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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

J. P. Kolenda e a profissionalização do ministério


Um homem que marcou e "incomodou" sua época. Assim pode ser descrito o trabalho do missionário John Peter Kolenda, ou simplesmente J. P. Kolenda. Nascido na Alemanha em 1898, filho de um pastor luterano que trabalhou em comunidades de colonização alemã no Rio Grande do Sul, Kolenda residia nos Estados Unidos quando, após a conversão, teve contato com o movimento pentecostal. Ordenado pastor ainda jovem sentiu uma forte chamada ministerial.

Quando foi convidado para ajudar no trabalho missionário no Brasil, JP já era um obreiro experiente e destacado nos EUA. Kolenda veio trabalhar (tanto ele como outros missionários da AD estadunidense) em regime de cooperação com a Missão Sueca, inclusive se sujeitando as normas e aos métodos de trabalho dos suecos. Essa sujeição era uma exigência dos escandinavos, pois estes se viam como pioneiros do trabalho pentecostal em terras brasileiras, e não queriam a princípio ceder lugar aos estadunidenses.

JP chega ao RJ no ano de 1939, e para curiosidade e espanto geral, desembarca com seu Chevrolet e aluga um apartamento em Copacabana. Era evidente que a postura e o status financeiro dos obreiros vindos da América do Norte era vista com reservas pelos suecos. Segundo Paul Freston, não foi só isso que trouxe dificuldade de aceitação por parte dos missionários. Para o sociólogo a "ênfase americana em educação teológica e a atitude menos severa na área de costumes" contribuíram para vários conflitos entre os missionários estadunidenses, suecos e brasileiros.

Logo, JP seguiu para o estado de Santa Catarina onde o trabalho ainda era muito modesto. Juntamente com outro missionário estadunidense, organizaram a AD em Santa Catarina e promoveram as bases para seu maior crescimento. De forma simultânea, Kolenda estava envolvido nos grandes debates acerca do ensino teológico nas Convenções Nacionais. Não foram poucos os debates sobre esse assunto, muito dos quais JP foi rechaçado pela liderança das ADs brasileiras. O tema sobre a melhor formação dos obreiros era necessário e incomodo. Mas não havia acordo entre as partes, e as discussões prosseguiram durante muitos anos.

Porém, foi em outro projeto que Kolenda foi bem sucedido. Lançou uma campanha financeira nos EUA e no Brasil em favor da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), para compra de maquinários e aquisição de um prédio próprio para a editora. Conseguiu ainda trazer um técnico dos EUA para ajudar na instalação gráfica. O sonho do instituto bíblico JP não conseguiu concretizar, deixando esse desafio para seus sobrinhos João Kolenda e Dorris Lemos.

Deixou Santa Catarina em 1952, se dedicando tão somente a CPAD no RJ. Ainda nos anos 50 partiu para a Alemanha, país arrasado pela guerra, para ali ajudar na reconstrução das igrejas, fundando inclusive um instituto bíblico em seu país de origem. JP voltou outras vezes ao Brasil, e na década de 70 ajudou a implantar na AD em Belém um instituto bíblico. Em outras vezes esteve em SC para ministrar estudos bíblicos e rever parentes, amigos e obreiros.

Em uma de suas visitas à CPAD no RJ no ano de 1969, Kolenda é entrevistado para o Mensageiro da Paz. Uma das perguntas feitas ao legendário obreiro foi "qual o maior problema que se depara as Assembleias de Deus presentemente?" A resposta do antigo pioneiro surpreendeu por sua aguda observação das transformações em curso no seio das ADs. Para ele o maior problema das ADs no Brasil e no mundo era "a tendência para a acomodação entre os crentes e o profissionalismo ministerial." Ainda segundo Kolenda "o ministério têm perdido o fervor da evangelização, trocando-o por um ministério que é apenas uma profissão".

Chega a ser uma ironia essa constatação, pois quando ele e outros obreiros defendiam os institutos bíblicos, geralmente eram acusados de querer montar uma "fábrica de pastores" dentro das ADs. Agora JP revela outra preocupação e observa uma tendência, a qual se aprofundaria durante os anos seguintes e, chegaria aos dias atuais como uma triste e sórdida realidade: o ministério visto apenas como profissão, meio de vida e fonte de lucro.

Quantos obreiros hoje não são fabricados? Não em institutos, mas em famílias pastorais, atuando em uma espécie de plano de carreira ministerial. Plano esse que não exige nada mais do que uma boa filiação, parentesco, casamento ou lábia para ser bem sucedido. Sim, conforme diagnosticou JP, o ministério para muitos se transformou em uma atrativa profissão. E quem paga essa conta e as benesses de uma vida de muitos privilégios?

Fonte
ARAUJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
FRESTON, Paul. Breve História do Pentecostalismo. In: ANTONIAZZI, Alberto. Nem anjos nem demônios; interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes, 1994.
MENSAGEIRO DA PAZ. Junho de 1969 - nº 12. Rio de Janeiro: CPAD.
Conteúdo extraído de Memórias das Assembleias de Deus - http://mariosergiohistoria.blogspot.com.br/ 

Veja mais: A morte do Pr. João Kolenda Lemos

Marco Feliciano pré candidato presidencial?

O blog de Julio Severo deu como forte a possibilidade da candidatura do deputado federal e pastor assembleiano  Marco Feliciano ao cargo de presidente da república.

Muitos cristãos festejam a provável iniciativa. Eu, na minha modesta opinião, considero a tentativa como algo fora do tempo ideal. É preciso analisar tudo com cautela, pois no Brasil existem três poderes constituídos, o presidente não governa só, precisa do apoio da maioria de deputados federais e senadores para ter condições de governar bem.

Não vejo a troca do Poder Legislativo pelo Poder Executivo como conveniente neste momento de luta contra tantos ataques à família. Neste momento político, Feliciano não seria tão útil na cadeira presidencial como tem sido como deputado federal ou possa ser como senador, pois é nas casas de leis que a Igreja tem sido duramente atacada nos últimos anos.

Vejam o que escrevi no espaço de comentários do blog do Julio:

"Olá!

Não entendo que seja escolha inteligente por parte de Marco Feliciano se candidatar, agora, nesta altura da luta em favor da família e contra o aborto, ao cargo de presidente. Por quê? Além de não ser atividade legislativa (brigamos pela manutenção de leis pró-família e pró-vida), nenhum presidente se sustenta se não tiver maioria do parlamento. Vide exemplos: Jânio Quadros e Fernando Collor.

Acho que a experiência de oito anos no senado será bom para todos.

Abraço."

E.A.G.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Paul Walker ator de Velozes e Furiosos morre em acidente de carro

Paul Walker, ator do filme de ação Velozes e Furiosos, morreu aos 40 anos de idade, na tarde de sábado de 30 de novembro, em um acidente com um Porsche Carrera GT no sul da Califórnia. O carro colidiu num poste de luz  e numa árvore e pegou fogo. O ator era pai de Meadows, garota com 16 anos que morava com ele.

Ironia do destino, a vida imita a arte, dirão alguns. Na ficção  de Hollywood Paul Walker interpretava Brian O'Connor, policial audacioso no volante, que dirigia automóveis possantes sempre  em alta velocidade.

As primeiras notícias relataram que o ator dirigia o carro; notícias mais recentes que Paul Walker era o carona e Roger Rodas, seu amigo e consultor financeiro, o motorista. Os dois faleceram antes do socorro chegar ao local.

Na tarde do acidente, Walker participava de um evento beneficente realizado por sua fundação, a Reach Out Worldwide, que visava arrecadar fundos para as vítimas do tufão Hayan nas Filipinas. A fundação foi criada por ele em 2010 para ajudar vítimas de catástrofes naturais, e já havia atuado para socorro nas ocorrências de terremotos no Chile e  Haiti em 2010.

Em agosto, Walker revelou em uma entrevista à revista GQ que cresceu em um lar mórmon e estudou em escola protestante, que muito lhe influenciou em seu vínculo com a família. Também disse que estava reavaliando sua vida e pretendia mudar o ritmo após completar quarenta anos, dedicar-se mais à Meadow e à sua fundação, e voltar a trabalhar em documentários no canal National Geografic - ele participou da série Expedition Great White, transmitida nos Estados Unidos em 2010, e era formado em biologia marinha. 

O site Christian Post citou trecho da biografia autorizada de Walker: “Eu sou um cristão agora. As coisas que me deixaram louco enquanto  crescia era (ver) como todo mundo procura os erros das religiões diferentes da sua. As únicas pessoas que não entendo são os ateus. Eu pratico surfe e snowboard, estou sempre por perto da natureza. Olho para tudo isso e penso: ‘Quem pode acreditar que não existe um Deus? Tudo isso é um engano?’ Isso só me deixa chocado”.
Em entrevista, Stephen Baldwin, ator evangélico, contou que nos últimos dias havia conversado muito sobre religião com Walker, que se emocionou e disse chorando "gosto muito de Jesus". E Vanny Walker, irmã do ator declarou acreditar que ele partiu salvo. "Estivemos sábado passado numa igreja cristã, ele estava feliz com Jesus e deixou uma grande ajuda financeira a pessoas carentes daquela entidade."

E.A.G.

Atualizado em 01/09/2019, 12h16.

Com informações de:
Christian Post - http://www.christianpost.com/news/paul-walker-on-christian-faith-who-couldnt-believe-theres-a-god-109846/
Holofote Net - http://holofote.net/o-testemunho-cristao-de-paul-walker/
Notícia Gospel - http://gospelrevista.blogspot.com.br/2013/12/morre-crente-o-ator-paul-walker-de.html
Wikipédia - http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Walker