamado de "O Livro dos Censos", pois é como começa e termina. O nome deriva em nossas versões portuguesas, bem como nas versões latina e grega, dos dois recensementos relatados dentro da narrativa maior. Entre os escribas judeus era conhecido como "No Deserto", que no hebraico se registra com a palavra "Bemidbar", título extraído do primeiro versículo.

Tanto os judeus quanto os cristãos tradicionalmente consideram que Moisés é o autor do livro de Números, visto que a época de Moisés é 1.300 anos antes da de Cristo. A tese da autoria e data tem sustentação em descobertas arqueológicas, que apontam para a antiguidade das leis, das instituições e das condições de vida descritas no livro. Foi escrito para contar sobre os anos dos israelitas no deserto e mostrar o juízo de Deus em contraste com sua fidelidade e paciência para com o amado povo de Israel.

O livro de Números está repleto de histórias intensas. De modo vívido e impactante, revela um Deus de ira esmagadora o qual, porém, escancara os braços e acolhe os que se arrependem e se voltam para Ele. Deus é apresentado em Números como o soberano, severo, que exige obediência absoluta à sua santa vontade, mas que também é gentil, oferece esperança, e mostra misericórdia aos arrependidos. É o livro da disciplina divina, mostra que o povo precisa aprender que pode prosseguir somente enquanto confia e depende dEle, apresenta as consequências dolorosas de decisões irresponsáveis da parte do povo escolhido e os crentes.

Números começa com a nação de Israel no Monte Sinai pronta para iniciar uma marcha à Canaã. Deus manda Moisés quantificar os homens guerreiros e os levitas. Um projeto detalhado é dado parra arranjar o povo tanto em marcha quanto no acampamento. Nos 430 anos, desde José no Egito (Êxodo 12-40), a força de combate da nação de crescera até 603-550, sugerindo uma população de vários milhões. 

O livro começa com a velha geração (1-12), move-se através de um trágico período de transição (13-20), e termina com uma nova geração (21-36) às portas da terra de Canaã. Contém os registros de duas gerações, dois censos, e dois conjuntos de instruções para usufruto da terra da promessa.

Do ponto de vista histórico, o livro de Números começa onde termina o livro de Êxodo, com o espaço necessário, naturalmente, para as seções históricas dispersas. Cobre um período de aproximadamente quarentas anos de história da caminhada de Israel em direção à Palestina. Apesar de comumente chamarem esses anos de peregrinação, fica claro que o povo viveu 37 anos ao sul da própria terra de Canaã, em parte na área conhecida como Neguebe, não muito distante de Cades-Barnéia.

No Novo Testamento podem-se encontrar várias referências ao livro, nas quais o livramento da escravidão dos judeus no Egito é considerada um modelo terreno da redenção eterna. As experiências dos israelitas no deserto são histórias registradas para advertir os membros que fazem parte da Igreja do Senhor (1 Corintios 10.11). Devemos extrair uma grande lição ao ver em Números repetidos pecados, condenação e arrependimentos, ao ver o fracasso humano, mas também como Deus reage com paciência e misericórdia.

Jesus Cristo mencionou o episódio da serpente de bronze,  para ilustrar  o modo que Ele mesmo haveria de ser levantado na cruz afim de que todos aqueles que nEle confiassem não padecessem mas tivessem a vida eterna (Números 21.5-9; João 3.14-17).

E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Vida, página 201, edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia Sagrada Almeida Século 21, página 144, 2008, São Paulo, (Edições Vida Nova).

domingo, 18 de maio de 2014

2014: Ano de mudança eleitoral

Para o bem do Brasil e preservação da Democracia brasileira, está na hora de transição. Não convém manter no Poder um partido só por muito tempo.


Tchau, Dilma. Vá com Deus!

sábado, 17 de maio de 2014

A importância de se fazer leituras devocionais e sistemáticas da Bíblia Sagrada

Há dois meses, numa manhã de sábado, cheguei cedo à loja da CPAD, localizada na rua Conselheiro Cotegipe, bairro Belenzinho. O estabelecimento estava com as portas fechadas porque ainda faltavam alguns minutos ao horário de abertura. Havia cerca de dez pessoas aguardando para entrar. Fiquei a conversar com com um irmão assembleiano que conheci naquela oportunidade, de aproximadamente trinta anos de idade, casado e pais de dois filhos. Falamos sobre o mercado gospel de hoje em dia e outros assuntos do meio religioso brasileiro.

Em determinado momento da conversa, quando já havíamos feito nossas compras e estávamos perto de passar os produtos pela caixa registradora, o rapaz me disse que sua Bíblia preferida era a João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida. Então, respondi que na verdade ela não é a Bíblia, trata-se de uma tradução dela. Assim como são a Nova Versão Internacional, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, e outras.

Os idiomas nas traduções bíblicas

É preciso considerar que todos os idiomas evoluem, palavras se transformam, outras mudam de significado, e, ainda, caem em total esquecimento. Exemplos:

1- Vós mercê agora é você;
2- Varão (não é mais entendido como rapaz, entende-se como uma vara grande),
3- Galardão. Este termo é quase que um jargão dos crentes, se o leitor comum não estiver familiarizado com o meio cristão, se ao invés dela pudesse ler prêmio, não ficaria sem entendimento na primeira passada de olhos sobre o versículo.

Tradução

Entre os cristãos evangélicos, é muito comum esquecer que o texto bíblico original foi escrito em hebraico, aramaico e grego. Para ter uma ideia da diferença de idiomas, estas três línguas não possuíam pontos ortográficos. 

No livro "Versões da Bíblia - Por que Tantas Diferenças?" (Edições Vida Nova), a autora Elizabeth Muriel Ekdahl explica bastante sobre os estilos de traduções e suas razões. Existe um esforço nas traduções modernas para fazer com que haja termos contemporâneos no vocabulário do nosso idioma sem mudar o sentido do texto original. 

Falando das peculiaridades do nosso idioma, a sintaxe de cada tradutor faz uma enorme diferença ao leitor, que deve entender o que lê com a máxima facilidade. A maioria das traduções João Ferreira de Almeida preservam um grande número das palavras do vocabulário usado em 1.600. E nós vivemos quatro séculos depois, vivemos em 2014! 

O que eu leio e escrevo

Nem sempre entendemos que está escrito na Bíblia Sagrada, por maior que seja o nosso interesse em aprender, é preciso que alguém explique. Em Atos 8.29-31, o Espírito dirigiu Felipe até o eunuco de Candace, porque o eunuco lia a Escritura em Isaías sem entender nada. Felipe foi encarregado de explicar e esclareceu-lhe o que o profeta escreveu. Nos dias atuais existe quem realize explicações na igreja e também há farto material por escrito esclarecendo o que há no cânon.

Em minha adolescência, pela dedicação de meu pai, tive acesso a uma João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida com Concordância e Dicionário. Foi muito útil para mim. Recebi importantes indicações do professor de escola dominical sobre quais livros de teologia comprar.

As revistas de escola dominical sempre trazem informações de quais livros o comentarista usou para elaborar seu conteúdo pedagógico. As informações bibliográficas foram o ponto de partida para criar minha humilde biblioteca de literatura cristã. Os próprios livros que compramos exibem dados bibliográficos, que apontam para outros livros. Considero esse método de escolha bom, foi e ainda é bom para mim.

É quase certo que se apreciamos e crescemos em conhecimento bíblico através do livro que lemos, a indicação do autor será apreciada e útil também, pois trata-se da fonte de pesquisa dele.

Como blogueiro, recorro às diversas traduções bíblicas, dicionários bíblicos, livros. E uso notas de rodapé de Bíblias de Estudos. Misturo meu próprio texto com as compilações desses materiais.

Leitura bíblica devocional e sistemática 

Eu considero importante haver o equilíbrio entre unção e estudos bíblicos. 

Em se tratando de leitura bíblica, a unção está em ler o texto em oração, absorvendo aquilo que está nas linhas dos textos que percorre. E o estudo bíblico na leitura na maneira sistemática, ao usar a inteligência dada por Deus para comparar o texto bíblico lido com todo o contexto da Bíblia e contexto histórico e geográfico.

Em minha opinião, eu faço isso, quando o cristão se dispõe a estudar em profundidade as Escrituras, no modo sistemático, é importante fazer comparações de traduções. O vocabulário de um tradutor difere de outro, assim como cada um deles levou em consideração o conhecimento de descobertas arqueológicas da época em que verteu seus textos. Esta situação influi muito na semântica, os significados das palavras e frases a serem traduzidas.

E.A.G.