Em seu plano de salvação, Deus oferece seu benefício a todos os homens. O convite à salvação é de uma extraordinária expressão do amor de Cristo por todos os perdidos e não apenas por alguns, eleitos ou predestinados de forma discriminatória:
"Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. 30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" - Mateus 11.28-30.
O convite é para "todos" os "cansados e sobrecarregados". Não apenas algumas pessoas estão nessa condição, mas "todos".
Jesus proclamou solenemente:
"Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" - João 5.24.
É tão simples, descomplicado e claro:
"Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus" - João 3.18.
Ao concluir sua missão e dar a grande comissão a seus discípulos, disse:
"Aquele, porém, que ficar firme até o fim, esse será salvo"- Mateus 24.13.
Antes já explicara que a condenação não decorre de alguma pessoa ser eleita ou não eleita, mas sim de não crer no unigênito Filho de Deus", e amar mais as trevas do que a luz (João 3.16-18).
I - As bases históricas da soteriologia
Foi nos séculos XVI e XVII, que, em meio aos impactos da Reforma Protestante, que homens de Deus foram levantados para estudar acuradamente as verdades bíblicas sobre a salvação do homem. Dentre esses estudiosos, destacou-se João Calvino, eminente professor e teólogo cristão de nacionalidade francesa. Sua visão da doutrina da teve e tem muitos seguidores, simpatizantes e discípulos. Sua tônica é a doutrina da eleição de alguns, predestinados para a salvação, por decreto de Deus, enquanto outros são destinados desde o ventre à condenação eterna, por decreto divino, visto que, na visão de Calvino, Jesus Cristo veio dar a sua vida pelos eleitos e não pelo mundo, ou por todos os homens [1]
As teses calvinistas tiveram o contraponto de Jacó Armínio, pastor da Igreja Reformada de Amsterdam,durante 15 anos (1588 a 1603); teólogo, professor da universidade de Leiden, de 1603 a 1609, na Holanda. Com a força dos argumentos fundamentados na Bíblia, Armínio tornou-se uma referência em matéria de soteriologia. Seus pontos de vista tiveram "o apoio de 44 ministros e teólogos das Províncias Unidas", nos Países Baixos [2]. Nos últimos anos de sua vida de apenas 49 anos, padecendo de enfermidade que o levou á morte (parece que os teólogos morrem cedo), Armínio legou para seus discípulos a sistematização e formulação de sua doutrina da salvação, que eles condensaram num documento histórico, em 1610, um ano após a sua morte, a quem deram o nome de Remonstrância.
II. A Remonstrância - síntese do Arminianismo
As obras de Armínio (1509) são exaustivas. Mas seu pensamento teológico foi resumido por seus discípulos, após a sua morte, de forma compreensível e condensada, num documento chamado Remonstrância. Chamados de "remonstrantes" [3], os seguidores da teologia de Armínio resumiram "em cinco artigos, o que Jacó Armínio teria defendido como a visão mais coerente e majoritariamente aceita e amparada pela história da igreja em relação à doutrina da salvação" [4] • A partir e seus cinco artigos, podem-se resumir o Arminianismo em cinco pontos doutrinários.
"Artigo 1
Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado - em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo - aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela mesma fé e obediência de fé até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os contumazes e descrentes, condenando-is como alheios a Cristo, segundo a palavra do Evangelho de João 3.36 e outras passagens da Escritura.
Artigo II
Que em concordância, com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um dos homens, de modo que obteve para todos, por sua morte na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; contudo, de tal modo que ninguém é participante desta remissão senão os crentes.
Artigo III
Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua própria vontade, de modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si mesmo e por si mesmo não pode pensar nada que seja bom - nada a saber, que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes de qualquer outra coisa. Mas que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu Santo Espírito, seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e vontade e em todas as suas faculdades, para que seja capacitado a entender, pensar, querer e praticar o que é verdadeiramente bom, segundo a Palavra dde Deus (João 15.5).
Artigo IV
Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticas qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou proveniente) que desperta, assiste e coopera. De modo que todas as obras boas e todos os movimentos para o bem, que podem ser concebidos em pensamento, devem ser atribuídos à graça não é irresistível, porque está escrito de muitos que eles resistiram ao Espírito Santo.
► Os cinco pontos do arminianismo (parte 2 de 5)
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1. Obras de Calvino: - De Clementia - obra anotada De Sêneca - 1532; - Psychopannychia - 1534; Institutos da Religião Cristã - 1536; e-Catéchisme de I'Eglise de Genève - 1542.
2. MARIANO, Wellington. O que é a teologia arminiana. p.17.
3. Apud MAIA, p. 62: "Os Remonstrantes são um grupo de mais de quarenta ministros e teólogos dos Países Baixos que deram continuidade ao desenvolvimento da teologia de Armínio, entre os quais se destacam Simão Episcópio (1583-1643), o conhecido cientista político Hugo Gr´cio (1583-1645), o político e diplomata João Oldenbarnevelt (1547-1619) e o ministro João Uytenbogaert (1557-1644). Eles escreveram um documento em defesa da doutrina arminiana, chamado Remonstrância, no qual discordavam das interpretações do ensinamento de João Calvino então vigentes na Igreja Reformada Holandesa". Os remonstrantes foram condenados como heréticos no Sínodo de Dort (1618-1619), que levaram a julgamento as teses de Armínio. E estabeleceram os 5 pontos do Calvinismo: Total desaprovação; eleição; eleição incondicional, Expiação limitada; Graça irresistívele Preservação dos salvos.
4. MARIANO, Wellington. O que é a teologia arminiana, p. 17.
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Fonte: revista Obreiro Aprovado, ano 38, número 75, 4º trimestre 2016, páginas 68, 69, 70, 77, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
"Artigo 1
Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado - em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo - aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela mesma fé e obediência de fé até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os contumazes e descrentes, condenando-is como alheios a Cristo, segundo a palavra do Evangelho de João 3.36 e outras passagens da Escritura.
Artigo II
Que em concordância, com isso, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um dos homens, de modo que obteve para todos, por sua morte na cruz, reconciliação e remissão dos pecados; contudo, de tal modo que ninguém é participante desta remissão senão os crentes.
Artigo III
Que o homem não possui por si mesmo graça salvadora, nem as obras de sua própria vontade, de modo que, em seu estado de apostasia e pecado para si mesmo e por si mesmo não pode pensar nada que seja bom - nada a saber, que seja verdadeiramente bom, tal como a fé que salva antes de qualquer outra coisa. Mas que é necessário que, por Deus em Cristo e através de seu Santo Espírito, seja gerado de novo e renovado em entendimento, afeições e vontade e em todas as suas faculdades, para que seja capacitado a entender, pensar, querer e praticar o que é verdadeiramente bom, segundo a Palavra dde Deus (João 15.5).
Artigo IV
Que esta graça de Deus é o começo, a continuação e o fim de todo o bem; de modo que nem mesmo o homem regenerado pode pensar, querer ou praticas qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação para o mal sem a graça precedente (ou proveniente) que desperta, assiste e coopera. De modo que todas as obras boas e todos os movimentos para o bem, que podem ser concebidos em pensamento, devem ser atribuídos à graça não é irresistível, porque está escrito de muitos que eles resistiram ao Espírito Santo.
► Os cinco pontos do arminianismo (parte 2 de 5)
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1. Obras de Calvino: - De Clementia - obra anotada De Sêneca - 1532; - Psychopannychia - 1534; Institutos da Religião Cristã - 1536; e-Catéchisme de I'Eglise de Genève - 1542.
2. MARIANO, Wellington. O que é a teologia arminiana. p.17.
3. Apud MAIA, p. 62: "Os Remonstrantes são um grupo de mais de quarenta ministros e teólogos dos Países Baixos que deram continuidade ao desenvolvimento da teologia de Armínio, entre os quais se destacam Simão Episcópio (1583-1643), o conhecido cientista político Hugo Gr´cio (1583-1645), o político e diplomata João Oldenbarnevelt (1547-1619) e o ministro João Uytenbogaert (1557-1644). Eles escreveram um documento em defesa da doutrina arminiana, chamado Remonstrância, no qual discordavam das interpretações do ensinamento de João Calvino então vigentes na Igreja Reformada Holandesa". Os remonstrantes foram condenados como heréticos no Sínodo de Dort (1618-1619), que levaram a julgamento as teses de Armínio. E estabeleceram os 5 pontos do Calvinismo: Total desaprovação; eleição; eleição incondicional, Expiação limitada; Graça irresistívele Preservação dos salvos.
4. MARIANO, Wellington. O que é a teologia arminiana, p. 17.
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Fonte: revista Obreiro Aprovado, ano 38, número 75, 4º trimestre 2016, páginas 68, 69, 70, 77, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).