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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pastorado feminino - notícias da Convenção Geral da Assembleia de Deus nos Estados Unidos




Por JC Santos


As Assembleias de Deus norte-americanas se reuniram em Orlando, na Flórida, para o 53º Concílio da Convenção Geral, entre 4 e 8 de agosto. Cerca de 30 mil delegados eram esperados no encontro. Muitos outros milhares puderam acompanhar através de uma cobertura maravilhosa, ao vivo, de alta resolução, online. Todas as reuniões plenárias foram transmitidas diretamente, sem cortes. As únicas interrupções eram as pausas para votar e para os períodos de alimentação. Os cultos também foram transmitidos ao vivo e com alta qualidade. Talvez a nossa Convenção Geral no Brasil se inspire para fazer o mesmo – será que seria tão respeitosa quanto os nossos irmãos denominacionais norte-americanos?

As notícias principais são:
O Pastor George Wood foi eleito com mais de 80% dos votos dos delegados presentes ao cargo de presidente da Convenção Geral dos Estados Unidos.
Atualmente ele servia no cargo de presidente concluindo a gestão do Pastor Thomas Trask, que serviu como líder das Assembléias de Deus Americanas por 14 anos e havia deixado o cargo vago, renunciando em 2007. Nesta Convenção de 2009 então o conclave elegeria o próximo presidente. Assim sendo, não foi o caso de reeleição, foi uma eleição. Anteriormente a isso, George Wood estava servindo como Secretário Geral da Convenção.
Pastor Wood, mesmo assumindo a vaga deixada pelo Pastor Trask temporariamente, demonstrou uma fenomenal liderança e eficiência em expansão administrativa e ministerial da denominação além de trazer uma estabilidade entre os ministros jovens e mais maduros atuantes hoje. O apoio à próxima geração é fantástico.
O conclave também aprovou importantes resoluções, entre elas estão a adoção de uma quarta razão para a existência do Concílio. A saber, o estabelecimento de ministérios que visam a atender as necessidades humanas, exercendo amor e compaixão através do serviço. Esta adoção vem a juntar-se às outras três razões para a existência da denominação (evangelizar o mundo, adorar a Deus e preparar os crentes para o serviço divino.
Outras resoluções determinaram a retirada da obrigatoriedade do ministro credenciado de pregar um determinado número de vezes por ano, que também o ministro credenciado esteja envolvido ativamente em um ministério, e a reafirmação da declaração da evidência inicial de falar em línguas como sinal do Batismo com o Espírito Santo.
Neste concílio também foi reconhecida pela primeira vez uma mulher ministra no Presbitério Executivo. A Pastora A. Elizabeth Grant. As Assembléias de Deus Americanas concedem licenças às mulheres que exerçam o ministério nos USA – a prática é seguida pela maioria das igrejas Assembléias de Deus ao redor do mundo. O Brasil é uma exceção neste tema em particular.

J. C. Santos é estudante de Teologia, 33 anos, carioca, casado, residente em Boca Raton, Flórida, Estados Unidos.

Texto adaptado ao blog.

Fonte: Falando Sério

sexta-feira, 13 de abril de 2012

EBD 2012 - Éfeso: a igreja do amor esquecido

Pastor: cabeça da igreja? 

Amados, a questão que eu levanto é pelo fato de ver como o pastorado nos dias atuais é considerado nas igrejas brasileiras. O posto de pastor é visto como uma questão de prestígio e de mando. Não generalizo, existe exceções.

Muitos olham para a função do pastor e o considera como sinônimo de chefia, refere ao posto de pastor como “cabeça”. É um equívoco, pois a única cabeça da Igreja é Cristo, não é o ser humano (Efésios 5.23). 

O que as cartas às igrejas da Ásia ensinam sobre os pastorados masculino e feminino?

Com todo respeito e equilíbrio, vamos refletir mais sobre o posto de pastor, principalmente quem usa a pedagogia das lições bíblicas da CPAD, e agora estudam o tema As Sete Cartas do Apocalipse.

Lembremos: é escrito um recado de Cristo a cada uma das sete comunidades eclesiásticas, e o conteúdo é dirigido à pessoa responsável pela comunidade cristã, que é chamada de anjo da igreja. Não há dúvida, neste caso “anjo” não se trata de um ser angelical, mas de ser um humano. Então, com o uso deste simbolismo, cabe considerar que anjos não têm sexo, portanto, em nenhuma das sete cartas existe indicação que a posição do líder da igreja deve ser alguém do gênero masculino. Digo isso colocando nesta reflexão a perspectiva do conteúdo em nível geral, e não local às congregações asiáticas contemporâneas do apóstolo João.

Um depoimento

Bem, levando em consideração que o oposto de amor é a indiferença, não apenas o ódio, segue um relato sobre o meio cristão.

Sou paulista, paulistano. Porém, a minha origem também está em Pernambuco. O pai é de Jaboatão dos Guararapes e a mãe de Recife.

Tive a oportunidade de conhecer uma senhora, que no começo de 2012 partiu para a glória perto dos 90 anos. Chamava-se Percides. Era amiga dos meus pais, me viu crescer. Era pernambucana. Gostava de visitar minha casa. Moro perto do templo, então, por diversas vezes aos domingos ela chegava quase três horas antes do culto iniciar para conversar, tomar refrigerante ou cafezinho. Eu, acompanhado da minha esposa, ficava na sala ouvindo-a falar muito sobre a Assembleia de Deus das décadas de 1940/50, época em que ela era jovem e morava no nordeste. Segundo ela, uma época de milagres e conversões impactantes.

A irmã Percides dizia que evangelizava muito, abria pontos de pregações em locais que não haviam chegado nenhuma missão assembleiana. Seu ministério começava ao ar livre, até alguém se converter e ceder a casa para cultos, e ali o número de membros crescia. Ela pregava, cantava, visitava enfermos e orava por eles e eram curados. Praticamente, tudo funcionava por ministério feminino, sendo ela a líder. Quando o ponto de pregação prosperava, chegavam os pastores e o local era oficializado como uma congregação da Assembleia de Deus, e eles tomavam a frente. Então, ela começava tudo outra vez, do zero... E foi assim até que viesse com o marido para São Paulo.

Aqui na capital paulista, por muitos anos a irmã Percides ocupou o posto de dirigente de Círculo de Oração e de professora de escola dominical. Gostava de evangelizar as pessoas mais duras de coração, como os ateus. Os convertidos tinham sua atenção, ela fazia discipulado dos neófitos com paciência e longanimidade. Por intermédio da dedicação dela em consagrar-se ao Senhor, os sinais do poder de Deus a seguiram. Sou testemunha ocular de pessoas abençoadas através do ministério cristão exercido por ela. Ela era alguém que amava as almas com bastante intensidade, era extrovertida, falante, de riso largo. Era casada com um homem de pouca conversa, porém cristão exemplar. Ele a apoiava em seus trabalhos da igreja. Ela nunca reivindicou o título eclesiástico, mas tenho a convicção que era uma pastora, pois sentia enorme satisfação em cuidar bem das ovelhas de Cristo.

Quem é contra mulheres no pastorado, não cogita que Deus nos dá o livre arbítrio. Note outras questões, como a escravatura. Existiam escravos na época da Igreja Primitiva e não há nenhum texto neotestamentário condenando essa questão. Pelo contrário, Paulo recomenda ao escravo Onésimo, aparentemente foragido, que retorne ao seu “dono”, Filemon. Por conta dessa passagem, por muitos anos muitos cristãos defenderam atividades escravagistas, como se elas tivessem o aval de Deus. Tanto Paulo como Pedro, nunca pediram alforria de escravos, apenas que os seus “senhores” os tratassem bem. O cerne da questão é que não há apoio bíblico para escravizar o ser humano, apenas o relato da situação aviltante existente nos tempos dos apóstolos.

Voltando para o assunto do pastorado feminino e da indiferença à honra que as mulheres merecem: não existe um só texto bíblico condenando o pastorado da mulher. Se o Espírito não quisesse mulheres pastoreando, não existiria gente crente como a irmã Percides. O vento sopra forte por meio de mulheres!

Penso que a mentalidade de quem proíbe mulheres pastoreando se equivoca com a função ministerial. Ser ministro significa ser aquele que serve, não é posto para ser servido. As mulheres são servidoras natas, é natural a elas serem assim.

Termino dizendo que sou partidário daqueles que pensam que uma mulher deve receber o título de pastora. Pessoas, como a irmã Percides, não deveriam ser vítimas do machismo por homens que se consideram servos do Deus que não discrimina ninguém.

E.A.G.