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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

JÓ ERA UM HOMEM PRESUNÇOSO



Esta é a segunda parte da minha reflexão bíblica contra a crença da impecabilidade de Jó.

Observe a audácia:

"Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo. Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado" - Jó 13.18, 23.

"Pois Jó disse: Sou justo, e Deus tirou-me o direito. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão" - Jó 34.5-6.

Sendo bem sucinto: Aqui encontramos um pecado de Jó de maneira muito clara. Mas é necessário contextualizar o texto para trazer a intensidade necessária de luz para entendê-lo. As Escrituras Sagradas explicam as Escrituras, então, não podemos ficar presos aos textos isolados.

Os versículos selecionados são obscuros ao leitor apressado. O grau de dificuldade pode ser comparado com 1 Samuel 28.3-25, quando Saul foi consultar uma feiticeira em En Dor. Surgiu um ser na consulta espírita e este ser é apresentado como o profeta Samuel, que já estava morto. Se a leitura ficar apenas neste capítulo, ou dentro deste livro, passaremos a crer que os mortos fazem contato com os vivos. E na verdade, após a morte segue-se o juízo (Hebreus 9.27).

Nos trechos da oração de Jó, selecionados e apresentados acima, podemos resumir tudo assim: Jó, uma criatura, julgava ao seu Criador, chamando-o de injusto e ao mesmo tempo dizendo que o justo era ele. As palavra de Jó mostram a arrogância em seu interior, com pensamentos de superioridade.

Essa atitude dele lembra bastante a oração do fariseu, na parábola do fariseu e do publicano, e o jeito de pensar do jovem rico sobre si mesmo. O fariseu orava batendo no peito orgulhoso de jejuar e orar, não roubar e ser ofertante e dizimista. O jovem rico dizia cumprir todos os mandamentos. Lembremos que Jesus conta que o fariseu, apesar das suas boas ações, não foi aprovado por Deus e que Jesus sondou o coração do jovem rico e diagnosticou que existia avareza nele. Conferir: Lucas 18.9-14; Mateus 19.16-23.

Jó pensar que era justo, que não tinha pecado algum, não quer dizer que não tivesse mesmo.

E.A.G.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

JÓ ERA UM HOMEM PECADOR



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Sobre os pecados de Jó
"E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa" - Jó 2.3.
Alguns cristãos lêem as Escrituras Sagradas e não colocam o texto dentro do contexto. E quando um versículo, ou capítulo, ou um livro, ou carta, é lido separado do restante da Bíblia Sagrada, o leitor fica à mercê de interpretação equivocada, como o pensamento de que Jó não pecava.
É preciso contextualizar para entender a condição deste servo de Deus. Para entender que Jó era um pecador é necessário usar o contexto bíblico. Ele era um ser humano como todos nós. Lemos em Romanos 3.23 a: “Todos pecaram...”
Talvez, a razão do equívoco sobre acreditar na impecabilidade de Jó venha pela descrição que recebe de Deus: um homem sincero, reto, temente e que se desviava do mal, alguém que possuía temor. Mas, ao contrário do que muitos pensam, ser temente ao Senhor não significa ser uma pessoa sem pecados. Uma pessoa temente peca, a diferença é que não sente prazer no pecado.
Jó sofreu o que sofreu por ser um pecador que abriu portas para o diabo agir na vida dele. Quem planta na carne colhe corrupção (Gálatas 6.7-8). Ele usou o livre-arbítrio, e pecou. O sofrimento surgiu como permissão divina devido os próprios erros; aconteceu por causa das escolhas erradas que fez; a vontade de Deus era abençoá-lo, como de fato chegou a fazer lhe prosperando em dobro no último capítulo do livro.
Em Jó 2.3 Deus não afirma que Jó era sem pecado, apenas afirma que não havia motivo para o consumir, mesmo sendo pecador. Vislumbramos de maneira sublime a misericórdia do Senhor, Ele não tem prazer na morte do ímpio, quanto mais de um homem temente como Jó era (Ezequiel 18.32).
Um dos contextos deste versículo é: "As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim" - Lamentações 3.22.
Comparando a definição de Davi e Jó
Vejamos o caso de Davi, que foi declarado como o homem segundo o coração de Deus: ele foi pecador, um adúltero e assassino.
Fazendo uma comparação entre as descrições bíblicas que encontramos para Davi e Jó, paremos para pensar na significância da descrição que Davi recebeu (ser um alguém segundo o coração de Deus). O grau de importância é grande, a ponto de não haver outra pessoa com honraria semelhante. Por tal magnitude Davi está mencionado na árvore genealógica de Cristo com bastante destaque entre os outros nomes que se encontram nela. E apesar da tamanha relevância, Davi falhou feio. E, diante deste quadro, fiz um paralelo da descrição bíblica de Davi com a descrição bíblica de Jó, o homem temente.
Quanto a descrição de Jó, ser uma pessoa temente a Deus, note que a descrição dispensada a ele não é exclusiva, há outros personagens bíblicos que também a receberam - e todos homens pecadores!
Há uma exceção quanto a não pecar. O único que viveu neste planeta e não pecou foi Jesus Cristo (Hebreus 4.14-16).
E.A.G.
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