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Arquivo | 14 anos de postagens

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A esquecida metodologia da prática apologética do apóstolo Paulo de Tarso

Infelizmente, não é difícil esbarrar em "apologistas cristãos" que se dizem integrantes de igrejas que reputo como boas. Encontro-os agindo diferente do que os apóstolos fizeram na Igreja Primitiva ao praticarem defesa da fé cristã. Apesar de usaram argumento de contestatação bem fundamentado bíblicamente, o método para contestar não está fundamentado na Bíblia Sagrada.

Difícil de entender? Explico mais: Paulo repreendeu Jesus na cara (Gálatas 2.11). Conversa pessoal, olhos nos olhos e muita coragem. Depois, ele fez comentário em carta remetida apenas aos seus discípulos.

Paulo, por carta enviada ao seu subordinado pastor Timóteo, citou nomes de obreiros censuráveis, gentes que faziam parte do ministério criado por ele. Vide: 2ª Timóteo 4.10, 14. Preciso lembrar que uma carta é um meio de comunicação pessoal, não é público?

Tudo era tratado reservadamente por Paulo, tratamento de refutações dispensados apenas contra quem ele era responsável espiritual e se encontrava em erro.

Olhamos os ditos apologistas de então, e a pergunta é latente: Qual é a sua relação espiritual, hierarquicamente, entre as pessoas criticadas e esses críticos? A resposta é que não existe nenhuma relação pastoral entre eles, e quase sempre não há vínculo ministerial entre os críticos e os consumidores de CDs, DVDs, blogs, sites, revistas.

Quem estiver envolvido nestas situações, que reveja seus conceitos sobre os significados dos termos pastorado, discipulado, evangelismo e apologia cristã.

"Todo radicalismo não presta". Quem se atreve a discordar dessa afirmação? O radical presta para quê? Numa rápida pesquisa bíblica você poderá encontrar mais de uma dezena de versículos fundamentando a afirmação de que ser radical é um erro grave.

O que a maior parte do pessoal que escuta criticos não consegue perceber, é que as críticas que eles ouvem quase sempre estão movidas por interesses inconfessáveis. Quais?

• Interesse pelo poder denominacional;

• Interesse em vender livros, revistas, CDs e DVDs de "ministrações" da palavra "apologética". Se quiser comprar, prepare-se para gastar ao menos 35 reais por um exemplar de livro.

• Arrecadar dinheiro como palestrante. Falar mal também é profissão de alguns! Ganha-se para falar mal de muita gente! Tenhamos olhos abertos e vejamos que existe de forma patente a "fábrica da língua grande".

Quer participar de uma palestra sobre apologética? Separe então uma nota de 50 reais e não espere receber um cafezinho dos patrocinadores do evento. Pelo contrário, eles incentivarão você a comprar outros materiais deles. Uns vendem só livros, outros vendem livros, DVDs, revistas. Infelizmente, muitos pensam  que isso é servir a Deus!

Não era desse modo (falar da vida alheia em público) que os apóstolos praticavam apologética na Igreja Primitiva, nada disso se assemelha com o que está descrito nas Escrituras Sagradas. A prática da apologia cristã, feita nos dias de hoje está desvirtuada totalmente.

Não se faz mais apologia cristã como fazia o apóstolo Paulo, está diferente dos registros encontrados no Novo Testamento. A prática desses "apologistas" de hoje assemelha-se às revistinhas de fofocas de atrizes e atores de novelas.

Para terminar essa postagem, quero esclarecer que nenhum crítico está acima de críticas; os críticos deveriam saber receber melhor as críticas contra eles, pois quase sempre merecem!

E.A.G.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A RELIGIOSIDADE SUPERFICIAL

Está escrito: "A palavra dura suscita a ira, mas a resposta branda desvia o furor" - Provérbios 15.1.

No momento de crise, alguns partem para a violência física. Outros, aos ardís da mentira, da dissimulação, da suposição. Nada disso são as estratégias de Deus para nós.

No momento de indignação, podemos escolher o que plantar para colher amanhã... Se usamos a brandura, colhemos paz e alegria... E se usamos as palavras duras, teremos que beber o cálice da fúria. É a Lei da Semeadura, que vale para o plano físico e para o plano espiritual (Gálatas 6.7).

Não estou debatendo com ninguém, isso é só uma lembrança das Escrituras.

Considerando que me dirijo aos espirituais, vale lembrar que "a ira do homem não promove a justiça de Deus" - Tiago 1.20. No momento de ira é importante ter cuidado para não pecar de nenhuma forma (Efésios 4.26).

Quem é apenas religioso, esquece-se de Deus quando provocado ou se sente injustiçado. Deixa de lado a pompa e circunstância da cartilha evangélica denominacional e pratica as obras da carne sem nenhum pudor (Gálatas 5.16-23).

É comum o cristão espiritual receber críticas de quem os observa em momentos em que não reage às maldades feitas contra si  praticando males. O homem não-espiritual não entende a razão de crentes espirituais negarem-se a apelar para a natureza humana. Tais observadores descrevem crentes espirituais como portadores de letargia e covardia. Na verdade, a ação do crente fiel ao esperar com paciência em Deus não é ser letárgico e nem covarde. É demonstração de fé em atividade.

O crente espiritual conhece seu Deus! Sabe que Ele é um ser que vê tudo, sabe de tudo e faz a justiça na dose certa e na hora certa. Sabe que Ele não está parado e O segue!

Esperar em Deus é permitir que Ele se mova em nossa frente, sempre esteja na frente de todas as situações. Esperar em Deus é deixá-lo em primeiro lugar, é prova de fé viva!
 
E.A.G.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Feliz foi Adão que não teve sogra

Por Jayme Kemp

Esta frase que aparece nos pára choques de alguns caminhões reflete um pouquinho daquilo que o homem pensa de sua sogra. Dou graças a Deus pela minha sogra. Ela é um "jóia". Não interfere de forma alguma em nosso relacionamento conjugal. Mas, o melhor de tudo é que ela mora há dez mil quilômetros de distância! Estou brincando é claro! Gosto muito dos meus sogros. Afinal de contas, me deral uma pessoa muito preciosa: a minha esposa.

Não tenho tido muitos problemas no relacionamento com meus sogros. Eles contribuem bastante para nossa vida conjugal, não somente na área financeira (cuja participação tem sido muito significativa), mas também nos encorajam, aconselham e execem influência positiva na vida de nossas filhas.

Estou consciente de que, para a maioria das pessoas, é muito difícil abordar o assunto sogros. Em muitas famílias esse tipo de relacionamento compõe-se num verdadeiro campo de batalha.

É preciso que, constantemente nos lembremos de que a família é invenção de Deus. Portanto, Ele tem a orientação exata para todos os relacionamentos familiares. Gênesis 2.24 é um versículo muito importante pois, nos dá as bases para a edificação da família. Isso é comprovado pelo fato de, séculos mais tarde, Jesus haver se referido a essa passagem quando falou sobre a família, em Mateus 19.4-5. O apóstolo Paulo em suas exortações sobre o casamento, em Efésios 5.22-33, também se referiu a este trecho. Os princípios eternos de Deus sobre a família são aplicáveis a qualquer época e cultura.

Em Gênesis 2.24, Deus dá uma "dica" importante para nosso relacionamento com os sogros. "Por isso deixa o homem pai e mãe...".

Deus disse que o homem e a mulher precisam deixar mãe e pai. É um "deixar" emocional . O homem assume uma nova função: passa a ser o marido de sua esposa. O mesmo acontece om a mulher que passa a ser a esposa de seu marido. Ambos "deixaram" seus pais no sentido de que assumiram uma nova função dentro da família. Portanto, para que este novo relacionamento entre os recém-casados possa ser desenvolvido normalmente, o cordão umbilical precisa ser cortado. Isto não significa que os filhos vão cortar o contato com seus pais, ou que, vão abandoná-los ou ignorá-los. Significa, porém, que os filhos vão se desligar emocionalmente da depência dos pais, que durante a vida deram segurança, proteção e apoio financeiro. Se este "deixar" não acontecer, o "unir-se", que significa cimentar, será prejudicado. Se esxiste um presente que os pais podem dar a seus filhos, no dia do casamento, esse presente é a libertação. Os filhos precisam saber disso. Portanto, é importante que os pais expressem esse compromisso verbalmente. Isto pode ser usado para cimentar o novo relacionamento.
 
Esse deixar é uma das responsabilidades mais difíceis para os pais. E não somente para os pais mas também para os filhos. Deixar mãe e pai pode ser uma das decisões mais difíceis e dolorosas de se tomar. De fato, em muitos casos, casais têm sido prejudicados em seu relacionamento porque os filhos nunca se desligaram emocionalmente de sua família.

Falando em se desligar dos pais, quero adicionar uma palavra. Seu marido é seu marido e não seu "pai". Sua esposa é sua esposa e não sua "mãe". Você pode achar que não tem importância usar estes termos para se dirigir a seu querido ou querida. Mas creio que isto é capaz de atrapalhar o sentimento de romantismo de um para com o outro. Você deixa pai e mãe, não se casa com eles.

Para ilustrar a importância disso, quero narrar a história de Roberto e Andréa. Recém-casados, Andréa estava certa tarde na cozinha preparando o jantar. Aí ela pensou: "Que farei para a sobremesa? Ah, já sei... pudim de caramelo!" Ela nunca havia feito pudim de caramelo, mas estava na hora de aprender. Abriu o livro de receitas e seguiu fielmente as instruções. Roberto chegou e os dois jantaram. Chegou, então, a hora da sobremesa. Com todo orgulho Com todo orgulho ela tirou da geladeira seu primeiro pudim de casamento e serviu ao marido com todo carinho. Ao dar a primeira colherada Roberto fez uma careta e disse:

- Querida, você precisa aprender a fazer pudim de caramelo igual ao da minha mãe!

Com isso, a recém-casada começou a chorar e aquele casal teve sua primeira briga porque o marido ainda não tinha se desligado emocionalmente de sua mamãezinha!

É importante que os pais planejem, de preferência antes do casamento, a melhor maneira de contribuir para o sucesso do novo lar.
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E.A.G.

Artigo publicado na revista Christian Life, 1995.
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Jayme Kemp é norte americano, proveniente da Califórnia, formado no Werstern Seminary, em Portland, Oregan, e na Universidade Biola, California, onde recebeu o doutorado em “Ministério da Família”. Casou-se em setembro de 1965 com Judith – palestrante, escritora e enfermeira - e ambos viram ao Brasil em 1967 como missinários da Sepal. Em 1998 Jayme Kemp fundou a Sociedade Religisosa Lar Cristão. É autor de vários artigos publicados em jornais e revistas e escritor de mais de 50 livros publicados. Em 2007, a Sociedade Bíblica do Brasil publicou a Bíblia da Família, com a coletânea de textos de Jayme e Judith Kemp.