Quatrocentos policiais entraram no Campus da USP ontem por volta das 23 horas e às 5 horas de hoje fez a reintegração de posse do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), terminando com uma ocupação de 55 dias. Os alunos foram surpreendidos dormindo.
Entenda o que acontece: toda essa desordem começou quando dois alunos foram pegos por policiais com posse de maconha nas dependências da universidade e presos. Após isso, começaram os protestos com a reivindicação de que acabasse a ronda de policiamento dentro da USP.
Rendidos, 70 estudantes saíram do prédio com as mãos levantadas, sendo 24 mulheres. Todos foram conduzidos para um ônibus da polícia e neste veículo foram levados para a delegacia. Eles estão arrolados em termo circunstanciado por desobedecerem ordem judicial de saída dentro do prazo determinado.
Após a reintegração, a Imprensa foi liberada para entrar no prédio e constatou e registrou depredações ao patrimônio público. Encontrou computadores quebrados, paredes pichadas, sete composto de Coquetel Molotov, garrafas de bebida alcóolica, garrafas contendo gasolina, e roupas espalhados pelo chão, e muito lixo por todos os cantos.
A desocupação foi pacífica e ordeira, sem confronto de alunos contra as autoridades. Antes da ação policial, houve negociação até o limite, segundo Maria Yamamoto Costa, coronel e chefe da comunicação social da PM. Agora, os alunos deverão cumprir uma pena leve, como o pagamento de cestas básicas ou trabalho não remunerado em órgão público.
Horas antes dos estudantes serem postos para fora da Reitoria, durante uma assembleia ficou decidido que permaneceriam no prédio, quando houve confusão com muito empurra-empurra. Os estudantes agrediram uma repórter do SBT, tomaram equipamento de filmagem de uma equipe de reportagem (e alguns minutos depois o devolveram), acertaram um tijolo na cabeça de um cinegrafista de um cinegrafista da Rede Record. Os profissionais agredidos prestaram queixa no Distrito Policial da região.
Qual a consequência disso para esses alunos?
Acredito que esses alunos devem ser plenamente responsabilizados, pois a vontade deles não representa a vontade de todos os alunos da USP. Na minha opinião, esses desocupados deveriam ter seus cursos interrompidos, deveriam ser expulsos da instituição.
E.A.G.