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Arquivo | 14 anos de postagens

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Uma biografia de A. W. Tozer

Aiden Wilson Tozer (1897-1963), nasceu em uma família de agricultores do oeste da Pensilvânia que se mudou para a cidade industrial de Akron, Ohio, em 1912. Três anos mais tarde, Aiden respondeu à exortação de um pregador de rua que dizia: Se você não sabe como ser salvo... apenas clame a Deus" Ele subiu até o sótão de sua casa e entregou sua vida ao Senhor. Assim começou a jornada de um homem cuja vida e obra levariam algumas pessoas a chamá-lo de um dos principais profetas do século XX.

Em 1919, cinco anos depois de sua conversão, e apesar da sua falta de treinamento,  teológico formal, Tozer aceitou uma proposta para pastorear sua primeira igreja. Ele ingressou em uma carreira frutífera de 44 anos, liderando congregações da Christian and Missionary Alliance, no oeste da Virgínia, Chicago, e Toronto, no Canadá. Em 1950, o Wheaton College concedeu a Tozer o título honorário de Doutor em Letras. Dois anos mais tarde, ele recebeu um título de L.L.D. do Houghton College, em Nova York.

Tozer foi um homem profundamente espiritual cujo ministério se estabeleceu sobre uma sólida base de oração. "A maneira como um homem ora", disse ele "mostra como ele é". Na verdade, é correto caracterizar a pregação e os escritos de Tozer como extensões de sua vida de oração. Ele passava habitualmente horas em oração todos os dias em seu gabinete, adorando a Deus e comunicando-se com Ele.

Ao longo de sua carreira, sua preocupação principal foi a promoção da vida cristã. Particularmente, ele, sua esposa Ida e seus sete filhos, seguram um estilo de vida simples e não materialista. Publicamente, ele sempre apontou os perigos que a igreja enfrenta quando as preocupações "mundanas" a distraem. Um biógrafo escreveu: "As pessoas sérias que queriam saber o que Deus estavam dizendo o amavam".

Em maio de 1963, A.W. Tozer sucumbiu a uma trombose coronariana. Ele é autor de oito livros, e dezenas de coleções de seus sermões e outros escritos foram publicadas postumamente. Possivelmente, Tozer é mais conhecido pelas obras The Pursuit of God e The Knowledge of the Holy, que ressaltam ao leitor a possibilidade e necessidade de aprofundar o seu relacionamento com Deus.

E.A.G.

Fonte: Bíblia com Anotações A. W. Tozer, edição 2013, Rio de Janeiro (CPAD).

terça-feira, 8 de abril de 2014

Realmente mortos para o pecado como um mais um são dois

"Assim também vos considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus nosso Senhor" - Romanos 6.11.

Nesta passagem bíblica, "considerar-se" é uma expressão que significa mais do que imaginar, "fazer de conta". O vocábulo remete à matemática, fazer cálculos.

A contabilidade tem a ver com organização, ao conjunto de operações lógicas que se executam por meio de regras práticas previamente estabelecidas. Através da contagem de números é possível chegar ao denominador comum sem riscos de errar.

Pode um artista pintar uma tela e chegar ao nível de perfeição em seus detalhes tanto quanto uma moderna câmera fotografica em sua potente revelação digital? Pode um historiador reivindicar a absoluta revisão de qualquer registro histórico de cinco séculos no passado? O cartógrafo afirmar que exista exatidão de dados em um mapa cuja topografia da região focada tenha seu relevo alterado? Não é possível dizer que haverão resultados exatos, apenas aproximações de descrições.

Em qual situação o ser humano tem condições de realizar algo que seja totalmente correto? Aritmética: a Ciência que estuda as propriedades dos números, cujas operações apontam para a precisão das respostas. Nela não há margem de erro. Uma mesa mais uma mesa são duas mesas, em Angola, em Cabo Verde, no Brasil, em Portugal, no Japão, no Canadá, Estados Unidos e qualquer outro país. O resultado da conta é sempre o mesmo, seja no tempo passado, o presente e ou futuro. Jamais um mais um teve ou terá outro resultado além de dois.

A razão de "considerai-vos" estar associado com a matemática é porque a afirmação bíblica de que a graça do Senhor não nos deixa permanecer no pecado, antes nos livra do poder do pecado, é uma certeza baseada na verdade absoluta, não há qualquer margem de dúvida ou imprecisão lógica nesta revelação de Deus sobre o plano da salvação. 

Assim como o livro de contabilidade não dá margem para que algo falso se transforme em verdadeiro, não podemos conceber que Deus nos deixe com uma promessa cuja medida seja incerta ou inversa, distante ou contrária da realidade. 

O Senhor declara que a alma que aceita a Jesus como Salvador e Senhor pode considerar-se morta para o mundo pecaminoso porque é um fato incontestável. Podemos confiar nEle para todo o sempre! 

E.A.G.

Artigo baseado em um texto de Watchman Nee publicado no livro Uma Mesa no Deserto, página 86, edição 1983, São José dos Campos (CLC Editora).

Charge - Desmatamentos e consequências


Nevoeiro pelas manhãs; muito calor durante o dia; pancadas de chuvas rápidas e isoladas, em volumes insuficientes, aqui e acolá... Por quê? Irresponsabilidade com o trato do meio-ambiente.

E.A.G.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O propósito dos dons espirituais

"Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja" - 1 Coríntios 14.12.

A experiência da vida cristã indica que grande parte das pessoas, nas igrejas pentecostais e neopentecostais, não sabe lidar muito bem com os recursos espirituais que Deus coloca à disposição dos crentes. A  começar pelo batismo com o Espírito Santo, há uma confusão de ideias sobre sua natureza, a forma de receber, usar, e sua finalidade.

Presentes

Os dons são presentes e não podem ser comprados. Deus nos deu o seu Filho para que fôssemos salvos. Alguém é capaz de comprar a salvação? Pode-se vender a vida eterna? Não. De igual forma os dons espirituais são presentes indispensáveis, recursos que não podem ser vendidos e nem barganhados. É o Espírito Santo quem os distribui gratuitamente e quem os recebe não tem condições de comercializá-los.

Dons são habilidades, para recebê-las basta crer e pedir com fé. Ninguém recebe dons divinos por méritos próprios, mas pelo favor e misericórdia do Senhor.

A primeira relação dos dons com a ênfase do fato que cada um é dado pelo Espírito está em 1 Coríntios 12.8-11. Este texto tem paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram o Evangelho com Deus testificando a ação evangelística através da manifestação de sinais, milagres, maravilhas - isto é, os dons do Espírito distribuídos segundo a sua vontade.

Finalidade

Os dons têm um lugar especial no cristianismo e são muito úteis. São sempre concedidos aos crentes visando um propósito específico. Qual será este objetivo?

Há quem acredite que o cristão é batizado apenas para falar línguas. Na verdade, em princípio, a capacitação para falar línguas é apenas uma das experiências do batismo com o Espírito Santo.

O Espírito concede os dons a cada um como Ele quer, mas sempre com propósitos e finalidades especiais. O alvo divino é a edificação de todos os membros do Corpo, uma contribuição eficaz do Senhor à unidade e ao fortalecimento e expansão de sua Igreja, tanto no sentido universal como no sentido da congregação local.

Edificar ("oikodomeo"em grego): fortalecer, promover a maturidade e o caráter santo dos crentes.

O dom de língua e o amor

Paulo escreveu: "O que fala em língua estranha edifica a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja" - 1 Corintios 14.4. Não se deve proibir que o crente fale em línguas para si próprio, há o dever de ensiná-lo a controlar-se para não elevar a voz numa mensagem ininteligível que atrapalhe o curso do culto.

O crente deve ser orientado a desenvolver sua adoração individual, plena da unção do Espírito, pois essas ocasiões do falar em línguas expressam o que a alma deseja dizer a Deus em intercessões, súplicas e glorificações ao Senhor. Não é possível haver igreja edificada se os membros batizados não estiverem se edificando espiritualmente.

O amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário, encontra lugar até mesmo entre os dons carismáticos, porém, os dons separados do amor são como um corpo sem alma. Escrevendo para os cristãos de Corinto, o apóstolo Paulo afirmou que a prática de dons sem amor não é mais do que um instrumento metálico barulhento.

Equívocos

• Os dons e a espiritualidade

Alguns crentes pensam que o batismo com o Espírito Santo é uma bênção que condiciona o crente a ser salvo. Na verdade o batismo serve para que o cristão tenha poder para testemunhar com eficácia a mensagem do Evangelho (Atos 1.8).

Se o batismo com o Espírito Santo e o uso dos dons espirituais não são bem compreendidos no seio da congregação, a ignorância relativa ao assunto tem como consequência comportamentos inadequados com relação à espiritualidade dos membros.

Por falta de conhecimento bíblico, muitos crentes acreditam piamente que os dons são sinais de grande espiritualidade e superioridade aos que o têm. Porém, não são. Os dons são dádivas divinas cuja finalidade não é tornar o seu portador uma pessoa mais espiritual. É o Espírito Santo quem santifica o crente quando este se subordina às suas orientações (João 3.5).

Corinto, cidade grega cosmopolita onde havia muita idolatria, paganismo e imoralidade, possuía uma igreja fundada por Paulo. Na Igreja de Corinto, uns falavam em línguas; outros profetizavam; outros interpretavam; outros tinham dons de curas e milagres; outros possuíam conhecimento espiritual. O apóstolo relatou que naquela congregação havia bastante manifestação de dons espirituais mas também afirma categoricamente que os crentes daquela comunidade eram carnais e meninos na fé (1 Corintios 1.7; 3.1). Um verdadeiro paradoxo à primeira vista, mas observando com atenção o texto bíblico é possível perceber que eles não compreendiam muito bem o propósito dos dons espirituais, é possível apontar que havia ali crentes invejosos, crentes promotores de contendas e dissenções lançando irmãos contra irmãos, crentes que consideravam-se superiores aos demais porque possuíam dons. Havia ali rivalidade entre grupinhos de simpatizantes de Paulo, Apolo, Pedro e Jesus.

• Os dons e a individualidade

Infelizmente, muitos crentes pentecostais não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo, mas estão tentando usar o Espírito Santo. Vemos crentes fazendo uso errado dos dons, tentam usá-los para alcançar interesses pessoais, escalar posições eclesiásticas, como se a distribuição de dons fosse algo exclusivo de alguns crentes elitizados.

Os dons espirituais não são dados para uso interesseiro e egoísta. Devemos tomar cuidado contra as falsas manifestações espirituais.

Deus sonda os corações, conhece todas as intenções. Chegará o momento em que toda a Humanidade prestará contas com Ele sobre o uso de dons e talentos, quando repudiará para sempre aqueles que quiseram ter para si proveito pessoal de recursos divinos que devem servir de bênção coletiva. Neste dia de julgamento, muitos ouvirão do próprio Senhor a sentença de desaprovação (Mateus 7.24).

• Os dons e a coletividade

O apóstolo Pedro exortou a igreja sobre como o dom de Deus deve ser administrado. Usou a figura do despenseiro, que, antigamente, era o homem de confiança do patrão, a pessoa que cuidava da sua despensa, fazendo a compra dos mantimentos, zelando pelo estoque posto à chave, mantendo o fluxo de entradas e saídas para que não estragassem, era a pessoa escolhida para preservar a saúde do chefe e de toda sua família. Os portadores de dons, são despenseiros de Deus em serviço à favor da família de Deus (Efésios 2.19; 1 Pedro 4.10, 11).

Tudo deve ser feito para a edificação da igreja. Se este não for o propósito do portador do dom, não faz sentido demonstrações vazias de espiritualidade, por mais espontâneas e interessantes que elas sejam. O único propósito do Espírito Santo ao outorgar poderes aos cristãos é sempre o de glorificar a Cristo para o benefício e o bem de todos (1 Corintios 14.17; 12.7).

Paulo registra que há nove tipo de dons, repare que não afirmou nove dons. Na igreja bem edificada, os dons são abundantes. Há palavra da sabedoria, ciência de Deus, a fé em ação, variedades de dons de curar, operação de maravilhas, profecia verdadeira, discernimento de espíritos, dons de línguas associadas à interpretação (1 Corintios 12.7-10). Todos os dons são utilizados com base no amor ao próximo, o portador dos dons os usa para abençoar seus irmãos.

Conclusão

O presente artigo tem a finalidade de incentivar os cristãos à conscientização. Se não fossem os dons espirituais, a Igreja de Jesus Cristo, representante dos céus na terra nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Jesus, seria apenas uma instituição meramente humana, uma associação religiosa "sem fins econômicos", por exigência legal. Os dons, ministérios e operações são componentes do estoque de um arsenal espiritual que a equipam,  ante as forças hostis que se opõem a ela, para o cumprimento de sua missão, que é a proclamação do Evangelho e inibir a ação do malígno (Efésios 3.10).

O que seria da igreja se não houvessem esses recursos sobrenaturais, dádivas importantes e necessárias que contribuem para o avanço da Igreja? Teria sido destruída. É importantíssimo que líderes e liderados se envolvam mais e continuamente na promoção do ensino bíblico quanto a origem, a natureza e o propósito dos dons espirituais na Igreja de Cristo. Pois, para que ela continue a vencer as perseguições que sofre é necessário que tenha conhecimento das armas espirituais que possui e saiba usá-las perfeitamente, só assim "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Marcos 16.18).

E.A.G.

Compilações
Dons Espirituais & Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder sobrenatural; Elinaldo Renovato; páginas 22-31; janeiro de 2014; Rio de Janeiro (CPAD);
Ensinador Cristão, ano 15, nº 58, páginas 31 e 37, 2º trimestre de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Jovens e Adultos; 2º trimestre de 2014; lição 2; Rio de Janeiro (CPAD

Artigo relacionado:

CPAD - EBD: 2º trimestre 2014 - Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário 

Os dons da Palavra e do Conhecimento