No tempo em que Jesus esteve entre nós, havia o sistema de escravidão entre os judeus. O judeu endividado, que não tinha condições de saldar a dívida, tornava-se escravo do devedor. E nós, a Igreja, hoje, temos uma grande dívida com Deus. Somos pecadores. O salário do pecado é a morte, mas não morremos porque os nossos delitos estão pagos por Cristo na cruz. (Romanos 6.23; Colossenses 2.14) Estamos endividados, a dívida é com Jesus! E Ele, perdoou esta dívida, não nos trata como (servos) escravos. Disse: "Já não vos chamo servos, mas amigos!" Outra passagem do Novo Testamento, informa: "Se Cristo vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36).
Diante dessa mensagem, quero dizer-lhe que estamos livres, e é assim que devemos permanecer. Livres!
► História da Assembleia de Deus: Celina Albuquerque e Emília Costa
Sobre os títulos nas denominações, entendo que nada mais são do que um reconhecimento de um dom. (Efésios 4.11) Se o homem ou a mulher recebe o dom para pastorear, o ser humano não tem condições para impedir. O homem pode fazer duas coisas: reconhecer e dar o título denominacional ou ignorá-lo Reconhecendo ou ignorando, a pessoa continuará com o dom que lhe foi conferido por Cristo.
É fato: tenho visto muitas mulheres assembleianas pastoreando o rebanho de Cristo. A maioria delas nem se dão conta que são pastoras! Pastoreiam com muito amor ao Senhor, sem pensar em honrarias da terra e reconhecimento de homens.
Alguns grandes ministérios de hoje, tenho certeza que não existiriam se não houvesse a participação de mulheres no início da Obra. Existem diversas histórias. Mulheres se dedicaram, arriscaram a vida, levantaram defuntos e curaram doentes em oração a Jesus. A Obra cresceu, e quando estava próspera veio o líder masculino para dirigir o ministério que elas foram as fundadoras.
Uma dessas irmãs, quando jovem, por volta de 1950, trabalhou bastante em Pernambuco, hoje existe uma Assembleia de Deus-sede por lá em que ela participou plantando as primeiras sementes, evangelizou os primeiros membros, teve parte ativa dirigindo a primeira congregação (o chamado ponto de pregação). Depois que ela casou-se, mudou-se com o marido para São Paulo. Na nova região, continuou a trabalhar com afinco. Com meus pais, ela evangelizou a região que eu moro, nos idos de 1960 - 1980. Seu marido era um crente fiel a Deus, mas não era dotado com o dom da palavra, não tinha jeito para sair em evangelismo e produzir resultados (era o jeito dele ser, não estou criticando-o). Ela era comunicativa por natureza sabia lidar com o público e pregar, sem esforço algum ela envolvia as multidões ao falar. Era alguém que entre mais de cem pessoas tinha capacidade de conhecer a todos pelo nome e sentia falta quando um dos membros deixava de ir à igreja. Costumeiramente, ia atrás do membro faltoso, ia nas casas deles visitar e motivar a continuar congregando, após visitá-los a grande maioria retomava à frequência. Hoje ela está na faixa dos 80 anos, a idade a fez parar suas atividades na igreja.
Apesar de constatar que essa mulher é uma pastora, tem o dom dado por Cristo, não sou o tipo de irmão que se levanta pensando em mudar o sistema assembleiano de títulos aos líderes. Mas penso que as mudanças acontecerão com o passar do tempo, quando houver mais mudanças nos postos de lideranças das instituições eclesiásticas atuais.
Não tenho dúvidas de que se houvesse o reconhecimento denominacional dessas lideranças femininas, a denominação seria bem maior do que já é. Reconhecer o dom para pastorear em mulheres é importante para a obra de Deus.