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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O cristão e a fé que triunfa


Causa muita estranheza  encontrar pessoas que se dizem cristãs, mas censuram quem prega a fé que gera vitória. Eu estranho muito porque não encontro nas páginas de Bíblia Sagrada textos que digam que a fé conduz à derrrota.

"Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" - 1 João 5.4.

Deus é maior e é justo

Temos que crer que Deus é maior do que o imundo que está neste mundo, o diabo já está derrotado, ele está sentenciado por Deus a ser esmagado, igual barata, debaixo de nossos pés (Romanos 16.20). Portanto, nós cristãos não somos apenas vencedores. Está escrito: "em todas as coisas somos mais do que vencedores por aquele que nos amou" (Romanos 8.37). Vale repetir: mais que vencedores em todas as coisas! Todas as coisas! Todas, todas, todas!

Hoje, tive contato com duas afirmações absurdas, que são originadas na pregação do evangelho sem o poder de Deus, consequência da audição repetida de pregações que vai de encontro à fé geradora de vitória.

 1º - A lenda urbana

Cantar a música "Parabéns para você" e ao final gritar "ra-tim-bum" é amaldiçoar o aniversariante, pois a palavra é mágica, seria usada por magos persas e feiticeiras na idade média. Seria algo equivalente a dizer "eu amaldiçoo você".

Nada é capaz de quebrar o laço de união entre Deus e o ser humano fiel ao Senhor. Por quê? Porque Deus olha o interior do coração humano, Ele considera intenções e não apenas as ações (Marcos 12.14). A pessoa que canta para outra, parabenizando-a por mais um ano de vida, com o coração sincero e cheio de boas intenções, não faz mal algum para ninguém e nem para si mesma.

Focando na passagem neotestamentária de Marcos 12.33, vemos que se a pessoa canta Parabéns para você, com amor no coração dirigido ao aniversariante, não peca. Ora, amar o próximo como a você mesmo é obedecer o mandamento do amor. Jamais a obediência ao Senhor será configuração de pecado!

2º - A paciência é sinal de fraqueza?

O cristão vive uma luta constante da carne contra o espírito. E as Escrituras nos mostra que é possível viver em novidade de vida, basta querer.

No entanto, uma pessoa, que está no meio evangélico há mais de trinta anos, me surpreendeu negativamente. Ela retrucou uma outra pessoa cristã, dizendo que usar a paciência é algo ruim, pois quem é paciente é vencido pelas lutas. Tal pensamento é carnal, quem pensa desse jeito está equivovado.

O quê a Bíblia Sagrada informa?  Eu quis ser bem direto ao responder. E disse: "Está escrito em Gálatas que o crente deve agir pacientemente, pois a paciência é fruto do Espírito, e quem não produz o fruto do Espírito irá para o inferno."

 Vejamos.

"Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, (paciência) benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei."

Gálatas 5:16-23,  parenteses e grifos meus.

Conclusão

Precisamos cada vez mais fazer da Bíblia Sagrada a nossa regra de fé e conduta, pois apenas ela é divinamente inspirada é pronta para nos corrigir, dar resposta, ensinar em justiça; é a única luz para nossos pés e luz para nossos caminhos (2 Timóteo 3.16: Salmo 119.105).

Com Jesus Cristo somos vencedores, vencemos o inimigo de nossas almas e vencemos a força da carne.

E.A.G.

EBD 2012 - Éfeso: a igreja do amor esquecido

Pastor: cabeça da igreja? 

Amados, a questão que eu levanto é pelo fato de ver como o pastorado nos dias atuais é considerado nas igrejas brasileiras. O posto de pastor é visto como uma questão de prestígio e de mando. Não generalizo, existe exceções.

Muitos olham para a função do pastor e o considera como sinônimo de chefia, refere ao posto de pastor como “cabeça”. É um equívoco, pois a única cabeça da Igreja é Cristo, não é o ser humano (Efésios 5.23). 

O que as cartas às igrejas da Ásia ensinam sobre os pastorados masculino e feminino?

Com todo respeito e equilíbrio, vamos refletir mais sobre o posto de pastor, principalmente quem usa a pedagogia das lições bíblicas da CPAD, e agora estudam o tema As Sete Cartas do Apocalipse.

Lembremos: é escrito um recado de Cristo a cada uma das sete comunidades eclesiásticas, e o conteúdo é dirigido à pessoa responsável pela comunidade cristã, que é chamada de anjo da igreja. Não há dúvida, neste caso “anjo” não se trata de um ser angelical, mas de ser um humano. Então, com o uso deste simbolismo, cabe considerar que anjos não têm sexo, portanto, em nenhuma das sete cartas existe indicação que a posição do líder da igreja deve ser alguém do gênero masculino. Digo isso colocando nesta reflexão a perspectiva do conteúdo em nível geral, e não local às congregações asiáticas contemporâneas do apóstolo João.

Um depoimento

Bem, levando em consideração que o oposto de amor é a indiferença, não apenas o ódio, segue um relato sobre o meio cristão.

Sou paulista, paulistano. Porém, a minha origem também está em Pernambuco. O pai é de Jaboatão dos Guararapes e a mãe de Recife.

Tive a oportunidade de conhecer uma senhora, que no começo de 2012 partiu para a glória perto dos 90 anos. Chamava-se Percides. Era amiga dos meus pais, me viu crescer. Era pernambucana. Gostava de visitar minha casa. Moro perto do templo, então, por diversas vezes aos domingos ela chegava quase três horas antes do culto iniciar para conversar, tomar refrigerante ou cafezinho. Eu, acompanhado da minha esposa, ficava na sala ouvindo-a falar muito sobre a Assembleia de Deus das décadas de 1940/50, época em que ela era jovem e morava no nordeste. Segundo ela, uma época de milagres e conversões impactantes.

A irmã Percides dizia que evangelizava muito, abria pontos de pregações em locais que não haviam chegado nenhuma missão assembleiana. Seu ministério começava ao ar livre, até alguém se converter e ceder a casa para cultos, e ali o número de membros crescia. Ela pregava, cantava, visitava enfermos e orava por eles e eram curados. Praticamente, tudo funcionava por ministério feminino, sendo ela a líder. Quando o ponto de pregação prosperava, chegavam os pastores e o local era oficializado como uma congregação da Assembleia de Deus, e eles tomavam a frente. Então, ela começava tudo outra vez, do zero... E foi assim até que viesse com o marido para São Paulo.

Aqui na capital paulista, por muitos anos a irmã Percides ocupou o posto de dirigente de Círculo de Oração e de professora de escola dominical. Gostava de evangelizar as pessoas mais duras de coração, como os ateus. Os convertidos tinham sua atenção, ela fazia discipulado dos neófitos com paciência e longanimidade. Por intermédio da dedicação dela em consagrar-se ao Senhor, os sinais do poder de Deus a seguiram. Sou testemunha ocular de pessoas abençoadas através do ministério cristão exercido por ela. Ela era alguém que amava as almas com bastante intensidade, era extrovertida, falante, de riso largo. Era casada com um homem de pouca conversa, porém cristão exemplar. Ele a apoiava em seus trabalhos da igreja. Ela nunca reivindicou o título eclesiástico, mas tenho a convicção que era uma pastora, pois sentia enorme satisfação em cuidar bem das ovelhas de Cristo.

Quem é contra mulheres no pastorado, não cogita que Deus nos dá o livre arbítrio. Note outras questões, como a escravatura. Existiam escravos na época da Igreja Primitiva e não há nenhum texto neotestamentário condenando essa questão. Pelo contrário, Paulo recomenda ao escravo Onésimo, aparentemente foragido, que retorne ao seu “dono”, Filemon. Por conta dessa passagem, por muitos anos muitos cristãos defenderam atividades escravagistas, como se elas tivessem o aval de Deus. Tanto Paulo como Pedro, nunca pediram alforria de escravos, apenas que os seus “senhores” os tratassem bem. O cerne da questão é que não há apoio bíblico para escravizar o ser humano, apenas o relato da situação aviltante existente nos tempos dos apóstolos.

Voltando para o assunto do pastorado feminino e da indiferença à honra que as mulheres merecem: não existe um só texto bíblico condenando o pastorado da mulher. Se o Espírito não quisesse mulheres pastoreando, não existiria gente crente como a irmã Percides. O vento sopra forte por meio de mulheres!

Penso que a mentalidade de quem proíbe mulheres pastoreando se equivoca com a função ministerial. Ser ministro significa ser aquele que serve, não é posto para ser servido. As mulheres são servidoras natas, é natural a elas serem assim.

Termino dizendo que sou partidário daqueles que pensam que uma mulher deve receber o título de pastora. Pessoas, como a irmã Percides, não deveriam ser vítimas do machismo por homens que se consideram servos do Deus que não discrimina ninguém.

E.A.G.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fé, ética, conflitos, e a perseguição religiosa do Conselho Federal de Psicologia do Brasil

Perseguição religiosa no Conselho Regional e Conselho Federal de Psicologia
Marisa defende discussão do papel do
 psicólogo  no tratamento da sexualidade.
Por Giuliana Azevedo

Uma polêmica recente envolvendo a psicóloga Marisa Lobo traz à luz a discussão sobre fé e ética e os modos de buscar sua coexistência. Será que a garantia constitucional à liberdade individual nos isenta de uma postura de neutralidade na prática do exercício profissional? Essa neutralidade é possível? E o Estado laico, assim como outras instituições, podem coagir o cidadão a deixar de manifestar suas convicções religiosas?

Marisa Lobo foi intimada pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) DO Paraná a retirar de seu site, blogs e redes sociais todo material que vinculasse sua profissão a crenças religiosas particulares, sob o risco de cassação do registro profissional. A psicóloga entende que está sendo perseguida, porém, afirma que não vai acatar a ordem do conselho, tampouco negar sua fé, e continuará a exercer suas atividades normalmente, ainda que sofrendo ameaças de algumas militâncias.

Para Marisa Lobo, o psicólogo acima de tudo é um ser humano, portanto, dotado de valores próprios. Alías, a Psicologia como "ciência da alma", também seria subjetiva, uma vez que apresenta teorias baseadas em percepções de diversos autores. Apesar disso, ela alega que não induz nenhum paciente às duas convicções cristãs.

"Temos que entender que quem manda na terapia é o paciente. não o psicólogo. Se o desejo dele é seguir sua religião, sua tradição, não posso interferir como muitos psicólogos fazem, induzindo o paciente a acreditar que todas suas dores provém de falta de sexo ou fanatismo religioso. É uma teoria de desconstrução do sujeito. Tiram Deus da pessoa e a deixam só. Quem acredita em Deus, tem uma religião, uma fé, fica aleijado em suas emoções, e isso ninguém quer saber", afirma a psicóloga que defende mudanças no código de ética da profissão.

Entendendo a importância do debate, o líder da frente parlamentar evangélica, João Campos (PSDB-GO), disse que pretende levar o assunto para a discussão em audiência pública.

"A ética médica, inclusive a ética do profissional de psicologia, recomenda que o profissional ao tratar a um paciente use apenas a orientação da ciência médica e não suas convicções políticas, religiosas, filosóficas, etc. Mas daí querer impor um comportamento a esse profissional fora do seu consultório não é razoável no estado democrático", assegura.

Caso que se repete

Marisa Lobo não é a primeira a viver esse embate. Em 2007, a psicóloga Rozangela Justino recebeu censura pública do Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFP), que confirmou resolução do CRP do Rio de Janeiro. Foi alegado que Rozangela oferecia tratamento de reversão da homossexualidade, no entanto, a profissional não teve registro cassado.

Fonte: Jornal Nosso Tempo, nº 38, Março de 2002.

Marisa Lobo: Site Oficial blogYouTube | Twitter