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A cidade de Filadelfia pertencia à província da Asia Menor, ao oeste da atual Turquia Asiática. Seu fundador foi Eumenes, o rei de Pérgamo, no século 2 a.C.. O nome Filadelfia tinha origem em Atalo, o irmão do rei, que recebeu da realeza a alcunha de Filadelfo, que significa leal, amigo.
A cidade era extremamente próspera, famosa por seus muitos templos e festividades religiosas. Haviam muitos judeus na cidade, e estes perseguiam os cristãos. Situava-se no extremo superior de um grande vale que se extendia até o mar, no alto de um platô fértil. Possuía um comércio bastante promissor, com elos diretos com as cidades de Esmirna e Sardes.
Os cidadãos de Filadelfia viviam acometidos pela insegurança de constantes terremotos. Em 17 d.C. houve um enorme abalo sismíco e a população foi obrigada a deixar a cidade e viver em tendas e ao ar livre. O governo reconstruiu Filadelfia e o povo retornou a ela, quando trocou o nome dela para Neokalsareia. Anos depois, sob o governo de Vespasiano, passou a ser chamada de Flavia. Atualmente, a região é designada como a aldeia de Alaseir.
A igreja de Filadelfia recebeu a sexta entre os sete cartas enviadas pelo apóstolo João às igrejas situadas na Ásia (Apocalipse 3.7-13). Assim como a igreja de Esmirna, não foi destinatária de uma repreensão do Senhor.
Nós sabemos que os seres humanos são pecadores. A vida desses irmãos não foi censurada porque eles viviam em amor, colocavam a Palavra de Deus em primazia. Apesar dos erros do cotidiano, amavam a Deus e amavam ao próximo. A prática do amor salva o pecador e cobre uma multidão de pecados (Tiago 5.20).
No Antigo Testamento encontramos um exemplo sobre essa situação. Davi - mencionado na carta no verso 7 - é descrito na Bíblia Sagrada como o homem segundo o coração de Deus, apesar do lamentável episódio de assassinato e adultério com Betsebá. A consideração recebida não se deve aos erros graves cometidos, mas pelo seu arrependimento sincero, por não sentir prazer em viver pecando, confessar e deixar o pecado (2 Samuel 11.1-27; Salmo 51.1-21).
As igrejas situadas em Esmirna e em Filadelfia pecavam, mas a maioria dos crentes dessas duas localidades eram verdadeiros e sinceros ao confessar suas falhas. Deus perdoa o pecador arrependido e não se lembra de todos os pecados confessados (Hebreus 10.16-17).
A carta ao anjo da igreja em Filadelfia faz alusão para algumas das circunstâncias da cidade. Da mesma maneira como Atalo recebeu o nome de Filadelfo por ser leal ao rei, os cristãos recebem a promessa de ganharem novo nome se permanecerem fiéis a Cristo. Assim como Filadelfia tinha dentro de seus limites territoriais uma região cujo solo gerava extrema prosperidade, os cristãos fiéis, que não negarem o nome de Cristo, possuem diante de si uma porta aberta que ninguém poderá fechar.
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A Bíblia Explica o Amor
E.A.G.
Consulta: O Novo Dicionário da Bíblia, volume 2, quarta edição, 1981 (Edições Vida Nova).