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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CPAD – EBD 2012 – 4º trimestre: Miquéias e a importância da obediência


O Profeta

"Quem é como Jeova?" Esta pergunta é o significado do nome Miquéias. O  profeta elabora o desfecho do livro fazendo trocadilhos dessas palavras com o uso de seu nome (7.18).

Miquéias refere-se a si mesmo como o "moratista", era de Moresete, próxmo de Gate, no norte da Filístia, cerca de 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém, na fronteira com o território filisteu. Devido o nome de seu pai não ser mencionado, os estudiosos da Bíblia concluem que ele era de origem humilde.

O ministério profético de Miquéias aconteceu entre 750 e 686 a.C., ocorreu durante o período de três reinados: Jotão, Acaz e Ezequias (Mq 1.1; Jeremias 26.18). Ele ministrou nos mesmos dias de em que profetizaram Isaías e Amós.

Miquéias era um profeta com um ministério voltado para as pessoas comuns, mas sua mensagem também repercutiu nos palácios durante os dias do rei Ezequias e de Jesus Cristo (Jeremias 26; Mateus 2.5-6).

O contexto 

Ritos é o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da fé. O termo vem do latim ritus que significa cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, método, modo.

Os rituais judaicos se consistiam em sacrifícios em festividades religiosas, como a Páscoa e Festa dos Tabernáculos (Levíticos 9.16; Números 9.14; 2 Crônicas 35.13; Esdras 3.4; 6.9).

No tempo do profeta Miquéias, não existia falta de liturgia. Os israelitas realizam muito bem os rituais da religião judaica, mas faltava motivação correta para realizar a adoração. O Senhor não se agravada da religiosidade deles, das reuniões solenes e sacrifícios, porque tudo era feito pela força do hábito, sem que atentassem para o significado importante do que faziam. Eles cumpriam os passos litúrgicos da maneira certa, mas não entendiam o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo. 

O problema dos contemporâneos de Miquéias era a falta de uma verdadeira conversão a Deus, fora do templo o povo de Judá cometia toda sorte de injustiças sociais, com o objetivo de conquistar proveito pessoal. E dentro do templo, acreditando que os sacrifícios os justificassem, cometiam loucuras, como oferecer em sacrifício os filhos primogênitos, que Deus não pedia que sacrificassem e deliberava penalização de morte aos que assim fizessem (Levítico 18.21; 20.2-5; 2 Reis 3.27; 16.3; 21.6; Jeremias 19.5; 32.35).

O livro

“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficiência e andes humildemente com o teu Deus” - Miquéias 6.8.

As profecias de Miquéias são destinadas para Judá e Israel, estas giram em dois focos, a saber, o ãmago da religião e o Messias Libertador. O profeta foi usado por Deus para denunciar a opressão e as injustiças sociais em Israel. O livro mostra que Deus é o responsável por julgar a falta de termos do seu povo, esclarece que Deus não se alegra com sacrifícios e rituais (Salmos 51.17-18).

Miquéias faz uso da poesia hebraica de maneira magistral para defender a causa dos aldeões. oprimidos pelos ricos arrogantes. O apelo em favor da religião autêntica, em 6.6-8,  é comparável ao de Tiago 1.27.

Os preceitos de praticar a justiça, amar a beneficência, ser humilde diante de Deus são considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C. o resumo dos 616 preceitos apresentados pela Lei de Moisés. Miquéias 6.8 é visto como um paralelo de Mateus 23.37-40 e é considerado por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento, pois os dois primeiros preceitos apontam para a conduta de uns para com os outros e o terceiro fala sobre a comunhão do homem com Deus.

A estrutura usada pelo profeta Miquéias é fácil de entender, um dos temas centrais do livro é o combate ao mero formalismo religioso, a divisão está baseada numa dupla sequência de ameaças e promessas.

Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. Miquéias anunciou a ira divina em relação aos pecados de Samaria e Jerusalém, discursou contra a idolatria, censurou veementemente a opressão aos mais pobres, a injustiça nacional (1.5; 2.1-2; 3.9-11). Corajosamente, denunciou falsos profetas, líderes desonestos, sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado. Também mostrou a grandiosidade de Deus, que é capaz de perdoar (7.18).

Além disso, predisse o cativeiro do Reino do Sul e do Reino do Norte. Viu a queda de Samaria pela Assíria e a queda de Jerusalém pela Babilônia. Também que Belém seria a cidade em  que Jesus nasceria (5.2; Mateus 2.1; 4.6). E foi citado por Cristo ( 7.6; Mateus 10.35-36).

Ao lermos Miquéias, encontramo-nos com o juízo de Deus; a mensagem de esperança; juízos e misericórdia divina. E entendemos que para obedecer é necessário que a obediência seja precedida de compreensão.
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Conclusão

Deus não abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em Levíticos a liturgia e as festas religiosas.

Entre os cristãos, há apenas dois rituais a ser praticado: o batismo nas águas e ceia do Senhor (Mateus 3.15; 26.26-30; 1 Coríntios 11.23-34). É necessário estar consciente que o cerimonialismo religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem proporciona a salvação. Por mais que a prática ritualista seja praticada de maneira correta, jamais os rituais serão eficientes para aproximar o ser humano de Deus (1 Samuel 15.22; Salmo 40.6-8; 51.16-17; 1 Coríntios 1.14-17).

A mensagem de Miquéias convida cada um de nós a pensar com seriedade acerca de viver o cristianismo como realmente deve ser vivido. O profeta deixa claro o desejo de Deus para os israelitas numa referência que serve também para a Igreja: a prática da justiça; o amor à bondade; o viver de maneira não soberba diante dos semelhantes e do próprio Deus.

A obediência é fruto da salvação e não a salvação é fruto da obediência. As boas obras não tornam o ser humano salvo; o homem salvo pratica as boas obras. A segurança da salvação é para quem leva a sério a salvação. Aos que levam à sério a salvação, a graça de Deus se manifesta em sua vida
 
E.A.G.

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Compilações:

Bíblia Almeida Século 21, 1ª edição, 2008 (Edições Vida Nova/Editora Hagnos).
Ensinador Cristão,nº 52, ano 13 (CPAD).
Lições Bíblicas, Esequias Soares, 4º trimestre 2012.
Os Doze Profetas Menores, Alexandre Coelho e Silas Daniel; 1ª edição, 2012 (CPAD).

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Esforço e fé



Esforce-se e Deus ajudará você. Para que nossas realizações sejam perfeitas, não podemos nos esquecer de elevar o espírito em oração, falar e confiar em Deus, pedindo a Ele orientação sobre as decisões que precisamos fazer.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SBB: a Almeida Revista e Corrigida - 4ª edição e o texto de João 21.15-17

 
É claro que o poder do Espírito Santo é essencial para transmitir a Palavra de Deus. Se só o conhecimento do idioma original bastasse, então, TODOS os cidadãos que dominavam o idioma grego, contemporâneos de Paulo e dos apóstolos que escreveram o Novo Testamento, teriam sidos salvos. Acho importante buscar o conhecimento bíblico, como também considero de igual importância ter experiência espiritual com Deus.

Meu objetivo é evidenciar que no idioma original, o grego, existe algo à mais, que não está vertido ao português na tradução Almeida Revista e Corrigida - 4ª Edição. 

Sem deixar de honrar o trabalho de gente séria que se dedica às traduções dos textos das Escrituras e sem deixar de reconhecer a submissão deles à orientação Deus em seus ofícios, não posso deixar de dizer que sabemos que nenhuma tradução bíblia é perfeita, inclusive a mais amada por todos nós, que é a Almeida Revista e Corrigida - 4ª edição, cuja mais recente correção é de 2.009, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil. A última atualização nesta tradução foi importantíssima, pois corrigiu os termos "caridade" por amor em 1 Coríntios 13 e nos tempos verbais de passagens de 1 João 4.6, 8, 9 ("não peca / não vive pecando"). Mas, ainda penso que devem ir um pouco mais além...

Um exemplo de falha que se mantém na ARC - 4ª Edição está em João 21.15-17. Trata-se do texto que apresenta o diálogo de Jesus com Pedro. O tradutor não se aprofundou no texto grego.

Nos originais é percebido com clareza a nuance do termo AMOR. "Tu me amas?", perguna Jesus usando agape/amor de Deus. "Sim, te amo", responde Pedro, usando o termo phileo/ amizade. Então Jesus manda-o apascentar seus cordeiros e pela segunda vez faz a mesma pergunta, respondida pela segunda vez da mesma maneira pelo discípulo. E outra vez Jesus retoma a perguntar, na terceira vez usando phileo. A insistência de Cristo faz com que Pedro abale-se e afirmar que o sentimento do amor no estilo phileo. Jesus manda-o apascentar as ovelhas.

O leitor da Almeida Revista e Corrigida - 4ª Edição não tem a informação que motiva Jesus a insistir com Pedro. O discípulo responde que ama a Jesus com amor de amigo, sentimento humano.
Não está esclarecido ao leitor da ARC a sutileza do texto original, pois o tradutor não teve o devido cuidado de verter ao nosso idioma os vocábulos gregos exatos. Existe uma gama muito grande de ensino neste trecho bíblico, que se perde por não haver aprofundamento das palavras-chaves dessa narrativa, inclusive direcionadas ao chamado ministerial do pastorado. 

Link:  http://www.sacrednamebible.com/kjvstrongs/index2.htm  Vamos ao texto, com uso do dicionário Strong online.  As referências númericas 25 e 5368 são relativas aos verbetes de Strong.
João 21.15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me ( [25] agapao ag-ap-ah'-o ) mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. 
João 21.16 - Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? ( [25] agapao ag-ap-ah'-o ). Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 
João 21.17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?( [5368] phileo fil-eh'-o ) Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me?( [5368] phileo fil-eh'-o ) E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 
Ao apontar a situação de João 21.15-17 na ARC 4ª Edição, não pretendo tirar o alto valor que a tradução possui à fala portuguesa. Ela é riquísima, continuemos a usá-la. Essa falha de tradução está em quase todas as traduções ao português, se minha memória estiver certa, exceto a tradução Nova Bíblia Viva da editora Mundo Cristão é fiel aos originais neste trecho bíblico.

Com a palavra, os revisores da SBB.

E.A.G. 

sábado, 10 de novembro de 2012

Ana Paula Valadão e a polêmica quanto aos pastores barrigudos

Glutonaria: assunto polêmico

Precisamos tomar cuidado diante do prato, não devemos comer nada além da medida necessária.

Durante culto de mulheres, realizado no dia 31 de Outubro de 2012, na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte – MG, Ana Paula Valadão usava o microfone palestrando uma mensagem cujo título  é Lembrem-se da Mulher de Ló, baseado em Lucas 17.32. Falava sobre a necessidade de manter o foco nas coisas espirituais e não nas da terra, e em determinado momento foca sobre os benefícios do jejum, quando revela não conseguir entender haver pastores barrigudos. “Gente, não combina com a liderança” – disse ela.

A mensagem que ela entregou dura mais de 90 minutos. Mas apenas dois minutos chamaram a atenção geral. O pequeno trecho da fala repercutiu em redes sociais, sites e na Blogosfera Cristã.

A impressão que ficou aos que não tiveram acesso ao sermão na íntegra não é das melhores, para alguns ficou a ideia que ela apontava para a estética como critério de escolha para o exercício ministerial. Não era isso! É preciso enfatizar que o assunto da preleção era não olhar para trás, como fez a esposa de Ló, na pregação há um sub tópico sobre jejum. Ao citar "barrigudo", a cantora fazia menção à glutonaria (uma das características das obras da carne).

 

Recomendo a todos assistir o conteúdo inteiro, para tirar conclusões próprias. Querendo assistir o vídeo, atente ao trecho em 1.05.20 até 1.09.40, que é o contexto próximo para o uso do termo barrigudo. Neste trecho, Ana Paula Valadão lembra que 31 de Outubro é o Dia da Reforma Protestante, o mesmo dia da palestra, lembra que os cristãos do tempo da reforma jejuavam dois dias por semana e os compara com as lideranças cristãs dos dias atuais.

A cultura da igreja brasileira

Sem a intenção de julgar, apenas informar, aqui na Capital de São Paulo, há uma igreja-sede, importante ao cenário pentecostal em nível nacional, que uma vez ao mês oferece grandes banquetes reservados às lideranças.

Noto que faz parte da cultura da igreja brasileira evitar o assunto da glutonaria. Acho que deveríamos falar mais sobre isso.

Confesso que sou convidado para banquetes em igrejas.

Pedido de desculpas 

Não podemos esquecer que Ana Paula Valadão usou seu blog para retratar-se. Na terça-feira, de 6 de Novembro ela escreveu se dirigindo a todos que se sentiram ofendidos com o que disse. “Quero pedir desculpas às pessoas que se ofenderam com algumas colocações que fiz em um dos cultos de mulheres. Eu me expressei mal. Obesidade não é um impedimento para o exercício da liderança e da espiritualidade”.

Apesar do pedido de perdão, Ana Paula Valadão remarcou seu posicionamento quanto aos valores espirituais do jejum. "De qualquer forma, continuo acreditando que a prática do jejum, da oração, da leitura da Bíblia e das disciplinas espirituais são fundamentais, não apenas para os líderes, mas, para todos os cristãos".

Costumes errados e a saúde

Nem toda pessoa acima do peso é assim por sua culpa. Obesidade é doença que precisa ser tratada. Além disso, é preciso considerar que nem todo glutão é um gordinho. Existem pessoas magras que comem à beça e ninguém sabe para onde vai tudo o que comeu! Como bem lembrou Robson Silva no Point Rhema, ¹ quem sofre com a anorexia não vive espiritualidade acima da média.

É verdade que comer é uma das melhores coisas que existe! Outra verdade é que nem toda pessoa acima do peso é gordinho porque come muito. Vários fatores contribuem para a obesidade. Às vezes trata-se de disfunção da tiroide. De igual forma, existem casos de uma barriga sobressair por causa do sedentarismo. Também há casos de costume errado à mesa, comer e beber mal: muita ingestão de frituras e refrigerantes.

No Point Rhema, outro participante comentou: “falo de costumes e tabus, principalmente assembleianos, achar que a vida dos lideres são só espirituais, não vão aos médicos periodicamente, não tiram férias com sua família, pouco lazer ou nenhum, muito estresse, mas nunca vão ao neuro, inclusive já ouvi pastor criticar membros que utilizam remédio controlado receitado por psiquiatra”. ²

Um terceiro, escreveu: “Fiquei feliz com o público pedido de perdão de Ana Paula Valadão. Contudo, receio que se nossos líderes não mudarem os hábitos, inclusive de quebra de tabus e costumes, a média de vida entre os líderes evangélicos diminuirá sensivelmente. Líderes há que se queixam de hipertensão, problemas cardiovasculares, dores na musculatura ou nas juntas, cefaleias, perda de libido, etc. Tudo porque? Por não fazer exercícios físicos, caminhadas, exames periódicos. Até o exame de próstata, que inicia com o psa colhido pelo sangue no laboratório, não se preocupam...” ³

Minha opinião

Sou uma pessoa com peso um pouco acima do que é ideal para minha altura. Carrego uma pequena e “charmosa” área abdominal. Em agosto, na minha mais recente visita ao clínico geral, o doutor chamou minha atenção, me fez entender que preciso emagrecer. Lembrou a mim sobre os cuidados que eu devo ter com respeito à saúde.

Não refuto o que a Ana Paula Valadão quis dizer, apenas digo que é lastimável a forma que ela fez a abordagem do tema obesidade na vida de líderes, pois o assunto é bastante complexo e deve ser abordado em sua complexidade.

Faça uso da  mente de Cristo

Há muita gente acertando com interesses errados, e muita gente que erra com intenções nobres Deus olha para as ações da humanidade e presta atenção na motivação de cada um. Toda pessoa que possui a Jesus Cristo deve imitar o jeito que o Senhor observa cada um de nós.

Façamos uso da mentalidade cristã, sempre.

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1 - http://pointrhema.blogspot.com.br/2012/11/ana-paula-valadao-pede-perdao-pelo.html
2 - http://pointrhema.blogspot.com.br/2012/11/ana-paula-valadao-pastores-barrigudos-e.html
3 - http://pointrhema.blogspot.com.br/2012/11/ana-paula-valadao-pastores-barrigudos-e.html  

Atualização: 11/11/12 - 16h27