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quinta-feira, 28 de junho de 2007

As doutrinas de rigor ascéstico - parte 1 de 3

Asceta: indivíduo que se dedica por completo aos exercícios espirituais, mortificando o corpo; anacoreta; eremita; ermitão.

Ascético: Relativo ao ascetismo ou aos ascetas: vida ascética. Cenobita; devoto; místico; contemplativo; platônico; tratado acerca do ascetismo.

Fonte: Dicionário Michaellis 2000

A primeira pedra

Encontramos o termo "rigor ascético" na Bíblia Sagrada, em sua versão Almeida Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil. Está lá na carta do apóstolo Paulo aos cristãos colossenses, capítulo 2 e versículo 23. O termo equivalente na versão Almeida Revista e Corrigida é disciplina do corpo.

Esse trecho bíblico é pouco utilizado nas igrejas. Nos meus quase 29 anos como cristão evangélico não me lembro de alguém ter pregado sobre ele, usando-o como texto central da mensagem. E creio que é fácil entender os motivos. Paulo discorre sobre a natureza da carne, comentando sobre a satisfação carnal através da religiosidade. O apóstolo escreve sobre os excessos de "não-podes" e "não-toques" dizendo que estas ordenanças são desagradáveis ao Senhor por propiciar apenas a falsa aparência de santidade.

Paulo encontrou na cidade de Colosso uma igreja que estava se desviando do Evangelho sem abandonar a religiosidade. Alguns crentes começaram a entrar em hábitos de abstinências alimentares, observância de dias e até adoração aos anjos. Para isso, reivindicaram, misticamente, o apelo das visões. E dentro desse circulo de práticas das regras auto-impostas,  apresentavam-se falsamente como gentes humildes perante todos, ao orgulharem para si mesmos sentiam-se mais limpos e santos do que os outros cristãos que estavam fora das regras que eles praticavam.

Apenas a Palavra de Deus não é vaidade

Ora, tudo abaixo do sol é vaidade. Por que ter vanglória? (Eclesiastes 1.2).

Sabemos, quem nos purifica é só Jesus. As obras humanas não limpam o homem. O único ato ascético eficaz, quem fez foi Jesus ao morrer na cruz em nosso lugar, após viver sobre a terra sem cometer nenhum pecado.

Não existe regra maior do que a Palavra de Deus. Através das Escrituras vemos o que é proibido e o que não é (Salmo 119.105). Quando não existe um “NÃO” bíblico, então, não é sensato inventar proibições, se o assunto é da esfera da fé. O argumento do apóstolo é simples e prático: Cristo nos libertou e não devemos nos deixar prender novamente. Os tabus dos asceticismos religiosos são grilhões que precisam ficar para trás em nossas carreiras espirituais.

A lição na parábola do bom samaritano

É importante observar que os cristãos falham muito ao mandamento do amor ao próximo quando impõem regras denominacionais às pessoas. O Evangelho nos diz que só em Cristo, pela fé, somos salvos. Porém, a religião passa a falsa esperança de que a obediência às cartilhas de regulamentos garante a salvação.

A parábola do bom samaritano é um ótimo exemplo dessa troca de valores. Um homem estava moribundo. Passou por ele o sacerdote, depois o levita. Os dois religiosos agiram com total indiferença quanto ao estado de falta de sorte do viajante. Ambos lembraram-se das regras cerimoniais e não quiseram ficar impuros, pois o viajante estava à beira da morte e segundo a Lei tocar em cadáver causava impureza e impedia que eles participassem das oferendas e demais tarefas no templo (Números 5.2). Surgiu, então, o samaritano e antes de pensar em regras religiosas lembrou-se do mandamento do amor e socorreu o necessitado.

Socorrer é amar na prática

1. Socorro espiritual : Tiago 2.14-24:

Quão triste é ver crentes que hoje em dia ao se depararem com alguém que tropeçou na fé, talvez portanto a falsa sensação de superioridade, se arvoram como guardiões dos valores morais e criticam exigindo perfeccionismo dos caídos, ao invés de estender a mão para levantá-lo. Onde está o amor na vida dos crentes ascéticos?

Bem asseverou o apóstolo Paulo, dizendo que o rigor ascético só satisfaz a carne, não agrada ao Senhor.

2. Socorro humanitário: Isaías 58.1-14:

Certa vez, troquei postagens numa rede social com uma pessoa que se apresentava como cristã. Falávamos sobre a fome no continente africano, e ele revelou a sua opinião. Para ele, o correto seria primeiro pregar a Palavra de Deus e só depois entregar a alimentação.

Ora, onde está o amor aos necessitados? Sem querer ser injusto com ninguém, nem generalizar nada, sei das exceções, digo que esses crentes são os que mais cobram a disciplina do corpo, que mais criam regras e pensam que são os únicos santos e puros na face da Terra.

Conclusão

Certamente que é preciso evangelizar, porém, tendo condições financeiras, é preciso demonstrar o amor que preconizamos. Junto com "a paz do Senhor" deve haver ajuda material também.

Os cristãos ascéticos se esqueceram que “a religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” – Tiago 1.27.

Parafraseando o versículo, amar o próximo é não se negar a ajudar quem estiver precisando, pois essa é a verdadeira atitude que agrada a Deus.

E.A.G.

Texto revisado: 24 de setembro de 2011.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Quando a mentalidade humana é transformada pelo Espírito

Sobre Tomés-da Silva e Crentes Avivados.

Apesar de Deus nos ter criado e depois ter dito que o resultado da sua criação era satisfatório, como cristãos, é um grande erro deixar-se guiar apenas pelos sentidos naturais.. As coisas do Espírito são do alto e não aqui da terra, do homem natural. Quando tratamos de casos alçados ao nível da fé de quase nada vale o tato, o olfato, o paladar, a audição e a visão.

Jesus subiu ao céu e em seguida nos enviou o outro Consolador para nos guiar. É espantoso ver algumas pessoas ignorarem isso. Gente de renome, o alto calibre no seio evangélico, escorregam diante dessa tão grande obviedade e desencaminharem-se pelos seus sentidos humanos. Principalmente a vista e os ouvidos, aquilo que vê e o que outros viram e lhe contam. 

Acredito que se um líder pentecostal segue por essa condição, não caminha para frente, patina, não sai do lugar ou caminha para trás. A mente humana que  está acostumada raciocinar tão-somente pelos seus cinco sentidos: o que pode conferir cheirando, apalpando, degustando, ouvindo e vendo, não é espiritual. Porém, a mente transformada usa os nove dons do Espírito Santo: dom da palavra da sabedoria; dom da palavra do conhecimento; dom da fé; dons de curas; dom de operação de milagres; dom de profecia; dom de discernimento de espíritos; dom de variedade de línguas; dom de interpretação de línguas.

Os dons são equipamentos espirituais, armas poderosas para para combater o inimigo que temos em comum, que é Satanás.

Quem não se lembra do lamento de Jesus a Tomé? E horrível constatar que  existem muitos Tomes-da-Silva, desprezam os dons do Espírito, não atinam que a definição de fé é o firme fundamento das coisas que se espera sem ver (Hebreus 11.1). Podemos parafrasear o texto: a fé é o firme fundamentos das coisas que não se tateiam, nem cheiram ou ouvem.

Na carta do apóstolo Tiago (3.13, 17-18) encontramos o padrão comportamental de quem vive segundo os impulsos da mente humana e de quem se entrega aos cuidados das orientações do Senhor.. "Existe entre vocês alguém que seja sábio e inteligente? Pois então que prove isso pelo seu bom comportamento e pelas suas ações praticadas com humildade e sabedoria. A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura, e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento. Pois a bondade é a colheita produzida pelas sementes que foram plantadas pelos que trabalham em favor da paz" - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

terça-feira, 26 de junho de 2007

A rotina e o fruto do Espírito

Por Eliseu Antonio Gomes

Fala-se muito mal da rotina. Que é um veneno dentro da vida em comum de um casal. Dizem que é a responsável pela sensação de chatice no dia a dia dos jovens; que ela acaba com a vontade de viver de qualquer pessoa. 

Mas não é bem assim. A rotina não é inimiga de ninguém. Não deveríamos combatê-la, apenas olhar para a viva com ângulos novos, e seguir adiante.

É tipo o bolo e o recheio. Mesmo que a massa saia do forno sem o sabor desejável, depois ela é coberta com chantilly. São muitos sabores das coberturas: morango, pêssego com ameixa, castanha do pará, pistache com limão siciliano, frutas vermelhas, chocolate etc. Ah... O bolo continua o mesmo, mas o creme que o reveste dá um toque especial. 

A vida é assim, a cobertura não precisa ser algo de valor financeiro, basta o valor emocional, sentimental. Uma festa pode sair caro, mas uma conversa bobinha não custa um centavo, um filme na televisão em companhia de alguém muda o dia da gente. 

A mais importante motivação é alcançar o alvo, que é Cristo. Não é preciso esforço algum, basta invocá-lo, e Ele vem pronto para salvar a alma cansada. Romanos 10.14.

Ande no Espírito, para ter forças e nunca abaixar a cabeça. Assim até em momentos de grandes adversidades, é possível ter a alegria necessária, a força motivadora que faz parte das nove características da personalidade do Senhor - Gálatas 5.16-23.

Recebendo a Jesus no coração, chegará um momento que viveremos no Céu. Jesus nos leva para a salvação eterna. Ele é Guia e Senhor, conduz filhos (as) ao Céu, para serem felizes com Deus (Hebreus 2.10). 

Enquanto este momento não chega, existe muito a ser feito por aqui. Boas oportunidades existem. Anime-se e vá buscá-las. "Agrade-se do Senhor , e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor , confie nele, e o mais ele fará" - Salmos 37.4-5.


Atualizado em 07 de abril de 2021. 13h31. Redação e acréscimo de imagem.

Reflita sobre esta inversão de papéis

A maioria das pessoas que vive no mundo possui uma ideia errada sobre liberdade. 

Lá no mundo, as pessoas acreditam que estão livres e dizem que nós, os cristãos evangélicos, não podemos ingerir álcool, não podemos fumar... Elas pensam que somos infelizes, que estamos presos dentro de um sistema de proibições, que vivemos em uma rotina de passar vontades.

A realidade é que são eles os prisioneiros. Estão presos aos vícios da bebida e do fumo, que os faz adoecerem e até morrerem. São incapazes de abandonar os hábitos de beber e fumar, não possuem forças para dizer não ao álcool e para a nicotina, mesmo sabendo que o uso dessas drogas causa cirrose e câncer.

Eles são vítimas de apetites desordenados porque não conhecem a Jesus, o Libertador. É Cristo quem liberta o ser humano de vícios e de todos os males que afetam a humanidade.

É por causa da ação libertadora do Senhor que o crente está solto e goza da condição de viver distante da tirania de diversas modalidades de vícios, está acima da opressão de kits suicidas. O crente até tem a opção de voltar aos erros, mas não retorna porque está ciente que o estilo de vida em escravidão não o fará feliz.

E.A.G.