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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

EBD - terceiro trimestre 2012 A vida plena nas aflições

A revista Lições Bíblicas, publicação da CPAD, Vencendo as Aflições da Vida, matéria número 14, aborda a prisão de Paulo, quando ele escreveu a carta aos crentes da cidade grega de Filipos. O comentarista Eliezer de Lira e Silva usa a situação de provação e sofrimento do apóstolo para construir um paralelo com o sofrimento de todos os cristãos de todos os tempos.

Onde Paulo estava preso?

Temos informação sobre o encarceramento e quais eram os destinatários da epístola que Paulo escreveu, mas não possuímos a informação do local, pois ele não disse onde era. Apenas deixou pistas ao referir à "guarda do palácio do governador" e comentou sobre pessoas do palácio do imperador (Filipenses 1.1, 7, 13-14; 4.22). Atos do Apóstolos revela que Paulo esteve preso duas vezes em Cesaréia (23.31-26.32) e em Roma (28.16-31). Como as expressões que o apóstolo usou podem se aplicar aos trabalhadores que estavam em atividades em Roma e também nas provincias, então, não podemos deduzir em qual localidade Paulo escreveu a carta.

Uma das faces das tribulações do apóstolo

Jesus Cristo revelou a Ananias o futuro de Paulo: "Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" - Atos 9.15-16.

É fato:  Jesus Cristo avisou que no mundo teríamos aflições (João 16.33). Então nenhum cristão deve viver em ilusão, acreditar na falácia de que não terá problemas porque está convertido a Cristo, como se a vida cristã fosse um "mar de rosas". Mas, é preciso entender a razão de precisar passar algumas fases da vida com o coração aflito.

A experiência paulina contém uma lição preciosa a todos nós. Os episódios das prisões de Paulo são partes da colheita de muita coisa ruim que ele plantou antes da sua conversão. Antes de se converter, ele foi responsável pela orfandade de muitas crianças, viuvez de esposas, por pais e mães enterrarem seus filhos (Atos 9.5).  O apóstolo sabia disso, e escreveu o seguinte: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido" - Gálatas 6.7-9.

Quem plantar em sua vida abrolhos - planta que dá frutos espinhosos -, não ore a Deus pedindo para Ele trocar sua colheita ruim por uvas deliciosas ou outra espécie de fruta palatável. Ele é justo e não responderá este tipo de oração.

O próprio Filho do Altíssimo alertou a Pedro sobre o resultado da semeadura, quando o discípulo fez uso da violência contra o soldado Malco: "Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão" - Mateus 26.52. Ou seja, quem causar sofrimentos, também sofrerá.

No livro de Provérbios está escrito que "os justos se libertam pelo conhecimento" (11.9). Faça uma boa plantação e terá resultados prazeirosos. O cristão deve ser justo e praticar o bem para colher coisas boas, nenhum injusto receberá bênção por cometer injustiças. O injusto deve esperar apenas o galardão das suas injustiças (2 Pedro 2.12-14).

Ninguém deve acreditar que a excelente colheita que o próximo recebe poderá ser transferida para si e que a sua colheita, de péssima qualidade, é transferível aos outros, que dela não são responsáveis pelo plantio. Cada um recebe a porção que plantou. Deus é justo, não permite que o plantador da oliveira perca o direito de receber o produto de sua colheita, e em troca das olivas receba espinhos, plantadas por decisão de seu vizinho inconsequente.

As colheitas de aflições e a inveja

"E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros" - Gálatas 5.24-26.

O vício de irritar o irmão é uma obra carnal, e como temos visto aborrecedores de irmãos! Ser promotor de irritação é uma das modalidades de escárnio, ser escarnecedor é proceder em direção contrária ao desejo do Espírito. Assim sendo, nenhum pirracento espere colher o amor de Deus aqui nesta vida e na eternidade, se não se converter do seu mau caminho.

Ah... Produza o bem, para não correr o risco de experimentar as colheitas de aflições e possuir olhar de inveja sobre os benefícios que seu irmão usuflui.

Encontramos a situação deste tipo de inveja na passagem O Rico e Lázaro. Lázaro desfrutava de bem-estar no seio de Abraão, ele colhia bênçãos como uma recompensa por crer em Deus e não haver praticado males durante as experiências de muitas privações enquanto em vida terrena. Ganhou o direito das benesses divinas porque não praticou males. O rico, que não o socorreu enquanto o via sofrer na Terra, ao passar a colher frutos do egoísmo e indiferença que plantou, sofrendo no inferno, ordenou a Abraão que orientasse Lázaro a serví-lo com um pouco de água. O rico desejava receber a colheita que não merecia e nem lhe pertencia! (Lucas 16.24)

Os participantes das aflições de Cristo e os cristãos inconsequentes

O apóstolo Paulo e outros apóstolos sofreram perseguição religiosa. Mas, eles não foram pessoas perfeitas e sem pecados, cometeram erros e colheram o fruto de seus equívocos também.

Alguns cristãos enaltecem o sofrimento dos apóstolos, como se as aflições deles fossem da vontade de Deus, um espetáculo que o Criador gosta de assistir de camarote. Para estes, eu costumo dizer que é necessário observar como era a vida e como foi o fim que os apóstolos tiveram, é preciso fazer a contextualização histórica. Eles viveram em outro cenário político, outros costumes, outra sociedade. Não é possível fazer uma comparação sem levar em consideração todas as diferenças existentes entre o passado e o presente. Além disso, nem tudo o que Deus permite é de Sua vontade, muitos acontecimentos ocorrem por causa do uso equivocado do livre-árbritrio que o ser humano tem, por não saber usar a liberdade de maneira correta (1 Corintios 8.9; Gálatas 5.13, 1 Pedro 2.6).

"Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte" - 1 Pedro 4.13-16.

Talvez, lembrando-se do episódio em que foi repreendido por Jesus quando usou a espada e cortou a orelha de Malco, Pedro escreveu abordando o cuidado que devemos ter em nossas ações. Ele fez uma distinção quanto ao tipo de aflições que o cristão está sujeito a passar.

Conclusão

Nem todos os reveses acontecem na vida do cristão por causa da fé em Cristo. Muitos aflitos sofrem por plantar abrolhos, cardos, espinhos - e se machucam com eles. Em momentos de aconselhamentos espirituais, é comum encontrar quem reclame de momentos maus que atravessam sem enxergar sua parcela de culpa. Ao analisar o problema, percebemos que elas também provocaram o mau que as aflige.

"Abstende-vos de toda a aparência do mal" - 1 Tessalonicenses 5.22.

Conheço uma pessoa que possui problema na vista, ela enxerga muito mal. Apesar disso, desloca-se pela cidade como motorista. Por diversas vezes já passou pela iminência de acidentes no trânsito. Nega-se a fazer a cirurgia que expele a catarata, apesar de muitas pessoas próximas lhe recomendarem que faça isso. Caso ocorra o pior, será uma colheita previsível e não a mera fatalidade.

Existem muitas circunstâncias na vida parecidas com essa, porém menos drásticas. A pessoa que não se aplica aos estudos terá um futuro pouco promissor; o profissional que não se qualifica poderá perder sua vaga para o colega que faz reciclagem de seus conhecimentos; o sujeito que não se alimenta de maneira balanceada, poderá desenvolver doenças no estômago, ou diabetes. Etc.

É comum encontrar muita gente usando o exemplo das aflições dos apóstolos como um espelho do que significa ser cristão autêntico.  Enaltecem as aflições que os cristãos hebreus passaram, como que se a vida feliz e em tranquilidade aqui na Terra fosse estar totalmente fora da vontade de Deus.

Se o sofrimento que experimentamos ocorre por causa da fé, então, somos felizardos espiritualmente. Mas, se é motivado por atitudes inconsequentes, resta-nos lamentar e nos esforçarmos para mudar a espécie de plantação que estamos fazendo hoje, para recebermos no futuro momentos bons como colheita. É preciso abandonar erros, passar a agir corretamente para alcançar dias melhores.

Quem cuida de sua semeadura, fazendo o plantio de acordo com a Palavra de Deus, estará sujeito a ser afligido com algum grau de perseguição religiosa, por causa do seu amor a Cristo, porém, com toda certeza, sofrerá bem menos do que a pessoa que  lança em sua vida sementes de irresponsabilidades, maldades, indiferenças e ódio.

E.A.G.

sábado, 22 de setembro de 2012

Sinais do fim dos tempos nas relações interpessoais


Esta postagem aborda um tema encontrado na revista Lições Bíblicas da escola dominical, dirigida aos jovens de 15 aos 17 anos, publicação da editora CPAD, cujo tema é O Que a Bíblia Fala Sobre o Futuro da Igreja, A lição número 2 trata sobre os sinais do fim, que abrange muitas situações. Eu abordo a questão do relacionamento entre as pessoas.

Em Mateus 24, encontramos a passagem em que Jesus Cristo nos alerta, dizendo que nos últimos dias o amor de muitos se esfriará que o crente fiel estará sujeito a passar por muitas tribulações. Ao escrever isso, a minha ideia não é desanimar ninguém, apenas ressalto o conteúdo bíblico.

 Os sinais do fim dos tempos no relacionamento interpessoal

 Sobre o fim dos tempos, o cristão precisa estar ciente o que as Escrituras dizem, para evitar se induzido ao erro. Por desconhecer o conteúdo da Palavra de Deus, muitos estão sujeitos a ser atraído pelo erro travestido de piedade.

 “Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: "O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação". Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existiam céus e terra, esta formada da água e pela água. E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios” - 2 Pedro 3.3-7.

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” – 2 Timóteo 3.1-5.

O desprezo da fé na igreja

A Bíblia diz claramente que nos últimos dias surgiriam muitas pessoas apostatando da fé, gente que poderá se apresentar como crente em Deus mas na prática agirá como quem não é. O local da apostasia é o ambiente religioso, as igrejas institucionais. Então, o cristão sincero, que serve ao Senhor com toda sua alma, corpo e coração, poderá ser questionado e até perseguido por religiosos escarnecedores, sem afeto natural (2 Timóteo 3.3; 2 Pedro 3.3).

O Novo Testamento descreve um cenário de estresse para quem é fiel, avisa sobre a existência de falsos mestres, pregadores populares que terão muitos seguidores, diz que os tais pregação ensinos que se oporão às orientações do evangelho genuíno. Possivelmente, eles agirão assim movidos por lucro financeiro (2 Pedro 2.1-3).

Está escrito que nos últimos tempos aparecerão pessoas fazendo milagres. Surgirão falsos profetas e falsos cristos, eles farão milagres espetaculares, e ao mesmo tempo desprezarão a vida eficaz em piedade, não praticarão as nove características do fruto do Espírito, serão pessoas carnais (Mateus 24:11, 24; 2 Timóteo 3.3; Gálatas 5.16-23). 

A sociedade e a igreja fiel

No fim dos tempos, diz a Bíblia que o amor se esfriará. É o que vemos na sociedade dos dias atuai. A moral declina e se multiplicam os números das taxas de abortos, adultérios, divórcios, roubos, mentiras e assassinatos (Mateus 24.12). 

Muitas pessoas trocam a verdade pela fantasia, não suportam a sã doutrina (2 Timóteo 4.4). Por isto, é importante os pais cristãos estarem alertas com relação ao aprendizado de suas crianças no mundo secular, para que não se desviem da verdade ao se confrontarem com o que a sociedade alega. O que as crianças estão aprendendo sobre a Páscoa e o Natal? Elas sabem sobre o nascimento de Jesus, ou apenas têm as referências das fábulas, que apresentam ovos de chocolate, coelho e o mito Papai Noel?

E.A.G. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Instrumentos musicais na Bíblia Sagrada

É evidente que há referências frequentes no Antigo Testamento, demonstrando que a música sempre desempenhou papel importante na cultura hebraica. O inventor da música foi Jubal, filho de Lameque, que "foi o pai de todos os que tocava harpa e flauta" - ver Gênesis 4.21.

Depois vemos Labão, quando repreendeu Jacó em Gênesis 31.27 porque saiu sem lhe permitir a alegria da despedida com cânticos, com tamboril e harpa. Depois das batalhas havia cânticos de triunfo - ver Êxodo 15.20.

Os instrumentos, entretanto, pertenciam a outras nações antigas do Oriente Médio, principalmente os Egípcios.

Os instrumentos mencionados na Bíblia podem ser divididos em três grupos musicais de corda, de sopro e de percussão.

1 - Instrumento de corda

Harpa - É o primeiro instrumento musical mencionado na Bíblia em Gênesis 4.21 e é o único instrumento de cordas referido no Pentateuco. Essa alusão sugere que tal instrumento talvez tenha tido origem na Síria. Tem havido diferenças de opinião, se tal instrumento era realmente a harpa ou era a lira

Era um dos quatro instrumentos musicais levados perante os jovens profetas - ver 1 Samuel 10.5. Não se tem certeza quanto ao número de cordas deste instrumento. Em 1 Crônicas 15.21 diz que era oito cordas, mas a alusão da passagem está longe de ser definitiva.

A palavra harpa é igualmente empregada tanto em nossa versão portuguesa como em outras, para traduzir o termo aramaico qitros, que ocorre somente entre os instrumentos da orquestra de Nabucodonosor - ver Daniel 3.5. Vem da mesma raiz de onde se originou a palavra europeia guitarra.

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Saltério - Essa palavra se deriva do vocábulo grego que denota um instrumento tocado com os dedos, e não com um plectro (paleta). É geralmente aceito, que se trata de alguma espécie de harpa, embora sua descrição seja incerta. É mencionado em 1 Samuel 10.5 e, isso parece confirmar a opinião de que era de origem fenícia., embora houvesse pouco contato íntimo entre Israel e a Fenícia.

2 - Instrumento de sopro

Flauta - Esta palavra aparece seis vezes no Antigo Testamento. A flauta era usada em ocasiões festivas - ver Jeremias 48.36 - e também em lamentações como em funerais - ver Mateus 9.23.

Pífaro - Tradução dada por nossa versão do termo aramaico. Ocorre apenas em Daniel 3.7 e se deriva de uma palavra que significa "assobiar" ou "chiar". O som da maioria das flautas e pífaros é acompanhado de um som sibilante.

Trombeta - Ocorre com frequência no Antigo Testamento - ver em Jeremias 6.1. As principais trombetas eram de chifres de carneiro. Mais tarde foi utilizado o metal. 

3 - Percussão

Campainhas - É uma palavra hebraica que significa "bater" e se encontra apenas uma vez em Zacarias 14.20; também é conhecido por címbalos, e provavelmente se refere ao disco ou concha de metal fixada aos arreios dos cavalos, que a tem de ornamento para que produzam um som estridente.

Címbalo - Essa palavra vem do grego, que significa vibrar ou tremer - ver em Salmo 150.5. Sabe-se da existência de dois modelos de címbalo.

a. Consistia de dois pratos chatos de metal, cada um seguro por uma das mãos e batidos um contra o outro.

b. Tinha formas de taças. Uma delas fixa e a outra era batida firmemente contra a primeira. No Salmo 150.5 há alusão a essas duas espécies de címbalos, ainda que não passe de uma conjectura.

Tamborim e pandeiro - Instrumento que se segurava e se batia com as mãos. Era usado para o acompanhamento do cântico e da dança -ver em Êxodo 15.20; e sempre associado com alegria, regozijo - ver Isaías 5.12, e festividades triunfais - ver em 1 Samuel 18.6.

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Fonte: Apêndice de Bíblia Sagrada Edição em Língua Portuguesa - Torá Liv. e Editora Ltda.